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Universidade Federal do Rio Grande do Norte Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas Departamento de Física Teórico e Experimental Física Experimental II Prof. José Humberto de Araújo Márcio André Pantoja Gaspar 20180148095 – T01 (6M456) Relatório Nº 11 Força Magnética Objetivo Verificar experimentalmente o momento de dipolo magnético de uma espira de corrente, assim como o torque experimentado por ela sob a influência de um campo magnético uniforme em diferentes situações. Introdução teórica Considere um fio condutor conduzindo uma corrente I, que se encontra dentro de um campo magnético uniforme B. O fio sofrerá uma força magnética, pois a corrente elétrica está formada de cargas em movimento que estarão sujeitas à ação do campo magnético. Tal força é dada por: 𝑭 →= 𝐼 . 𝑙 → × 𝐵 → (1) Onde o módulo do vetor l é igual ao comprimento do fio. Agora, se em vez de um fio temos uma espira como a da figura abaixo, teremos efeitos interessantes. De acordo com a equação (1), não haverá força magnética onde a corrente é paralela ao campo. Portanto, as forças resultantes serão F1 e F2, nos lados perpendiculares ao campo. O módulo das forças será F1 = F2 = IaB. Figura 01: Forças e Campo magnéticos sobre uma espira. Como pode ser deduzido da figura 01, o par de forças vai exercer um torque sobre a espira. Lembrando que o torque é definido como o produto vetorial entre o braço de alavanca e a força (𝜏 = �⃗� × �⃗�), temos que: 𝜏 = 𝐹1 𝑏 2 + 𝐹2 𝑏 2 = 𝐼𝑎𝑏𝐵 = 𝐼𝐴𝐵 (2) Ou de forma geral, considerando um ângulo arbitrário entre o plano da espira e o campo: 𝜏 = 𝑁𝐼𝐴 × �⃗⃗� (3) A equação acima pode ser reescrita de uma maneira mais breve usando a definição do momento magnético da espira,�⃗⃗⃗� = 𝑁𝐼𝐴: 𝜏 = �⃗⃗⃗� × �⃗⃗� (4) As características do vetor momento magnético da espira são: O seu módulo é o produto da corrente pela área da espira; A sua direção é perpendicular ao plano da espira; O seu sentido é determinado pela regra da mão direita. (ARAÚJO, 2019). Material utilizado Foram utilizados os seguintes materiais: 01(uma) Bancada de Laboratório com tomadas ligadas à rede elétrica local; 01(uma) Fonte de alimentação de tensão contínua e regulável de 2 a 14 V (Foto 01); 02 (duas) Bobinas de Helmholtz (Foto 02); 01(uma) Balança de torção (Foto 02); 01(um) Suporte da balança de torção (Foto 02); 01(um) Aparelho Multímetro marca MINIPA, modelo ET- 2075B; 01(uma) Chave simples liga/desliga; 03 (três) Espiras de alumínio com raio de 12 cm e 3,2 e 1 espiras; Fios condutores; �⃗⃗⃗� Foto 01: Fonte de alimentação de tensão variável de 2 a 14 V. Foto 02: Bobinas de Helmholtz, balança de torção e suporte da balança de torção. Procedimento Experimental Inicialmente foi montado circuito com duas bobinas de Helmholtz de 40 cm de diâmetro, contendo 154 espiras cada, como mostra a foto 03. A distância entre as duas bobinas é igual ao raio de cada bobina (R). No centro do arranjo o campo magnético é uniforme. Nessa região, encontra-se suspensa uma bobina pequena de 12 cm de diâmetro formada por três espiras, ligada em série com as bobinas de Helmholtz. balança de torção suporte da balança de torção bobinas de Helmholtz Também em série, um amperímetro, uma chave e finalmente uma fonte de alimentação que deve estar operando em tensão continua (DC) completam o circuito. A montagem tem também uma balança de torção, que permite medir forças da ordem de mili- Newton (mN). Ao energizarmos o circuito, a bobina pequena sofrerá um pequeno deslocamento e poderemos determinar o torque sofrido pelas espiras imersas no campo magnético devido à força magnética. Os fios de conexão com as espiras condutoras não devem trazer um torque adicional. Portanto, eles devem ser conectados de modo a não resistir e nem provocar torção nas espiras. Antes de iniciar cada fase do experimento propriamente dito deve-se ter um cuidado especial para que a chave K (liga/desliga simples) estivesse na posição desligada (aberta). Foto 03: Circuito do experimento montado. Alinhou-se a balança de torção na posição zero, girando lentamente o botão superior, tendo-se atenção para não cometer erros de paralaxe durante este alinhamento. Em seguida centralizou-se o lado superior do suporte da balança de torção no espaço indicado no fiel da balança. Fez-se isso girando lentamente o botão inferior, tomando-se cuidado para não encostar na montagem para não comprometer a centralização. Prosseguiu-se selecionando 6 V na fonte de alimentação para fazer a primeira medida. Ligou-se a fonte. Foi observado que a bobina de três espiras, utilizada primeiramente, sofre um pequeno deslocamento. Centralizou-se o lado superior do suporte no espaço indicado no fiel da balança. Fez-se isso girando lentamente o botão superior. Preencheu-se a tabela 01 com os valores de corrente, força e torque obtidos para diferentes valores de tensão. O torque é calculado pela medida da intensidade da força multiplicada pelo braço de alavanca, em nosso caso 11,4 cm. Obtenção e análise dos resultados Após a realização de todos os procedimentos, foi preenchida a tabela 01, a seguir: TENSÃO (V) I(A) Força (mN) I² (A²) Torque (mN*m) 6 0,615 0,87 0,3782 0,1 8 1,015 1,93 1,0302 0,22 10 1,39 4,56 1,9321 0,52 12 1,7 6,31 2,89 0,72 14 2,0 9,47 4,0 1,08 Tabela 01: Torque (mN*m) e corrente (A) com espiras de 3 voltas. Gráfico 01: Torque em função de I². Número de espiras TENSÃO (V) I(A) Força (mN) Torque (mN*m) 1 14 2,11 0,3 1,00 2 14 2,208 0,8 0,92 3 14 2,0 9,47 1,08 Tabela 02: Torque (mN*m) e corrente (A) com espiras de 1,2 e 3 voltas. 0,1 0,22 0,52 0,72 1,08 y = 0,246x - 0,21 R² = 0,9766 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 0,3782 1,0302 1,9321 2,89 4 To rq u e em m N *m Corrente em A² TORQUE X I² Torque x I² Linear (Torque x I²) y = x R² = 1 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 1 0,92 1,08 N ú m er o d e es p ir as Torque TORQUE X N° DE ESPIRAS Torque Linear (Torque) Gráfico 02: Torque em função do número de espiras. d (cm) d² (cm²) TENSÃO (V) I(A) Força (mN) Torque (mN*m) 6,0 36 14 2,115 0,1 1,3 8,5 72,25 14 2,15 0,2 0,5 12,0 144 14 2,11 0,3 1,0 Tabela 03: Torque (mN*m) e corrente (A) com espiras de 1 volta e diâmetros diferentes. Gráfico 03: Torque em função do diâmetro das espiras A análise do gráfico 01, pode-se traçar uma linha de tendência linear (y = 0,246x - 0,21) com aproximação de 0,9766 e em acordo com a equação (3) com pequenas variações ao longo dos dados. A análise do gráfico 02, traçou-se a linha de tendência também linear (y=x) com, desta vez, com precisão de exatidão 1, em acordo perfeito com a equação (3). A análise do gráfico 03, traçou-se a linha de tendência polinomial de 2° grau (y = 0,65x2 - 2,75x + 3,4) com precisão de exatidão 1, porém desta vez em desacordo com a equação (3). Conclusões Concluiu-se, com este experimento, que o momento de dipolo magnético de uma espira de corrente, assim como o torque experimentado por ela sob a influência de um campo magnético uniforme nas diferentes situações apresentadas, seja pela mudança de tensão e consequente corrente ou pelo número de espiras ou diâmetro das mesmas, podem variar de maneira significativa, dentro da unidade em que se trabalhou (mN*m), mostrando assim que qualquer objeto possui dois polos magnéticos. 1,3 0,5 1 y = 0,65x2 - 2,75x + 3,4 R² = 1 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 36 72,25 144 To rq u e em m N *m Diâmetro da espira ao quadrado (d²) TORQUE X DIÂMETRO DAS ESPIRAS Torque Polinômio (Torque) Bibliografia [1] HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; e WALKER, Jearl, Fundamentos de Física - Volume 3 - Eletromagnetismo,9a edição, LTC Editora, Rio de Janeiro, 2012. [2] ARAÚJO, José Humberto. Física Experimental II, Prática 13: Força Magnética. SLIDE AULA 11. Disponível em <sigaa.ufrn.br>. Acesso em 31 de outubro de 2019. [3]BRASIL ESCOLA. Aplicações da força magnética em um condutor. Disponível em <https://brasilescola.uol.com.br/fisica/aplicacoes-forca-magnetica-um-condutor.htm>. Acesso em 06 de novembro de 2019. https://brasilescola.uol.com.br/fisica/aplicacoes-forca-magnetica-um-condutor.htm
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