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JÚLIA MARINOT – TURMA XXV HAC PNEUMO ANAMNESE IDENTIFICAÇÃO • Nome; • Idade: malformações congênitas e nas crianças: sarampo, coqueluche, tuberculose primária, bronquiolite, fibrose cística; • Sexo/gênero: doenças pulmonares parenquimatosas difusas são mais comuns em mulheres e doenças relacionadas com tabaco e tuberculose em homens; • Cor/etnia; • Estado civil; • Profissão, ocupação, local de trabalho; • Naturalidade, procedência, residência; • Nome da mãe; • Religião; • Plano de saúde. QUEIXA PRINCIPAL O que trouxe o sr. /sra. aqui hoje. HISTÓRICO DA DOENÇA ATUAL Identificar o sintoma guia: início (súbito ou fator desencadeante), duração, localização exata, irradiação, frequência, intensidade, fatores de melhora ou piora, tipo, sintomas relacionados, como está agora e relação da dor com a respiração. Mas TODOS DEVEM SER EXPLORADOS. INTERROGATÓRIO SINTOMATOLÓGICO Deve ser direcionado para o sistema respiratório, apresentado abaixo. ANTECEDENTES PESSOAIS E FAMILIARES Infecções pulmonares graves e extensas na infância podem reduzir reservas respiratórias, antecedentes traumáticos podem causar pneumotórax, hemotórax ou hérnias diafragmáticas, passado alérgico, doenças autoimunes podem ter manifestação pulmonar, diabéticos são mais vulneráveis às infecções (tuberculose), uso de corticoides, imunossupressores ou antibióticos deve-se pensar em agentes oportunistas, AIDS, asma, cirurgia, transfusões sanguíneas e medicamentos/vacinação. Câncer e episódios prévios familiar. HÁBITOS E ESTILO DE VIDA/ CONDIÇÕES SOCIOECONÔMICAS Tabagismo, etilismo e nebulização como um hábito e não método terapêutico (risco de exacerbar a atividade de certas bactérias), atividade física, alimentação, atividade sexual e drogas. Água tratada e moradia. JÚLIA MARINOT – TURMA XXV INTERROGATÓRIO SINTOMATOLÓGICO DOR TORÁCICA • PLEURITES OU PLEURISIAS: Em geral a dor vem acompanhada de tosse seca de timbre alto (dor aumenta com a tosse – faz o paciente reprimi-la), febre, dispneia. A dor é aguda, intensa e em pontada, o paciente localiza com precisão e facilidade (área pequena e bem delimitada – identifica com a polpa dos dedos, não se irradia). Nas pleurites diafragmáticas o paciente adota uma posição antálgica, comprimindo o hemitórax oposto com uma das mãos. Já nas pleurisias diafragmáticas periféricas a dor pode ser confundida com abdominal, por ser difusa e não localizada (pode cursar com um quadro falso de abdome agudo). • PNEUMOTÓRAX ESPONTÂNEO BENIGNO: Em geral acomete jovens com plena saúde, é uma dor súbita, aguda e intensa que é comparada a uma punhalada e acompanhada de dispneia e sem queixa de febre. • PNEUMONIAS ALVEOLARES: São iniciadas nas periferias dos lobos, em estreito contato com a pleura parietal, sendo assim, tem as mesmas características semiológicas das pleurites. Porém quando o foco pneumônico é apical, mediastinal ou diafragmático, o paciente relata uma sensação dolorosa profunda não localizada, bem diferente da anterior. • INFARTO PULMONAR: Provoca dor muito parecida com a das pleurites e pneumonias. • VIROSES RESPIRATÓRIAS: A queixa é uma dor difusa, como um desconforto, quase sempre de localização retroesternal que se exacerba na tosse seca. • LARINGOTRAQUEÍTES OU TRAQUEOBRONQUITES AGUDAS: Paciente localiza dor na laringe e na traqueia colocando a mão espalmada sobre o esterno. JÚLIA MARINOT – TURMA XXV • DOR MEDIASTÍNICA: Surge principalmente nas neoplasias malignas, com uma sensação dolorosa profunda, sem localização precisa, surda e mal definida. OBSERVAÇÃO! – ANGINA x PERICARDITE x ESOFAGITE a primeira surge após esforço, alimentação abundante ou após grandes emoções. A segunda, em geral, está acompanhada de quadro infeccioso como de pleurite. Já a terceira aparece quando o paciente se deita e está associada a alimentação. • DISSECÇÃO AÓRTICA AGUDA/ANEURISMA DISSECANTE DE AORTA: Provoca dor que a característica principal é sua intensidade lancinante (sensação de ruptura retroesternal) que repercute para as escapulas. TOSSE É o sintoma mais significativo e frequente do sistema respiratório. Consiste em uma inspiração rápida e profunda → fechamento da glote → contração dos músculos expiratórios (principalmente o diafragma) → abertura e subida da glote → expiração forçada. Consiste em um mecanismo de defesa e expulsivo de grande importância para as vias respiratórias, que resulta de estimulação dos receptores das mucosas (pode ser desencadeado por inflamações, estímulos mecânicos, químicos ou térmicos). Vago → bulbo → laríngeo inferior recorrente. Porém, apesar de sua importância, ela pode se tornar nociva ao sistema respiratório, em virtude do aumento de pressão na arvore brônquica que culmina com distensão dos septos alveolares e pode inclusive causar hemorragias, fraturas de arcos costais, hérnias inguinais e grande desconforto. Sua INVESTIGAÇÃO inclui a frequência, intensidade, tonalidade, existência ou não de expectoração, relações com decúbito, período do dia em que é maior sua intensidade. • TOSSE PRODUTIVA OU ÚMIDA: está acompanhada de secreção, não devendo ser combatida. Pode estar presente em pacientes com BRONQUITE, com PNEUMONIA ou TUBERCULOSE; • TOSSE SECA: quando é inútil, causando apenas irritação nas vias respiratórias. Pode ter origem fora da arvore brônquica, como no CANAL AUDITIVO EXTERNO, FARINGE, SEIOS PARANASAIS, PALATO MOLE, PLEURA, MEDIASTINO, USO DE INIBIDORES DE ECA, CORPOS ESTRANHOS NAS VIAS (rebelde ao tratamento, que em fase mais tardia pode se tornar produtiva desde que ocorra inflamação), ENFISEMA, TROMBOEMBOLISMO; • TOSSE QUINTOSA: caracteriza-se por surgir em acessos, em geral de madrugada, com curtos intervalos de acalmia, e acompanhada de vômitos e sensação de asfixia. COMUM NA COQUELUCHE; • TOSSE-SÍNCOPE: aquela que após crise intensa resulta na perda de consciência; JÚLIA MARINOT – TURMA XXV • TOSSE BITONAL: deve-se a paresia ou paralisia de uma das cordas vocais que pode significar comprometimento do nervo laríngeo inferior; • TOSSE ROUCA: é própria da laringite crônica. COMUM NOS TABAGISTAS; • TOSSE REPRIMIDA: aquela que o paciente evita em razão de dor torácica ou abdominal; • TOSSE PSICOGÊNICA: presente em situações que implicam tensão emocional. EXPECTORAÇÃO Costuma surgir como consequência da tosse e a INVESTIGAÇÃO cursa com pesquisa de volume, cor, odor (fetidez pode indicar um abcesso pulmonar), transparência e consistência. • ESCARRO SEROSO: contém muita água, eletrólitos, proteínas e é pobre em células. Presente no EDEMA PULMONAR AGUDO; • ESCARRO MUCOIDE: contém muita água, mucoproteína, eletrólitos e é pobre em células. Comum no ASMÁTICO e na BRONQUITE (quando o escarro musa de mucoide para mucopurulento é sinal de infecção); • ESCARRO PURULENTO: rico em piócitos e tem alta celularidade; • ESCARRO HEMOPTOICO: observam-se rajas de sangue. HEMOPTISE Consiste na eliminação de sangue pela boca, passando pela glote. Pode ser derivado de hemorragias brônquicas quando o mecanismo é a ruptura de vasos previamente sãos (carcinoma, vasos dilatados e neoformados como na tuberculose) e hemorragias de origem alveolar que a causa é a ruptura de capilares. Deve-se destacar que quando o sangue é proveniente das artérias brônquicas, em geral a hemoptise é maciça e o sangue pode ser recente ou não, saturado ou não e com ou sem catarro. Já quando o sangue é proveniente de ramos da artéria pulmonar o volume costuma ser menor. As mais graves são aquelas apresentadas por pacientes adultos do sexo masculino, fumantes por muitos anos, o que sustenta a hipótese de lesão maligna. Porém, quando em jovens com aparente bom estado de saúde pode facilitar o diagnóstico precoce de tuberculose. Na infância pode ser causada por pneumonias bacterianas e corpos estranhos. VÔMICA Eliminação mais ou menos brusca atravésda glote de uma quantidade abundante de pus ou líquido de outra natureza, de forma única ou fracionada, proveniente de tórax ou abdome. JÚLIA MARINOT – TURMA XXV DISPNEIA É quando o paciente apresenta de forma consciente ou inconsciente a dificuldade para respirar, sendo subjetiva quando só percebida pelo paciente e objetiva quando confirmada pelo exame físico. Pode ser classificada em dispneia de pequenos, médios e grandes esforços ou em repouso. Além de pode ser acompanhada de taquipneia (frequência aumentada) ou hiperpneia (amplitude aumentada). Quando é uma ortopneia impede o paciente de permanecer deitado e trepopneia aquela que aparece em decúbito lateral (geralmente em pacientes com derrame pleural que se deitam do lado afetado). Suas causas podem ser atmosféricas, obstrutivas, parenquimatosas, toracopulmonares, diafragmáticas, pleurais, cardíacas, de origem tecidual, ligadas ao SN. SIBILÂNCIA OU CHIEIRA Paciente refere um ruído, predominante na expiração, quase sempre acompanhado de dispneia e mais comum a noite (parecido com o miado de um gato). Isso resulta de uma redução do calibre da arvore brônquica, que pode ser por asma, resfriado, bronquite, infiltrados, tuberculose, neoplasias, embolias e fármacos. ROUQUIDÃO OU DISFONIA Quando ocorre mudança no timbre da voz por alteração na dinâmica das cordas vocais. Se for aguda de curta duração não tem importante significado (pode ser por laringite viral comum), porém quando de longa duração podem ser por causas laríngea (tuberculose, pólipos, neoplasias) e extra laríngea (tumores de mediastino e aneurismas de arco aórtico, difteria e neurite). CORNAGEM Consiste na dificuldade inspiratória por redução do calibre das vias aéreas superiores na altura da laringe que se manifesta por um ruído. Para facilitar a entrada de ar o paciente pode deslocar a cabeça para trás ficando em hiper extensão. FEBRE Frequência, continua e horários do dia JÚLIA MARINOT – TURMA XXV EXAME FÍSICO INSPEÇÃO ESTÁTICA • Forma do tórax: o Tórax chato ou plano: parede anterior perde sua convexidade normal traduzindo uma redução do diâmetro antero posterior e aumentando a inclinação de costelas e o ângulo de Louis; o Tórax em tonel ou globoso: aumento do diâmetro antero posterior com horizontalização dos arcos costais e abaulamento de coluna dorsal → ENFISEMATOSOS e PROCESSO DE ENVELHECIMENTO; o Tórax infundibuliforme: consiste em uma depressão na parte inferior do esterno e região epigástrica → CONGÊNITA; o Tórax cariniforme: o esterno é proeminente e as costelas horizontais (tórax que se assemelha ao de aves) → CONGÊNITA ou ADQUIRIDA (RAQUITISMO NA INFÂNCIA); o Tórax cônico ou em sino: é aquele que possui sua porção inferior muito alargada (lembrando um tronco de cone) → HEPATOESPLENOMEGALIAS e ASCITES VOLUMOSAS; o Tórax cifótico: ocorre uma curvatura da coluna dorsal, formando uma gibosidade → CONGÊNITA ou POSTURA DEFEITUOSA, TUBERCULOSE ÓSSEA, NEOPLASIAS; o Tórax cifoescoliótico: além da cifose apresenta um desvio da coluna para o lado. • Biotipo do paciente: brevelíneo, normolíneo ou longilíneo; JÚLIA MARINOT – TURMA XXV • Anomalias: sendo elas congênitas ou adquiridas, localizadas ou difusas e simétricas ou não; • Pele: coloração (cianose e palidez nas unhas, lábios e mucosa oral), hidratação, lesões, pápulas e ulcerações, tubérculos, nódulos, urticaria, vesículas, bolhas, pústulas e abcessos; • Mamas; • Sistema muscular: de maneira comparativa, a fim de que se possa observar alterações tróficas de grupos musculares; OBSERVAÇÃO! – SINAL DE RAMOND é a contratura da musculatura torácica unilateral – comprometimento pleural inflamatório homolateral // SINAL DE LEMOS TORRES abaulamento de espaços intercostais na expiração – derrame pleural. • Sistema ósseo: retrações e abaulamentos difusos ou localizados; • Estado de consciência. INSPEÇÃO DINÂMICA • Taquipneia, bradipneia ou trepopneia (dispneia)? Batimentos das asas do nariz; • Sincronismo entre movimentos respiratórios abdominais e torácicos: ausência pode indicar FADIGA MUSCULAR; • Movimentos respiratórios paradoxais: retração do gradil costal na inspiração (traumas torácicos); • Tipo respiratório: pessoas sadias em pé ou sentadas predominam a respiração torácica ou costal (com movimentação de caixa torácica) e em decúbito dorsal predomina a diafragmática (com movimentação da metade inferior do tórax e parte superior do abdome); OBSERVAÇÃO! – PARALISIA DIAFRAGMÁTICA a parede abdominal tende a se retrair na inspiração, ao contrário do que ocorre na diafragmática normal. • Tiragem: em condições de normalidade, na inspiração os espaços intercostais se deprimem ligeiramente, se ocorrer obstrução brônquica essa retração aumenta pelo aumento da pressão negativa; JÚLIA MARINOT – TURMA XXV • Ritmo respiratório: normalmente a inspiração dura quase o mesmo tempo que a expiração, sucedendo-se os dois movimentos com mesma amplitude, intercalados por leve pausa. o Cheyne-Stokes: gerada por variações na tensão de O2 e CO2 no sangue: apneia → incursões cada vez mais profundas até atingir um máximo (por excesso de CO2 na apneia) → decresce até nova pausa – INSUFICIÊNCIA CARDÍACA, HIPERTENSÃO INTRACRANIANA, AVCs, TRAUMATISMOS CRANIANOS; o Biot: apneia → movimentos inspiratórios e expiratórios anárquicos quanto a ritmo e amplitude – MESMAS CAUSAS DE CHEYNE; o Kussmaul: inspirações ruidosas, gradativamente mais rápidas, alternadas com inspirações rápidas e de pequena amplitude → apneia em inspiração → expirações ruidosas gradativamente mais profundas alternadas com inspirações rápidas e de pequena amplitude → apneia em expiração – ACIDOSE (principalmente diabética); o Suspirosa: paciente executa uma série de movimentos respiratórios de amplitude crescente com expiração breve e rápida. JÚLIA MARINOT – TURMA XXV PALPAÇÃO • TEMPERATURA DE PELE; • EXPANSIBILIDADE: 1. Preparação: se apresentar, pedir consentimento, lavar e esquentar as mãos e pedir para o paciente despir o tórax; 2. Paciente sentado com examinador atrás; 3. Ambas as mãos espalmadas no ápice: bordas internas na base do pescoço, polegares na coluna e dedos nas fossas supra claviculares (expansibilidade dos ápices); 4. Pedir ao paciente que respire de forma profunda e pausada; 5. Ambas as mãos espalmadas na base: polegares nas linhas paravertebrais e dedos recobrem os últimos arcos costais; 6. Pedir ao paciente que respire de forma profunda e pausada. • FRÊMITO TORACOVOCAL: Corresponde às vibrações das cordas vocais transmitidas na parede torácica, são mais perceptíveis em indivíduos com voz grave e de parede torácica delgada. JÚLIA MARINOT – TURMA XXV 1. Preparação: se apresentar, pedir consentimento, lavar e esquentar as mãos e pedir para o paciente despir o tórax; 2. Paciente sentado e médico atrás à esquerda; 3. Mão direita do médico deve se apoiar sobre a superfície do tórax; 4. Pedir ao paciente para que pronuncie “trinta e três”; 5. Comparar na região homologa; 6. Deslocar a mão de cima para baixo; 7. Repetir na porção frontal do paciente, com o médico a sua direita. Nos derrames pleurais e condições de obstruções brônquicas (atelectasias) esse frêmito estará diminuído, já nas condensações pulmonares com brônquios permeáveis ele se torna mais nítido. PERCUSSÃO 1. Preparação: se apresentar, pedir consentimento, lavar e esquentar as mãos e pedir ao paciente para despir o tórax; 2. Paciente sentado e médico atrás à esquerda; 3. Com a mão esquerda apoiada sobre a parede e o dedo médio fazendo leve pressão sobre o tórax; 4. Percutir com a extremidade distal do dedo médio (usando a articulação do punho) cada hemitórax de cima para baixo; 5. Percutirsimetricamente e comparativamente cada região da mesma forma; 6. Repetir na região anterior. São encontrados os sons claro pulmonar ou sonoridade pulmonar nas áreas de projeção dos pulmões, som timpânico no espaço de Traube, som submaciço abaixo do esterno e som maciço na região inframamária direita e precordial. AUSCULTA 1. Preparação: se apresentar, pedir consentimento, lavar as mãos, higienizar e esquentar o estetoscópio, pedir ao paciente para despir o tórax; 2. Paciente sentado e médico atrás; 3. Pedir ao paciente para que realiza respirações pausadas e profundas com a boca entreaberta sem fazer ruídos; 4. Começar pela face posterior (sempre de forma comparativa: fazendo um formato de “S”), seguindo para faces laterais e anterior. JÚLIA MARINOT – TURMA XXV • SONS RESPIRATÓRIOS NORMAIS: o Som traqueal: audível na região de projeção de traqueia no pescoço e na região esternal. Seu componente inspiratório: ruído soproso mais ou menos rude → intervalo silencioso → componente expiratório mais forte e prolongado; o Som brônquico: audível na zona de projeção de brônquios de maior calibre, na face anterior do tórax nas proximidades com o externo. Diferencia-se por ter componente expiratório menos intenso; OBSERVAÇÃO! – REGIÕES DE CONDENSAÇÃO PULMONAR E ATELECTASIA a respiração brônquica substitui o murmúrio vesicular. o Murmúrio vesicular: são ouvidos na maior parte do tórax (exceto na região esternal superior,) produzidos pela turbulência do ar chocando-se nas bifurcações. Seu componente inspiratório é mais intenso e duradouro → componente expiratório mais fraco, curto e de tonalidade mais baixa (não ocorre o intervalo silencioso; OBSERVAÇÃO! – DIMINUIÇÃO pode resultar de presença de ar, líquido e tecido solido e AUMENTO pode ser consequência de esforço físico. o Som broncovesicular: é audível na região esternal superior. Somam-se as características do som brônquico com o murmúrio vesicular, desse modo a inspiração e expiração tem igual magnitude. • SONS OU RUÍDOS ANORMAIS DESCONTÍNUOS: o Estertores: ocorrem na inspiração ou expiração, superpondo-se aos sons respiratórios normais e podem ser finos ou grossos: JÚLIA MARINOT – TURMA XXV ▪ Finos ou crepitantes: ocorrem no final da inspiração, são agudos e de curta duração, não se modificam com a tosse (podem ser comparados ao atrito de um punhado de cabelos junto ao ouvido) – PNEUMONIA, CONGESTÃO PULMONAR DE INSUFICIÊNCIA VENTRICULAR ESQUERDA E DOENÇAS INTERSTICIAIS PULMONARES; ▪ Grossos ou bolhosos: tem menor frequência e maior duração que os finos, ocorrem no início da inspiração e durante toda a expiração, se modificam com a tosse e podem ser ouvidos em qualquer local do tórax – ABERTURA E FECHAMENTO DE VIAS COM SECREÇÃO VISCOSA, COMUNS NA BRONQUITE CRÔNICA E BRONQUIECTASIAS. • SONS OU RUÍDOS ANORMAIS CONTÍNUOS: o Roncos: são os sons graves de baixa frequência, presentes na expiração e inspiração, quando ocorre estreitamento de vias – ASMA, BRONQUITE, OBSTRUÇÕES LOCALIZADAS; o Sibilos: são sons agudos de alta frequência, presentes na expiração e inspiração múltiplos e disseminados por todo o tórax; o Estridor: som produzido pela semiosbstrução da laringe ou traqueia – DIFTERIA, LARINGITES AGUDAS, CÂNCER E ESTENOSE; o Sopros: quando auscultamos certas regiões podemos perceber sobre brando mais longo na expiração que na inspiração, porém podem ocorrer situações em que o pulmão perde sua textura normal – PNEUMONIAS BACTERIANAS (sopros tubários), GRANDES CAVERNAS (sopros cavitários) e NO PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO (sopros anfóricos); o Atrito pleural: é um ruído irregular, descontinuo, mais intenso na inspiração e nas regiões axilares inferiores, comparado ou ranger de couro atritado – PLEURITE. JÚLIA MARINOT – TURMA XXV RADIOLOGIA DO APARELHO RESPIRATÓRIO INCIDÊNCIAS 1. POSTERO ANTERIOR: É a incidência mais utilizada, ocorre por meio de raios divergentes a uma distância mínima de 1,5m. A face anterior do tórax deve estar em contato com o filme, as escapulas fora do campo e os raios entrar posteriormente. OBSERVAÇÃO! - o ÍNDICE CARDIOTORÁCICO deve ser feito por meio de maior distância entre margens do coração / maior distância na face interna do tórax = <0,5. 2. ANTERO POSTERIOR: Incidência usada naqueles pacientes que não conseguem ficar em ortostase, sendo preferível o póstero anterior pela maior visibilidade de lobos médios e língula. A face posterior do tórax deve estar em contato com o filme e os raios entram anteriormente. OBSERVAÇÃO! – MAGNIFICAÇÃO CARDÍACA // DERRAMES PLEURAIS se deslocam para a região posterior, podendo não ocorrer obliteração de seios costofrênicos ou se somar aos campos pulmonares (falso aumento da atenuação pulmonar – simula doenças parenquimatosas). JÚLIA MARINOT – TURMA XXV 3. PERFIL: Em geral deve estar associada a postero anterior e o esquerdo não magnifica. Útil para localizar, confirmar e detectar a lesão. 4. ÁPICO LORDÓTICA: Visualiza bem os ápices, lobos médios e língula. Sendo que o dorso (escapulas) deve estar cem contato com o filme e o paciente em hiperlordose. 5. DECÚBITO LATERAL (LAURELL): É um importante diferencial entre DERRAME PLEURAL x ESPESSAMENTO PLEURAL, sendo que o paciente deve deitar-se sobre o lado da lesão. JÚLIA MARINOT – TURMA XXV 6. OBLÍQUA: Avaliar órgãos sobrepostos. PARÂMETROS TÉCNICOS 1. RADIAÇÃO ADEQUADA (PENETRAÇÃO): IDEAL é a visualização dos corpos vertebrais até a junção com a porção torácica dos grandes vasos. Quando muito penetrado é possível ver a coluna como um todo. 2. ALINHAMENTO: A radiografia deve estar bem centrada, com as bordas das clavículas equidistantes e as escapulas fora do campo. JÚLIA MARINOT – TURMA XXV 3. BEM INSPIRADO: O ideal é a apneia inspiratória máxima, dessa forma é possível enxergar de 9 a 11 costelas posteriores (caso seja visualizado menos que 9 o exame deve ser repetido). ANÁLISE 1. Partes moles: mamas, região cervical, parede torácica, esôfago; 2. Ossos: coluna, clavículas, costelas; 3. Coração: morfologia; 4. Artéria aorta e artéria pulmonar: aneurismas; 5. Mediastino: presença de massas ou alargamento; 6. Hilo: altura hilar (hilo esquerdo mais elevado), análise comparativa de dimensões; 7. Parênquima: presença de nódulos, áreas de hipertransparência/hipodensidade (pneumotórax), colabamento pulmonar (diminuição de volume pulmonar), consolidações (perda de transparência sem perda volumétrica – presença de exsudato), padrão de vascularização, (maior na base que no ápice), atelectasias (redução de transparência e perda volumétrica – derrames pleurais); 8. Pleura: espessamento; 9. Diafragma: simetria; 10. Seios costofrênicos e cardiofrênicos: velamentos/apagamento que pode ser sugestivo de derrame pleural; 11. Traqueia. JÚLIA MARINOT – TURMA XXV JÚLIA MARINOT – TURMA XXV ALGUMAS SITUAÇÕES • PNEUMOTÓRAX: Pode ser visto como uma região onde não existem marcas vasculares, pois não há trama vascular. • DERRAME PLEURAL: JÚLIA MARINOT – TURMA XXV PEAKY FLOW E INALADORES A VANTAGEM dos dispositivos consistem em serem pequenos, portáteis, de rápida absorção, custo moderado e com menos efeito colateral sistêmico (já que são de uso tópico). Sua DESVANTAGEM é a presença do risco de monilíase oral. NEBULÍMETRO Consiste em um dispositivo aerossol, usado para medicamentos à base de gás propelente, indicado para tratamento de manutenção ou alívio de doenças pulmonares. Dependendo do produto vem com 60 a 200 doses. Esse dispositivo já vem montado e é indicado que se evite retirar o frascode metal do suporte de plástico onde está o bucal. 1. Paciente de preferência sentado ou de pé; 2. Agitar vigorosamente 5 a 10x o nebulímetro, garantindo a mistura do medicamento com os gases propelentes; 3. Retirar a tampa; 4. Segurar o inalador na vertical com o indicador no ápice e o polegar na base; 5. Realizar uma expiração profunda (movimentando volume corrente e de reserva); 6. Colocar o bucal a dois dedos de distância da boca, dessa forma o medicamento vai menos para a mucosa bucal; 7. Apertar o topo do inalador para liberar a dose; 8. Puxe o medicamento com a boca realizando uma inspiração profunda; 9. Segure o ar por 10s, garantindo a boa penetração do medicamento e em seguida solte todo o ar; 10. Caso seja necessária outra inalação, deve-se esperar alguns minutos e repetir o processo; 11. Limpar com pano úmido com água morna e colocar novamente a tampa protetora; 12. Escove os dentes, língua e bochecha após o uso caso o medicamento tiver corticoide, visto que existe o risco de monilíase oral. OBSERVAÇÃO! – TESTAR NA PRIMEIRA VEZ E DESPREZAR A DOSE SE FICOU PARADO MAIS DE UMA SEMANA. // O NEBULÍMETRO É DESCARTÁVEL, deve ser jogado fora ao final das doses. JÚLIA MARINOT – TURMA XXV NEBULÍMETRO + ESPAÇADOR O espaçador (dispositivos plásticos com volume de 300 a 600ml) e máscara podem ser conectados ao nebulímetro, facilitando a técnica de inalação (permite a inalação com respirações múltiplas em ritmo respiratório normal) e levando mais medicamento aos pulmões. Pode ser usado em crianças e idosos. 1. Remova a tampa do bucal; 2. Encaixe o espaçador no nebulímetro de forma que fique firme sem orifícios de vazamento; 3. Agitar vigorosamente o conjunto com o bucal voltado para baixo garantindo a mistura do medicamento com os gases propelentes; 4. Segurar o inalador na vertical com o indicador no ápice e o polegar na base; 5. Realizar uma expiração profunda (movimentando volume corrente e de reserva); OBSERVAÇÃO! – APENAS EM PESSOAS CAPAZES em crianças e alguns idosos deve-se segurar o indivíduo, abraçando-o e colocando a máscara na boca e nariz. 6. Colocar o bucal do espaçador entre os lábios ou ajustar a máscara no rosto sem deixar espaço entre ela e a pele; 7. Pressione o inalador para liberar a dose; 8. Realizar 10 incursões respiratórias pela boca de forma lenta e profunda em caso de bucal ou pela boca e nariz em ritmo normal no caso da máscara; 9. Caso seja necessária outra inalação, deve-se esperar alguns minutos e repetir o processo; 10. Escovar os dentes, língua e bochechas após o uso, caso o medicamento contenha corticoide, visto o risco de monilíase oral; 11. Limpar o nebulímetro com pano úmido e o espaçador pode ser lavado (deixando secar naturalmente). OBSERVAÇÃO! – TESTAR NA PRIMEIRA VEZ E DESPREZAR A DOSE SE FICOU PARADO MAIS DE UMA SEMANA. // O NEBULÍMETRO É DESCARTÁVEL, deve ser jogado fora ao final das doses e o ESPAÇADOR pode ser usado por até três meses. JÚLIA MARINOT – TURMA XXV AEROLIZER/AEROCAPS É um dispositivo inalatório, com medicamento à base de pó, liberando uma dose por vez por meio de capsulas gelatinosas (caso seja deslocado fragmentos para boca são comestíveis e seus resíduos devem ser retirados do dispositivo com um pincel macio). É indicado para tratamento de manutenção ou alívio de doenças pulmonares. 1. Retirar a tampa segurando na base do inalador; 2. Abrir o bucal; 3. Retirar a capsula da embalagem, não pode ser deixada fora por muito tempo; 4. Colocar a capsula no compartimento interno na posição horizontal; 5. Fechar o bucal; 6. Apertar completamente os botões na lateral ou na parte frontal dependendo do modelo, para perfurar a capsula; 7. Solte o botão; 8. Solte completamente o ar dos pulmões com uma expiração profunda, movimentando o volume corrente e de reserva expiratória, longe do inalador; 9. Segure o dispositivo sem apertar os botões; 10. Coloque o bocal na boca fechando os lábios firmemente com a cabeça inclinada para baixo; 11. Inspire rápida e profundamente pela boca (irá ouvir um som de vibração, pois a capsula gira); OBSERVAÇÃO! – CASO NÃO OUÇA O RUIDO é porque possivelmente está grudada, abra novamente o compartimento, desprenda a capsula e repita o procedimento. 12. Segure a respiração por 10s; 13. Retire da boca e respire normalmente; 14. Abra e verifique se existe resíduo de pó na capsula, caso exista, repita a operação; 15. Caso seja necessária nova dose, repita o procedimento com nova capsula; 16. Retire a capsula e seus fragmentos com pincel macio e limpe o dispositivo com pano úmido em água morna 17. Escove os dentes, língua e bochecha caso o medicamento contenha corticoide, visto o risco de monilíase oral. OBSERVAÇÃO! – PODE SER USADO POR TRÊS MESES se cuidado adequadamente. JÚLIA MARINOT – TURMA XXV HANDIHALER É um dispositivo inalatório com medicamento à base de pó que libera uma dose por vez em capsulas gelatinosas. Indicado para indicado para tratamento de manutenção regular ou de longa duração de doenças pulmonares. SEU USO É SEMELHANTE AO DO AEROLIZER/AEROCAPS, porém a CÁPSULA É COLOCADA NA HORIZONTAL. OBSERVAÇÃO! – LAVE UMA VEZ POR MÊS com água morna deixe secando ao ar livre. TURBUHALER É um dispositivo inalatório à base de pó com múltiplas doses. Indicado para tratamento de manutenção ou alívio de doenças pulmonares. 1. Retirar a tampa e verificar o número de doses restantes do produto (mostra o número decrescente de doses de vinte em vinte – quando chegar ao vermelho significa que restam apenas 10 doses); 2. Segure o inalador na vertical no espaço entre o bocal e a base; 3. Girar a base uma vez para a direita e para a esquerda até ouvir um click (no primeiro uso deve-se girar até ouvir três clicks); OBSERVAÇÃO! – CASO A DOSE SEJA CARREGADA, MAS NÃO SEJA UTILIZADA ela pode ser usada na próxima vez, porém o contador marcará como se tivesse sido utilizada. 4. Solte completamente o ar dos pulmões com uma expiração profunda, movimentando o volume corrente e de reserva expiratória (nunca expire dentro do inalador); 5. Feche bem os lábios ao redor do bocal; 6. Inspire o mais rápido e profundamente pela boca; 7. Segure o ar por 10s; 8. Retire da boca e respire normal; 9. Caso seja necessário deve-se repetir os passos; 10. Escovar os dentes, língua e bochecha caso o medicamento contenha corticoide, visto o risco de monilíase oral; 11. Limpe o inalador com pano seco (mantenha-o sempre seco). JÚLIA MARINOT – TURMA XXV OBSERVAÇÃO! – DISPOSITIVO DESCARTÁVEL jogue fora ao final das doses. RESPIMAT É um dispositivo com indicação de doses (podendo ser usado em diversas inalações), medicamento liberado sob a forma de uma fina nevoa (não usando gás propelente). Indicado para tratamento de manutenção ou alívio de doenças pulmonares. 1. Montar o dispositivo removendo a base transparente e colocando o cartucho no interior do dispositivo (essa operação é feita uma única vez – o cartucho não deve mais ser removido); 2. Recoloque a tampa transparente; 3. Segure com o bocal voltado para cima e gire a base transparente até ouvir um click (significa que a dose foi liberada e o botão subiu); 4. Abrir a tampa que cobre o bucal; 5. Solte completamente o ar dos pulmões com uma expiração profunda, movimentando o volume corrente e de reserva expiratória; 6. Abocanhe o bucal fechando bem os lábios e direcionando o inalador para o fundo da garganta; 7. Libere a dose; 8. Inspire lenta e profundamente pela boca enquanto aperta o botão que aciona o dispositivo e continue inspirando até o máximo possível; 9. Segure a respiração por 10s; 10. Retire o dispositivo e respire lentamente; 11. Caso for mais de uma dose espere alguns minutos; 12. Escove os dentes, língua e bochecha caso tenha corticoide, visto o risco de monilíase oral; 13. Limpe o bocal dodispositivo com pano seco. OBSERVAÇÃO! – ESSE DISPOSITIVO DEVE SER PROTEGIDO DAS BAIXAS TEMPERATURAS. JÚLIA MARINOT – TURMA XXV ELLIPTA 1. Retire da embalagem de alumínio; OBSERVAÇÃO! – APÓS ABERTO deve ser usado em até seis semanas. 2. Segure com a tampa azul para cima e para abrir deslize a tampa até embaixo até ouvir um click (significa que a dose foi liberada e o contador irá reduzir em um); 3. Solte completamente o ar dos pulmões com uma expiração profunda, movimentando o volume corrente e de reserva expiratória (nunca expire dentro do inalador); 4. Coloque o bocal na boca fechando os lábios firmemente com a cabeça inclinada para cima e segure se certificando que os dedos não estão cobrindo as entradas de ar; 5. Inspire o mais rápido e profundamente pela boca; 6. Segure o ar por 10s; 7. Retire da boca e respire normal; 8. Limpe com pano seco; 9. Feche o dispositivo; 10. Escove os dentes, língua e bochecha caso tenha corticoide, visto o risco de monilíase oral. JÚLIA MARINOT – TURMA XXV FOSTAIR Exatamente o mesmo procedimento do Ellipta. A DOSE É LIBERADA QUANDO O DISPOSOTIVO É ABERTO (o contador de doses reduz quando a tampa é fechada) E O CLICK É FEITO QUANDO O DISPOSITIVO É INALADO. DISCUS Exatamente o mesmo procedimento do Ellipta. ABRIR COM O POLEGAR, COLOCAR NA HORIZONTAL E DESLIZAR A ALAVANCA PARA LIBERAR A DOSE. PEAK FLOW Esse dispositivo pode ser usado para acompanhaamento do paciente (por exemplo como quando o paciente está em crise e deseka saber se é necessário ir ao pronto socorro) por meio da medição do fluxo expiratório no primeiro segundo – quão rapido e forte o paciente consegue remover ar de seus pulmões (equivale o VEF1 na espirometria). Para acompanhamento, deve ser feito duas a tres vezes por dia, três vezes cada (anotando a maior), sendo que o paciente deve estar de pé e ter mais de 5 anos. OBSERVAÇÃO! – NÃO É DE USO INDIVIDUAL pode ser trocado apenas o bocal. JÚLIA MARINOT – TURMA XXV 1. Repusar por 5 a 10min antes do teste (infecções respiratorias nas ultimas tres semanas podem alterar o resultado) e suspender broncodilatadores (ação curta por 4h e prolongada por 12h), não tomar café e cha (6h) e não fumar (2h), não consumir alcoool (4h) e refeições volumosas (1h); 2. Mover a marcação para 0; 3. Fique de pé com a cabeça levemente voltada para trás; 4. Deve-se esvaziar completamente os pulmões e inspirar profundamnete enchendo-os por completo; 5. Abocanhe o dispositivo fechando firmemente com os lábios; 6. Expire o mais rapido e forte que conseguir; 7. O maracador irá subir na escala, cheque onde ele parou; 8. Repita por três vezes (não devem diferir mais do que 20L/min) e anote o maior (dois maiores não devem diferir mais que 40L/min); 9. O guia irá te orientar de acordo com o número alcançado. JÚLIA MARINOT – TURMA XXV TORACOCENTESE INDICAÇÕES • Usado de forma diagnostica para estabelecer a causa de uma efusão pleural; • De maneira terapêutica para drenar grandes quantidades de fluido que levam a comprometimento respiratório. CONTRAINDICAÇÕES Existem poucas informações sobre a segurança do procedimento em pacientes com anomalias na coagulação. O procedimento é provavelmente seguro em pacientes com elevações leves ou moderadas (aumento <1,5 do limite normal) do tempo de sedimentação de protrombina e tromboplastina. OBSERVAÇÃO! – USO DE PLASMA FRESCO OU PLAQUETAS se concentra em pacientes que possuem uma coagulopatias clinicamente significativa ou trombocitopenia (a decisão deve ser tomada de acordo com o caso do paciente). Procedimento deve ser feito com cautela em pacientes que estão recebendo ventilação mecânica (visto que a pressão positiva pode trazer o pulmão mais para perto da agulha de toracocentese, aumentado o risco de pneumotórax). Deve ser adiado em pacientes com comprometimento hemodinâmico ou respiratório grave (até que a condição seja estabilizada). Naqueles pacientes com derrames pequenos ou loculados o procedimento deve ser feito por profissionais experientes e de preferência com a ajuda de imagem ultrassonográfica. A agulha de toracocentese não deve passar por infecções cutâneas. MATERIAL 1. Antisséptico para a pele; 2. Gaze estéril; 3. Luvas estéreis; 4. Campo; 5. Lidocaína 1 a 2%; 6. Seringa de 10ml; 7. Agulha de calibre 22 a 25; 8. Cateter sobre a agulha de calibre 18 a 20; 9. Seringa de 60ml; 10. Torneira três vias; 11. Tubo de drenagem; 12. Tubos de drenagem esterilizados para coleta de material; 13. Recipiente de drenagem a vácuo; JÚLIA MARINOT – TURMA XXV 14. Curativo estéril. PROCEDIMENTO 1. Verificar se é mesmo o paciente que precisa do procedimento; 2. Se apresentar, explicar o procedimento e obter um termo de consentimento livre e esclarecido; 3. Posicionar o paciente sentado na borda da cama com os pés pendurados e os braços apoiados em uma mesa; 4. Marcar o local do procedimento (definido por meio de percussão e ausculta da região posterior do tórax ou ultrassonografia à beira do leito); OBSERVAÇÃO! – LOCAL DO PROCEDIMENTO deve ser 5 a 10cm lateral à coluna e pelo menos um ou dois espaços intercostais abaixo do topo da efusão (a agulha não deve ser inserida abaixo da nona costela). 5. Aplicar a solução antisséptica; 6. Colocar o campo estéril; 7. Usando uma agulha calibre 25 coloque lidocaína 1 a 2% localmente na margem superior da costela (parte inferior deve ser evitado devido) abaixo do espaço intercostal selecionado; 8. Mudar para uma agulha calibre 22 e anestesie os tecidos mais profundos, alternando entre a injeção da anestésico e puxando o êmbolo, quando iniciar a drenagem de fluido pleural injete grande quantidade de anestésico (pleura parietal é altamente sensível); 9. Note a profundidade que a agulha foi inserida e retire; 10. Conecte um cateter sobre a agulha calibre 18 a uma seringa e avance aspirando de forma intermitente; 11. Quando fluido for aspirado pare de avançar e guie o cateter plástico e remova a agulha quando o cateter for completamente inserido (quando o paciente expirar ou fizer barulhos o cateter deve ser tapado com o dedo evitando a entrada de ar no espaço pleural); 12. Coloque a torneira de três vias; 13. Acople uma seringa e aspire o fluido; 14. Quando a seringa encher ajuste a torneira para fechar na direção do paciente (deve estar aberta na direção do paciente apenas quando estiver ocorrendo uma drenagem ativa); 15. Coloque o fluido em pequenos tubos de espécimes; 16. Caso mais fluido precise ser drenado conecte um recipiente de drenagem à vácuo e abra a torneira para o paciente e para o tubo (permitindo o recipiente encher); ATENÇÃO! – NÃO DEVEM SER REMOVIDOS MAIS QUE 1.500ML DE LÍQUIDO PLEURAL pois isso pode resultar em edema pulmonar pós-expansão. 17. Remover rapidamente o cateter enquanto o paciente prende a respiração; 18. Coloque o curativo e limpe ao redor da pele do paciente. JÚLIA MARINOT – TURMA XXV ANÁLISE DO LÍQUIDO • ANÁLISE MACROSCÓPICA: 1. Odor: odor fétido (presença de infecção) e odor amônico (presença de urina); 2. Cor: seroso, sero-fibrinoso (conteúdo celular ou lipídico), sero-hemático (sangue – quando hematócrito do líquido pleural for > 50% do hematócrito do sangue = hemotórax), purulento (empiema), leitoso (quilotórax). JÚLIA MARINOT – TURMA XXV • ANÁLISE BIOQUÍMICA: 1. Critérios de Light: proteína e desidrogenase lática (DHL); 2. Glicose: quando <60mg/dL exsudato e >60mg/dL transudato; 3. NT-proBNP >1500: marcador sensível de IC; 4. Amilase >200: pancreatites, neoplasia e ruptura de esôfago; 5. Triglicerídeos, colesterol e quilomícrons. • ANÁLISE MICROBIOLÓGICA: Avaliação da presença debactérias gram positivas ou negativas. • ANÁLISE CITOLÓGICA: Presença elevada de neutrófilos e linfócitos, indica um processo inflamatório. Quando a celularidade está <100mm3 = transudatos e >100mm3 = exsudatos. • PH: Elevado em transudatos e baixo em exsudatos. COMPLICAÇÕES • Pneumotórax é incomum e quando ocorre é reabsorvido (não é recomendada radiografia após uma toracocentese não complicada); • Dor; • Tosse; • Infecção localizada; • Hemotórax; • Injuria de órgão intra abdominal; • Embolia aérea; • Edema pós expansão pulmonar. OBSERVAÇÃO! – RADIOGRAFIA deve ser solicitada quando ar é aspirado no procedimento, paciente desenvolve dor torácica, dispneia ou hipoxemia e em pacientes muito doentes ou com ventilação mecânica.