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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - UFSCAR CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA - CCET FÍSICA EXPERIMENTAL D - TURMA A RELATÓRIO PRÁTICA 1: OSCILAÇÕES E SISTEMAS RESSONANTES Professor: Prof. Dr. Adenilson José Chiquito Autores (Grupo 08): André Berretta da Costa 744631 Eder Aparecido Brambilla 359467 Gabriel Marques Jacobsen 744643 Data: 22 de Outubro de 2018 1. Resumo A Prática 1 - Oscilações e Sistemas Ressonantes - teve dois objetivos: o estudo dos diferentes tipos de oscilações dentro de um sistema mecânico e a determinação da densidade linear de um barbante através dos seus modos normais de vibração. No primeiro, um sistema com um “carrinho” acoplado a duas molas foi posto a oscilar num trilho de ar, que tinha como função diminuir ao máximo o atrito do sistema. Em seguida, um eletroímã foi ligado, fazendo o sistema se comportar como um oscilador forçado e, por último, uma “vela” foi adicionada para introduzir o elemento de atrito no oscilador. Em todos os casos, analisou-se grandezas físicas como a amplitude de deslocamento e a frequência do sistema através dos sinais fornecidos a um osciloscópio digital e foi possível determinar a frequência natural do oscilador e obter os dados necessários para plotar gráficos de frequência em função da amplitude de deslocamento. No segundo, um barbante foi posto a vibrar no primeiro, segundo e terceiro modos normais de vibração nas respectivas frequências de oscilação, sendo que a massa que gerava a tração na corda foi variada. Assim, foi possível plotar um gráfico de frequência em função da massa e determinar a densidade linear da corda. Além disso, realizou-se uma medida mais direta, com o comprimento do barbante e sua massa, a fim de comparar os resultados. 2. Introdução Teórica Osciladores harmônicos são muito comuns no dia a dia. Desde uma simples vibração na corda de um contrabaixo até às oscilações dos átomos. Na vida real, essas oscilações são normalmente amortecidas. Se nenhum estímulo externo for aplicado no sistema, as oscilações desaparecem gradualmente com o tempo. Para manter o sistema devidamente em oscilação, denomina-se o sistema de oscilador harmônico amortecido forçado (OHF). Com sistemas simples de massa-mola ou circuitos RLC, é possível realizar estudos das características básicas de um OHF, como por exemplo, amplitude de oscilação, frequência natural de oscilação ou de ressonância e constante de amortecimento. A equação do OHF é dada por: = . Sua solução ẍ γẋ + + x ω20 m F 0 os(ωt) c estacionária é dada por: .(t) e z(t) x = R A(ω) cos[ωt (ω)] = + φ Para um amortecimento fraco , deve-se esperar que a amplitude na < γ < ω0 vizinhança de seja máxima e a fase varia rapidamente. A expressão da amplitude é ω = ω0 dada por: e .²(ω) ) [(ω )² ] A ≃ ( F 02mω0 2 − ω0 + 4 γ2 −1 (ω) ( )φ = − tg−1 γ2(ω −ω)0 A amplitude máxima é dada por , e pode-se ter a amplitude (ω ) )Amax = A 0 = ( F 0 mω γ0 2 relativa como sendo .(ω)A2rel = {[(2 ) ]}γ ω−ω0 2 + 1 −1 Comparando com no limite de baixas frequências , tem-se a Amax (ω) A < ω < ω0 seguinte relação: , que mostra o fator de amplificação produzido pela A(0) A(ω )0 = γ ω0 = Q ressonância em relação à amplitude para ,que é precisamente igual ao fator do < ω < ω0 Q oscilador. Quanto mais estreita a ressonância, mais forte ela se torna, sendo mais alto o pico. Para o caso de uma corda com densidade linear e submetida a uma tensão , a μ T velocidade de propagação da onda transversal é dada por .v v = √ μT As ondas produzidas por vibrações de uma corda são rapidamente amortecidas. Para evitar que isso ocorra, é necessário que seja fornecida energia continuamente para manter as amplitudes constantes. Se a corda for submetida a uma força externa periódica, com frequência igual a frequência de um dos seus modos normais, mesmo uma pequena força poderá produzir ondas de grande amplitude. Tal efeito é denominado de ressonância. Quando têm-se ondas de mesmo comprimento se propagando em direções opostas, são originadas ondas estacionárias (produzidas quando tem-se as duas pontas da corda fixadas). Para este caso, a frequência de oscilação é dada por , com f = n V 2L , , ... n = 1 2 3 os modos normais da corda, que resulta em: . f = n 2L√ μT 3. Materiais e Métodos Um barbante. Uma balança eletrônica modelo BG 4001 da marca GEHAKA. Uma trena milimetrada da marca BRASFORT. Um trilho milimetrado com garras acopladas. Um vibrador mecânico. Um gerador de frequências da marca PHYWE. Um conjunto de massas. Um osciloscópio digital modelo TDS 1001B da marca Tektronix. Um amplificador de voltagem da marca PHYWE. Um gerador de funções de onda modelo DG1022 da marca RIGOL. Um detector foto-sensível da marca PHYWE. Um laser. Um sistema mecânico de oscilação. 4. Procedimento Experimental a. Determinação da densidade linear de uma corda i. Método das medidas diretas ● Mediu-se o comprimento total do barbante oscilante com o auxílio de uma trena milimetrada; ● Mediu-se a massa do barbante com o auxílio de uma balança eletrônica; ● Calculou-se a densidade linear do barbante através das medidas feitas. ii. Método dos modos normais de vibração ● Mediu-se o comprimento da parte do barbante que oscila no sistema de acordo com a Figura 4a; ● Definiu-se cinco valores de massas para gerar a tensão no barbante, que foram medidas com o auxílio da balança eletrônica; ● Fixou-se uma massa e, em seguida, ligou-se o sistema oscilante a fim de encontrar as frequências para o primeiro, segundo e terceiro modos de vibração, que foram anotadas; ● Repetiu-se o passo anterior para os cinco valores diferentes de massa; ● Plotou-se um gráfico de frequência em função da massa e determinou-se, através do software de edição de gráficos OriginPro8.5, a densidade linear da corda; ● Comparou-se os valores obtidos através dos dois métodos aqui descritos. Figura 4a: Sistema experimental oscilante utilizado na prática. b. Oscilador harmônico simples, forçado não-amortecido e amortecido ● Ligou-se o sistema mecânico de vibração da Figura 4b; ● Definiu-se um conjunto de amplitudes de deslocamento iniciais de vibração para o sistema, observou-se o sinal de saída através do osciloscópio digital, anotou-se as frequências naturais de oscilação para cada uma das amplitudes iniciais através do osciloscópio digital e foi realizada uma média desses valores para determinar a frequência natural do sistema, que se comportava como um oscilador harmônico simples; ● Em seguida, ligou-se o eletroímã, que fez o sistema oscilar forçadamente e, para um conjunto de frequências em torno da região da frequência natural do sistema, realizou-se medidas de amplitude de deslocamento em função da frequência através do osciloscópio digital e plotou-se um gráfico com o software de edição de gráficos OriginPro8.5 versando sobre essas duas grandezas. Dessa vez, o sistema se comportava como um oscilador harmônico forçado; ● Posteriormente, acoplou-se a “vela” no sistema mecânico de vibração, que funcionava como um fator de amortecimento através do atrito com o ar, e realizou-se medidasde frequência em função da amplitude de deslocamento de forma similar à descrita anteriormente e plotou-se um gráfico no software OriginPro8.5 versando sobre essas duas grandezas. O sistema se comportava como um oscilador harmônico forçado amortecido. Foi observada a variação da curva do gráfico em relação à curva do sistema de oscilação harmônica forçada e determinou-se a constante de amortecimento através do fator de qualidade do sistema, calculado por meio das medições feitas e o ajuste do gráfico. Figura 4b: Sistema mecânico oscilante utilizado no experimento. 5. Resultados e Discussões Para análise de sistemas oscilantes, uma corda tracionada pelo peso de uma massa variável foi submetida a oscilação por uma fonte de frequências mecânicas. A densidade linear da corda utilizada foi calculada, primeiramente, através da medição direta da massa e do comprimento total da corda: Massa total da corda (5,0 ± 0,2) g Comprimento total da corda (222,00 ± 0,05) cm Densidade linear da corda (2,25 ± 0,09) g/m Sabendo que a frequência dos modos normais de vibração de uma corda é diretamente proporcional à velocidade da onda na corda (e que o quadrado da velocidade das ondas mecânicas em cordas é dado pela razão entre a tração da corda e sua densidade linear), submeteu-se a corda à oscilação e identificou-se visualmente os três primeiros modos harmônicos e suas frequências para seis diferentes conjuntos de massas. Os dados obtidos foram plotados no seguinte gráfico: Como pode ser observado, os pontos foram ajustados a uma curva baseada nas equações de cada um dos harmônicos observados. O ajuste destas curvas fornece o valor do parâmetro de densidade linear da corda. A média desses valores é de (2,0 ± 0,1) g/m e concorda em 88,89% com o valor calculado anteriormente por outro método. As principais fontes de incerteza desses métodos estão relacionadas a balança, visto que o peso total da corda era muito próximo ao valor mínimo mensurável por ela, mas também a dificuldade em determinar visualmente a frequência exata que gerava os harmônicos na corda, visto que havia um pequeno intervalo de frequências no qual o harmônico oscilava de forma satisfatória. Para o último caso, optou-se por anotar uma frequência intermediária do intervalo. O segundo sistema oscilante analisado foi o de massa-mola sobre um trilho de ar. Uma pequena lente convergente foi posicionada no sistema oscilatório. Dessa forma, a luz proveniente de um laser passava pela lente e atingia um fotossensor que mensurava a oscilação do sistema através da variação da tensão indicada em um osciloscópio. Para forçar a oscilação do sistema, foi posicionado um imã que oscilava próximo a uma bobina fixada no trilho de ar que tinha sua corrente modulada por um gerador de tensão. O sistema possuía baixa resistência ao movimento devido ao trilho de ar e, então, foi utilizado uma espécie de vela para que ocorresse maior atrito com o ar e consequentemente a resistência do sistema se elevasse. Em um primeiro momento, o sistema foi perturbado para que começasse a oscilar e fosse possível medir a frequência natural de oscilação através do osciloscópio. Sem a vela de resistência, mediu-se uma frequência angular de oscilação de (18,1 ± 0,1) rad/s e com a vela mediu-se (17,9 ± 0,1) rad/s. A redução nesse valor é esperada, pois essa grandeza é inversamente proporcional a massa do sistema, que aumenta devido à vela. Submetendo a bobina a uma tensão senoidal de frequência regulada pelo gerador de tensão, o sistema tornou-se um oscilador forçado com resistência. Quando a frequência da força é próxima da frequência natural de oscilação do sistema, observa-se o fenômeno da ressonância. Escolhendo frequências próximas da frequência de ressonância e anotando o valor da amplitude de oscilação para cada frequência, foi possível normalizar e plotar curvas de amplitude relativa ao quadrado em função da frequência angular da força tanto para o sistema sem a vela (baixa resistência) quanto para com a vela (resistência elevada): Como pode ser observado, foram ajustadas curvas que relacionam essas grandezas e que tinham como parâmetros a frequência natural de oscilação e a constante de amortecimento do sistema. Sem a vela, a frequência natural foi calculada em (18,346 ± ω0 0,002) rad/s, que possui concordância de 98,64% com o valor medido anteriormente. Além disso, a constante de amortecimento foi calculada em (0,072 ± 0,003) s-1, o que resultou γ em um fator de qualidade Q de (250 ± 10). Tal valor é maior que o valor de (87 ± 2) encontrado para o fator de qualidade do sistema com vela de amortecimento, obtido a partir dos valores calculados em (0,209 ± 0,005) s-1 para a constante de amortecimento e (18,152 ± 0,003) rad/s para a frequência natural, tendo essa última grandeza uma concordância de 98,59% com o valor medido anteriormente. Esses resultados estão de acordo com os esperados, visto que a vela de amortecimento foi colocada no sistema para que fosse observado o aumento da constante de amortecimento devido a resistência do ar e a consequente redução do fator de qualidade, que é um indicador do tamanho da eficiência do sistema, ou seja, quanto maior o valor dessa grandeza, menos energia é dissipada pelo sistema oscilante para o meio. Entre as possíveis fontes de incertezas relacionadas a essa parte final do experimento, encontra-se a dificuldade em determinar uma amplitude exata de oscilação para determinada frequência da força, visto que, ao alterar a frequência, o sistema aumentava e diminuía sua amplitude em regime de batimento amortecido e os experimentadores precisavam esperar de um a três minutos até que o sistema apresentasse um amplitude de oscilação relativamente constante. 6. Conclusões O experimento dividiu-se em análises de dois sistemas oscilantes: modos harmônicos em uma corda tracionada por massas variáveis e oscilação forçada de um sistema massa-mola sobre um trilho de ar. Na primeira parte, a densidade linear da corda foi calculada utilizando uma balança e uma trena e esse valor foi comparado com o valor médio da densidade linear obtida através do ajuste de curvas da frequência dos três primeiros modos normais de oscilação em função da massa que tracionava a corda. Os dois métodos de medição apresentaram boa concordância de 88,89%, apesar das incertezas relacionadas ao valor medido pela balança e à exatidão da determinação visual da frequência que gerava os respectivos harmônicos. Na segunda parte, procurou-se analisar o fenômeno da ressonância em osciladores amortecidos forçados; no caso, foi utilizado um sistema massa-mola sem e com uma vela de amortecimento oscilando em um trilho de ar. Os resultados obtidos foram condizentes com o objetivo do experimento, pois foi visualizado o aumento da constante de amortecimento e a diminuição do fator de qualidade com a adição da vela de amortecimento ao sistema. 7.Respostas das Questões Propostas 1. Compare as curvas de amplitude de deslocamento em função da frequência obtidas para os casos do oscilador harmônico forçado e do oscilador harmônico forçado amortecido. O fator de qualidade do sistema se altera? Qual é a relação entre o fator de qualidade e a constante de amortecimento? Resposta: Observando as curvas de amplitude de deslocamento em função da frequência plotadas para os casos de um oscilador harmônico forçado e de um oscilador harmônico forçado amortecido, percebe-se que o pico se alarga quando há amortecimento. Isso se deve ao fato de que o fator de qualidade se altera com a constante de amortecimento através da seguinte fórmula: . Dessa forma, Q = γ ω0 como a frequência natural do sistema não se altera, a única dependência existente é a relação inversamente proporcional entre o fator de qualidade e a constante de amortecimento. Assim, como a constante de amortecimento aumenta consideravelmente no caso do oscilador amortecido, há uma diminuição do fator de qualidade, o que faz a curva adquirir o pico mais alargado. 2. Descreva as relações entre as frequências dos modos normais de vibração e as seguintes grandezas: comprimento oscilante, tração e densidade linear da corda. Resposta: Para ondas estacionárias, tem-se que a amplitude da ondulação é equacionada por meio de senos e cossenos e, através das condições de contorno, é possível chegar a uma expressão para o número de onda e, consequentemente, para o comprimento e frequência da onda em função do comprimento do barbante ou corda e outras grandezas físicas. Dessa forma, como foi apresentado na seção “Introdução Teórica” deste relatório, chega-se a seguinte expressão para a frequência: . Ou seja, a frequência é inversamente proporcional ao f = n 2L√μT comprimento e à densidade linear da corda e diretamente proporcional à tração presente na corda.
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