Buscar

Barreiras Cutâneas dos Animais Domésticos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Veterinária Núcleo 2 Rebeca Meneses 
Rebeca Woset BARREIRAS FISICAS NOS ANIMAIS 
DERMATOLOGIA VETERINÁRIA: ESTUDO 
SOBRE O PRURIDO NO CÃO 
O prurido é definido como uma sensação 
desagradável que leva o animal a coçar, a lamber, 
a morder ou a arranhar a sua própria pele. 
Tal como a dor, o prurido serve como um sistema 
de alarme e de proteção, alertando para a 
remoção de substâncias nocivas ou prejudiciais à 
pele. Existem fibras nervosas específicas para a 
dor e outras para o prurido. 
O prurido pode iniciar-se perifericamente e ser 
depois transmitido para o Sistema Nervoso 
Central, ou pode ter origem no Sistema Nervoso 
Central. O fato das fibras C contatarem com 
algumas células da pele, tais como os 
queratinócitos, as células de Langerhans, os 
mastócitos e as células inflamatórias, permite que 
os nervos sensoriais funcionem como sistema 
aferente, conduzindo o estímulo da pele para o 
Sistema Nervoso Central, mas também como 
sistema eferente, estimulando as células 
cutâneas a segregarem vários tipos de 
neuropeptídios. 
Algumas das substâncias mediadoras do prurido 
são a histamina, algumas proteases (quimases, 
triptases e carboxipeptidase) e os mediadores 
lipídicos (leucotrieno B4, Prostaglandina D2 e 
Prostaglandina E2), o polipeptídeo intestinal 
vasoativo (VIP), o peptídeo relacionado com o 
gene da calcitonina (CGRP) e a substância P. 
 Na prática clínica o prurido puramente 
induzido pela histamina é raro, o que 
reflete a falta de eficácia dos anti-
histamínicos. 
 Quanto às proteases, foi descoberto nas 
fibras nervosas o receptor protease 
ativado (PAR-2), que é ativado pela 
tripsina libertada pelos mastócitos, 
levando diretamente à percepção do 
prurido. 
 Em relação aos mediadores lipídicos, o 
leucotrieno B4 foi identificado como uma 
substância fortemente indutora de 
prurido, enquanto que a prostaglandina 
D2 se comporta como inibidora do prurido 
na pele. 
 A prostaglandina E2 pode desencadear o 
prurido quando presente em grandes 
concentrações ou diminuir o prurido 
através da estabilização dos mastócitos. 
 Os neuropeptídeos VIP, CGRP e a 
substância P encontram-se entre os 
ativadores de mastócitos mais relevantes 
em doenças. 
O prurido pode ser classificado em 
dermatológico, sistêmico, neurológico, 
psicogênico, misto ou de origem indeterminada. 
A maioria das doenças dermatológicas pruríticas 
em cães é causada por ectoparasitas, infecções 
bacterianas ou fúngicas, ou por reações de 
hipersensibilidade. 
 A maioria não apresenta predisposição 
sexual. 
 Os cães jovens, com menos de 6 meses, 
são normalmente afetados por problemas 
congênitos e hereditários por 
ectoparasitas como Sarcoptes scabiei, 
Demodex canis e Otodectes cynotis, 
infecções bacterianas e por 
dermatofitoses. 
 Em jovens adultos, é frequente o 
aparecimento de demodicose, de 
seborreia idiopática, de displasia folicular 
e de reações de hipersensibilidades. 
 Dermatite atópica surge entre 6 meses e 
menos de 3 anos. 
 Dermatite atópica por pulgas é mais 
frequente em animais com mais de 5 
anos. 
 Em animais mais adultos, entre os 6 e os 
10 anos, já começam a ser mais usuais 
problemas dermatológicos causados por 
alterações hormonais. 
 Em animais idosos há uma maior 
expressão de neoplasias e eritema 
necrolítico migratório. 
Há que explicar que o fato de o animal se lamber 
constantemente, de arrastar a zona posterior do 
corpo pelo chão, esfregar a face ou outra área 
corporal em peças de mobiliário, morder-se e 
 
 
Veterinária Núcleo 2 Rebeca Meneses 
Rebeca Woset BARREIRAS FISICAS NOS ANIMAIS 
sacudir a cabeça, poderão ser manifestações de 
prurido. 
A presença de otite externa pode estar associada 
a dermatite atópica, a hipersensibilidade 
alimentar, a parasitas ou a problemas endócrinos 
que originem infecções secundárias. 
Quando são afetados os pavilhões auriculares, 
pode ser um caso de dermatite atópica, de 
hipersensibilidade alimentar, de sarna sarcóptica, 
de vasculite ou de pênfigo foliáceo. 
As lesões na cabeça/face são associadas a 
demodicose, a dermatite atópica, a 
hipersensibilidade alimentar, a dermatofitose, a 
hipersensibilidade à picada de insetos, a sarna 
sarcóptica, a lúpus eritematoso discóide e a 
pênfigo foliáceo. 
As lesões nas patas podem surgir na demodicose, 
na dermatite atópica, na alergia alimentar, na 
dermatite por Malassezia e no pênfigo foliáceo. 
Quando são afetadas as unhas, é importante 
descartar infecções bacterianas ou fúngicas, 
trauma e problemas imunomediados. 
A existência de lesões pruríticas na base da cauda 
é altamente característica de dermatite atópica 
por picada de pulga. 
DERMATITE ALÉRGICA À PICADA DE 
PULGA 
Dentre as principais afecções cutâneas na clínica 
de pequenos animais, as mais frequentes são 
causadas por ectoparasitas, como sarnas, piolhos, 
carrapatos e pulgas. 
A Dermatite Alérgica à Picada de Pulga (DAPP), 
denominada internacionalmente como Flea 
Allergy Dermatitis – FAD é uma reação cutânea 
de hipersensibilidade. Trata-se de uma 
enfermidade comum em regiões de clima 
tropical, sendo sua ocorrência sazonal em outras 
áreas. Devido ao clima no Brasil ser favorável o 
ano todo, a DAPP pode ocorrer em qualquer 
época do ano, diferente de países de climas 
temperados onde os sinais clínicos são mais 
graves no verão e no outono. 
A DAPP ocorre porque as pulgas, durante sua 
alimentação no animal, injetam saliva na pele do 
hospedeiro, a qual possui propriedades 
anticoagulantes. A proteína presente na saliva 
estimula o sistema imunológico do animal. Os 
pacientes alérgicos reagem contra essa proteína, 
desencadeando uma reação de 
hipersensibilidade. 
O principal sinal clínico é o prurido que varia de 
moderado a intenso. 
Ao se coçar, o animal acarreta o desenvolvimento 
de lesões secundárias tais como escoriações, 
feridas com secreção sanguinolenta e crostas. 
Nos locais de prurido o ato de coçar pode causar 
hipotricose que evolui para alopecia (falta de 
pelo). Os locais mais acometidos por esta 
dermatite são cauda, ânus, região dorsal, coxas, 
abdômen e pescoço. Também pode ocorrer 
infecções secundárias, tais como seborréia e 
piodermite. 
O diagnóstico é baseado na história clínica do 
animal associado aos achados clínicos 
característicos, bem como a presença de pulgas e 
sujidades das mesmas.

Outros materiais