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Bioquímica Médica 1 – 12/05/2020 Gabriela Klein • Proteínas totais são proteínas plasmáticas ou proteínas séricas (sangue). • Há um exame em que se analisa o soro ou o plasma, importante para diagnósticos. • Plasma – Proteínas Plasmáticas Totais: se obtém coletando sangue com anticoagulante no tubo (as proteínas da coagulação ficam suspensas no líquido). Os tubos com anticoagulante apresentam tampa roxa ou tampa azul. • Soro – Proteínas Séricas Totais: se obtém quando coletando sangue em um tubo sem anticoagulante. • Quando dosamos proteínas do sangue, estamos dosando várias proteínas, pois no sangue há hormônios, albumina, proteínas relacionadas a anticorpos, proteínas carregadoras ou de função estrutural... • Uma patologia em particular pode aumentar um tipo de proteína e não do outro, provocando uma hiperproteinemia. Porém, se não houver um histórico que sugira uma doença ou se não houverem outros exames para ajudar na formação do diagnóstico, somente saber sobre a hiperproteinemia não diz muita coisa. A mesma coisa acontece quando se verifica uma hipoproteinemia. Sendo assim se tenta chegar ao máximo a causa e o tipo de proteína que está sendo alterada. • Utiliza-se o espectrofotômetro: - Ao levantar a tampa, se tem estruturas na qual se encaixa as cubetas de vidro e ali dentro passa um feixe de luz monocromático e quando essa luz atravessa, há uma leitura da absorbância de luz que é registrado pelo leitor digital. - Se determina o comprimento de onda ideal para fazer a absorbância de luz, pois diferentes cores de substâncias absorvem a luz em diferentes comprimentos de onda. Quanto mais intenso o grau de cor para aquela substância, mais luz ele absorve. Portanto, quanto maior a quantidade de proteínas, mais a reação vai acontecer (seguindo a linha de Benedict). - Quanto maior a quantidade de proteína, mais intenso é a cor, então mais luz está absorvendo- há uma leitura de absorbância maior. - A ABSORBÂNCIA É PROPORCIONAL A CONCENTRAÇÃO- ASPECTO QUALITATIVO - Ele também é um exame quantitativo, pois não adianta apenas dizer que tem proteína, mas o quanto de proteína se tem. Obs.: teste de bioreto para alimentos também é baseado nesse mecanismo, se verifica fraudes de algumas substâncias, como excesso de proteínas. Valor padrão de proteínas totais para a maioria dos laboratórios: 6-8 gramas/decilitro. ? o As frações são albumina e globulinas. Os hormônios, por exemplo, estão em uma concentração muito pequena (natureza proteica- estão da ordem de grandeza de nanograma/decilitro) e por isso não afetam na ordem de grandeza das proteínas totais, que é de grama/decilitro. Albumina • +/- 60% no sangue. o Carregadoras de várias substancias de natureza lipossolúvel: - Bilirrubina: é produzida no baço quando uma hemoglobina é degradada. A albumina carrega a bilirrubina para o fígado para ser eliminada pela via biliar, e esse carregamento é feito pela corrente sanguínea. - Cálcio em parte. - Ácido Graxo. - Hormônios de natureza lipossolúvel e esteroides. o Fonte de aminoácidos para tecidos periféricos: - Processos cicatriciais; - Reparação tecidual (queimadura, pós- cirúrgicos). Exame de Proteínas Totais e Frações Bioquímica Médica 1 – 12/05/2020 Gabriela Klein o Manutenção do equilíbrio ácido-base, através dos grupos ionizáveis. o Mantém o líquido/plasma dentro do compartimento circulatório, puxando a água de volta para o compartilhamento vascular. - Pressão Hidrostática: em função da pressão arterial, da resistência dos vasos sanguíneos, existe uma pressão de dentro para fora que força os líquidos na parede dos vasos sanguíneos. Quando essa pressão ocorre, o endotélio acaba sendo permeável a água e aos solutos pequenos (sódio, glicose, eletrólitos), e assim essas substâncias penetram nos tecidos. A pressão hidrostática ocorre em função do efeito da pressão arterial e resistência vascular. Conforme essas substancias saíram, as proteínas que ficaram dentro dos vasos sanguíneos vão atrair a água de volta por diferença de concentração. Então nos capilares arteriais, onde a força pressão é um pouco maior, a forca hidrostática ganha e o líquido extravasa para o leito vascular. - Pressão Coloidosmótica: É pressão exercida pelas proteínas. Conforme vai passando para capilares venosos, ocorre um aumento da concentração de proteínas que ficou no leito vascular puxando na água de volta. Essa função da albumina é facilmente percebida ao se ver clinicamente no indivíduo que possui hipoalbuminemia, porque não possui uma concentração de proteínas suficiente para atrair a água de volta para o leito vascular. Ex: Ascite (barriga d´água). o Causa: desidratação. o Fisiologicamente, não existe uma razão para o fígado (fábrica de albumina) produzir grande quantidade de albumina. Em condições normais, a produção é constante de 3,5g – 5g/decilitro de albumina. o O que pode levar a uma hiperalbuminemia? - Se ocorrer uma diminuição do líquido circulatório e mantiver a concentração de solutos, há uma concentração maior de solutos e consequentemente uma hiperalbuminemia (aumento da quantidade em relação ao volume). - A ingestão de ovos em excesso por exemplo não causa um quadro de hiperalbuminemia, porque o corpo não estoca proteínas, ele degrada e há absorção de aminoácidos e esses aminoácidos que são destinados para a síntese de não proteínas, inclusive a albumina produzida no fígado, então a albumina circulante é produzida no fígado. É o fígado que vai decidir se vai produzir ou não a albumina. - Não há uma patologia relacionada com o aumento da produção de albumina. - O excesso de ingestão de proteína é transformado em lipídeos- arranca o grupamento amina e o que sobra (esqueleto de carbono) é transformado em gordura. O ORGANISO NÃO ESTOCA PROTEÍNA. - O fígado evita a hiperviscosidade do sangue mantendo constante produção de albumina. OBS: Quando maior a variabilidade de aminoácidos em uma proteína, maior a probabilidade de produção de proteínas diferentes no corpo: Valor biológico da proteína- é positiva. - Tempo médio da albumina no sangue: 15-20 dias (depois disso é degradada- pode ser degradada pelo próprio fígado ou por outros órgãos pelo retículo endotelial- por células especializadas em degradações de proteínas). o Causas: desnutrição. o Diminui a pressão coloidosmótica (pressão Oncótica) dos capilares. POSSIBILIDADE 1 ➢ O fígado é a fábrica de albumina. Se algum paciente estiver com alguma doença hepática grave, a produção de albumina estará também. O fígado é muito eficiente no processo de regeneração, quando tem um comprometimento de massa funcional excedendo 70% da massa hepática, é quando se observa o comprometimento da função hepática e dessa forma pode causar uma hipoalbuminemia, por insuficiência hepática (em pacientes graves com cirrose, edemas generalizados, etc.) devido à perda de massa funcional hepática. Então a hipoalbuminemia por doenças hepáticas demoram a se generalizar devido a essa Bioquímica Médica 1 – 12/05/2020 Gabriela Klein capacidade do fígado de conseguir ser regenerar e manter suas funções fisiológicas ainda que esteja doente. ➢ Lesão hepática x função hepática. - Lesão: não necessariamente está se referindo a comprometimento de função, são parâmetros diferentes. POSSIBILIDADE 2 ➢ Se a pessoa não estiver fazendo a ingestão de aminoácidos adequada, não irá conseguir produzir de forma adequada a proteína albumina. Síndrome de absorção intestinal ou deficiência nutricional grave ou qualquer outra enteropatia perdedora de proteína, irá se manifestar quadro de hipoalbuminemia. POSSIBILIDADE 3 ➢ Perda renal. Lesões glomerulares fazem com que o paciente perca proteína pela urina indevidamente, fazendo com que a proteína não seja absorvida, causando quadro de hipoalbuminemia por falta de “matéria prima” para a produção de albumina.POSSIBILIDADES EXTRAS ➢ Aumento do consumo de albumina: proteína albumina serve para recuperação de aminoácidos e proteínas para os tecidos, no processo de reparação cicatricial, queimadura e etc. Se uma dessas possibilidades exigir muita albumina, há um aumento do seu consumo e isso pode fazer com que ela falte em outras funções. ➢ Insuficiência cardíaca: pode levar também a uma hipoalbuminemia. ➢ Processos inflamatórios: diminuição da produção de albumina em função de outras proteínas inflamatórias para combater a infecção. IMPORTANTE ➢ A investigação sobre o que pode ter causado um aumento ou diminuição da albumina vai ser sempre baseado nas possibilidades e outros exames irão auxiliar no diagnóstico, como por exemplo, se o exame de proteína totais detectar uma diminuição da proteína no sangue e um exame de urina detectar um aumento de proteína na urina, indica que o paciente está com algum problema renal ou o exame de fezes deu alterado, indicando alto índice de parasitismo, caracterizando diarreia copioso grave, associa a uma causa intestinal ou o paciente está bastante ictérico( amarelo) alteração de enzima hepática, indicando uma lesão hepática. Obs: pode existe uma sobreposição de possibilidades. Globulinas • +/- 40% no sangue. • Existem vários subtipos de globulinas: α- alfa globulina β- beta globulina γ- gama globulina • Existem outras subdivisões dentro dessas divisões que serão estudados na aula de eletroforese, porém, de um modo geral essas proteínas estarão relacionadas a processos imunológicos, como anticorpos ou outras proteínas de fase aguda (resposta inflamatória aguda). • No espectrofotômetro dá para dosar a porção de proteínas totais e a fração da albumina, mas não tem como dosar diretamente a globulina. Já que não tem como dosar a globulina, se usa a formula: P = A + G P= proteínas totais A= albumina G= globulina • A dosagem da concentração de globulina se chega por essa equação. • Causas para o aumento da concentração de globulina serão várias, porque são vários subtipos, mas se tiver por exemplo um aumento da produção de anticorpos, há um aumento de globulinas. Esse aumento pode ser em função de uma adaptação a um processo infeccioso, causa por doenças parasitarias, doenças infecciosas, como a hepatite de característica infecciosa. Doenças imunomediadas, de natureza neoplásicas, como o mieloma múltiplo, leva a um aumento de anticorpos, neoplasias hematopoiéticas, é mais comum em pacientes com mais de 60 anos. Para diferenciar por Bioquímica Médica 1 – 12/05/2020 Gabriela Klein exemplo se é um mieloma múltiplo ou uma resposta inflamatória, pela imunidade adaptativa, irá precisar de outros exames, como a biopsia e a eletroforese. • Por ser um exame relativamente barato, ele é usado em primeiro momento para triagem. • Termo técnico para o aumento da concentração de globulina no sangue: HIPERGLOBULINEMIA. • Termo técnico para a diminuição da concentração de globulina no sangue: HIPOGLOBULINEMIA. • A eletroforese é um teste que caracteriza qual é o tipo de globulina que está aumentada, e terá certeza de que se trata de um anticorpo e qual anticorpo único, especifico, que é bem característico: proliferação monoclonal, ou seja, um único tipo de clone de anticorpo e se ele é característico na patologia, como o mieloma múltiplo- pico monoclonal, gamopatia monoclonal. A eletroforese é um exame que diferencia as proteínas pelo uso do peso molecular e a carga elétrica da proteína. • No exame de proteínas totais e frações, tem como dosar e saber se tem proteína normal, embora tenha uma hipoalbuminemia com uma hiperglobulinemia. Em função de uma resposta inflamatória qualquer que o corpo esteja passando por exemplo, por isso é importante dosar as frações, para caracterizar melhor qual proteína está sendo alterada ou não. Pode ter também uma hiperalbuminemia e uma hipoglobulinemia e isso tudo se compensar e não afetar a concentração de proteínas. Como a albumina representa 60% das proteínas, ela prontamente consegue afetar a concentração de proteínas totais, então se tiver uma hipoalbuminemia ou hiperalbuminemia, irá ter consequentemente uma alteração de proteínas totais. A globulina também pode afetar a concentração de proteínas totais, principalmente com relação a produção de anticorpos. Relação A/G • Vai ser próximo a 1/1,1. Se houver um aumento muito significativo dessa relação, se tem muito mais albumina do que globulina, se tiver uma diminuição muito significativa dessa relação, se tem muito mais globulina do que albumina. • Uma discrepância desse valor, irá indicar alguma alteração patológica: imunossupressão, hepatite C por exemplo. Reações que acontecem • O cobre (solução contendo cobre) em meio alcalino reconhece as ligações peptídicas das proteínas e se liga ao nitrogênio das ligações peptídicas e altera a cor do meio. Por isso, quanto mais proteína, mais ligações peptídicas para reconhecer, mais o cobre irá se ligar nessas reações, alterando a cor do meio. • É o reagente do biureto que é usado nessa reação de detecção de proteínas. Quanto mais proteína estiver, mais violeta o meio fica. • Essa mistura é levada para o espectrofotômetro e ele mede a absorbância da luz pela matéria, quanto maior a absorbância, indica que está mais escuro e tem mais proteína (semelhante ao exame de Benedict). • A albumina é determinada pela utilização do reagente verde Bromocresol, a cor do reagente é um amarelo escuro, mas quando reage na presença de albumina, fica verde. Quanto maior a quantidade de albumina, mais verde a concentração fica. A leitura também é feita no espectrofotômetro. • Se existem moléculas sendo detectadas, elas precisam ser comparadas com um padrão. A solução padrão vem junto ao kit e a concentração de albumina dessa solução é conhecida e se faz com ele a mesma coisa que se faria para detectar as amostras, mas como se conhece a concentração da amostra e ela gerou uma absorbância no aparelho, se compara a concentração e absorbância da amostra com a absorbância que o aparelho vai ler da outra amostra, para gerar um valor de concentração da albumina da amostra. Ele é usado como uma comparação/ referencial para ser comparada com a outra amostra biológica, chegando a uma concentração de proteína e albuminada. Bioquímica Médica 1 – 12/05/2020 Gabriela Klein
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