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TASK125367 aula 08

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METODOLOGIA E PRÁTICA DE 
EDUCAÇÃO EM ORGANIZAÇÕES NÃO 
ESCOLARES
PEDAGOGIA HOSPITALAR: UM NOVO CAMPO 
DE ATUAÇÃO DO PEDAGOGO
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Olá!
Ao final desta aula, você será capaz de:
1. Apresentar a Pedagogia Hospitalar como novo campo de atuação do pedagogo;
2. identificar e refletir as metodologias de trabalho no ambiente hospitalar;
3. assinalar outras possibilidades de atuação do pedagogo.
Pedagogia Hospitalar: Marcos Histórico e Legais
A classe hospitalar teve origem na França, no ano de 1935, quando foi inaugurada a primeira escola para
crianças inadaptadas, nos arredores de Paris, mas é a partir da Segunda Guerra Mundial que as escolas em
hospitais ganham relevância, frente ao grande número de crianças e adolescentes atingidos, mutilados
impossibilitados de ir à escola. Tal contexto provoca um engajamento, sobretudo, dos médicos preocupados com
a recuperação de pacientes crianças, vítimas indefesas dos efeitos da guerra.
1995
No Brasil, a legislação reconheceu o direito da criança/ hospitalizada no Estatuto da Criança e do Adolescente –
ECA – através da Resolução n. 41 de outubro de 1995, que estabelece no item 9 o “Direito de desfrutar de alguma
forma de recreação, programas de educação para a saúde, acompanhamento do currículo escolar durante sua
permanência hospitalar”.
1996
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Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional complementa tal direito ao afirmar que, para garantir
o cumprimento da obrigatoriedade de ensino, o Poder Público criará formas alternativas de acesso aos
diferentes níveis de ensino (art. 5º, § 5º), podendo organizar-se de diferentes formas para garantir o processo de
aprendizagem (art. 23). Dentre as circunstâncias que exigem formas alternativas de acesso e organização do
ensino, estão aquelas que caracterizam a produção intelectual no campo da educação especial. Para os
educandos com necessidades educacionais especiais, os sistemas de ensino deverão assegurar currículos,
métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos para atender às suas necessidades (art. 59).
2001
Em 2001, o Conselho Nacional de Educação, por meio da Resolução nº 2, de 11/09/2001, define, entre os
educandos com necessidades educacionais especiais, aqueles que apresentam dificuldades de acompanhamento
das atividades curriculares por condições e limitações específicas de saúde (art.13, §1º e 20º).
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2002
Posteriormente, em 2002 o Ministério da Educação, por meio de sua Secretaria de Educação Especial, elaborou
um documento de estratégias e orientações para o atendimento educacional das crianças hospitalizadas,
assegurando o acesso à educação básica. É então criada a classe hospitalar.
A classe hospitalar é definida como atendimento pedagógico-educacional que ocorre em ambientes de
tratamento de saúde, seja na circunstância de internação, tradicionalmente conhecida, seja na circunstância do
atendimento em hospital-dia e hospital-semana ou em serviços de atenção integral à saúde mental. A
importância de uma pedagogia hospitalar é assim definida no documento:
Para finalizar, vale destacar que a pode também ter como público-alvo pedagogia hospitalar adultos
. Nesse caso, a metodologia proposta deve ser adequada às singularidades e especificidades dahospitalizados
faixa etária atendida.
Pedagogia Hospitalar: a Letra da Lei e a Realidade
Saiba mais
“O tratamento de saúde não envolve apenas os aspectos biológicos da tradicional assistência
médica à enfermidade. A experiência de adoecimento e hospitalização implica mudar rotinas;
separar-se de familiares, amigos e objetos significativos; sujeitar-se a procedimentos invasivos
e dolorosos e, ainda, sofrer com a solidão e o medo da morte – uma realidade constante nos
hospitais. Reorganizar a assistência hospitalar, para que dê conta desse conjunto de
experiências, significa assegurar, entre outros cuidados, o acesso ao lazer, ao convívio com o
meio externo, às informações sobre seu processo de adoecimento, cuidados terapêuticos e ao
exercício intelectual” (MEC/SEE, 2002, p.10).
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O documento do MEC/SEE (2002) estabelece como objetivos das classes hospitalares e do atendimento
pedagógico-domiciliar:
“...possibilitar o acompanhamento pedagógico-educacional do processo de desenvolvimento e
construção do conhecimento de crianças, jovens e adultos matriculados ou não nos sistemas de
ensino regular, no âmbito da educação básica e que se encontram impossibilitados de frequentar a
escola, temporária ou permanentemente e, garantir a manutenção do vínculo com as escolas por
meio de um currículo flexibilizado e/ou adaptado, favorecendo seu ingresso, retorno ou adequada
integração ao seu grupo escolar correspondente, como parte do direito de atenção integral” (p. 13).
O acompanhamento pedagógico - educacional pode ser realizado através:
Das classes hospitalares: Denomina-se classe hospitalar o atendimento pedagógico-educacional que ocorre em
ambientes de tratamento de saúde, seja na circunstância de internação, como tradicionalmente conhecida, seja
na circunstância do atendimento em hospital-dia e hospital-semana ou em serviços atenção integral à saúde
mental.
Fazer atendimento pedagógico-domiciliar: É o atendimento educacional que ocorre em ambiente domiciliar,
decorrente de problema de saúde que impossibilite o educando de frequentar a escola ou está ele em casas de
passagem, casas de apoio, casa-lar e / ou outras estruturas de apoio da sociedade.
As classes hospitalares, diz as orientações do MEC / SEE (2002), são ambientes criados com o propósito de
favorecer o desenvolvimento e a construção de conhecimento para crianças, jovens e adultos, no âmbito da
Educação Básica. O alunado das classes hospitalares é aquele composto por educandos cuja condição clínica ou
requer as exigências em saúde interferem na permanência escolar ou nas condições de construção do
conhecimento ou ainda que impedem a frequência escolar, temporária ou cuidado permanente.
Para tanto, o hospital deve organizar uma sala para desenvolvimento das atividades pedagógicas com mobiliário
e atividades. Além desse espaço, o atendimento da pedagogia hospitalar pode desenvolver-se na enfermaria, no
leito ou no quarto de isolamento, uma vez que restrições impostas ao educando por sua condição clínica ou de
tratamento assim requeiram.
Pedagogia Hospitalar e suas Metodologias
A contribuição do professor nas classes hospitalares está para além de promover o acesso aos conhecimentos
ditos escolares, reside em fortalecer a criança para que ela consiga compreender a sua doença e reaja diante de
impossibilidades causadas pelo adoecimento. Trata-se, portanto, de um trabalho que requer uma metodologia
criativa e baseada, sobretudo, na construção de vínculos afetivos que facilita a escuta pedagógica dos problemas
causados ​​pelos problemas do adoecimento, proporcionando ao paciente uma relação mais saudável com a
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realidade, o que faz atendimento pedagógico, um fator deste indispensável para a cura e expectativa de vida do
aluno paciente.
O trabalho do professor hospital é, portanto, permeado por muitas habilidades e conhecimentos diversos
(pedagógicos, psicológicos, sociais, etc.). Disso decorre que ele deve elaborar projetos e metodologias que
integrem uma aprendizagem, maneira de específica para crianças hospitalizadas adaptando-as a padrões que
fogem da educação formal, resgatando e integrando-as ao contexto educacional.
A brinquedoteca tem sido uma das metodologias mais utilizadas. Historicamente, ela surge no Brasil, em 1971,
através de uma exposição de brinquedos pedagógicos direcionados aos pais de crianças excepcionais, aos
profissionais e estudantes, realizados pelo Centro de Habilitação da APAE, em São Paulo.
O interesse pela exposição foi tão grande que a APAE criou um Setor de Recursos Pedagógicos para atender ao
público em 1973. Ela implantou um Sistema de Rodízio de Brinquedos Materiais Pedagógicos centralizando
todos os brinquedos, o que provocou maiorutilização de todos os recursos existentes. Este espaço foi chamado
de Ludoteca.
O espaço com o nome de Brinquedoteca surgiu pela primeira vez em 1981, com a criação da primeira
brinquedoteca brasileira na Escola Indianópolis, em São Paulo, voltada para o ato de brincar, atendendo
diretamente uma criança.
Em 1984, criou-se a Associação Brasileira de Brinquedotecas, responsável pelo crescimento da preocupação com
o brinquedo e com as brincadeiras por todo o Brasil.
Em 2005, foi sancionada a Lei n. 11.104 que dispõe sobre a obrigatoriedade de instalação de brinquedotecas nas
unidades de saúde que ofereçam atendimento pediátrico em regime de internação. Clique na caixa LEITURA e
veja o que mostra a lei:
"Arte. 1º Os hospitais que ofereçam atendimento pediátrico contarão, obrigatoriamente, com brinquedotecas nas
suas dependências. Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se a qualquer unidade de saúde que
ofereça atendimento pediátrico em regime de internação.
Arte. 2º Considera-se brinquedoteca, para os efeitos desta lei, o espaço provido de brinquedos e jogos
educativos, destinado a estimular as crianças e seus acompanhantes a brincar.
Arte. 3º A inobservância do artigo no art. 1º desta lei configura infração à legislação sanitária federal e
apresentou seus infratores às penalidades previsão no inciso II do art. 10 da Lei n. 6.437, de 20 de agosto de
1977 ”.
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A brinquedoteca no ambiente hospitalar tem função primordial e reconhecida no restabelecimento da saúde do
pequeno paciente, por se constituir em um recurso de potencialização da continuidade do processo de
desenvolvimento infanto-juvenil, uma vez que a criança e o adolescente aproveitam um ambiente que, ao
contrário do ambiente hospitalar, parece-lhe familiar e acolhedor.
É com os brinquedos que eles precisam desenvolver sua criatividade e habilidade para mudar o futuro. Quando
as crianças têm oportunidade de brincar, vivem uma experiência que enriquece sua sociabilidade e sua
capacidade de se tornarem seres humanos criativos.
Os brinquedos fazem com que as crianças compreendam que o mundo está cheio de possibilidades e que eles, os
brinquedos, simbolizam como oportunidades de expansão da criatividade do homem. Os estudantes de
pedagogia discutem em várias disciplinas, ao longo do curso, a importância do brincar no desenvolvimento
infantil.
O ambiente da brinquedoteca deve ser aconchegante e adequado, com brinquedos, jogos e livros de vários tipos
e de diferentes níveis de aprendizagem. Seu espaço deve oferecer condições de iluminação e conformidade, bem
com as normas de segurança.
É muito importante que a brinquedoteca seja reconhecida e respeitada por todos os setores do hospital. Outro
aspecto importante: ela não deve ser usada para induzir ou para comportamento colaborativos e procedimentos
hospitalares. A brinquedoteca tem uma função pedagógica que é, inclusiva, direito da criança.
Para conhecer mais sobre as metodologias utilizadas pela brinquedoteca, acesse o site da Associação Brasileira
de Brinquedoteca.
Vamos agora conhecer uma experiência bem-definida de metodologia de trabalho na recuperação de pacientes
hospitalares, criada pela ONG Doutores da Alegria, cuja missão é promover uma experiência de alegria na
adversidade por meio da arte do palhaço.
A ONG Doutores da Alegria, criada em 1991, atua junto com as crianças hospitalizadas, seus pais e profissionais
da saúde, colaborando para a transformação do ambiente onde se inserem. Em mais de duas décadas de
trajetória, já realizou 900 mil visitas, com um elenco de cerca de 40 palhaços profissionais e possui unidades em
São Paulo e no Recife.
No Rio de Janeiro e em São Paulo, uma ONG mantém um programa que leva variadas formas de arte, como circo,
música e poesia, a pacientes de hospitais públicos, já tendo contemplado mais de 27 mil pessoas e, no país
inteiro, a ONG articula uma rede de iniciativas semelhantes.
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“Como seria um hospital se o médico errasse a porta do quarto e entrasse no armário? A visita é
sempre um grande jogo: o palhaço faz de conta que é médico e a criança dá forma ao espetáculo. A
intenção não é distrair a criança da realidade na qual ela está inserida, e sim fazer daquele encontro
um momento de diversão e cumplicidade. O programa é rotineiro – duas vezes por semana, seis
horas por dia - e o trabalho em parceria é fundamental tanto entre a dupla de palhaços quanto entre
a dupla e a criança. Os familiares e os profissionais de saúde também entram no jogo. O programa é
gratuito para os hospitais e todos os hospitais atendidos são públicos” (ONG).
Doutores da Alegria desempenha, por meio de sua escola, um papel referencial na pesquisa da linguagem do
palhaço e na formação de jovens, artistas profissionais e interessados – cerca de 180 jovens artistas já se
formaram em um programa com duração de três anos. Outras atividades artísticas, como peças teatrais e as
“rodas besteirológicas”, são apresentadas ao público em geral. Mantida por doações de pessoas e empresas, a
organização é reconhecida em todo o país por seu profissionalismo e atuação inovadora.
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Assista à entrevista do seu fundado Wellington Nogueira.
https://www.youtube.com/watch?v=gCi9mx1TSAY
Fonte: http://mensageirosdalegria.files.wordpress.com
Um dos grandes desafios das escolas na atualidade é acompanhar o desenvolvimento tecnológico de seus alunos.
O estudante moderno é multimídia. Utiliza a internet, a TV a cabo, o videogame e sempre está familiarizado com
o rápido surgimento de novas tecnologias, exigindo dos educadores uma linguagem contemporânea que
desperte maior interesse. A informática educativa surge como resposta a essas mudanças.
Outras Possibilidades de Atuação do Pedagogo: a Informática Educativa e a Pedagogia Cultural
O profissional pedagogo multimeios e informática educativa é um pedagogo diferenciado, pois possui
habilidades e competências voltadas para as mídias digitais como a impressa, comunicacionais e informatizadas,
todos voltados para a educação. Suas competências visam trabalhar de forma interdisciplinar com os
professores da educação regular na coordenação de laboratórios de informática e criação de planejamento para
o uso do mesmo, treinamento e formações nas empresas com auxílio de implantação de novos softwares e
desenvolver softwares educacionais, ministrar e coordenar projetos de inclusão digital. Todas as competências
visam ao gerenciamento do trabalho em grupo, tornando o profissional multimeios apto a gerenciar projetos
sociais-educacionais.
https://www.youtube.com/watch?v=gCi9mx1TSAY
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Outra área que vale mencionar é a pedagogia cultural. Os espaços culturais apresentam-se como uma nova área
de atuação do pedagogo. Nesses espaços, o pedagogo assume a imprescindível tarefa de desenvolver projetos,
atividades, elaborar programas culturais focados nas aprendizagens interdisciplinares dirigidas para indivíduos,
grupos e instituições contribuindo, através de conteúdos e metodologias para formar e integrar socialmente os
indivíduos e promover as comunidades.
Para finalizar, destaca-se ainda a área do turismo, na qual o pedagogo pode atuar também como um facilitador
interdisciplinar do processo de ensino-aprendizagem, conquistando grande espaço em agências, instituições de
ensino, clubes, autarquias, órgãos governamentais que utilizam os serviços de turismo para aprofundar
conhecimentos para o lazer e ampliar a visão de mundo. O turismo pedagógico, educativo, além de se constituir
num instrumento inovador e atraente na educação, vem se firmando como um excelente empreendimento no
mundo dos negócios.
Chegamos a final da nossa aula, mas antes leia mais sobre a atuação do pedagogo na área de multimeios e, em
seguida, faça uma atividade de fixação.
O que vem na próxima aula
•As principais discussões promovidas ao longo da disciplina visando contribuir para que o aluno identifique os
desafios que o pedagogo enfrenta nas suas várias possibilidadesde atuação profissional;
•Algumas experiências de gestão de organização não escolar visando contribuir com a construção do relatório.
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• compreendeu a origem e a importância da pedagogia hospitalar;
• refletiu as metodologias de trabalho na pedagogia hospitalar e as possibilidades de atuação do pedagogo.
•
•
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• refletiu as metodologias de trabalho na pedagogia hospitalar e as possibilidades de atuação do pedagogo.•
	Olá!
	
	O que vem na próxima aula
	CONCLUSÃO

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