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Clínica Cirúrgica - Trauma - Gabriel Guilherme - T4 SBC Trauma Pélvico 17/08 ● Introdução → O trauma pélvico (TP) é uma das situações mais complexas de ser conduzida, entre paciente com vítimas de traumas, representando cerca de 3% das lesões esqueléticas → Altas taxas de mortalidade: principalmente entre aqueles com instabilidade hemodinâmica (rápida perda sanguínea, di�culdade de restabelecer hemostasia, e lesões associadas ● Mecanismos das Lesões Pélvicas → Principal mecanismo que causam fraturas do anel pélvico são impactos de alta energia - Queda de alturas (30%) - Trauma direto (ex. atividade esportivas) 10% ● Anatomia Pélvica → O anel pélvico é um compartimento ósseo fechado, que contém órgãos urogenitais, reto, nervos e vasos → Ossos da pelve: → A pelve possui inúmeros ligamentos, o rompimento de alguns desses ligamentos pode causar instabilidade do anel pélvico → Os sangramentos das fraturas pélvicas podem ocorrer resultantes de lesão venosa (80%) e arterial (20%) → Estruturas venosas: - Plexo pré-sacral - Veias pré vesicais → Estruturas arteriais - Ramos da a. ilíca interna (anterior) - Artéria pudenda (anterior) - Artéria obturatória (anterior) - Artéria sacral (posterior) → Outras fontes ● Classi�cação das Lesões de Pelve → Sistema de Classi�cação Young-Burgess : baseado no padrão de fratura, permitindo julgamento sobre estabilidade do anel pélvico - Compressão Lateral (CL) - Compressão Ântero Posterior (CAP) - Cisalhamento Vertical (CV) → A descrição anatômica, por si só, das lesões do anel pélvico não de�nem o tratamento das mesmas → A classi�cação do trauma pélvico (menor, moderado e grave) considera às lesões anatomicas do anel pélvico e, principalmente, o estado hemodinâmico → Classi�cação das leões do anel pélvico WSES: Clínica Cirúrgica - Trauma - Gabriel Guilherme - T4 SBC - Menor (WSES I) - Hemodinamicamente estáveis - Lesões mecanicamente instáveis - Moderado (WSES II-III) - Hemodinamicamente estáveis - Lesão mecanicamente instável - Grave (WSES IV) - Hemodinamicamente instáveis - PA < 90 mmHg / FC > 120 bpm - Evidência de vasoconstrição: esfriamento, sudorese, diminuição do enchimento capilar - Alteração do nível de consciência - Taquipneia - Independente da estabilidade mecânica da lesão ● Exame Físico → Inspeção da pelve - Aberta ou fechada - Presença de deformidade - Assimetria no tamanho das pernas - Rotação externa - Presença de hematoma → Palpação do anel pélvico - Presença de diástase/ dor/ crepitação - Presença de instabilidade rotacional ou vertical → Inspeção do períneo → Inspeção/ palpação retal/ GU/ vaginal - Alta incidência de lesões anorretais ● Radiogra�a Pélvica (RXP) → Em paciente hemodinamicamente instável, ajuda a identi�car lesões de risco do anel pélvico → Importante para avaliar luxação do quadril, visando rápida redução → Não prevê mortalidade, hemorragia ou necessidade de angiogra�a ● Tomogra�a Computadorizada → Se estabilidade hemodinâmica, a TC é o padrão ouro → Fatores determinantes na tomada de decisão que orientam angiogra�a: - Extravasamento de contraste intravenoso - Tamanho do hematoma pélvico → Ferramenta importante para avaliar lesões de outros órgãos, retroperitônio e ossos, bem como também para decidir melhor tratamento operatório subsequente ● Angiogra�a ● Tratamento de Fraturas Pélvicas → A e B: como sempre → C: - Enfaixamento/ Fixação - Descartar sangramento intraperitoneal - Angiogra�a, �xação, operação aberta ● Estabilização da Fratura → Dispositivos de �xação provisórias: colocados no transporte ou na sala de emergência → Cintas/ Lençois: após a sua colocação o paciente deve ser obrigatoriamente para o centro cirúrgico para colocação do �xador externo → Fixador externo: colocado no centro cirúrgico Clínica Cirúrgica - Trauma - Gabriel Guilherme - T4 SBC ● Controle de Sangramento → Os procedimentos abaixo só serão necessários se, após a aplicação de �xador externo, o paciente continuar instável hemodinamicamente e se não houver outra fonte possível de sangramento: - Tamponamento pélvico pré-peritoneal (associado ao �xador externo) - Momento do procedimento depende do protocolo institucional - 1ª opção em serviços que não dispõe de arteriogra�a/ e embolização após excluir causas extra-pélvicas - Opção inicial em alguns serviços - Após angioembolização, quando esta não consegue controlar o sangramento - Embolização arterial (primeiras 24h pode ser utilizado com dispositivo de �xação provisória - Indicação: extravasamento de contraste na fase arterial da tomogra�a ou paciente hemodinamicamente instável após �xação externa da bacia - O sangramento é de origem arterial somente 15% dos casos de fratura instáveis de bacia - E�cácia de 85 a 100% do controle do sangramento nos casos de etiologia arterial - Necessidade de equipe especializada disponível (arteriogra�a e embolização Clínica Cirúrgica - Trauma - Gabriel Guilherme - T4 SBC ● Lesões de Bexiga/ Uretra ● Armadilhas no tratamento da fratura pélvica → Retardar a laparotomia na presença de sangramento intraperitoneal → Lesões intra-abdominais/ retroperitoneais ocultas → Ferimentos de dorso e �anco → Manipular repetidamente fratura de pelve → Lesão de medula/ alteração sensório ● RESUMO: → ABCDEs e consultar precocemente o cirurgião → A avaliação e tratamento variam com o mecanismo e a resposta �siológica → Exame físico repetido e exames complementares → Alto índice de suspeita → Reconhecimento precoce/ laparotomia imediata
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