Prévia do material em texto
Governo do Estado do Amazonas Centro de Educação Tecnológica do Amazonas Diretora-Presidente Joésia Moreira Julião Pacheco Diretora Acadêmica Maria Stela Brito Cyrino Autor Erik Rafael Batista de Lima Organização e Revisão Coordenação de Cursos de Formação Inicial e Continuada Manaus - Amazonas 2017 SUMÁRIO 1. O MERCADO DE TRABALHO E O PROFISSIONAL REPOSITOR DE MERCADORIAS ......................................................................................................... 3 1.1 ATUAÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO ......................................................... 3 1.2 AS PRÁTICAS DO REPOSITOR NO DIA A DIA ................................................... 3 2. RELAÇÕES INTERPESSOAIS E ATENDIMENTO AO CLIENTE ......................... 4 2.1 COMUNICAÇÃO ................................................................................................... 4 2.2 ÉTICA PROFISSIONAL ........................................................................................ 6 2.3 ATENDIMENTO PERSONALIZADO ..................................................................... 8 2.4 AUTOSSERVIÇO .................................................................................................. 9 3 NOÇÕES DE HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO ................................... 11 3.1 HIGIENE DO TRABALHO ................................................................................... 11 3.2 USO DE EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (E.P. I) ....................... 12 4. ORGANIZAÇÃO E LIMPEZA DO DEPÓSITO E LOCAIS DE EXPOSIÇÃO DE MERCADORIA .......................................................................................................... 13 4.1 ORGANIZAÇÃO E LIMPEZA DO DEPÓSITO .................................................... 13 4.2 LIMPEZA ADEQUADA NAS PRATELEIRAS E EXPOSITORES ........................ 13 4.3 DESLACRAR AS MERCADORIAS E CONHECER AS SEÇÕES ....................... 14 5. NOÇÕES DE ABASTECIMENTO E DEVOLUÇÃO DE MERCADORIAS............ 15 5.1 CONTROLE E IDENTIFICAÇÃO DE VALIDADE DE MERCADORIAS .............. 15 5.2 ABASTECIMENTO ADEQUADO ........................................................................ 16 5.3 LACRAR E IDENTIFICAR SOBRA DE MERCADORIAS PARA ARMAZENAMENTO ................................................................................................. 18 6. EXECUÇÃO DE CHECK-LIST DE RUPTURAS DE PRODUTOS E PREÇOS .... 18 6.1 IDENTIFICAR E DOCUMENTAR FALTAS DE PRODUTOS NAS PRATELEIRAS .................................................................................................................................. 18 6.2 SUGESTÃO DE PRODUTOS MIXADOS PARA EMPRESA ............................... 19 6.3 PROCEDIMENTOS PARA PREÇOS ALTERADOS ........................................... 19 7. MONTAGEM DE LEIAUTE ................................................................................... 21 7.1 ADEQUAÇÃO DE PRODUTOS PARA MELHOR VISIBILIDADE DO CONSUMIDOR ......................................................................................................... 21 7.2 PROCEDIMENTO E ORGANIZAÇÃO DE MERCADORIAS NAS PRATELEIRAS .................................................................................................................................. 21 8. PROCEDIMENTOS PARA A EXECUÇÃO DE TROCAS DE PREÇOS ............... 23 8.1 PROCEDIMENTOS DE SPLASH NAS PRATELEIRAS ...................................... 23 8.2 CONFERÊNCIA DE PREÇO SISTEMÁTICO COM FÍSICO ............................... 23 8.3 IDENTIFICAÇÃO E SOLUÇÃO DAS DIVERGÊNCIAS DE PREÇOS ................ 24 9. APLICAÇÃO DE CONTROLE DE VALIDADE NOS PRODUTOS ....................... 24 9.1 APLICAÇÃO DE PEPS (PRIMEIRO QUE ENTRA E PRIMEIRO QUE SAI) E UEPS (ÚLTIMO QUE ENTRA, PRIMEIRO QUE SAI) NAS MERCADORIAS .......... 24 9.2 PREENCHIMENTO DE DOCUMENTO DOS PRODUTOS PRÓXIMO AO VENCIMENTO .......................................................................................................... 25 9.3 PROCEDIMENTO ADEQUADO PARA OS PRODUTOS VENCIDOS ................ 26 10. REALIZAÇÃO ESTRATÉGICA DE MERCHANDISING ..................................... 26 10.1 VALORIZAÇÃO DA MARCA DO PRODUTO .................................................... 26 10.2 ATRAÇÃO DA MERCADORIA AOS OLHOS DO CONSUMIDOR .................... 27 10.3 EXPOSIÇÃO AGRESSIVA DA MARCA NOS PONTOS ESTRATÉGICOS ...... 30 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 32 3 1. MERCADO DE TRABALHO E O PROFISSIONAL REPOSITOR DE MERCADORIAS 1.1 ATUAÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO O mercado de trabalho para o repositor é amplo, podendo atuar tanto no comércio como nas indústrias e há possibilidade deste profissional encontrar emprego em todas as regiões brasileiras e estrangeiras. Por ser uma profissão que exige a interação direta com o consumidor e com toda a equipe da empresa, qualidades como simpatia, educação e bom humor são muito importantes e valorizadas pelos empregadores. As organizações supermercadistas, industriais e boa parte das empresas atacarejistas já enfrentam escassez desses profissionais para atuarem dentro de suas repartições. O número de vagas disponível no mercado é muito grande. O trabalho desse profissional é muito importante para qualquer organização, pois os seus princípios éticos têm que constar em seu perfil para compreensão quanto à comunicação, ao atendimento e a postura, para se alcançar um excelente resultado no grau de satisfação do consumidor. O crescimento do profissional dentro do plano de carreira das empresas brasileiras é muito rápido, para isso exige competência e aptidão como também qualificação profissional. O princípio básico para se galgar cargo de liderança é necessário conhecer a empresa como um todo e atuar de forma precisa e ágil, cuidando e zelando pelo patrimônio, para que todos possam ver que a qualidade nos produtos e serviços é em prol da satisfação do consumidor. 1.2 AS PRÁTICAS DO REPOSITOR NO DIA A DIA O repositor de mercadorias vende produtos no comércio varejista e atacadista, auxiliando o cliente no que for necessário para sua compra. No cotidiano, o repositor deve realizar algumas ações importantes, tais como: registrar entrada e saída de mercadorias; prover venda rápida de mercadorias; Oferecer degustação ou distribuir amostras das mesmas; informar sobre suas qualidades e vantagens de aquisição; expor mercadorias de forma atrativa em pontos estratégicos de vendas; 4 precificar etiquetas; elaborar controle de validade; organizar e fazer inventário de mercadorias para reposição; fazer giro de produtos próximos ao vencimento da data de validade; elaborar relatórios de preços e mercadorias e fazer pesquisa das concorrências. 2 RELAÇÕES INTERPESSOAIS E ATENDIMENTO AO CLIENTE 2.1 COMUNICAÇÃO A palavra comunicação provém do termo latim “communis”, que significa comum, por esse motivo, ao comunicar-se, se estabelece algo comum com alguém. Através da comunicação, os seres humanos e os animais partilham diferentes informações entre si, tornando o ato de comunicar uma atividade essencial para a vida em sociedade. O processo de comunicação consiste na transmissão de informação entre um emissor e um receptor que descodifica (interpreta) uma determinada mensagem. A mensagem é codificada num sistema de sinais definidos que podem ser gestos, sons, indícios, uma língua natural (português, inglês, espanhol, etc.), ou outros códigos que possuem um significado (por exemplo, as cores do semáforo), e transportada até o destinatário através de um canal de comunicação (o meio por onde circula a mensagem, seja por carta, telefone, comunicado na televisão, etc.).Comunicação é a capacidade que o ser humano tem de interagir com o outro por meio de sinais (verbais ou não verbais). Uma boa comunicação pode ser conseguida com treinamentos e técnicas que implicam práticas de comunicação oral e escrita. A seguir vamos compreender os tipos de comunicação. Portanto, fique atento (a) a cada detalhe! Linguagem mista: envolvem a audição, visão e o movimento. É o caso do teatro, televisão e cinema. Comunicação verbal: é todo tipo de passagem ou troca de informações por meio de linguagem escrita ou falada. O sucesso deste tipo de comunicação depende da clareza das mensagens passadas para outra pessoa. https://pt.wikipedia.org/wiki/Comunica%C3%A7%C3%A3o 5 Por exemplo: "Socorro!", "Silêncio!", "O prédio está pegando fogo." Ou seja, qualquer mensagem emitida por uma pessoa através da linguagem oral, também denominada verbal. Comunicação não verbal: qualquer forma de comunicação que não utilize a linguagem verbal. Por exemplo: o apito de um policial de trânsito, os cartões amarelo e vermelho utilizados por árbitros de futebol, a linguagem com mãos e gestos utilizadas pelos deficientes auditivos. Comunicação escrita: é o código utilizado pelos livros, pelo jornalismo impresso ou on-line e pelas ferramentas de comunicação virtual. Comunicação oral: é simplesmente uma forma de usar a linguagem para nos comunicarmos; estabelece-se entre duas ou mais pessoas. Como ter uma boa comunicação oral? Para ter uma boa comunicação oral requer-se principalmente respeito, ademais devemos aprender a escutar. A seguir são apresentadas algumas habilidades para ter-se uma boa comunicação oral. Uma boa comunicação oral requer do orador: singeleza no discurso; emprego mínimo de palavras; fala concisa e lógica; força expressiva e considerar que o que escuta é um ser humano. Uma comunicação oral positiva não só depende do emissor, mas também do receptor que, deveria escutar e atender ao que lhe dizem. Aprendamos a escutar: Deixe falar! Mostre seu interesse ao escutar! Elimine distrações! Ponha-se no lugar do outro! Seja paciente (Não interrompa)! Controle suas emoções! Não caia na tentação da crítica! Pergunte! 6 Comunicação não verbal: Como já foi dito anteriormente, a comunicação não verbal ocorre por meio de gestos, sinais, códigos sonoros, expressões faciais ou corporais, imagens ou outros códigos representativos. Essa comunicação pode ser utilizada de forma isolada, a exemplo dos sinais de trânsito, da mímica ou da linguagem de LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) - linguagem de sinais para deficientes auditivos. Comunicação por olhar: As pessoas se fazem entender somente pelo olhar. Comunicação por mímica: São os gestos das mãos, corpo, face e as caretas que transmitem determinada informação. Comunicação por gesto: Pode ser de forma voluntária, como um beijo, mas também pode ser involuntária, como mãos que não param de rabiscar ou de mexer em algo, o que caracteriza tensão e nervosismo. Comunicação pela postura: O modo como sentamos, com o corpo para um lado ou para o outro, até mesmo a posição pela qual relaxamos nossos pés. Essas posturas, na maioria das vezes, correspondem ao subconsciente transmitindo uma mensagem. Comunicação assertiva: é comunicar-se adequadamente de maneira direta, aberta, sincera, objetiva e efetiva sem provocar constrangimentos em outras pessoas. Ter comportamento assertivo é ser: ativo; direto; honesto; transparente; transmissor de respeito aos outros. 2.2 ÉTICA PROFISSIONAL Ética é uma palavra de origem grega (éthos), que significa propriedade do caráter. Ou seja, ser ético é agir dentro dos padrões convencionais, é não prejudicar o próximo. Diferentemente dos valores pessoais, a ética é algo global, ou seja, não é baseado no que você como indivíduo acha correto ou não, e sim no que é aceitável e louvável dentro da sociedade como um todo. 7 A ética em si é referente à teoria da ação justa e moral, tendo frequentemente um significado equivalente ao da filosofia moral. A ética também tem como função descobrir as concepções dominantes da moralidade e a origem desta. Neste contexto vale apreciar a ética descritiva, cujo núcleo fundamental é a análise da experiência moral (consciência moral, dever, responsabilidade, decisão, etc.) e dos tipos de ação que correspondem aos diversos valores particulares (ética do trabalho, da intenção, da responsabilidade, do êxito, etc.). Da mesma forma que a ética estabelece as leis que determinam a conduta moral da vida pessoal e coletiva, a ética empresarial determina a conduta moral de uma empresa, seja ela pública ou privada, conforme demonstrado na figura 1. . Figura 1 – Ética profissional nas organizações Fonte: www.rfxinc.com A ética profissional fortalece uma empresa, melhorando a sua reputação e tendo também um impacto positivo nos seus resultados. Uma empresa que cumpre determinados padrões éticos vai crescer e vai favorecer a sociedade, os seus fornecedores, clientes, funcionários, sócios e até mesmo o governo. A ética empresarial é prática essencial de uma empresa, bem como a responsabilidade social e responsabilidade socioambiental. Um dos grandes benefícios da ética profissional é que ela é reconhecida e valorizada pelo cliente, sendo estabelecida uma relação de confiança. Essa relação, baseada na satisfação do cliente, vai originar lucro para a empresa, ajudando-a a cumprir os seus objetivos. No entanto, a confiança com o cliente é uma coisa que demora algum tempo para conseguir, e pode ser perdida com algum erro cometido no âmbito empresarial. http://www.rfxinc.com/blog/six-things-successful-independent-sales-agents-do-daily/ 8 2.3 ATENDIMENTO PERSONALIZADO Para conquistar e fidelizar o cliente é fundamental atendê-lo de uma forma que seja adequada, não só a sua necessidade, mas também a sua personalidade. Atendimento personalizado é uma forma flexível de atender. O repositor em vez de praticar o mesmo atendimento para todos os seus clientes busca entender as características e necessidades individuais de cada um dos consumidores para então, poder entendê-lo da melhor forma possível. Quando você oferece um serviço personalizado, seus consumidores sentir-se-ão naturalmente mais conectados com a empresa e com isso, migrarão de consumidores para clientes. É predominante constar em serviço personalizado a aparência e o modo de quem está atendendo os clientes, a atenção que é dada ao consumidor e a eficiência da negociação. Escutar e dar feedback aos consumidores, quando você oferece um atendimento personalizado, mostra ao consumidor que você está atento as suas necessidades específicas. Uma das melhores formas de ter sucesso é prestando atenção ao que eles gostam e desgostam e perguntar sobre o tipo de produto ou serviço que eles estão procurando. Dicas para implantar um atendimento personalizado conforme mostra na figura 2, atenção redobrada ao cliente: Fale como uma pessoa real Sempre personalize as respostas Seja realista Sempre pense como o cliente Figura 2 – Atendimento personalizado Fonte: Blog do Comércio Varejista SEBRAE - blogger http://varejosebrae.blogspot.com/2012/05/mercados-de-bairro-sobrevivem-com.html 9 Quando um desses atributos apresenta problemas, é altamente prejudicial para seu negócio em longo prazo. Se os três itens estiverem sendo executados corretamente, você conseguirá avaliar que o atendimento personalizado está sendo bem sucedido. O atendimento diferenciado está nos princípios éticos do repositor, pois não existe outro colaborador para tirar dúvidas dos produtos, como: Que prateleira? Qual local? Qual preço? Onde se encontram? Sendo cordial sempre com o cliente ao oferecer esse tipo de serviço, transparece ao consumidor que você está atentoa sua necessidade especial. Uma das melhores formas de ter sucesso é prestando atenção ao que eles gostam ou detestam, e perguntando sobre o tipo de produto ou serviço que eles estão procurando. A personalização nos serviços não termina com a compra. É preciso se preocupar com o pós-venda, a satisfação. O cliente é fiel a empresas igualmente fiéis que evoluíram da segmentação para a exclusividade, mostrando a eles como é bom ser tratado como indivíduo único e essencial. É este olhar humano nas relações que pode ser o diferencial dos negócios, mesmo quando não se tem a oportunidade de ficar frente a frente com o consumidor. 2.4 AUTOSSERVIÇO A Globalização fomenta um nicho de mercado que está em constante mudança, que são as redes de hiper/supermercados, conhecidas também por autosserviço. Este nicho de mercado sofre muito com o atendimento aos clientes; geralmente as reclamações ocorrem em horários de pico, onde percebe-se a falta de dinamismo e interação com os clientes. Ainda hoje, a modalidade não é absorvida por muitos estabelecimentos varejistas, que mantém o atendimento de balcão, seja na loja toda ou, em muitos casos, em seções de perecíveis e mercearia em geral. Isso por resistência de muitos clientes, que, acostumados a escolher suas compras pessoalmente, pegando uma a uma, não se sentem confortáveis comprando produtos previamente embalados. Vejamos como exemplo de autosserviço na figura 3 mostra a atratividade dos produtos ao cliente. 10 Figura 3– Atendimento autosserviço Fonte: http://www.diariodenavarra.es/ Das atividades econômicas, o varejo possivelmente é a mais dinâmica. A razão é simples: lida diretamente com o consumidor, que, não para de mudar nem cessa de experimentar. Tendência a novidades expiram, ao menos no universo dos supermercados, no prazo de três anos. O hipermercado continuará sendo um só, entretanto, deverá produzir a impressão de que o cliente está numa loja especializada em cada seção. Agradar os sentidos dos clientes e garantir que não se cansem das compras é o desafio. A essência dos supermercados são os produtos, por isso, é fundamental que toda iniciativa de comunicação visual, escolha de gôndolas, leiaute e iluminação destinem a revelar os melhores atributos do produto. As lojas precisam ser concebidas de modo a permitir que o cliente consiga ter ampla visão dela de qualquer ponto em que esteja. Oferecimento de gôndolas dispostas diagonalmente, oferecendo ao cliente, assim que entra na unidade, um cenário mais colorido. As soluções de alimentação são hoje fundamentais nas lojas. Os itens precisam se agregar por complementaridade, levando o consumidor a ver, cheirar e saborear, ainda dentro da loja, o prato que deseja degustar. O Autosserviço também está presente em outros segmentos de mercado, como o de roupas, acessórios, bolsas, artigos esportivos e etc... As pesquisas mostram que 85% das compras em lojas de autosserviço (supermercados) são realizadas por impulso. O consumidor resolve comprar uma mercadoria apenas porque a viu exposta, ou impactado por uma ação promocional e/ou de degustação. 11 3. NOÇÕES DE HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO 3.1 HIGIENE DO TRABALHO Higiene do trabalho é a ciência e a arte dedicada à antecipação, ao reconhecimento, avaliação e ao controle de fatores e riscos ambientais originados nos postos de trabalho e que podem causar enfermidades, prejuízos para a saúde ou bem-estar dos trabalhadores, também tendo em vista o possível impacto nas comunidades vizinhas e no meio ambiente em geral. A Higiene no trabalho atua no campo de saúde ocupacional aplicando os recursos da segurança e medicina para prevenir doenças do trabalho decorrentes dos riscos ambientais, que são os agentes físicos, químicos, biológicos, ergonômico e de acidente. A grande maioria dos setores do supermercado envolve riscos ergonômicos. Como por exemplo, do repositor de mercadorias. Os riscos ergonômicos são descritos na Norma Regulamentadora 17 (NR 17). Esta Norma Regulamentadora visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho e as características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar o máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente, ou seja, riscos ergonômicos são aqueles relacionados ao esforço físico, levantamento de peso, postura inadequada, controle rígido de produtividade, situação de estresse e jornada de trabalho prolongada conforme mostra a figura 4. Figura 4 – Postura errada ao levantar caixa Fonte: EPI Tuiuti.com O reconhecimento dos agentes ambientais que afetam a saúde do trabalhador, a higiene do trabalho tem relação principal entre o homem e o meio ambiente do trabalho, visa propiciar as melhores condições ambientais do homem http://varejosebrae.blogspot.com/2012/05/mercados-de-bairro-sobrevivem-com.html http://varejosebrae.blogspot.com/2012/05/mercados-de-bairro-sobrevivem-com.html 12 possíveis para o trabalhador no exercício de suas funções, qualidade de vida envolve um bem físico, emocional e psicológico o que implica no meio em que a pessoa vive. 3.2 USO DE EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (E.P. I). Todas as atividades profissionais que possam imprimir algum tipo de risco físico para o trabalhador devem ser cumpridas com auxílio de EPI – Equipamentos de Proteção Individual, que incluem cinta lombar, máscaras, luvas, botas, avental e outros itens de proteção. Esses acessórios são indispensáveis em fábricas e processos industriais em geral, conforme mostra a figura 5, alguns exemplos. Figura 5 – Exemplo de alguns EPI que o repositor utiliza Fonte: http://www.paintsprayboothshouston.com/painting-protective-equipment/ O uso do EPI é fundamental para garantir a saúde e a proteção do trabalhador, evitando consequências negativas em casos de acidentes de trabalho. Além disso, o EPI é usado para garantir que o profissional não será exposto a doenças ocupacionais, que podem comprometer a capacidade do trabalho e de vida dos profissionais durante e depois da fase ativa de trabalho. O EPI protege os profissionais individualmente, reduzindo qualquer tipo de ameaça ou risco para o trabalhador conforme a NR6 – Normas Regulamentadoras, que tratam do uso de Equipamento de Proteção Individual. Os Equipamentos de Proteção devem ser mantidos em boas condições de uso e precisam ter um certificado de aprovação do órgão competente para garantir que estes estejam em conformidade com as determinações do Ministério do Trabalho. Empregados e empregadores devem compreender a importância do uso de Equipamento de Proteção Individual no dia a dia da empresa. 13 4. ORGANIZAÇÃO E LIMPEZA DO DEPÓSITO E LOCAIS DE EXPOSIÇÃO DE MERCADORIA 4.1 ORGANIZAÇÃO E LIMPEZA DO DEPÓSITO A organização de um depósito, ou de qualquer área destinada à armazenagem, é um dos quesitos principais para melhor aproveitamento de espaço, refletindo positivamente em todo o processo de retirada de mercadorias que o profissional repositor executa, a partir da retirada de qualquer produto terá que ter muita atenção, principalmente no momento de retirar do raque e manuseá-lo ate a loja para abastecimento. Obedecer à política conjunta da organização de um depósito é uma tarefa que tem que ser praticada todos os dias, para que a empresa funcione de forma correta e que o repositor trabalhe com mais agilidade e qualidade no cotidiano, a política empresarial tem que ser respeitada principalmente quando se trata de organização. O trabalho do repositor é fundamental na manutenção da organização de um depósito, assim sendo, na retirada de suas mercadorias, bem como na otimização da produtividade operacional. É por meio de um processo de estocagem que se pode ganhar proveito na ocupação do espaço, na utilização dos recursos operacionais, na otimização dotempo do pessoal e facilitar no processo de abastecimento de mercadorias na loja. Tratar esse conjunto de fatores também é uma necessidade empresarial, no sentido de adequar a sua política e programação de estoque e minimizar problemas relacionados com desorganização e disposição das mercadorias, formação de filas, fluxo intenso de pessoas e materiais em horário de pico, utilização inadequada do espaço, avaria de produtos, controle na separação de pedidos e distribuição física dos produtos no depósito. Assim, é vital saber quais estratégias utilizar para garantir o bom desempenho na limpeza e organização do depósito. 4.2 LIMPEZA ADEQUADA NAS PRATELEIRAS E EXPOSITORES Antes de iniciar qualquer tipo de abastecimento de mercadoria, o repositor deverá ter sempre os cuidados básicos, como: verificar se o local está sujo, violado, grudento e etc. Caso esteja, providenciar limpeza imediatamente, pois nenhum 14 produto pode estar exposto em um local sujo, já que a absorção é rápida de contaminação com bactérias e fungos, atraindo vários tipos de doenças. A limpeza é feita primeiramente por um espanador para que seja retirado o excesso de poeira; após esse processo passa-se um pano umedecido. É recomendável que providenciem sempre um balde com água limpa. Toda limpeza de prateleiras e expositores deve ser composta por um kit básico de limpeza, como: flanela, detergente e água. Utilizar procedimento de limpeza no ambiente de trabalho é imprescindível, pois, a limpeza, além de demonstrar aspecto de organização, é uma norma de segurança, que deve ser rigorosamente cumprida. Vejamos a mostra de exemplos da figura 6 de prateleiras e expositores. Figura 6 – Exemplo de alguns EPI que o repositor utiliza Fonte: FreeShop.com 4.3 DESLACRAR AS MERCADORIAS E CONHECER AS SEÇÕES Todas as mercadorias devem estar com seus rótulos de identificação, sinalizando nome da mercadoria com as descrições: lote, produto, data de vencimento, data de fabricação, pois esses são os contextos básicos para a identidade da mercadoria. O leiaute do salão de organização das empresas varejistas é separado por seções. Na divisória das seções são utilizadas prateleiras, dispositivos, raques e etc. para que possam ser desmembradas e sinalizadas, e ajudem a identificar os produtos com agilidade e rapidez, reduzindo tempo de procura e produzindo qualidade no serviço. Vejamos o exemplo da figura 7. https://www.freeshop.com.br/pdv/detalhes-produto/traps-adesivos-especiais/movel-expositor-resistente-com-corte-especial-adequado-a-sua-marca-e-suas-necessidades-acompanha-impressao-adesiva-de-qualidade-com-laminacao-protet/111276 15 Figura 7 – Exemplo de como deslacrar uma mercadoria Fonte: https://ecommercenews.com.br Todos os corredores de cada ponto de venda devem ser sinalizados acima com o nome da referida seção que no local se encontra. As seções do varejo são várias. Serão citadas as que têm mais demanda, como: mercearia seca, mercearia líquida, biscoitos e salgados, perfumaria, têxtil, moda praia, perecível e hortifrúti. 5. NOÇÕES DE ABASTECIMENTO E DEVOLUÇÃO DE MERCADORIAS 5.1 CONTROLE E IDENTIFICAÇÃO DE VALIDADE DE MERCADORIAS Tornar rotina periódica o controle de validade das mercadorias do estoque e do salão, após abastecimento de produtos, é tarefa do profissional repositor. Além de checar a validade de cada mercadoria da área de venda, observar se há algum produto avariado, com data curta de validade ou vencido para a retirada imediata da área de venda. Segue abaixo quadro 1 como modelo de controle de validade básico. Quadro 1 – Controle de validade Fonte: Elaborado pelo Autor (2017) CONTROLE DE VALIDADE DE PRODUTO Seção: Mercearia seca Repositor: José Luiz Data de fabricação Data de validade Descrição do produto Observação 21/01/2012 22/01/2013 Açúcar cristal 1 ano de validade 05/02/2013 06/08/2013 Leite em pó 6 meses de validade 16 Esta ferramenta ajudará muito no trabalho de controle e identificação de produtos próximos ao vencimento da data de validade; auxiliará também na redução de perdas da empresa, objetivando o aumento de lucro e a margem de venda de cada item exposto, a regulamentação dos processos produtivos dentro do varejo interfere diretamente em seus resultados, reduzindo o tempo do profissional em busca da identificação de cada produto e maximizando o abastecimento. 5.2 ABASTECIMENTO ADEQUADO Quando inicia-se um abastecimento é necessário que se tenha noção de espaçamento de gôndolas ou prateleiras para que caiba maior quantidade de produtos no espaço desejado. Cada altura de prateleira dá um certo valor de visibilidade ao produto na hora da compra pelo consumidor. As prateleiras se dividem em classes: A, B, C, D e E, nas quais os produtos ficam alocados e cada classe possui sua definição, como vê-se na figura 8. Figura 8 – Abastecimento de mercadoria Fonte: http://siberiaprojetos.com.br/produtos/gondolas-para-supermercado/ A= Produtos com visibilidade acima da cabeça. (Produtos mais baratos e de menos interesse para o consumidor); B= Produtos com visibilidade à altura dos olhos. (Produtos com preços mais elevados que visam provocar a compra por impulso); 17 C= Produtos com visibilidade à altura das mãos. (Produto de grande procura); D= Produtos com visibilidade à altura da cintura. (Produtos de compras obrigatórias, geralmente os de menores preços); E= Produtos no chão. (Produtos de grande volume e pesado) Para ajudar a aumentar as vendas por meio da organização correta das prateleiras da loja é bom observar a área de maior visibilidade. A área mais nobre para a organização dos produtos é a parte de prateleira central e superior, pois é a posição na qual está o campo de visão do cliente. Para melhorar o desempenho das vendas deve-se sempre levar em consideração o comportamento dos clientes. Para que o cliente olhe vários produtos na loja, ele provavelmente terá que percorrer alguns corredores, direcionando sempre o olhar para vários produtos das prateleiras. Seguem abaixo algumas dicas referentes à atenção redobrada em procedimentos relacionados à avaliação do volume de vendas das mercadorias, para que o espaço destinado evite rupturas ou superestocagem. Observar o fluxo dos corredores e iniciar a exposição com itens mais lucrativos; Mobiliário x tráfego dos clientes - As gôndolas não podem ser uma "barreira" aos clientes, impedindo sua passagem e desestimulando as compras; Procurar contextualizar com as datas tradicionais do comércio épocas do ano e a sazonalidade de consumo dos produtos; Ex.: Ovos de chocolate X Páscoa, Panetones X Natal, Bacalhau X Semana santa, dentre outros; Quanto menor o produto, mais acima deve ficar; Quanto maior as vendas, mais produto da marca deve ter na gôndola; “Faixa de ouro”: A faixa na altura dos olhos, onde o cliente faz pouco esforço para ver e pegar o produto; tende a vender mais; O ideal é dispor os produtos verticalmente e arranjados de forma sequencial, para oferecer uma solução imediata ao cliente; Colocar os produtos iguais, um acima do outro, sem misturas frente e verso; Produtos para mesma finalidade, de marcas diferentes, devem ser colocados em sequência. Ex.: ketchup, maionese e outros molhos. 18 5.3 LACRAR E IDENTIFICAR SOBRA DE MERCADORIAS PARA ARMAZENAMENTO Após o abastecimento de mercadoria toda sobra de produtos são retornadas ao estoque, lacrada e sinalizada com o referente lote, para que não haja avarias e desperdícios o qual refletiram nos processos administrativos futuros, tais como: inventário, perdas financeiras, prejuízos, etc. Esse método de controle busca facilitar o trajeto de ir e vir do produto para que maximize a qualidade do produto e não deteriore as embalagens; desta forma a mercadoria estará sendo controlada paraque se tenha maior vida útil. Atenção nas embalagens dos produtos. Leia com cuidado as informações escritas sobre os produtos em letras legíveis sobre data de fabricação, prazo de validade, composição, peso, modo de usar, advertências sobre os riscos e outros dados essenciais antes da mercadoria voltar para o estoque. Retire das embalagens produtos enferrujados, amassados, furados, rasgados, violados ou que estejam vazando. Latas assim podem indicar que o alimento está estragado e não pode ficar exposto nem na loja muito menos no estoque. 6. EXECUÇÃO DE CHECK-LIST DE RUPTURAS DE PRODUTOS E PREÇOS 6.1 IDENTIFICAR E DOCUMENTAR FALTAS DE PRODUTOS NAS PRATELEIRAS Uma loja abastecida mostra a realidade de como deve se apresentar ao cliente, pois isso mostra um atendimento visual de que “tudo” você pode encontrar naquele estabelecimento. Assim como os clientes possuem visão crítica, o repositor também tem que ter a sua para que possa identificar falhas e erros, desorganização, produtos fora de leiaute e mercadorias misturadas. Estas características são fundamentais para organizar a loja com um padrão e assim de forma tática e estratégica, documentar todos os erros e acertos que forem encontrados dentro da loja para que sirvam como modelo para alcance de mais qualidade nos serviços e produtos disponíveis. A partir da falta de produtos que não constam na empresa é feito um relatório dos itens, em seguida documentado e encaminhado para o setor responsável, o qual fará os trâmites legais e o pedido dos itens que foram 19 solicitados. Abaixo o quadro como mostra exemplo de check-list de faltas de mercadorias. CHECK LIST DE FALTAS DE MERCADORIAS Item Descrição do produto Quant. sugerida Observação 1 Detergente em pó 1 kg 10 cx 2 Detergente líquido de 200 ml 5 cx Quadro 2 – Check-list de faltas de mercadorias Fonte: Elaborado pelo Autor (2017) 6.2 SUGESTÃO DE PRODUTOS MIXADOS PARA EMPRESA Quando se trata de sortimento de produto a frase “menos é mais“ tem grande significado na rede de varejo, principalmente pelo surgimento constante de novos produtos. É necessário que saiba qual o poder aquisitivo do seu público para que se tenha preço e produto compatíveis com os consumidores, e que tenha giro nas mercadorias; por isso deve haver uma atenção redobrada na hora de selecionar os produtos, pois eles passaram a fazer parte das mercadorias inclusas no mix estratégico de vendas, oferecendo resultado positivo para a loja. Para as pessoas com menos tempo disponível para ir aos supermercados, é necessário que o estabelecimento comercial tenha um mix correto de produtos para fidelizar os clientes. Ex.: Fraldas infantis impulsionam as mães gastarem 2,5 vezes mais que as mulheres sem filhos e consequentemente frequentarem sempre as mesmas lojas que dispõem desses produtos quando elas precisam, portanto vale salientar a importância de sempre haver todos os tamanhos, tipos e fragrâncias disponíveis para venda, mesmo que sejam poucas marcas. É fundamental que o repositor tenha um feedback com o gestor da loja para definir o mix de forma estratégica, avaliando o desempenho de cada produto na categoria para montar um sortimento que atenda às diferentes necessidades do consumidor. 6.3 PROCEDIMENTOS PARA PREÇOS ALTERADOS 20 Os preços de gôndolas são gerados através de um sistema, o qual fica responsável de alterar todos os preços da loja, mas isso cabe ao gestor repassar qualquer tipo de alteração de preço. Esse processo de troca de preços tem que ser antes da abertura da loja, para que os clientes não se atrapalhem com os valores das mercadorias, sendo assim todo procedimento deve ser cumprido de forma antecipada. Caso haja divergência de preço, o repositor assumirá a responsabilidade e assinará um vale correspondendo ao valor da diferença do preço. Por isso que os preços devem ser postos nos produtos de forma correta e visível. O preço vai além da qualidade do produto, é essencial no ato da compra, e algumas estratégias podem ser montadas para atrair a clientela consumidora, como: Precificar produtos com valores terminados em 9 conferem ao cliente uma sensação de vantagem; A compra de produtos em embalagens de conjunto como “leve 5 pague 4” é atrativa; Fixar etiquetas em prateleiras e mercadorias de forma que elas não soltem e fiquem de fácil visualização. Dicas para elaboração de cartaz: Padronização dos cartazes: A letra a ser utilizada, tamanho, cores e até mesmo as abreviações; Elimine erros nos cartazes: Basta pesquisarmos em um computador ou num dicionário de celular, via internet, e visualizaremos a forma correta da escrita de palavras e expressões; O poder dos cartazes temáticos: Criar temas ajuda a engajar melhor o cliente com suas ofertas e isso não só é possível como também é muito fácil para impulsionar a compra de seu cliente num momento especial. Observações: Sempre verifique os preços, se estão em conformidade com o que foi repassado pelo setor comercial; caso você tenha alguma dúvida, não hesite em perguntar ao setor responsável, pois dessa maneira você estará evitando constrangimento de clientes ao passar no caixa. Sempre descrever o nome e marca do produto junto com as especificações completas. 21 7. MONTAGEM DE LEIAUTE 7.1 ADEQUAÇÃO DE PRODUTOS PARA MELHOR VISIBILIDADE DO CONSUMIDOR A loja padrão com o critério de leiaute deve assegurar os procedimentos da empresa visando estabelecer conexões corretas para dar sequência aos processos no qual é assegurada a visibilidade do consumidor, pois o cliente fiel já conhece preço e local de cada produto. O posicionamento de mercado é a ação de projetar o produto e a imagem da organização, com o fim de ocupar uma posição diferenciada na escolha de seu público-alvo. Este posicionamento de produto pode ser obtido a partir da fórmula: Segmentação + Diferenciação = Posicionamento com bom visual para venda. Vejamos como exemplo na figura 9. Figura 9 – Exposição de produto para visibilidade do consumidor Fonte: http://pt.t-racking.com/wp-content/uploads/2014/05/Africa- Supermarket Shelving.jpg 7.2 PROCEDIMENTO DE ORGANIZAÇÃO DE MERCADORIAS NAS PRATELEIRAS As atividades dos cargos de cada profissional, dentro de qualquer organização requerem procedimentos adequados e disciplinados; estes procedimentos ocorrem quando se tem um leiaute padrão para dar sequência na 22 organização. Assim como aparência, uma exposição deve apresentar quantidade, conforme afirma KOTLER. (1998) O varejo caracteriza-se por qualquer organização que venda para consumidores finais, sejam fabricantes, atacadistas ou varejistas. Afetado por um ambiente altamente exigente e dinâmico, o varejo moderno é extremamente competitivo e orientado para a inovação (KOTLER, 1998, p.86). É importante salientar que: As exposições devem estar bem organizadas com o efeito que desobstrua a passagem do cliente. As exposições devem estar limpas e visivelmente atraentes. Os preços devem apresentar-se de forma clara, fixo nos produtos, prateleiras ou pontos de vendas, conforme mostra na figura 10. Figura 10 – Mercadoria organizada na prateleira Fonte: http://www.layout.com.br Ponto agressivo é o lugar onde os produtos são exibidos, ficando à disposição dos clientes dentro do Ponto de Venda. Organização é um dos fatores que mais colaboram com o sucesso das vendas. Saber onde cada item fica e qual a quantidade a qual grupo pertence, se são perecíveis e qual o prazo de validade. Com um raio-x do ambiente, um controle http://foodse.com.br/page/28 23 rigoroso e disciplinado fica fácil registrar as organizações, extravios ou erros na compra. 8. PROCEDIMENTOS PARA A EXECUÇÃO DE TROCA DE PREÇOS 8.1 PROCEDIMENTOS DE SPLASH NASPRATELEIRAS Splash é uma ferramenta essencial nos pontos de vendas, composto por cartazes para sinalização de preço, indicando ofertas e promoções. O produto bem especificado chama mais a atenção do cliente, pois traz um impacto de preço baixo. O objetivo desse modelo de divulgação é vender mais produtos conforme mostra na figura 11. Figura 11 – Modelo de Splash Fonte: www.mistercartaz.blogspot.com 8.2 CONFERÊNCIA DE PREÇO SISTEMÁTICO COM FÍSICO Hoje em dia a tecnologia vem globalizando o mercado de varejo e atacado cada vez mais no intuito de modernizar o padrão da atualidade, trazendo consigo inovações que reduzam o tempo de troca de preço de etiqueta, através de um novo método que algumas empresas já trabalham. Algumas lojas já possuem um sistema digital que fornece a mudança de preço por sistema, pode ser alterado manual ou pelo próprio sistema interno da empresa. Em algumas empresas por meio mais tradicional, os preços ainda continuam com etiquetas de papel. O mais importante é que o produto venha ser precificado de forma clara e objetiva, vale ressaltar que todos os preços que estão expostos nas mercadorias http://mistercartaz.blogspot.com/ 24 devem ser consultados no caixa, de preferência os produtos que estão em ofertas para que não haja constrangimento e divergência com os preços. 8.3 IDENTIFICAÇÃO E SOLUÇÃO DAS DIVERGÊNCIAS DE PREÇOS Às vezes o consumidor é surpreendido por preços errados nas prateleiras ou pelo fato do preço está errado na prateleira ou no ponto de venda, esse tipo de caso algumas vezes acontece, não só pelo fato de preço mais também por esta fora da gôndola, misturados ou muito juntos, isso faz com que os clientes confundam-se na hora do pagamento. E muita das vezes esses erros operacionais podem ocasionar desconto no pagamento do repositor ou futuro processo para empresa. Quando se identifica um erro de preço, a solução e corrigi-lo imediatamente, pois a empresa tem a obrigação de zelar pelo comprometimento, seriedade com os clientes. Se houver algum lapso referente ao produto ou identificado com preço errado no caixa, a solução a ser dada ao cliente é a diferença de preço. Essas diferenças quando ocorrem, as operadoras de caixas resolvem esse tipo de situação, atenção maior do repositor referente a esse lapso é tomar cuidado na hora de colocar as etiquetas de preços e prestar muita atenção se a etiqueta está abaixo do produto, contendo as descrições e o código de barra. 9. APLICAÇÃO DE CONTROLE DE VALIDADE DOS PRODUTOS 9.1 APLICAÇÃO DE PEPS (PRIMEIRO QUE ENTRA E PRIMEIRO QUE SAI) E UEPS (ÚLTIMO QUE ENTRA E PRIMEIRO QUE SAI) NAS MERCADORIAS O critério PEPS, também conhecido em sua nomenclatura em inglês FIFO (first-in, first-out), dá destaque nas ordens cronológicas das entradas dos produtos no estoque. Dessa forma à medida que as vendas ocorrem, as baixas que são minutadas na gestão de estoque são feitas de modo a dar vazão as primeiras unidade adquiridas, ou seja, os produtos que chegaram primeiro a serem despachados para alguma eventual produção de uma mercadoria beneficiada ou para a efetividade das vendas. Assim, a circulação dos itens acontece de maneira contínua e ordenada, os artigos utilizados logicamente retirados do estoque e o resultado alcançado, com isso, reflete com precisão o custo real dos produtos que vão saindo do estoque. 25 Esse método enfatiza a importância da ordem cronológica na qual os produtos entram e saem do depósito. Este método, como o nome sugere, prioriza o despacho dos produtos que primeiro chegaram ao armazém. Trata-se de um método essencial para as empresas que trabalham com produtos perecíveis, pois, desta forma, há um controle maior do fluxo das mercadorias, evitando que elas estraguem no depósito. O método UEPS, que também é reconhecido pelo nome estrangeiro LIFO (last-in, first-out), segue um raciocínio invertido, se comparado ao PEPS: o custo de estoque leva em conta as unidades mais recentemente adicionadas no controle de entrada de modo como se fossem os primeiros itens vendidos ou produzido mais recentemente. Assim, não se trabalha imediatamente com o custo de reposição das mercadorias utilizadas. As mercadorias que entram por último são aquelas que saem dos estoques primeiro. Isso não é vantajoso em estoques que possuem giro muito longo, pois os produtos que entraram primeiro terão a tendência de se deteriorar ou no mínimo, perderem a data de validade, não podendo ser comercializados e gerando perdas para a empresa. Essa metodologia UEPS se justifica em estoques que giram muito rapidamente, em períodos de no máximo um mês, ou alguns meses, pois não oferecem o risco de perda. Assim sendo, quando os produtos chegam ao estoque já são direcionados para os seus locais de armazenagem, que podem ser prateleiras, por exemplo, e ficam expostos “na frente” dos produtos que já estavam na prateleira. E são esses produtos que serão consumidos primeiro, ficando os anteriores para depois até que se acaba todo o estoque. 9.2 PREENCHIMENTO DE DOCUMENTO DOS PRODUTOS PRÓXIMO AO VENCIMENTO Todo produto possui vida útil, desde sua data de fabricação até a sua data de validade, esse composto fica visível e fácil de controlar a validade do mesmo. Assim como aplicamos o sistema PEPS operacional devemos aplicá-lo de forma documental para que sirva de respaldo e facilite o trabalho de controle de validade. 26 Esse método reduzirá índice de produtos vencidos encontrado nas prateleiras e estoque. Segue abaixo como exemplo o quadro 4 de controle de produtos próximo ao vencimento. CONTROLE DE PRODUTOS PRÓXIMO AO VENCIMENTO Data da inspeção Descrição do produto Fornecedor Data de validade Quantos dias a vencer 23/06/2015 Bolacha recheada 3 Rios 30/06/2015 7 dias Quadro 4 – Controle de pesquisa de preço Fonte: Elaborado pelo autor (2017) 9.3 PROCEDIMENTO ADEQUADO PARA OS PRODUTOS VENCIDOS Cada mercadoria possui um tipo de validade seja ela de longo ou curto prazo, os produtos não podem ficar vencidos na área de venda, muito menos expostos, após 3 dias antes de vencer o produto deve ser recolhido e sinalizado em um local fechado para que ninguém tenha acesso, somente a pessoa responsável. Esses produtos são documentados pelo setor administrativo da empresa o qual são responsáveis de fazer total triagem e procedimentos de acordo com os fornecedores responsáveis. 10. REALIZAÇÃO ESTRATÉGICA DE MERCHANDISING 10.1 VALORIZAÇÃO DA MARCA DO PRODUTO Uma marca e um produto ou serviço ao qual foi dada uma identidade, um nome e um valor adicional de uma imagem de marca. A imagem é desenvolvida pela propaganda, ou em todas as outras comunicações associadas ao produto. Incluindo a embalagem. De acordo com Kotler (1986), uma marca pode ser definida como um nome, termo, sinal, símbolo, ou desenho, ou, ainda, uma combinação deles e, se pretende que um vendedor, ou grupo de vendedores, identifique bens e serviços para diferenciá-los de seus competidores, são grandes os benefícios resultantes da construção 1 Disponível em 21 de uma marca organizacional, já que as marcas acabam por desmembrarem dos produtos que lhe deram origem passando a significar algo muito além deles próprios. 27 A marca é o maior item do patrimônio da empresa, é um ativo intangível cujo valor ainda causa discórdia na hora de ser contabilizado. É muito comum a marca valer mais que o produto e até a empresa, pois a ela é dada um papel de representar uma identidade comercial e de significação que constrói a imagem da empresa junto ao mercado e a mente dos compradores, a marca atua como elementos que potencialmente agregam valores as coisas. São ferramentas poderosas e frequentemente podem agir em favor de uma empresa. A marca é fundamental para estabelecer laços entre consumidore empresas, ela transmite eficazmente um conjunto de informações, e isso consequentemente gera uma preferência consciente ou não por seu produto ou serviço. Quando o consumidor gera opção entre produto e serviço ele quer dizer que está satisfeito, é por esta marca que o cliente é capaz de pagar mais caro ou dar a preferência em um negócio. Não existe uma grande empresa sem uma grande marca, por isso se ganha mais dinheiro quando existe uma marca forte. Toda marca precisa de identidade verbal e visual. É assim que ela ganha legitimidade no discurso escrito, falado ou em imagem para ser aplicada nos materiais da empresa. 10.2 ATRAÇÃO DA MERCADORIA AOS OLHOS DO CONSUMIDOR Qualquer técnica, ação ou material promocional usado no ponto de venda que proporcione informação e melhor visibilidade nos produtos, marcas ou serviços, com o propósito de motivar e influenciar as decisões de compra dos consumidores. As marcas se expressam e se mostram de diversas maneiras com o objetivo de aplicar seus efeitos e sentidos ao produto a fim de impactar o consumidor. No caso da criação da organização dos produtos, os elementos de expressividade da marca são: as cores de fundo da embalagem, a tipologia empregada no nome do produto, formas, materiais, grafismos, ilustrações, fotos, texturas e os movimentos que o conjunto visual transmite para o consumidor. Esses elementos são levados até o produto exposto na prateleira com a intenção de adentrar os sentidos e causar sensações agradáveis e efetivas que levam a uma decisão de consumo. Veja como mostra o exemplo na figura 12. 28 Figura 12 – Organização de mercadoria em ponto estratégica Fonte: Adaptada pelo Autor (2017) TRADE MARKETING Trade marketing é uma área específica do marketing relacionada com o aumento da procura por parte do atacadista, varejista ou distribuidor e que pode trazer vários benefícios para esses elementos. Apesar do trade marketing não estar focado diretamente ao consumidor final, este fator nunca deve ser esquecido, porque o consumidor identifica e atribui valor a um determinado produto. Varejo Trade Marketing é uma parte importante na estratégia de marketing das empresas que planejam aumentar as vendas e a diferenciação dos seus produtos nos pontos de venda dentro da própria empresa. Segundo PRINGLE e THOMPSON (2000:49), as boas marcas trazem um comprometimento e uma recompensa para o consumidor, pois este está sempre esperando um algo a mais quando se compra um produto ou serviço de marca. Veja na figura 13, demonstrativos percentuais do que cada item representa. EX: cliente entra e começa a comprar os produtos: 55% não planejada, 6% troca de marca, 15% geralmente planejada, 24% especificamente planejada. https://www.significados.com.br/marketing/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Marketing 29 Figura 13 – Demonstrativo de percentual trade marketing Fonte: Adaptado pelo Autor (2017) MARKETING SENSORIAL Essa ferramenta consiste basicamente em estimular os sentidos das vendas aumentando significativamente os lucros. Pois age diretamente na emoção do cliente, além de apresentar resultados positivos na percepção do consumidor quanto à identidade de marca e posicionamento de mercado. Acostumado a ser estimulada apenas pelo visual, quando surpreendido positivamente através de estímulo vindo de outro sentido como visão, audição, olfato, tato, paladar, são elementos que torna uma venda forte diferenciada por conta dos sentidos, conforme demonstrado na figura 14. Ex: 83% visão, 11% audição, 2% olfato, 2% tato, 1%paladar, muitas empresas estimulam seus clientes por meio desses produtos é o caso da degustação. Figura 14 – Demonstrativo do Marketing sensorial Fonte: http://www.forebrain.com.br/noticias/a-neurociencia-e-o-marketing- sensorial-2/ 30 10.3 EXPOSIÇÃO AGRESSIVA DA MARCA NOS PONTOS ESTRATÉGICOS O cross-merchandising é uma técnica de associação de mercadorias e usos em pontos extras. Quando vemos em corredores de supermercados display com alças plásticas (strip) cheio de pacotinhos de café solúvel pendurados nas colunas das gôndolas, isso ajudará numa venda, a qual iguala um produto a outro. Como é lembrado em KOTLER (2000:426) “Uma marca é um nome, termo, símbolo, desenho – ou uma combinação desses elementos – que deve identificar os bens ou serviços de uma empresa ou grupo de empresas e diferenciá-los dos da concorrência”. Observando a figura 15, vejamos um exemplo de Cross-merchandising, que contribui no diferencial das vendas dos produtos da loja. Figura 15 - Cross-merchandising Fonte: www.implantandomarketing.com O cross deve ser abastecido constantemente, para esse composto de venda que não pode ficar vazio, entre tanto que uma vez vazia se perde 10% da venda do dia, então muita atenção nessa ferramenta. VITRINE As vitrines são armas poderosas no varejo e precisam de um cuidado todo especial, além de portarem produtos refrigerados, ela tem potencial de aumentar uma margem positiva de lucro sobre os produtos perecíveis. 31 Em vez de mostrar tudo o que a loja oferece na mesma vitrine, planeje para que a cada nova composição, outros produtos apareçam. Lembre-se: ninguém olha duas vezes para a mesma coisa a visão do cliente está sempre à procura de promoções. Estudo de Hsieh (2002). A metodologia de cálculo do BEI (Brand Equity Index), que resume e mensura o valor da marca numericamente, permite comparações diretas de atratividade das marcas em um mercado, sendo uma inovação na difícil tarefa de gestão de marcas. A poluição visual atrapalha a visualização dos produtos e preços tais como: adesivos em excesso, caixas desnecessárias, panfletos nas vitrines e etc. Dicas de marketing para vitrines: Transpareça a cultura e os valores de sua empresa Estabeleça uma estratégia Mude sua vitrine constantemente Calcule a efetividade de sua vitrine 32 REFERÊNCIAS BARICH, Howard. KOTLER, Philip. A framework for marketing image management.Sloan Management Review, Winter, p 97-104.1991. HSIEH, Ming. H. Identifying Brand Image Dimensionality and Measuring the Degree of Brand Globalization: A Cross- National Study. Journal of International Marketing, nº2, v. 10, p. 46-87. 2002. KOTLER, Philip. Administração de marketing.São Paulo: Pearson Brasil, 2002. MARTINS, José Roberto, BLECHER. Nelson. Quanto vale a Coca? E a Nike? E A..? Exame. 20. mai.1998, p.56-58 . PRINGLE, Hamish, THOMPSON, Marjorie. Marketing Social.Tradução Maria Lúcia G. Rosa. São Paulo: Makron, 2000.