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AVALIAÇÃO E EDUCAÇÃO INFANTIL - UM OLHAR SENSÍVEL E REFLEXIVO SOBRE A CRIANÇA

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AVALIAÇÃO E EDUCAÇÃO INFANTIL
Um olhar sensível e reflexivo sobre a criança
(Jussara Hoffmann)
O QUE É AVALIAR?
- Avaliar é essencialmente questionar. É observar e promover experiências educativas que signifiquem provocações intelectuais significativas
no sentido do desenvolvimento do aluno. Dessa forma, as tarefas e testes mudam radicalmente de lugar e de importância no contexto
escolar. Enquanto na avaliação classificatória esses instrumentos ocupam o lugar de verificar, comprovar o alcance de um objetivo ao final
de um estudo, de um determinado tempo, na visão mediadora, ao contrário, elas assumem o caráter permanente de mobilização, de
provocação.
- Observação, reflexão e mediação
- Observação: o educador a estende o olhar mais profundo para outros alunos, para todos os alunos. Mais do que reunir dados ou fatos
que expliquem o seu desempenho atual, trata-se de uma reconstrução permanente de hipóteses à medida que o professor interage
com o aluno e efetiva sua mediação numa cadeia de ações flexíveis e de complexidade crescente. Prática para se aprender a observar,
registrar, reunir dados, analisar tarefas, escutar os alunos lendo, acompanhando brincadeiras, conversando com as famílias, ouvindo
outros professores.
- Reflexão: a avaliação em educação infantil precisa resgatar urgentemente o sentido essencial de acompanhamento do
desenvolvimento e de reflexão permanente sobre as crianças em seu cotidiano, como elo na continuidade da ação pedagógica.
- Mediação: envolvimento do professor com os alunos e no seu comprometimento com o progresso deles em termos de aprendizagens.
3 princípios essenciais orientam a prática mediadora: a) princípio dialógico/interpretativo da avaliação; b) princípio da reflexão
prospectiva; c) princípio da reflexão-na-ação.
AVALIAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL
- Um olhar sensível e reflexivo sobre a criança
- Formalização excessiva:
- Controle sobre a ação do professor e sobre o comportamento infantil
- Base: prática de elaboração de fichas comportamentais classificatórias
- Avaliar: registrar as atitudes que a criança apresentou, ao final de um período, aplicar testes, avaliação descontextualizada em
termos de dinâmica do cotidiano das crianças, boletins.
- Nas últimas décadas acreditou-se que a avaliação deveria transformar-se num processo objetivo, a partir da definição de critérios
definidos, claros e observáveis sobre o desempenho do aluno. Esse pressuposto resultou em padrões uniformes de avalição, em
definição de critérios mensuráveis, e numa arbitrariedade muito maior do processo porque sugeriram ao educador que o juízo
estabelecido sobre o aluno era absolutamente imparcial.
- O olhar sensível e reflexivo: o que se diz sobre as crianças, as verdades que são enunciadas, precisam ser sempre repensadas,
transformando-se em hipóteses a serem permanentemente investigadas por meio da observação e diálogo com as crianças, o que exige
estudo e reflexão teórica. (O conhecimento de uma criança é construído lentamente, pela sua própria ação e por suas próprias ideias que se
desenvolvem numa direção: para maior coerência, maior riqueza e maior precisão).
AVALIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO INFANTIL
- Piaget: a criança constrói conhecimento na sua interação com o objeto, entendido como o seu próprio corpo, as pessoas, os animais, a
natureza, os fenômenos do mundo físico em geral. Ao nascer cada criança apresenta processo internos que lhe possibilitam a aprendizagem,
mas que resultam em desenvolvimento a partir, essencialmente, da sua experiência sobre o meio e das condições que o meio lhe oferecer
para isso.
- Vygotsky: a ação da criança é essencial para o seu desenvolvimento. Ela atribui significados aos objetos, não a partir de sua herança genética
ou a partir dos estímulos do meio ambiente, mas pela interação com os elementos de sua cultura e do seu meio social. O curso do seu
desenvolvimento cognitivo é influenciado pelo meio sociocultural da criança, e as referências semânticas apresentadas pelas palavras e
conceitos vigentes no grupo social determinam o conteúdo e a forma, tanto das estruturas linguísticas quanto das estruturas do seu
pensamento.
- Professor: necessidade de abandonar listagens de comportamentos uniformes, padronizados, e buscar estratégias de acompanhamento da
história que cada criança vai construindo ao longo de sua descoberta do mundo. (Problema: utilização de fichas padronizadas).
- Avaliar para julgar ou para desafiar?
- O espaço pedagógico que respeita e valoriza a criança no seu próprio tempo é, antes de mais nada, um ambiente espontâneo, seguro
e desafiador.
- O que as crianças querem aprender e o que precisam aprender?
- Convencionalmente, o planejamento na educação infantil organiza-se em unidades temáticas o que reproduz, de certa forma, a
organização disciplinar do ensino fundamental.
- Projetos pedagógicos e avaliação mediadora
- Nesse tipo de atividade que mobiliza todas as crianças, e em que cada uma é mobilizada como totalidade, não é apenas o seu aspecto
cognitivo que está envolvido – são a sua emoção, o eu sentimento e o seu prazer, são as duas intuições que se materializam na
realização do projeto. O tempo todo, a criação, o individual e o coletivo estão presentes, pois falar em criação coletiva não significa
anular o ser único que é cada criança.
- Realização do projeto: importante que se dê a articulação entre o conhecimento científico e a realidade espontânea da criança,
promovendo a cooperação e a interdisciplinaridade num contexto de jogo, trabalho e lazer.
- É necessário além do olhar observador do professor, a compreensão de que uma única e pontual forma de avaliar, não abrange
as diferentes construções de aprendizagem vivenciadas por cada criança de uma sala de aula. A concepção de avaliação que se
dá a partir da observação das crianças considerando seus interesses e da reflexão sobre a prática é denominada “avaliação
mediadora”.
- Pareceres descritivos ou relatórios de avaliação?
- Pareceres descritivos – equívocos na elaboração desses documentos:
- Muitos pareceres reduzem-se a apontar aspectos atitudinais das crianças, com julgamentos de valor sobre o seu
desenvolvimento em termos socioafetivos e cognitivos. São breves e superficiais.
- Pareceres elaborados sobre crianças de uma mesma turma tendem a referir-se sobre elas a respeito dos mesmos aspectos, numa
mesma sequência e ainda comparando atitudes evidenciadas.
- Alguns pareceres parecem apenas reproduzir, por extenso, fichas de comportamento, apresentando um rol de aspectos
apontados sobre a criança, sem clareza teórica ou significado pedagógico.
- Roteiros elaborados por diretores ou supervisores uniformizam o relato dos professores e centram-se muito mais na rotina do
professor do que na observação do desenvolvimento da criança.
- Os pareceres parecem atender muito mais ao interesse da família, no sentido de poder controlar o trabalho desenvolvido com os
seus filhos, do que ser um instrumento de reflexão sobre o desenvolvimento da criança e com significado pedagógico para o
professor ou a instituição.
- IMPORTANTE: A questão principal referente aos estudos atuais sobre o desenvolvimento infantil é o respeito pelas diferentes formas
de ser de cada criança, decorrentes de suas experiências próprias de mundo, ritmos de maturação, contextos sociais e culturais
diferenciados. Processos avaliativos embasados na comparação, a partir de padrões considerados normais, perseguem a uniformidade
de comportamento das crianças, negando a heterogeneidade normal dos indivíduos, concebendo-a como negativa e inesperada.
- Relatórios: revelam a clareza, a concretude no relato do desenvolvimento das crianças e a análise reflexiva, pelos professores, sobre os
diferentes momentos vividos pelas crianças. (A escola mostra que valoriza seus alunos no ser individual, sabe que cada um possui o
seu tempo e a sua hora de aprender, assimilar, crescer, sem ocorrer rotulações do que é certo ou errado. Provocam o olhar reflexivo do
professor sobre os desejos, interesses, conquistas,possibilidades e limites das crianças.
- Práticas de elaboração de relatórios de avaliação numa perspectiva mediadora:
- Os objetivos norteadores da análise do desenvolvimento da criança transparecem nos relatórios?
- Evidencia-se a inter-relação entre objetivos (socioafetivos e cognitivos) a serem alcançados, áreas temáticas trabalhadas e realização
de atividades pela criança?
- Percebe-se o caráter mediador do processo avaliativo?
- Privilegia-se, ao longo do relatório, o caráter evolutivo do processo de desenvolvimento da criança?
- Percebe-se o caráter individualizado no acompanhamento da criança?
- Procedimentos didáticos:
- Hoffmann define a avaliação como “um conjunto de procedimentos didáticos que se estendem por um longo tempo e em vários
espaços escolares”, realizando assim um processo de acompanhamento do desenvolvimento da criança, podendo utilizar-se de
instrumentos como: pareceres descritivos, fichas de avaliação, portfólio, relatórios, dossiês ou qualquer outra forma de registros ou
anotações.
- Relatórios Avaliativos Individuais: instrumento socializador de conquistas históricas, favorecendo o surgimento de outros olhares
reflexivos sobre a história da criança, tornando-a singular para muitas outras pessoas, e, ao mesmo tempo, contextualizando o seu
processo evolutivo e natural de desenvolvimento.
- Dossiê/Portfólio: dá relevância e visibilidade ao processo formativo de aquisição, treino e desenvolvimento de competências. Seu
caráter compreensivo, de registro longitudinal, permite detectar dificuldades e agir em tempo hábil, ajudando o aluno a melhorar.
Possibilita, ainda, a compreensão tanto da complexidade como das dinâmicas de crescimento do saber pessoal, proporcionando ao
professor a ressignificação contínua de sua prática.
- Fichas de Avaliação: apresentam-se como prática típica de avaliação infantil que se dá a partir do preenchimento dos instrumentos de
avaliação, ao final de algum período (semestre, bimestre, trimestre), com anotações de aspectos e características uniformes sobre crianças
em idades diferentes, frequentemente com termos vagos e imprecisos que enfatizam somente as atividades e áreas do desenvolvimento
das crianças que, muitas vezes, ainda não foram instigadas pelo professor.
EXERCÍCIOS
1) (FDC – 2014) A avaliação na educação infantil caracteriza-se por
a) conceitos classificando as crianças por níveis
b) observação em processo contínuo e cumulativo
c) comportamentos adversos ao convívio social
d) acompanhamento do desenvolvimento sem objetivo de promoção
2) (FUNCAB – 2012) Na Educação Infantil, a avaliação far-se-á mediante:
a) acompanhamento superficial
b) desenvolvimento cognitivo comprovado
c) provas mediante notas
d) acompanhamento e registro do desenvolvimento da criança
e) desenvolvimento mental comprovado
3) (FAFIPA – 2014) Sobre a avaliação na Educação Infantil, podemos afirmar que ela
a) deve ser baseada em julgamentos.
b) avalia-se para quantificar o que foi aprendido.
c) faz parte do processo de aprendizagem e é essencial conhecer cada criança
d) considera o “erro" como parte do resultado final
4) (IPAD – 2010) A avaliação numa perspectiva mediadora, conforme entende Jussara Hoffmann (2004), tem a finalidade de:
a) Estabelecer a classificação entre os alunos capazes e incapazes, comparar diferenças, definir padrões homogêneos de sucesso e fracasso
b) Acompanhar e favorecer a progressão contínua do aluno, através das etapas de mobilização, experiência educativa e expressão do
conhecimento
c) Possibilitar a tomada de decisões de classificação com relação ao aluno, e decisões referentes à promoção e certificação pelo sistema
educacional
d) Manter o controle de cada passo do processo de aprendizagem dos alunos, para classificá-los
e) Favorecer o exercício da função burocrática, com base em regras neutras, objetivas e supostamente justas.
5) Pode-se dizer que o portfólio é
a) um instrumento de avaliação que permite a quantificação dos erros e acertos dos estudantes, sendo de grande valia para a atribuição das
notas finais
b) uma ferramenta de trabalho para o professor que pode utilizá-lo como um dossiê para comprovar as notas finais que cada estudante tirará
c) eficiente na obtenção de dados acerca das aprendizagens dos estudantes, constituindo-se num conjunto despretensioso de tarefas
realizadas ao longo do ano
d) usualmente utilizado nas salas de aula, propiciando trocas e feedbacks constantes entre professores e alunos, posto que cada um elabora o
seu
e) um dossiê da trajetória do estudante, constituindo-se em um instrumento de registro que propicia a memória dos processos de ensino e de
aprendizagem
6) ( FADESP – 2018) O instrumento de avaliação que consiste na “organização de uma coletânea de registros sobre aprendizagens do aluno que
favoreçam ao professor, aos próprios alunos e às famílias uma visão evolutiva do processo” (HOFFMANN,J. Avaliar para promover: as setas do
caminho. Porto alegre: Mediação, 2002, p.201) denomina-se
a) Relatório
b) Anedotário
c) Registro de observação
d) Mapa conceitual
e) Portfólio
7) Assinale a alternativa incorreta. O processo de avaliação na Educação Infantil, não tem como objetivo a promoção ou a classificação dos
alunos. Na Educação Infantil o acompanhamento do desenvolvimento da criança, deve garantir:
a) Documentação específica que permita às famílias conhecer o trabalho da instituição junto às crianças e os processos de desenvolvimento e
aprendizagem da criança na Educação Infantil
b) Utilização de múltiplos registros dos trabalhos realizados pelas crianças como, relatórios e fotografias dentre outros
c) A não retenção das crianças na Educação Infantil.
d) Apenas o trabalho com materiais lúdicos, excluindo os desenhos e a leitura.

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