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1 Ana Carolina De Alvarez MED103 A regulação térmica Mecanismo aferente ou sensor ✓ Informam as variações de temperatura ocorridas nas diversas partes do corpo e do ambiente. ✓ Realizado por Receptores térmicos existentes na pele, vasos sanguíneos, abdome, medula óssea e no próprio hipotálamo. Mecanismos integradores ou central Hipotálamo: A área pré-óptica funciona como um termostato, ajustando para manter a temperatura em um determinado nível chamado set-point. Mecanismos efetores Sistema vegetativo, SNC e sistema endócrino. Definições Febre É uma elevação anormal da temperatura corporal que ultrapassa a variação diária, causada pela produção de pirógenos internos e ocorre associada ao aumento do ponto de ajuste hipotalâmico (por exemplo de 37°c para 39°c). Hipertermia Caracteriza-se pelo aumento da temperatura que ultrapassa a variação diária normal, associado a um ponto de ajuste do hipotálamo inalterado. Causas: • Aumento da produção de calor ou aquisição de calor do meio externo: exercícios físicos, drogas, medicamentosa, endocrinopatias (hipertireoidismo, feocromocitoma etc.) • Incapacidade corporal de perda de calor: sequelas de queimaduras, displasias ectodérmicas etc. • lesões no hipotálamo, atrapalhando a homeostase térmica: lesão de SNC (AVE, traumas etc.). Resposta de Fase Aguda • Manifestações clínicas: sonolência, prostração, astenia, mialgia, artralgia, hiporexia e outros sintomas inespecíficos. • Alterações na síntese de proteínas hepáticas: proteína C reativa, fibrinogênio, complemento C3 e C4, ferritina e outras. • Alterações hormonais: aumento de TSH, cortisol, aldosterona, catecolaminas, insulina, glucagon, na glicogênese, metabolismo lipídico, diminuição da concentração de ferro e zinco. • Tende a ocorrer leucocitose, trombocitose e anemia. Semiologia da Febre • Temperatura do corpo: ✓ Axilar: em média 36-37ºc (até máx... 37.7°c à tarde) ✓ Oral: 36,5-37,3º c (até Max. 38.2º c à tarde) ✓ Retal: 37,5- 38,3ºc • Variações fisiológicas: ✓ Ritmo circadiano, variações populacionais, idade, atividades... • Intensidade da febre: ✓ Baixa: até 37.9° c ✓ Moderada: 38-38,9°c ✓ Alta: 39-40,5°c ✓ Hiperpirexia: >40,5ºc • Início: Súbito ou gradual • Duração: curta (até 3 semanas) ou prolongada (> 3 semanas) Padrões de febre Contínua: quando as oscilações diárias são menores que 1°c. Ex.: febre tifoide, malária grave, brucelose, febre maculosa etc. Remitente: Quando as oscilações diárias são maiores que 1°c, porém sem voltar à temperatura normal. Ex.: pneumonias bacterianas, sepse, endocardite, abscesso viscerais etc. Intermitente: Períodos de apirexia entre as crises de febre. Ex.: malária, tuberculose miliar, endocardites etc. Bifásica: quando entre dois períodos de febre, há de 1 a 2 dias de apirexia: febre amarela, leptospirose etc. Irregular, vespertina, febre inversa, Pel- Ebstein A febre de origem obscura pode ser definida como Febre > 38.3°c (temperatura oral, equivalente a 37.8°c da temperatura axilar), aferida em várias ocasiões; com duração de pelo menos 3 semanas e sem diagnóstico após 7 dias de investigação hospitalar. As febres podem ser: clássica ✓ Febre> 37.8°c em várias ocasiões ✓ Duração > 3 semanas ✓ Diagnóstico incerto após 3 dias de investigação apropriada. nosocomial ✓ Pacientes hospitalizados. Doença não estava presente nem em incubação antes da internação ✓ Febre> 37.8°c em várias ocasiões, com duração > 3 dias. ✓ Diagnóstico incerto após 3 dias de investigação apropriada. em pacientes neutropênicos ✓ Menos de 500 neutrófilos por mm3. ✓ Febre> 37,8°c em várias ocasiões, com duração > 3 dias. ✓ Diagnóstico incerto após 3 dias de investigação apropriada (03 consultas ambulatoriais ou 3 dias de internação hospitalar) Ana Carolina De Alvarez Med103 2 Ana Carolina De Alvarez MED103 em pacientes infectados pelo HIV: ✓ Infecção pelo HIV confirmada ✓ Febre> 37,8°°c em várias ocasiões. ✓ Duração > 3 dias, se internado ou > 3 semanas, se ambulatorial. ✓ Diagnóstico incerto após 3 dias de investigação apropriada. Etiologia ➢ Infecções (25-52%): • Tuberculose extrapulmonar e miliar: principal causa de FOO no Brasil e no mundo, incluindo idosos e crianças. • Outras causas: abscessos principalmente intra-abdominais e pélvicos, abscesso dental e outros abscessos, sinusites, otites, infecções das vias biliares, osteomielites, endocardite infecciosa, infecção do trato urinário, prostatites, síndrome de mononucleose (Vírus EBV, CMV, toxoplasmose), HIV, paracoccidioidomicose, Histoplasmose, criptococose, leishmaniose, doença de chagas, febre tifoide, brucelose, malária etc. ➢ Doenças inflamatória não infecciosas (4-35%): • Doença de Still do adulto, LES, polimialgias reumáticas, arterite temporal (células gigantes), doenças inflamatórias intestinais, febre reumática, artrite reumatoide, doença de wegner, poliarterite nodosa, sarcoidose, hepatite granulomatosa etc. ➢ Neoplasias (2-33%): • Linfomas, leucoses, carcinoma de aparelho digestivo, hepatomas, síndromes mielodisplásicas, carcinomas de células renais, hipernefroma, mixoma atrial, tumor de wilms, retinoblastoma ➢ Miscelânea (3-31%): • febre factícia, febre por fármacos, TVP e embolia pulmonar, tireoidite subaguda, hipertireoidismo, cirrose, hematomas, hipertermia habitual, síndrome de Sweet, síndrome de reiter, síndrome de Kawasaki, síndrome de Kikuchi, doença de castleman, anemia hemolítica, febre psicogênica etc. ➢ Sem Diagnóstico: 3- 33% Abordagem ao paciente com FOO ✓ Constatação da existência da febre e suas características. ✓ Presença de sintomas de infecção de vias aéreas, queixas digestivas, sintomas urinários, sinais de uretrite, lesões de pele e exantema, sintomas neurológicos. ✓ História patológica: comorbidades associadas, uso de drogas imunossupressoras etc. ✓ História epidemiológica: idade, onde trabalha, onde vive, condições de saneamento no trabalho e em casa, história de viagem para áreas endêmicas de doenças infecciosas, casos semelhantes na família ou na localidade onde vive, riscos de DST, história alimentar, história vacinal, uso de drogas etc. Exame Físico minucioso e repetido sistematicamente durante a evolução. ✓ Sinais de gravidade. ✓ Sinais para diagnóstico anatômico ou sindrômico: exame da pele, presença de icterícia, oroscopia, otoscopia, ausculta respiratória, ausculta cardíaca, procura por sopro cardíaco, exame abdominal, palpação de fígado (hepatomegalia) e baço (esplenomegalia), exame neurológico, sinais de irritação meníngea, sinais de encefalite etc. ✓ Dissociação pulso temperatura (sinal de Faget): Brucelose, febre amarela, febre tifoide. Meningites e encefalites. Investigação laboratorial inicial ✓ Hemograma completo. VHS e Proteína C reativa. ✓ Bioquímica: aminotransferases, bilirrubinas, fosfatase alcalina, ureia, creatinina, glicemia, LDH, CPK, proteínas totais e frações, cálcio, fósforo, potássio e sódio, TSH, T4l, T3, Ferro sérico, ferritina. ✓ Parasitológico de fezes, pesquisa de sangue oculto nas fezes, colonoscopia. ✓ EAS e Urino cultura. ✓ Hemocultura, pelo menos 3 amostras para aeróbios, anaeróbio, fungos e micobactérias. ✓ Radiografia do tórax, USG abdominal e pélvica, TC do abdome, pélvis e tórax. Doppler de MMII. ✓ Ecocardiograma transtorácico e caso ainda persista hipótese de EI, transesofágico. ✓ Sorologia para HIV, CMV, Vírus Epstein- Barr, toxoplasmose. Outras sorologias de acordo comam investigação. ✓ Testes intradérmicos: PPD (ou Interferon-Gamma Release AssaysIGRA), Montenegro, Mitsuda. ✓ Coleta de material biológico (escarro; biópsia de pele, linfonodo, medula óssea; exame do líquor, líquido pleural etc.) para cultura, exame direto, sorologia, bioquímica e histopatológico. ✓ Provas inflamatórias: FAN, Anti-dsDNA, Anti-Sm, Fatorreumatoide, ANCA ✓ Antígenos tumorais: CEA, PSA, CA-125, alfafetoproteína, ácido vanilmandélico etc. ✓ Medicina nuclear • Prosseguir investigação de acordo com o encontrado na abordagem inicial e investigação laboratorial inicial. • Pareceres especializados, se necessário e criteriosos. • Suspender todos os medicamentos possíveis e trocar para outros os que não puderem ser suspensos. Causas de dificuldade diagnóstico • Omissões na história da doença atual • Anamnese incompleta • Falha no exame físico • Uso prévio de antimicrobianos, anti-inflamatórios, corticoides e imunossupressores • Falta de recurso para investigação • Apresentações atípica de doenças comuns • Doenças raras • Limitações dos exames laboratoriais: tempo para o resultado, falso-positivos, falso-negativos, interpretações erradas dos exames. Abordagem terapêutica • 5 a 35% dos pacientes ficam sem diagnóstico. • Provas terapêuticas. • Uso de antitérmicos.
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