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Habilidades Médicas - Artrocentese

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5° fase Medicina 
Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 
Procedimentos: Punções 
Punção Articular 
 A artrocentese é um procedimento 
minimamente invasivo, realizado em articulações com 
baixo risco de complicações, alta taxa de sucesso e baixo 
custo operacional. 
 Usado na avaliação diagnóstica de diversas doenças, 
principalmente na de pacientes com suspeita de 
artrite séptica 
 A artrite séptica ou também infecção articular nada 
mais é do que uma infecção purulenta de algumas 
articulações 
 Pode ser realizada sob anestesia geral ou local 
 Uma agulha é inserida em uma articulação para duas 
indicações principais: 
o Para diagnóstico ou para alívio da pressão, ou 
injeção de medicamentos (corticoides ou ácido 
hialurônico) 
 Trata-se de um procedimento essencial na 
avaliação de condições reumatológicas crônicas, como a 
artrite reumatoide, pois esses pacientes apresentam um 
risco mais elevado de desenvolver artrite infecciosa 
 
Principais microorganismos: staphylococcus aureus e 
neisseria gonorrhoeae 
Indicações 
 Artrite em pacientes que ainda não possui 
esclarecimento diagnóstico 
 Suspeita de artrite séptica 
 Artropatias induzidas pros cristais 
 Necessidade de realização de uma drenagem de 
elevado volume nas articulações (alívio) 
 Suspeita de artrite infecciosa crônica 
 Necessidade de infiltração de medicamentos 
Contraindicações 
 Lesões de pele no local da punção, como psoríase 
 Coagulopatia instável 
 Prótese na articulação que será realizada a 
artrocentese 
 No caso de uma infiltração articular, é contraindicado 
o procedimento caso houver artrite séptica naquela 
articulação 
 Bacteremia importante 
 Osteomielite 
 Endocardite 
 Hipersensibilidade ao fármaco que será administrado, 
no caso de infiltrações articulares 
 
Exames complementares 
Análise do fluido sinovial: o diagnóstico de artrite séptica 
é realizado por artrocentese com demonstração da 
presença de uma bactéria pela coloração de Gram ou 
pela cultura do líquido sinovial. 
 De fato, a análise do fluido sinovial é o principal exame 
laboratorial para avaliação das monoartrites agudas 
 O líquido sinovial deve ser aspirado sob condições 
estéreis 
Hemograma e velocidade de Hemossedimentação: 
maioria dos pacientes apresentam leucocitose 
(predomínio de polimorfonucleares) e aumento do VSH 
→ achados são inespecíficos 
Hemocultura: um dos exames mais úteis, de fato, 
aproximadamente 50% dos pacientes com artrite séptica 
não-gonocócica apresentam hemoculturas positivas → 
associado a um pior prognóstico. 
 
Cultura de trato gênito-urinário, faringe e reto: úteis na 
suspeita de artrite gonocócica 
PCR: para diagnósticos das artrites infecciosas. 
 
Radiografia: no início do quadro, o RX pode ser realizado 
para se descartar uma osteomielite subjacente e para ter 
um padrão de base. 
 Nesta fase, observa-se apenas aumento de partes 
moles decorrente do edema sinovial e do derrame 
articular 
 As alterações secundárias à artrite séptica (como 
desmineralização óssea e sinais de progressiva 
destruição de cartilagem articular e osso subcondral 
– diminuição do espaço articular, erosões e até 
mesmo deformidades e anquilose da articulação) 
podem levar dias a mais de 3 semanas para se 
desenvolver 
 
 
 Exames particularmente úteis para avaliar 
articulações profundas que são de difícil palpação (quadril, 
5° fase Medicina 
Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 
sacroilíacas, esterno-claviculares), além de servirem para 
fase inicial da artrite séptica (apenas o derrame), na qual, 
a radiografia simples não mostra alterações significativas: 
 
 Ultrassonografia: muito sensível na detecção de 
efusão articular na artrite séptica; além disso auxilia o 
clínico a não fazer punção articular por agulha 
desnecessariamente. 
 Cintilografia óssea com tecnécio: positiva em 24 a 
48 horas, mas não é específica para artrite séptica. 
 Cintilografia com gálio: mais especifica que a 
cintilografia com tecnécio, porém tem maior dose de 
radiação. 
 TC: mostra lesões ósseas (como, por exemplo, 
erosões) mais precocemente que o raio x; método 
de imagem importante nas infecções que acometem 
a coluna, articulações sacroilíacas e esterno-
claviculares. 
 Ressonância nuclear magnética: detecta alterações 
precoces dos tecidos moles periarticulares e 
alterações sugestivas de osteomielite; tem-se 
mostrado mais sensível e específica que a 
cintilografia e a TC no diagnóstico da artrite séptica. 
 
OBS.: artrite séptica não é detectada nos exames de 
imagem, apenas o derrame articular! 
Técnica 
 Por se tratar de um procedimento estéril, o médico 
deve fazer uso de luva estéril e realizar antissepsia 
da região a ser puncionada com clorexidina. 
 Deve-se posicionar o paciente de maneira que sua 
articulação seja adequadamente exposta e a 
musculatura que circunda a mesma encontre-se 
relaxada, sempre respeitando a anatomia de cada 
articulação. 
 
Artrocentese em Joelho: Normalmente é utilizada uma 
agulha 21G ou 22G, por ser uma articulação maior. 
Paciente deverá permanecer em decúbito dorsal durante 
todo o exame. O puncionador poderá funcionar de duas 
maneiras: 
 Superolateral/superomedial 
o Acima do ângulo da patela 
o Punção paralela à superfície superior da patela 
o Punção paralela à lateral da patela, mirando para 
sua parte medial 
 Infrapatelar 
o Abaixo da patela em sua parte medial 
o Agulha irá entrar em direção ao centro 
 
 
 
Punção superomedial: 
 
Artrocentese em Ombro: Procedimento um pouco mais 
complicado de ser realizado às cegas, ainda mais em 
pacientes obesos, preferindo a realização com a ajuda 
de ultrassom. Em pacientes não obesos e que a punção 
às cegas for passiva de ser realizada, existem 2 técnicas 
principais 
 Via posterior de inserção da agulha: Paciente deverá 
estar sentada de costas para o médico. 
o Local: Vai ser realizado na interlinha articular 
glenoumeral, com a agulha direcionada para o 
processo coracóide. 
 Via anterior: Paciente deverá ficar em decúbito 
dorsal, realizando uma extensão e rotação externa 
do membro superior 
o Local: Será perpendicular a um pouco 
inferolateral ao processo coracóide, com sentido 
ântero posterior da agulha 
 
5° fase Medicina 
Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 
Artrocentese em Quadril: Paciente deve ser 
encaminhado para um ortopedista para a realização do 
procedimento devido à dificuldade da técnica. 
 A punção articular deve ser realizada em centro 
cirúrgico, com todos os critérios rotineiros de 
assepsia e antissepsia. 
o Aconselha-se realizar punção por via anterior 
sob anestesia geral venosa e guiada por 
ultrassom. 
o Evitar punções no trajeto de infecções de pele 
ou celulite, para impedir a inoculação articular 
direta. 
o Identificar o ligamento inguinal (Poupart) e a 
artéria femoral, que geralmente passa na região 
média desse ligamento. 
 Utiliza-se uma agulha de punção lombar ou "jelco" 
calibre 16 a 20, conectado a seringa de 10 ou 20ml. 
o Essa agulha deve ser introduzida a 90º, com a 
pele a aproximadamente 1cm para fora da 
artéria femoral e 1cm para baixo do ligamento 
inguinal. 
o A seguir, aprofunda-se a agulha em direção ao 
espaço articular guiada por ultrassom. 
o O aspirado assim obtido deve ser encaminhado 
para cultura e realização de esfregaço pelo 
método de gram 
 
 
Artrocentese em Cotovelo 
 A agulha é introduzida enquanto o cotovelo do 
paciente fica flexionado a 60° e o punho, em 
pronação. Inserir a agulha na superfície lateral da 
articulação, entre o epicôndilo umeral lateral, a ulna e 
a cabeça do rádio. 
 
Complicações 
 A infecção por artrocentese é rara e acredita-se que 
ocorra em <1 em 10.000 procedimentos. 
 O joelho é vulnerável à lesão, e as atividades 
vigorosas devem ser evitadas nas primeiras 24 horas 
depois da injeção. 
 A exacerbação (inchaço) pós-injeção é um 
agravamento da dor articular de 12 a 72 horas após 
uma injeção de corticosteroide; os fármacos não 
esteróidespodem ajudar. 
 Teoricamente, os corticosteróides podem causar 
degeneração da superfície articular; limitá-los a três 
a quatro injeções por ano. 
 Capsulite adesiva (debris que causa adesões – 
limitação funcional) 
 Osteomielite 
 Prevenção: uso do ultrassom, luvas estéreis, 
antissepsia adequada, pedir TAP e KTTP antes de 
puncionar (discrasias sanguíneas) 
 
Resultados e interpretação 
 Para o estudo microbiológico, uma porção da 
amostra é inoculada diretamente num frasco de 
hemocultura (para aeróbios ou anaeróbios, quando se 
justificar), o que aumenta a sensibilidade na detecção de 
microorganismos; a outra parte, deve ser deixada na 
seringa, protegida por uma capa plástica, para a 
realização da coloração de Gram e, se necessário, 
pesquisa de BAAR, cultura para micobactérias e fungos. 
 
 A contagem total e diferencial de leucócitos, 
assim como o estudo citológico complementar e a 
pesquisa de cristais, devem ser realizados o mais precoce 
possível, pois os leucócitos podem-se agregar e 
obscurecer os cristais.
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