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1 Coronavírus canino Profa. Aline Santana da Hora Resumo por: Denise Ramos Pacheco Medicina Veterinária - UFU Definição ● Coronavirose canina: doença infectocontagiosa aguda de cães jovens, com manifestações predominantemente entéricas, porém pode se apresentar como infecção pantrópica (tropismo para diversos tecidos), podendo cursar com o óbito do animal. Taxonomia • Superreino: Riboviria • Reino: Orthornavirae • Filo: Pisuviricota • Classe: Pisoniviricetes • Ordem: Nidovirales • Subordem: Cornidovirineae • Família: Coronaviridae • Subfamília: Orthocoronavirinae • Gênero: Alphacoronavirus • Subgênero: Tegacovirus • Espécie: Alphacoronavirus 1 • Feline coronavirus • Canine coronavirus • Porcine transmissible gastroenteritis virus Etiologia ● Vírus ssRNA+ (fita simples; pode atuar diretamente como RNAm). ● Envelopado (sensível no ambiente). Fonte: Aline da Hora. Epidemiologia ● Encontrado em alta frequência em canis com ou sem sinais de diarreia. ● Altamente contagioso e se dissemina rapidamente para susceptíveis. ● Disseminação via fecal por semanas, meses ou mais. ● Via de infecção fecal-oral. ● PI curto: 1-4 dias. 2 ● A maioria dos animais positivos são assintomáticos; ● O cão elimina as partículas virais nas fezes, e o outro animal adquire a infecção por ingestão dessas partículas virais (ambiente, pelagem, fômites, alimentos etc); ● PI: período de incubação, até desenvolver os sinais clínicos. Patogenia ● Tropismo pelo epitélio apical das vilosidades ID → lise celular → achatamento das vilosidades → reposição por enterócitos imaturos → secreção ineficiente de betagalactosidase → lise de açúcares presentes no leite → presença de leite não digerido nas fezes. ● ID: intestino delgado. ● Não ocorre lise correta dos açúcares presentes no leite → fezes com presença de leite não digerido. ● Enterócitos imaturos têm atividade secretória intensa → elevação da pressão osmótica intraluminal no intestino → diarreia. ● Diferença com CPV (parvovírus canino): na coronavirose, necrose da vilosidade e hemorragia são raros. CCoV e CPV nas vilosidades intestinais ● CCoV nos enterócitos apicais → maior mitose nas células → Hiperplasia das células da cripta. ● Ambiente mais que favorável para o CPV (vírus da parvovirose canina) → co-infecção com estes 2 vírus é deletéria ao intestino. Fonte: Aline da Hora. • Células da cripta vão migrando até o ápice para serem maturadas. Coronavírus tem preferencia por células do ápice das vilosidades, e o parvovírus tem preferência por células na base da cripta. Os parvovírus destroem as células da cripta, então tem lesão de cripta e necrose das vilosidades e, quando estão juntos, os dois vírus potencializam esses efeitos. Manifestações clínicas ● Perda de apetite ● Vômito e diarreia (desidratação) 3 ● Fezes alaranjadas, fétidas, rara a presença de sangue ● Sinais mais graves em animais muito jovens ● Baixa letalidade ● Recuperação em 8-10 dias ● ↑ gravidade o em coinfecções: ▪ parvovírus canino, ▪ adenovírus canino tipo 1, ▪ vírus da cinomose, ▪ bactérias, endoparasitas... o pacientes imunocomprometidos ● Pode acometer qualquer idade, mas é mais comum em animais jovens. Os adultos geralmente são portadores assintomáticos, pode acometer até animais idosos, dependendo das condições do sistema imune. ● Letalidade é baixa, doença autolimitante com recuperação de 8-10 dias → falando somente em coronavírus. Infecção pantrópica ● Mutações levam ao aparecimento de cepas mais virulentas → infecção pantrópica ● Presença viral em: o intestinos, o pulmões, o baço, o fígado, o rins, o cérebro de cães jovens. ● No geral, a forma entérica é uma infecção branda. Porém, mutações levaram à infecção pantrópica nos últimos anos, o que gera lesões em vários órgãos do corpo. O vírus muta antes de atingir os outros sistemas. Sinais clínicos da infecção pantrópica ● Hipertermia (até 40°C) ● Letargia ● Anorexia ● Vômitos ● Diarreia hemorrágica ● Leucopenia (redução de 50% do valor de referência) ● Sinais neurológicos (ataxia, tremores, convulsões) ● Evolução para morte em 2 dias Alterações macroscópicas vírus pantrópico 4 Fonte: Aline da Hora. • Pulmão com pneumonia em lobo caudal. • Linfonodos regionais aumentados. • Pode ter exsudato fibrinopurulento. Fonte: Aline da Hora. • Hemorragia em rim. Diagnóstico ● Não cresce em cultivo celular! ● Imunocromatográfico (CCoV e CPV) → Teste rápido ● RT-PCR ● Detectar CCoV nas fezes não necessariamente indica doença ● Cães saudáveis também disseminam o vírus ● Fezes: a maioria dos animais com coronavírus entérico são assintomáticos; descartar todas as outras causas de doenças que causam diarreia em animais; somente identificar a presença do vírus nas fezes não tem um significado clínico importante Tratamento ● Suporte ● Corrigir distúrbios hidroeletrolíticos 5 ● Dependendo da gravidade dos sinais: atb amplo espectro ● Não tem antivirais para utilizar nesses casos ● Vômito, diarreia → corrigir desidratação ● Antibióticos para tratar infecções secundárias; lembrando que o intestino é uma barreira para passagem de bactérias, com as vilosidades destruídas pode ter translocação bacteriana para a circulação e gerar septicemia
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