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Teoria da Empresa e Empresário

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30/07/12 Marcelo Camara
1/6www.marcelocamara.adv.br/veraula.php?id=12
Fundamentos de Direito Empresarial - Unidade 2 – Teoria da Empresa e Conceito de
Empresário:
Unidade 2 – TEORIA DA EMPRESA E CONCEITO DE EMPRESÁRIO:
Ao f inal da aula seremos capaz de identif icar a ampliação do antigo conceito de comerciante para a nova designação de empresário
diante do implemento da Teoria da Empresa.
1- INTRODUÇÃO:
Nesta aula, você conhecerá a Teoria da Empresa: 
Evolução Conceito de Empresário X Comerciante.
Estudará, também, as atividades excluídas do contexto empresarial e os pressupostos para a atividade regular de empresário,
identif icando suas obrigações.
2- DESENVOLVIMENTO:
Você conhece o signif icado da palavra Empresário para o Direito Empresarial?
Segundo a Teoria da Empresa, é considerado empresário (art. 966 do CC) quem exerce profissionalmente atividade econômica
organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
Lei n° 10.406, de 10 de janeiro de 2002 
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a
circulação de bens ou de serviços.
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científ ica, literária ou artística, ainda
com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.
O empresário pode ser pessoa natural (empresário individual) ou jurídica (sociedade empresária). Veja os requisitos para a
atividade empresarial:
Profissionalismo - O empresário deve exercer sua atividade de forma habitual e não esporádica;
Exercício da Atividade- O empresário exerce uma atividade, que é a própria empresa;
Economia- A busca do lucro na exploração da empresa;
Organização - Segundo Fábio Ulhoa Coelho, os fatores presentes na empresa são: o capital, a mão-de-obra, os insumos e a
tecnologia;
Produção - A fabricação de mercadorias ou a prestação de serviços;
Circulação - A intermediação de mercadorias ou de serviços.
Agora que você já sabe o que representa o empresário, vamos conhecer um pouco mais sobre os temas do Direito Empresarial?
A pessoa natural que opta em abrir o seu próprio negócio individualmente, sem a constituição de sociedade com amigos ou
conhecidos, é chamado de empresário individual.
Até o advento do novo Código Civil, sob a orientação da teoria dos atos de comércio, seu conceito técnico-jurídico era de
comerciante.
As leis e normas aplicáveis à pratica mercantil eram exclusivas de quem realizava atos de intermediação das mercadorias com
habitualidade, f inalidade de lucro e em nome próprio, f icando ausentes do conceito as atividades oriundas da cadeia de produção,
bem como as de prestação de serviço.
Hoje, independentemente do negócio ser relacionado à produção, circulação de bens ou serviços, o que importa é que a atividade
30/07/12 Marcelo Camara
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Hoje, independentemente do negócio ser relacionado à produção, circulação de bens ou serviços, o que importa é que a atividade
fim tenha se concretizado por meio de uma atividade economicamente organizada.
Mas o que signif ica uma atividade economicamente organizada?
As ciências econômicas classif icam a atividade economicamente organizada como empresa.
É realizada sob o comando do seu dono, agregando valores de produção para a realização da atividade f inal.
A pintura de uma casa realizada por um pintor de residências, certamente f icará inacabada se o profissional vier a adoecer. Isso
porque o trabalho do autônomo necessita exclusivamente dele para que a obra seja concluída. 
Uma empresa de obras residenciais, o afastamento de um do seu titular (empresário individual) por conta de uma enfermidade, não
inviabiliza que os empregados, os tratores, os maquinários dêem continuidade a obra. Nessa segunda hipótese, a estrutura
empresarial está economicamente organizada com outros fatores de produção que se alinham à atividade da empresa, a ponto da
ausência do seu titular não impedir a conclusão da obra.
Algumas atividades permaneceram excluídas da nova conceituação de Empresário.
“Art. 966 do Código Civil (...) Parágrafo único.
Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científ ica, literária ou artística, ainda com o concurso
de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.”
Você sabe como é regulado o exercício da atividade empresarial?
Os pressupostos para regular o exercício da atividade empresarial estão estabelecidos no Artigo 972 do CC.
Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente
impedidos.
3- ATIVIDADES EXCLUÍDAS DA ATIVIDADE EMPRESARIAL 
Pela leitura do parágrafo único do artigo 966CC, conclui-se que as atividades intelectuais, as de natureza cientif ica, artística e
literária quando prestada com teor de pessoalidade pelo seu titular, serão atividades disciplinadas pelas normas do direito civil. 
Quando, porém, imperar a impessoalidade, entenda: o afastamento do profissional para a realização da atividade f im, que se
concretiza por meio de empregados, maquinários, frotas etc. teremos as então atividades intelectuais, científ icas, artísticas,
literárias como sendo também enquadradas em práticas empresariais. 
4- PRESSUPOSTOS PARA O REGULAR EXERCÍCIO DA ATIVIDADE EMPRESARIAL:
 
O artigo 972 do Código Civil estabelece dois pressupostos de regularidade da atividade empresarial: 
1) o pleno gozo da capacidade civil e 
2) nenhum impedimento legal. 
4.1- A capacidade civil:
É um instituto do Direito Civil que estabelece a condição legal para a pessoa exerce atividade da vida civil e empresarial de forma
autônoma. 
O critério adotado pelo sistema jurídico brasileiro para conferir a capacidade civil plena às pessoas naturais foi o parâmetro
biológico, com isso todos nós nos tornarmos capazes civilmente para comprar uma casa ou vender um automóvel, sem a
assistência dos pais, a partir dos 18 anos. É bem verdade que a regra apresente exceções, concentradas naqueles que não
obstante a maioridade não possui discernimento para os atos do dia-a-dia, como, por exemplo, aqueles que são interditados pelos
familiares. 
Outra questão f ica por conta de algumas pessoas que, pelo instrumento da emancipação, se tornam capazes antes dos 18 anos.
Nesses casos, a lei civil exige que elas tenham no mínimo 16 anos completos. As situações que levam à emancipação estão
previamente enumeradas pelo legislador no Código Civil no artigo 5º parágrafo único e, dentre outras hipóteses, temos a concessão
pelos pais, tutor ou juiz; o casamento e exercer atividade empresarial com economia própria. 
maiores de 18 anos, no gozo de seus direitos civis; 
maiores de 16 e menores de 18 anos, desde que emancipados 
Um menor de idade pode ser um empresário? Em princípio, por não ter adquirido a capacidade civil plena, o menor não poderá
exercer regularmente a atividade de empresário individual, exceto duas exceções.
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A empresa como objeto de herança para o menor.
Na emancipação, o menor com 16 anos completos pode adquirir a capacidade civil plena nas hipóteses previstas na Lei Civil.
4.2) Impedimento Legal:
Existe algum impedimento nas sociedades entre marido e mulher? Há um impedimento chamado relativo. Pela Lei Civil, no seu artigo
977CC, ele determina que marido e mulher podem contratar sociedade entre si, desde que o regime de casamento não seja o da
comunhão total ou da separação de bens obrigatória.
Lei n° 10.406, de 10 de janeiro de 2002 
Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não tenham casado no regime da
comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória.
Na separação de bens obrigatória, signif ica que não foi escolha do casal a opção do regime de separaçãode bens e sim uma
imposição da lei. Existem várias situações em que a lei civil determina que o regime de bens do casal deva ser o da separação, com
ocorre no caso da idade de um dos cônjuges ser superior da de 60 anos – Artigo 1.641do Código Civil. 
Lei n° 10.406, de 10 de janeiro de 2002 
Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento:
(...)
II - da pessoa maior de sessenta anos;
IMPORTANTE – O impedimento legal do artigo 977CC para os casais casados sob o regime de comunhão total (ou universal) e de
separação de bens obrigatória produzirá efeito ex nunc. Signif ica dizer que o impedimento somente será aplicado às sociedades
marido e mulher após a vigência do Código Civil em diante. Em outras palavras, as sociedades entre marido e mulher constituídas
antes de 2003 (data da vigência do Código Civil) não apresentam nenhum impedimento legal, independentemente do regime de bens
adotado pelo casal.
Veja agora os tipos de sociedade formados e regidos pela Lei Civil.
Sociedade entre Cônjuges sob o regime de comunhão parcial de bens;
Sociedade entre pessoas com união estável;
Sociedade entre homoafetivos.
Outro tipo de sociedade é o casamento entre sócios, já que o impedimento legal estabelecido no Artigo 977CC não se estende para
aqueles que já constituíram a sociedade e são designados sócios.
5- SOCIEDADE ENTRE CONJUGES SOB O REGIME DE COMUNHÃO PACIAL DE BENS:
Na prática, pode-se perceber que a sociedade constituída por marido e mulher que segue o regime tradicional da cultura brasileira
não foi atingida pelo impedimento da constituição societária. 
Em outras palavras, pode-se afirmar que o regime de comunhão parcial de bens (comunicação entre os cônjuges de bens
adquiridos na constância do casamento) não impede a sociedade entre marido e mulher. 
5.1- SOCIEDADE ENTRE PESSOAS COM UNIÃO ESTÁVEL: 
Aqueles que não são casados, mas convivem numa união estável são equiparados nos direitos decorrentes da convivência ao
regime de comunhão parcial. Para eles, também não há que se falar em impedimento estabelecido pela Lei Civil. 
5.2- SOCIEDADE ENTRE HOMOAFETIVOS: 
Dentro do contexto da convivência entre homoafetivos, da mesma forma não há que se falar em impedimento, uma vez que a lei faz
referência aos casais sob o regime de comunhão total ou separação obrigatória de bens, mas fundado nos dois casos na
diversidade de sexos (homem e mulher), caso contrário as sociedades constituídas entres duas mulheres ou entre dois homens,
não apresentam nenhum impedimentos, pois os agentes que integram a sociedade são classif icados como sócios daquele
empreendimento. 
6- O CASAMENTO ENTRE SÓCIOS:
 
O impedimento legal estabelecido no artigo 977CC entre casais cujo regime seja o da comunhão universal ou o da separação
obrigatória não se estende para aqueles que já constituíram a sociedade e, portanto, são designados de “sócios”. 
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obrigatória não se estende para aqueles que já constituíram a sociedade e, portanto, são designados de “sócios”. 
Estes, pretendendo contrair matrimônio entre si no decorrer da sociedade, não apresentaram os impedimentos dos regimes de bens
estabelecidos na Lei Civil. 
Isso porque a interpretação das regras restritivas de direitos deve ser sempre no sentido estrito da norma, dessa forma o
impedimento é para aqueles que são casados e querem constituir a sociedade, não se aplicando àqueles que já são sócios e
resolvem contrair matrimônio entre si.
Vamos observar uma situação?
O que ocorre com a empresa que funciona mesmo existindo um impedimento legal?
O Artigo 973 do Código Civil determina que aquele que exercer atividade empresarial violando o impedimento legal para tal,
responderá pelas obrigações contraídas.
Lei n° 10.406, de 10 de janeiro de 2002 
Art. 973. A pessoa legalmente impedida de exercer atividade própria de empresário, se a exercer, responderá pelas obrigações
contraídas.
Para cumprir as suas obrigações, o empresário deve registrar-se na Junta Comercial, manter escrituração regular de seus
negócios e levantar demonstrações contábeis periódicas.
7- VIOLAÇÃO AO IMPEDIMENTO LEGAL PARA EXERCÍCIO DA ATIVIDADE EMPRESARIAL:
 
O artigo 973 do Código Civil determina que aquele que exercer atividade empresarial violando o impedimento legal para tal,
responderá pelas obrigações contraídas. 
Lei n° 10.406, de 10 de janeiro de 2002 
Art. 973. A pessoa legalmente impedida de exercer atividade própria de empresário, se a exercer, responderá pelas obrigações
contraídas.
Nesse momento a lei o equipara ao empresário apenas no contexto das obrigações e deveres. 
A proposta do legislador é proteger o terceiro de boa-fé que desconheça do impedimento legal, com isso o impedido deverá honrar
as obrigações assumidas não podendo se prevalecer dos direitos inerentes ao empresário regular. 
Pode-se trazer aqui, à título de exemplo, tome por base a aplicação da Lei 11.101/2005 que trata dos institutos da recuperação
judicial , extrajudicial e da falência da empresa aplicados exclusivamente à empresário ou sociedade empresária. 
Lei n° 11.101, de 9 de fevereiro de 2005 
Art. 1° Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária,
doravante referidos simplesmente como devedor.
Os dois primeiros são procedimento benéficos ao empresário, já que se trata da possibilidade do reerguimento da sua empresa que
passa por crise econômico-financeira , já a falência é um processo agressivo de execução dos bens do empresário devedor que
concentra todos os seus credores numa única ação, este último procedimento de benefício não tem nada. 
Aquele impedido legalmente de exercer a atividade empresarial , se assim o f izer, f icará submetido a uma possível ação de falência
, se porventura não cumprir com as obrigações decorrentes da sua atividade, pois deverá honrar com as obrigações contraídas;
por outro lado nunca poderá se valer dos pedidos de recuperação judicial ou extrajudicial, destinados aos empresários que
exercem regularmente a atividade empresarial. 
8-REGISTRO DE EMPRESA: 
O registro de empresas é regulado pela Lei 8.934/94 – Sistema Nacional de Registro de Empresas Mercantis, composto pelo
Departamento Nacional do Registro do Comércio (DNRC) e pelas Juntas Comerciais. 
O DNRC integra o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, cuja f inalidade consiste em supervisionar, orientar,
normatizar, coordenar e f ixar diretrizes básicas para a prática de atos registrários à cargo da Junta Comercial. 
Lei n° 8.934, de 18 de novembro de 1994 
Art. 1° - O Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins, subordinado às normas gerais prescritas nesta Lei, será
exercido em todo o território nacional, de forma sistêmica, por órgãos federais e estaduais, com as seguintes f inalidades:
I - dar garantia, publicidade, autenticidade, segurança e eficácia aos atos jurídicos das empresas mercantis, submetidos a registro
na forma desta Lei;
II - cadastrar as empresas nacionais e estrangeiras em funcionamento no País e manter atualizadas as informações pertinentes;
III - proceder à matrícula dos agentes auxiliares do comércio, bem como ao seu cancelamento.
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III - proceder à matrícula dos agentes auxiliares do comércio, bem como ao seu cancelamento.
Atos do registro na Junta Comercial 
1- Matrícula e seu cancelamento – Compreendem os leiloeiros, tradutores públicos e intérpretes comerciais, trapicheiros e
administradores de armazéns. 
2- Arquivamento – Refere-se à constituição, alteração, dissolução e extinção de sociedades empresárias, cooperativas, f irmas
individuais, atos relativos a consórcio e grupo de sociedade anônima, sociedades estrangeiras, microempresas e demais
documentos de interesse do empresário ou da sociedade empresária. 
3- Autenticação – Relaciona-se aos instrumentosde escrituração, dentre eles os livros contábeis, balanços, demonstrações
financeiras etc. 
9- EMPRESÁRIO DE FATO E SOCIEDADE EM COMUM (SOCIEDADE IRREGULAR E SOCIEDADE DE FATO): 
É aquela que não inscreve seus atos constitutivos no registro competente. Assim, o empresário e a sociedade empresária, antes de
iniciar suas atividades, deverão proceder ao registro na Junta Comercial, e a sociedade simples, no Cartório de Registro Civil de
Pessoas Jurídicas (art. 1.150, CC). 
Lei n° 10.406, de 10 de janeiro de 2002 
Art. 1.150. O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas
Comerciais, e a sociedade simples ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas, o qual deverá obedecer às normas f ixadas para aquele
registro, se a sociedade simples adotar um dos tipos de sociedade empresária.
A falta de registro implica sanções de natureza administrativa e judicial: ela não tem direito de ingressar com recuperação judicial ou
de pedir a falência de outra empresa. Porém, por tratar-se de sociedade irregular, estará sujeita a falência.
10- OBRIGATORIEDADE DA ESCRITURAÇÃO: 
A empresa é constituída para praticar atos mercantis, f inanceiros, trabalhistas, f iscais, civis, mas de maneira documentada. 
Para um documento ser hábil é necessário que seja: 
a) idôneo; 
b) devidamente preenchido; 
c) vinculado com a atividade da empresa. 
Podemos definir a escrituração como sendo o ato de registrar as operações exercidas e comprovadas que ocorrem no decorrer de
um período. A escrituração tem a função de relatar o passado, para que se tenha idéia do que se passará no futuro. 
Para tal, deve-se manter um sistema de escrituração uniforme dos atos e fatos administrativos ocorridos na sociedade empresarial,
através de processo manual, mecanizado ou eletrônico (Resolução 563, de 28/10/83 do Conselho Federal de Contabilidade), de livre
escolha do empresário, mas desde que cumpridos algumas formalidades básicas previstas nas legislações de regência, como: 
em idioma e moeda nacional; 
em forma contábil; 
em ordem cronológica de dia, mês e ano; 
sem ausência de espaços em branco, entrelinhas, borrões, rasuras, emendas, etc. 
com base em documentos de origem externa ou interna, ou na sua falta, em elementos que comprovem ou evidenciem fatos e atos
e a prática de atos administrativos. 
Pelo Princípio Contábil da Entidade, é a partir da aquisição da personalidade jurídica que se pode ter início a escrituração contábil da
sociedade. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com
base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o
balanço patrimonial e o de resultado econômico (Art. 1.179). 
Lei n° 10.406, de 10 de janeiro de 2002 
Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com
base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o
balanço patrimonial e o de resultado econômico.
O número e a espécie de livros f icam a critério dos interessados, f icando o pequeno empresário a que se refere o art. 970,
dispensado das exigências de escrituração contábil. 
Prescreve o art. 970 que a lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado e simplif icado ao empresário rural e ao pequeno
empresário, quanto à inscrição e aos efeitos daí decorrentes. 
Lei n° 10.406, de 10 de janeiro de 2002 
Art. 970. A lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado e simplif icado ao empresário rural e ao pequeno empresário, quanto
à inscrição e aos efeitos daí decorrentes.
30/07/12 Marcelo Camara
6/6www.marcelocamara.adv.br/veraula.php?id=12
à inscrição e aos efeitos daí decorrentes.
Hoje para a microempresa e empresa de pequeno porte temos a aplicação de regras específ icas para uma escrituração simplif icada
prevista na Lei Complementar 123/2006. O mesmo se estende ao empresário rural. 
Lei Complementar n° 123, de 14 de dezembro de 2006 
Art. 1° Esta Lei Complementar estabelece normas gerais relativas ao tratamento diferenciado e favorecido a ser dispensado às
microempresas e empresas de pequeno porte no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
especialmente no que se refere:
I - à apuração e recolhimento dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, mediante
regime único de arrecadação, inclusive obrigações acessórias;
II - ao cumprimento de obrigações trabalhistas e previdenciárias, inclusive obrigações acessórias;
III - ao acesso a crédito e ao mercado, inclusive quanto à preferência nas aquisições de bens e serviços pelos Poderes Públicos, à
tecnologia, ao associativismo e às regras de inclusão.

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