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novas tecnologias e a formação de professores

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http://edutec2004.lmi.ub.es/pdf/166.pdf
 Novas Tecnologias e a formação de professores 
Oliveira, N. 
Abstract
Índice
Este artigo tece considerações e aprofunda questionamentos sobre a crescente utilização das Novas Tecnologias (NTs) na educação. Investigou-se sobre a preparação e formação dos professores para utilizar as NTs em sua prática diária. O processo de entrada em cena dos computadores e sua popularização atuou como uma revolução silenciosa cujas conseqüências são sentidas com maior intensidade nestas duas últimas décadas. Este processo trouxe consigo novas questões ao mesmo tempo em que reavivou antigas polêmicas, como o papel do professor e do aluno no processo de ensino-aprendizagem e as diferentes concepções de educação. Os professores passam a ser vistos como orientadores e não mais como fonte do conhecimento, entretanto, para desempenhar este novo papel terão que superar a falta de familiaridade com as NTs e as lacunas de sua formação. Outra questão a ser resolvida é o acesso de grande parcela da população a essas tecnologias no Brasil. A utilização da Internet e demais recursos das NTs na educação e na formação das novas gerações de professores são sugeridas como alternativas a serem consideradas no enfrentamento destes problemas. Entendemos que as Novas Tecnologias podem ser consideradas como ferramentas para a atividade educacional, meios para atingir os fins educacionais. Serão eficientes se projetados e implementados para aprofundar a participação dos estudantes no aprendizado e na colaboração, visando desenvolver a capacidade de discernimento e senso crítico para dominar estas ferramentas e não se converter em escravos delas.
1 Novas tecnologias na sociedade e na educação
2 Mudanças na educação
3 Considerações finais
4 Bibliografía
Palavras-chave: Novas Tecnologias; Novas tecnologias na educação; formação de professores.
Oliveira, N. Novas Tecnologias e a formação de professores Pág. 1
1 Novas tecnologias na sociedade e na educação
A motivação para este estudo sobre a utilização das Novas Tecnologias na educação vem inicialmente de uma curiosidade pessoal e também de nossa atuação profissional. Acompanhando as evoluções tecnológicas recentes, percebemos que não se trata simplesmente da introdução dos computadores da sociedade, mas de uma série de alterações que vem ocorrendo no mundo, nas diversas esferas de atuação humana.
A crescente utilização das Novas Tecnologias altera o modo de produzir e distribuir os produtos e serviços, a comunicação entre as pessoas e instituições e até mesmo as relações humanas.
Estamos vivendo um período de mudanças intensas e contínuas, passamos do mundo industrial para o pós-industrial, vivemos o material e o virtual, num entrelaçamento e complexidade crescentes. Este processo decorre da utilização intensiva da tecnologia, especialmente a convergência entre as áreas de telecomunicações (telefonia e TV) e informática.
Ao falarmos desta convergência, coloca-se em destaque os computadores e redes, surgindo logo a Internet, que como um furacão varreu e uniu tecnologias e mídias como o rádio, televisão, telefone (móvel e fixo) e livro. Nossa analogia visa suscitar a idéia de que a Internet é uma nova linguagem, que incorpora as anteriores, sem, contudo, negá-las.
O caráter aglutinador da Internet mantém a hegemonia da escrita, que continua onipresente em todos os pontos da rede, aumentando ainda mais a importância dos processos de compreensão, interpretação e análise da língua escrita.
Acreditamos que o computador e a Internet juntamente com outras transformações sociais, econômicas, e geopolíticas recentes alteraram a maneira de ver o mundo, de estudar, de comprar.
O movimento que a sociologia chama de Pòs-Modernismo traz alterações substanciais na vida e na cosmovisão do ser humano. Assim investigamos como estas NTs influenciam os estudantes das licenciaturas e se a introdução de disciplinas de Informática e Tecnologia Educacional que visem dar-lhes domínio destas tecnologias estão cumprindo seu papel.
A aprendizagem, parte importante da vivência humana também é alterada. Sendo assim, a escola, tida como um dos locais privilegiados de produção e divulgação/assimilação do conhecimento, passa por um questionamento de seus métodos, valores e missão.
Aprender é um processo interno e essencial a todo ser humano; transmitir o saber sistematizado e ajudar as pessoas a aprenderem e adquirirem ou construírem o conhecimento é a função da escola.
Em meio a todas estas transformações a própria missão da escola passa a ser questionada, pois se a Internet com sua força avassaladora muda os modos de produção, distribuição e venda de produtos e serviços e também a comunicação entre as pessoas na sociedade, isto estende se à escola e aos processos educativos. Como poderia a escola ficar (ainda mais) a margem da sociedade e ignorar este furacão?
Porém, as escolas e universidades, ainda que produzam conhecimento e tecnologias, são também redutos tradicionais que resistem á mudança e a assimilam muito lentamente. Assim sendo, como estas instituições podem utilizar o potencial da Internet para ajudar a cumprir sua missão?
2 Mudanças na educação
O objetivo deste estudo foi compreender o contexto de introdução das Novas Tecnologias na educação, especialmente no curso de Letras da Unimeo, faculdade privada da região oeste do Paraná.
Buscou-se também verificar quais programas informatizados os acadêmicos dominam ao ingressarem no curso e qual a contribuição da disciplina Informática e Educação para a utilização destas ferramentas na graduação e na atuação dos futuros profissionais.
Na primeira etapa foram aplicados questionários visando descobrir se os estudantes do curso de Letras, da primeira e quarta série (séries em que são oferecidas disciplinas de Informática), têm domínio dos principais programas de computador como editor de texto, planilha eletrônica, programas de apresentação, navegador e correio eletrônico.
Oliveira, N. Novas Tecnologias e a formação de professores Pág. 2
Foram introduzidas questões que visavam descobrir se antes da cursar tal disciplina o acadêmico tinha visão de como utilizar o computador e a Internet com propósitos didáticos.
Tradicionalmente, a formação de professores nas licenciaturas não contempla nenhuma disciplina da área de Informática que proporcione ao acadêmico o domínio de ferramentas computacionais ou a discussão do papel das Novas Tecnologias na educação.
O currículo do curso de Letras da Unimeo, já ao iniciar a primeira turma em 1999, incluía a disciplina de Informática, visando proporcionar embasamento teórico e prático para o acadêmico utilizar a informática durante a graduação e também na sua atuação profissional.
Esta perspectiva de formação visa desenvolver a independência para propor soluções no âmbito de seu trabalho futuro e proporcionar condições para enfrentar situações diárias em relação ao ensino com, uma postura mais consciente, ativa e criativa.
Outro objetivo perseguido foi o de capacitar o profissional para os desafios do país de superar o analfabetismo tradicional e o digital, contribuindo para melhorar a qualidade do ensino fundamental e médio.
3 Considerações finais
Entendemos que a revolução tecnológica precisa acontecer também na educação, através da escola e universidade. Para isto é necessário romper com a tradição do falar/ditar do professor e passar a utilizar as ferramentas computacionais na sala de aula.
Sabemos que este é um desafio, que oferece muitos problemas, mas também novas oportunidades para as situações de aprendizagem ocorrerem. Precisamos ir além da utilização do computador e da Internet como ferramenta de digitação, correio eletrônico e pesquisa bibliográfica.
Entretanto, a utilização destas ferramentas requer preparo intelectual e técnico do professor, ele precisa estar instrumentado, dominar a utilização técnica dos diversos softwares disponíveis, criar situações que favoreçam a aprendizagem e a construção do conhecimento por meio destes recursos.
Isto requer uma sólida formação teórica,bom senso e criatividade, pois a Internet pode incitar a curiosidade dos alunos e através da navegação superficial apenas levá-los a dezenas de links e páginas, sem, contudo aprofundar os conhecimentos, somente dispersando a atenção dos alunos.
A educação também pode ser agente ativo no sentido de adaptar tecnologias ao processo educativo e fazer com que elas estejam a serviço do bem-estar do ser humano e não sejam usadas como instrumento de dominação.
A postura e as concepções pedagógicas e sociais do professor também são elemento decisivo. Além, é claro de uma adequada formação e domínio das tecnologias para que se possa fazer uso pleno destes recursos em uma sala de aula menos linear e mais interativa. Que será mais atraente e poderá prender a atenção dos inquietos alunos destes novos tempos.
Através dos resultados parciais da pesquisa, percebemos que o desenvolvimento de habilidades de leitura e interpretação do “mundo virtual” são essenciais no preparo dos futuros professores, pois ainda são poucos os que chegam a universidade com domínio de ferramentas computacionais.
O uso das NTs pode facilitar a comunicação entre as pessoas e favorecer a aprendizagem, desde que seu uso seja pautado pelo bom senso e visão crítica do professor. A preparação dos futuros professores nesta perspectiva repercutirá ao longo do tempo nas metodologias de educação e pode contribuir para a melhoria do ensino.
Estas possibilidades serão concretizadas somente a partir de um amplo projeto nacional que realmente busque a qualidade do ensino e vise reduzir as desigualdades regionais e econômicas do país.
O dinamisno do mundo requer que usemos todo o nosso potencial humano e tecnoilógico no sentido de reduzir o analfabetismo tradicional e o digital.
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4 Bibliografía
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Neusa de Oliveira Carneiro
Unioeste
neusacar@unioeste.br
Oliveira, N. Novas Tecnologias e a formação de professores Pág. 4
http://info.worldbank.org/etools/docs/library/218224/Morosov%20Alonso%20-%20Novas%20Tecnologias.pdf
 Novas Tecnologias e formação de professores: um intento de compreensão1. 
Kátia Morosov Alonso2 
Nota: A divulgação deste documento por Cd-Rom e no Web site do programa Educação do Instituto do Banco Mundial e feita com a autorização do autor. 
Resumo 
O texto inicia uma discussão acerca do uso das novas tecnologias da comunicação nos processos de formação de professores e aponta uma determinada compreensão sobre o significado das redes comunicacionais educativas, tendo por base a experiência do Núcleo de Educação Aberta e a Distância da Universidade Federal de Mato Grosso. Para isto, apresenta algumas reflexões em torno da temática tecnologia/educação, propondo uma análise política e metodológica, utilizando princípios que trabalham o que seja a interação e o significado do uso destas tecnologias nos processos formativos. 
Quando recebi o convite para participar deste Curso, me sugeriram tratar de dois temas: o primeiro deles relativo à educação a distância e, o segundo, relativo à experiência do Núcleo de Educação Aberta e a Distância (NEAD) da UFMT que vem desde o ano de 1992 trabalhando com a formação de professores, tendo como base a utilização da modalidade de Educação a Distância (EAD). 
Durante as “conversas” para “acertar” os detalhes desta sessão, a idéia inicial de tratar, mais especificamente, da EAD foi ampliada. Por que não discutirmos algumas questões acerca do uso das novas tecnologias da comunicação nos processos formativos? Ou se quisermos as aplicações educativas destas tecnologias? 
Este parece ser um tema não só polêmico, mas, sobretudo, muito pouco conhecido. Isto tem a ver, sem dúvida, com a própria “novidade” que o uso mais massivo das tecnologias informacionais nos impõe e, com a velocidade das transformações ocorridas nesta área. 
Por isso, poderíamos iniciar uma reflexão sobre esta temática perguntando-nos: qual a relação entre EAD e as tecnologias da comunicação? Ou, ainda, porque alguém que trabalha com a EAD poderia tratar do uso das tecnologias da comunicação? 
1 Apresentado na 22ª Reunião Anual da ANPED na Sessão Especial intitulada: Novas Tecnologias da Comunicação e Informação: mudança no trabalho, desafios para a educação e para a formação dos educadores. 
2 Professora do Departamento de Ensino e Organização Escolar da UFMT e Coordenadora do Núcleo de Educação Aberta e a Distância nesta mesma Universidade. 
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Em primeiro lugar, gostaria de esclarecer que a discussão e reflexão em torno da temática “tecnologias da comunicação na educação” não é algo “decorrente” da EAD. 
Com o desenvolvimento da EAD e, exatamente, para que essa modalidade educativa pudesse existir, este foi um campo de uso mais intenso de “tecnologias”. Tecnologias que puderam ser disponibilizadas, segundo determinados momentos históricos, principalmente em se tratando das últimas três décadas. 
Para aqueles que vêm trabalhando com a reflexão sobre a EAD (cf. MOORE (1996), GARRISON (1996), KEEGAN (1998), BATES (1995) e SEGOVIA (1990)), dois fatores vão permitir a expansão da modalidade: as novas demandas educativas, principalmente àquelas decorrentes dos processos industriais pós anos 70 e a intensificação do uso de determinadas tecnologias da comunicação. 
Para nós que trabalhamos com a EAD, consideramos a existência de três gerações distintas, no processo de interlocução entre alunos e professores, apesar de serem gerações interdependentesentre si. A primeira delas diz respeito ao uso dos textos escritos enviados por correio. A segunda tem suas raízes tecnológicas nos anos 60, com o uso do rádio e da televisão. Neste caso, o texto didático começa a ter diferentes “roupagens” audiovisuais. Nesta mesma época a indústria editorial começa a produzir materiais didáticos e os alunos começam a fazer uso de redes de distribuição de materiais de ensino que estão fora da escola. A perspectiva de uma terceira geração de EAD tem como base a difusão dos computadores pessoais e as primeiras tentativas de criação de redes de pesquisa. Este “ciclo” se completa, com os avanços das telecomunicações que permitem o rompimento da relação espaço-temporal da educação presencial e com os meios massivos de armazenamento de informações que ampliam e transformam em uma nova dimensão o material didático a que tem acesso o aluno. A integração de diferentes elementos em um sistema educativo mais “tecnologizado” nos permitiria passar da idéia de uma educação para a distância, à idéia de uma educação não presencial. 
O fato é que como a EAD tem uma “quase permanente” separação física entre professor e aluno, os processos comunicacionais que garantiriam a interlocução entre um e outro acabam por influenciar a constituição dos sistemas educativos nesta modalidade. 
Porém, os “males” vividos tanto pela educação presencial, quanto pela educação não presencial, parecem ter as mesmas raízes. O modelo de sociedade que afirma ser a informação sua fonte de riqueza e base para a organização econômica, política e social acaba por “impregnar” nossas vivências cotidianas. Desta maneira, dizer que um tipo de educação é melhor que outro, parece revelar algumas idiossincrasias de nossos tempos. 
O paradigma de sociedade informatizada propõe, segundo seus defensores, um novo princípio de estruturação e estratificação social: a relação com os meios de produção não seria, neste momento, o fator mais importante na determinação das relações sociais estabelecidas nas sociedades, mais particularmente, nas sociedades ocidentais; agora as diferenças estariam marcadas pela riqueza ou carência de informação que possua cada pessoa. 
Para a sociedade informatizada, as novas tecnologias da comunicação constituem um dos elementos chaves e sua incorporação em contextos educativos em função do modelo econômico atual, implica em um uso mecânico e eficientista, fomentado, inclusive, pelos administradores educativos, responsáveis pela tomada de decisões em um ministério ou universidade. 
A “ideologia” da informação, seja na EAD, seja na educação como um todo, acabou por gerar, segundo Aparici (1999) uma série de mitos: que as novas tecnologias 
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produzem bem-estar; que através do uso das novas tecnologias o acesso à educação será facilitado; que as novas tecnologias da comunicação vão permitir mudanças nos sistemas educativos; que a comunicação entre as pessoas será facilitada; que a globalização se efetivará na medida em que todas as pessoas estejam interconectados entre si; que vivemos a sociedade da informação; que com o uso das tecnologias da comunicação teremos mais democracia e interatividade, pois a circulação de informação se daria sem o controle dos grandes conglomerados midiáticos; que cada indivíduo vivência a liberdade de expressão sem necessidade de considerar o pensamento coletivo e a opinião pública; que o livre mercado se expande a proporção que mais e mais pessoas se integrem nas redes de comunicação; que a participação existe quando fazemos uso das redes de comunicação e que as igualdades de oportunidades se darão na medida em que se socialize o uso destas mesmas tecnologias. 
Não seria necessário dizer que para cada um dos mitos criados e, entendendo-o como um elemento explicativo de determinadas realidades, poderíamos afirmar que os dados empíricos nos proporcionam muitíssimos argumentos para demonstrar que existe todo um imaginário com relação ao uso das tecnologias da comunicação, tanto na sociedade como um todo ou no setor educação de maneira mais específica, reforçado, dia-a-dia, pelo poder das mídias eletrônicas: quem está fora das redes de comunicação está fora do mundo! Começa a existir uma barreira abismal entre aqueles que têm acesso ao uso das tecnologias da comunicação e aqueles que não têm esse mesmo acesso. 
Ao pensarmos então nos mitos que se criaram e, que vêm sendo reforçados cotidianamente, nos resta uma pergunta: como poderíamos entender, ou qual o sentido do uso das novas tecnologias da comunicação no processo ensino-aprendizagem? 
Não seria necessário dizer, como afirma Rodriguez (1996), que a presença das novas tecnologias vem produzindo reações no professorado não muito diferentes daquelas geradas pela invenção da imprensa e, pela conseqüente produção de livros e textos escolares. Para este autor, o uso das novas tecnologias da comunicação no final do século XX, vem contribuindo para acelerar crises de identidade dos profissionais da educação, pois se a aparição do livro questionou a legitimidade do professor como depositário do saber, as novas tecnologias trazem novamente “à tona” a discussão sobre o papel deles (nossos), nos processos de ensino/aprendizagem. 
Diante desta circunstância, é sintomático observar as reações que se vem produzindo nas escolas e entre os professores. Basicamente, para mais adiante, das posturas dicotômicas clássicas frente a qualquer problema novo e, que, neste caso, poderíamos identificar como “tecnofobia” (cf. Sancho, 1994), existem também posições intermediárias como a indiferença e pragmatismo, ou seja, a posição daqueles que ignoram o problema porque não se sentem implicados com a informática e duvidam que o computador possa fazer algo para ultrapassar aquilo que já fazemos, e a dos professores que, negando as posturas pró ou anti consideram que as novas tecnologias como ferramentas análogas a outras, em suas perspectivas metodológicas e como sujeitos que participam dos processos educativos, são além de úteis, inevitáveis. 
Para nós, que estamos trabalhando com a possibilidade de um uso mais intenso e massivo destas tecnologias nos processos formativos de professores das escolas fundamentais do sistema, existem dois tipos de discussão acerca deste problema. A primeira delas é, sem dúvida, política, ou seja, compreendemos que a socialização do uso não “elevará” de forma alguma os patamares de democratização do ensino público ou da participação das pessoas e grupos nos contextos sociais vividos. Esta seria uma forma de 
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socializar o acesso, usando para isto as infra-estruturas comunicacionais que estão sendo disponibilizadas pelos governos estaduais e federal. Fazer uso destas infra-estruturas com programas de formação, nos parece fundamental. Isto nos permitiria uma agilização nos processos comunicacionais necessários à formação dos professores ou em qualquer processo desta natureza. Além de permitir a discussão dos próprios professores quanto as possibilidades de uso destas tecnologias na escola. Afinal serão eles que estarão “manuseando” estas tecnologias nos ambientes escolares. 
Nesta mesma perspectiva, nos parece também que o problema não se reduz à discussão pura e simples do uso das tecnologias, agora como antes, o problema segue sendo o relativo a ausência de uma identidade institucional das escolas e do “quefazer” profissional dos professores. 
Talvez por isto, e situando o problema de forma mais específica, seria conveniente deixar claro que as instituições educativas não podem permanecer à margem do desenvolvimento tecnológico sempre e quando este contribua para seu desenvolvimento institucional e à melhoria dos processos educativos. O problema, como ocorre geralmente quando trabalhamos com processos inovadores ou desconhecidos, é o de superar os tratamentos atomizados e esclarecer suas possibilidades de tratamento. 
Em se tratando de possibilidade, a discussão em torno do “como” a inserção das novas tecnologias podem contribuir organizativamente e pedagogicamente na reconfiguração dos cenários educativos,nos parece importante. O aspecto central, neste caso, diz respeito à idéia de que a integração destes novos meios poderia gerar processos de inovação nas escolas. 
No entanto, é necessário assinalar que a disponibilidade destes meios não é condição suficiente para se falar em inovações educativas. A inovação educativa requer um “olhar” sobre o uso e os tipos de uso das novas tecnologias da comunicação nas instituições de ensino. 
Para nós que participamos do Núcleo de Educação Aberta e a Distância do Instituto de Educação da UFMT, o uso das novas tecnologias da comunicação nos processos formativos de professores teria como pressuposto criar uma rede de comunicação educativa, cujo objetivo básico seria o de estabelecer uma malha comunicacional onde cada ator participante deste processo cumpriria uma função diferenciada, acedendo desde sua própria “localização” o resto dos setores com os quais se relaciona. Isto se daria através de uma rede de comunicação comum que acolheria e organizaria o intenso, o complexo e o interativo tráfico entre todos. 
No caso de Mato Grosso, a rede se organiza tendo em vista a formação dos professores em exercício das séries iniciais da escola fundamental em uma licenciatura específica para este nível de ensino. Esta opção foi feita pelo Instituto de Educação desde 1992. A idéia da rede não se refere de maneira imediata ao suporte físico dela mesma, mas aos serviços de valor que são “adicionados” ao processo formativo. Significa dizer que a rede não foi criada como um fim em si mesma, mas para atender aos objetivos formadores a que se propõe a referida licenciatura. A evolução da rede de comunicação educativa irá se apoiar na evolução dos serviços gerais das telecomunicações, incluindo velocidade no fluxo das informações, tipos de serviços a serem oferecidos entre outros elementos. 
O mais importante é perceber que o uso das tecnologias da comunicação não muda, em princípio, as “velhas” questões para a proposição de qualquer projeto educativo: para quem? para que? e o como? este projeto será desenvolvido. Sem a definição de um público, sem a definição dos objetivos, sem a definição de parâmetros pedagógicos, ou um 
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modelo básico de sistema educativo e, sobretudo, dos conteúdos a serem veiculados, o uso das tecnologias da comunicação servirá muito pouco. 
Para Jonassen (1998), o mais importante não é pensar as novas tecnologias como tecnologias de aprendizagem. Para ele, as tecnologias suportam funções de aprendizagem desde que utilizadas para isso. O computador, por exemplo, não é uma tecnologia de aprendizagem em si, ele suporta atividades humanas que poderão caracterizá-lo como meio para fins educacionais. Para tanto, a configuração de ambientes de aprendizagem fundados a partir do uso das tecnologias, pressupõe toda uma discussão sobre os papéis de quem ensina, de quem aprende e dos elementos constitutivos da comunicação educativa. 
Ao trabalharmos com a idéia de comunicação educativa, estamos pensando, justamente, em processos de crescente interação professor/aluno, que vão ocorrer numa relação espaço/temporal diferenciada. 
Quando tratamos de processos comunicacionais que se estabelecem através do uso das tecnologias da comunicação, a interatividade é considerada sempre como uma das principais vantagens do ensino que se desenvolve tendo por base este tipo de meio. Os sistemas comunicacionais de caráter educativo são anunciados como interativos, se diz que com os novos programas criados para este fim, o usuário já não seria um receptor passivo, mas que teria a faculdade de decidir que tipo de informação quer receber a cada momento de seu processo formativo. Há alguns estudos que trabalham o significado do ser interativo nos processos de formação, dentre eles podemos citar os de Gayeski e Willians (1984) e de Sènecal (1995). Em resumo poderíamos dizer que a interatividade é compreendida, nestes estudos, como uma possibilidade de se romper com os modelos comunicativos uniderecionais. 
Este é, na verdade, um dos grandes problemas relativo a utilização das redes de comunicação educativa: como desenvolver processos comunicacionais interativos e participativos? 
A utilização destas tecnologias nos processos de ensino/aprendizagem, como ocorre com utilização de qualquer outro meio, teria, como principal fator, servir de base para a superação de modelos comunicacionais fechados em si mesmo, possibilitando o estabelecimento de relações caracterizadas pela crescente interação entre os diferentes atores participantes de um processo de formação. 
De qualquer maneira, ao trabalharmos estes processos, poderia ocorrer o paradoxo de estarmos preocupando-nos por conseguir um nível máximo de interação entre os atores e os meios e descuidar-nos da própria interação humana, a mais importante e enriquecedora, cuja qualidade estará na dependência de que os atores participantes de um processo formativo aprendam a utilizar os meios para expressar-se e, não apenas, como meio que sustente fluxos informacionais. 
De fato, a maior parte dos programas dirigidos aos processos formativos, carecem ainda de conteúdo interativo. O processo de ensino/aprendizagem marcado pelo uso das tecnologias da comunicação, limita em muito a originalidade das respostas por parte dos alunos, uma vez que os programas elaborados para este fim reconhecem apenas as respostas que estariam indicadas a priori, ou por quem os elaborou. Muitas das aplicações “comunicacionais” que estão sendo lançadas no mercado educativo e que afirmam superar a passividade do aluno, oferecem poucas opções aos usuários. Em muitos casos a participação, como aponta Sènecal (1995), se limita a escolha entre um botão e outro em um esquema de instrução de caráter condutista. 
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Quanto mais abertos os programas, maior serão os níveis de participação e de decisão de cada um dos atores dos processos educativos. 
É neste sentido que as transformações poderão ocorrer, pois ao tratarmos das redes de comunicação educativa, estamos trabalhando com a idéia de se constituir uma crescente interação professor/aluno, relativizando em muito o papel de cada um deles. O primeiro atuará explicitando caminhos de busca e de disponibilização de vias de acesso para novos conhecimentos, e o segundo, assumirá uma função mais autônoma frente aos seus próprios objetivos educacionais. 
Para o NEAD a função da rede educativa é a de organizar o tráfico de comunicação entre autores, professores, orientadores acadêmicos, alunos, centros de apoio, banco de dados e determinados conteúdos do curso, dando entornos de entrada e gestão de tráfico do sistema. Este sistema, no entanto, deve ser de fácil utilização sendo transparente, fluído, flexível e com capacidade de evolução, seja do ponto de vista do números de usuários, seja do ponto de vista de se agregar outros serviços. 
A equipe do núcleo tem claro que a rede de comunicação faz parte de uma rede de formação. Ou seja, a rede de comunicação educativa existe como um complemento à rede de formação e, a medida que se amplie possibilidades técnicas e de acesso, esta rede poderá também ser ampliada quanto ao seu uso. No entanto, a rede de formação não poderá jamais ser confundida com a rede de comunicação educativa, uma vez que ela se estrutura a partir de um projeto político-pedagógico com determinadas finalidades formativas, sendo a rede de comunicação educativa um dos elementos facilitadores para o estabelecimento da relação professor/aluno. Neste caso, o que favorece a interação entre alunos/professores, não é a rede de comunicação em si, mas a mediação proposta no projeto político-pedagógico de formação. 
É interessante assinalar que em Mato Grosso a denominada rede de formação se estrutura tendo por base o “Programa Interinstitucional de Qualificação Docente” desenvolvido em conjunto pelas duas universidades públicas do estado (federal e estadual), Secretaria de Estado de Educação (SEDUC) e prefeituras municipais. A curto prazo, o programa prevê a formação dos professores que já estão em serviço, criando para isso estruturasde formação que se organizam em Centros de Apoio e Núcleos Tecnológicos de Educação. A médio prazo, estes centros terão como função o desenvolvimento de programas de educação continuada voltados para os profissionais da educação e, a longo prazo, a idéia é transformar estes centros em centros de referência de formação, estando sua gestão a cargo dos próprios professores. 
Em sendo assim, a rede de comunicação educativa não exige que “a priori” já se constitua por completo. Neste sentido muitas iniciativas parciais poderão ser incorporados desde que não se suponha lastros insuperáveis para a integração futura em sistemas maiores ou , iniciativas que venham a suplantar os objetivos formadores a que se propõe o projeto político-pedagógico que sustenta sua utilização. Isso significa que é impossível pensar o uso das tecnologias da comunicação nos processos formativos sem que se tenha um projeto definido quanto as implicações de seu uso. 
Além disto, para este projeto político-pedagógico de formação, a utilização das novas tecnologias da comunicação no processo formativo dos professores da rede pública de ensino, tem também como objetivo a constituição de uma cultura de uso das mesmas. Os resultados de diferentes estudos indicam as dificuldades e resistências que têm os professores a este respeito (cf. Sancho 1994), daí a importância de estarmos atentos para a 
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crescente utilização destas tecnologias tanto pelos estabelecimentos de ensino quanto nos processos formativos dos professores. 
A utilização educativa das novas tecnologias da comunicação, consideradas como recursos e materiais, seria congruente com a necessidade de incorporar aos processos de ensino/aprendizagem distintas codificações em que se estaria elaborando diferentes manifestações da cultura em nossos dias. Esta seria uma das formas, ainda que não a única e talvez nem a mais importante, para determinados níveis do sistema educativo, de gerar processos de mediação cultural mais amplos e variados que os conhecidos tradicionalmente, primeiro pela transmissão oral e, depois com a transmissão escrita. 
Do ponto de vista pedagógica o uso das tecnologias da comunicação pressupõe um processo de “reconstrução” das práticas pedagógicas. Se for para utilizarmos a rede educativa como uma reprodução das aulas magistrais, agora com possibilidade de atingir um maior número de pessoas, estaríamos reduzindo, sobremaneira, uma possibilidade de repensar profundamente as práticas pedagógicas autoritárias e formalistas, uma vez que a incorporação deste uso nos processos educativos requer a constituição de equipes multidisciplinares e o estabelecimento de ambientes de aprendizagem, como afirma Jonassen (1996), altamente colaborativos e participativos. 
No caso, das universidades públicas brasileiras, a pesquisa nesta área, exigirá não só a disponibilização de pessoal, mas sobretudo, a criação de alternativas viáveis pedagógica e economicamente. Os programas disponibilizados comercialmente são, em sua maioria, pouco criativos e caros. 
O mais significativo é perceber que uma rede de comunicação educativa permite que cada ator, possa ele mesmo, estabelecer processos de busca complementar de informação, relações que não são direcionadas a princípio e uma série de serviços, utilidades e comunicação adaptadas aos cenários de formação, situados mais proximamente do aluno. 
Parece que a grande “revolução” proposta pelo uso das tecnologias da comunicação no setor educativo tem como base este repensar e reconstruir as práticas pedagógicas. 
Se considerarmos o uso das tecnologias da comunicação como recursos didáticos, poderíamos pensar no enriquecimento e complementação dos materiais curriculares utilizados nos processos formativos. A vantagem seria a de integrar em um mesmo suporte diferentes linguagens. Linguagens e códigos que pouco a pouco vão se tornando hegemônicos na maioria das instâncias de socialização. 
Numa perspectiva educativa, o uso destas tecnologias não implica, necessariamente, na perda do protagonismo do professor nos processos de ensino/aprendizagem. Isso se considerarmos que do ponto de vista dos espaços de autonomia profissional, eles deverão continuar sendo aqueles que decidem que meios e recursos são os mais adequados aos objetivos educativos que pretendem. E esta capacidade de decisão se manifesta tanto na seleção como na elaboração de produções tecnológicas. 
Metodologicamente, o uso das tecnologias implica em decisões e conseqüências relevantes. Para os professores porque lhes permite ampliar formas tradicionais de transmissão do saber , até agora predominantemente oral e escrita, e isto supõe gerar processos de renovação metodológica em consonância com as linguagens que atualmente começam a ser mais freqüentemente utilizadas. Para os alunos, a integração dos desenvolvimentos tecnológicos no trabalho escolar implica na incorporação de uma 
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dimensão formativa dos mesmos, com vistas a superação de um uso puramente instrumentalizador. 
Por último, seria conveniente apontar que as tecnologias da comunicação podem facilitar a superação do isolamento do trabalho escolar conformado nas classes e instituições escolares, criando plataformas de comunicação docente e de espaços de encontro com os mais variados interlocutores. Na medida que estas dinâmicas permiterem ampliar as oportunidades de se trabalhar com uma educação crítica e de qualidade, as instituições escolares não poderão nem deverão enclausurar-se entre seus muros. 
Com a utilização destas tecnologias e, estendendo um pouco mais a idéia anterior, é possível também pensar que um dos primeiros passos rumo a transgressão dos parâmetros estabelecidos pela escola moderna, se daria justamente, como afirma Néder (1999), na superação da relação espaço-temporal que caracteriza a homogeneização e o lugar desta escola. Ainda que o ideário iluminista quanto a igualdade, gratuidade e universalização da escola seja um ideário necessário em nossos dias, as novas tecnologias da comunicação quando trabalhadas em uma perspectiva educacional nos forçam a pensar, pós-modernamente, no “deslugar” da escola o que, contraditoriamente se coloca como um dos fatores para se atingir as finalidades educativas da modernidade. Ou seja, quanto mais rompermos com a idéia de uma escola fechada, desvinculada dos processos que movem tecnologicamente as sociedades neste momento e com programas que não contribuam para uma identificação institucional do espaço educativo, estaremos limitando, uma vez mais, a possibilidade de tornar a escola como algo integrado a vivência e as experiências da maior parte da população. 
Para Ferrara (1996), com o uso das novas tecnologias da comunicação temos a impressão, ou a sensação, de que as “antigas” fronteiras geográficas foram derrubadas e, por isso mesmo, as fronteiras psicológicas, culturais e sociais acabariam por assumir um papel de marcação de outras fronteiras, estas com um caráter fortemente excludente. Os novos processos comunicacionais produzem percepções e construções distintas quanto a produção e uso dos conhecimentos historicamente acumulados. Falamos cada vez mais em grupos ou comunidades de aprendizagem, se juntarmos a essa idéia a idéia de que o uso das novas tecnologias contribuirá para marcar estes grupos ou comunidades de aprendizagem como aqueles que consomem mais ou menos tecnologia estaremos estabelecendo outro tipo de fronteira, de caráter tão excludente quanto as anteriores. Parece que a transgressão aos modelos formalistas de educação ou dos modelos geradores de exclusão estará mais uma vez e, em parte, “nas mãos” daqueles que estão diretamente envolvidos com as práticas pedagógicas, resta-nos perguntar se o “mote” novas tecnologias da comunicação será um catalizador de mudanças. 
Trabalhar, então, com o uso das novas tecnologias da comunicação, pressupõe, como afirma Jonassen (1998), assumir a responsabilidade de se constituir ambientes de aprendizagem completamente novos. Significa pensar em estruturas flexíveis, em materiais que integrem distintas mídias:escrita, áudio, vídeo e, sobretudo, em processos de aprendizagem e sistemas de ensino abertos, arejados, cuja base seja a efetiva colaboração entre aluno e professor. Seria uma nova utopia? Ou um novo mito? 
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