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→ São um grupo heterogêneo de substâncias, amplamente distribuídas em animais e vegetais, cuja característica comum é ser insolúvel ou pouco solúvel em água e solúvel em solventes orgânicos, apresentando, portanto, escassa polaridade. → Exemplos: gordura, óleo, cera. → São triglicerídeos de composição semelhante. São diferenciados somente pela composição em Ácidos Graxos; → Importantes do ponto de vista nutricional; → Encontradas de forma abundante na natureza. → LIPÍDEOS = conjunto de substâncias químicas derivadas de hidrocarbonos, diversificados que contém alta solubilidade em solventes e baixa ou nenhuma solubilidade em água – estão distribuídos em tecidos animais (adipócitos) e nas plantas (sementes oleaginosas = sementes ricas em óleo). → Baseado nas suas propriedades físicas na temperatura ambiente: • GORDURAS: são sólidas (cerca de 99%); • ÓLEOS: são líquidos. 1) GRAU DE INSATURAÇÃO: → Quanto mais insaturado (não possui nenhuma dupla ligação em sua estrutura química) for o lipídeo, menor o seu ponto de fusão; → Lipídeos com alto conteúdo de agi (ácidos graxos insaturados): são líquidos à temperatura ambiente – óleos; → Lipídeos com alto conteúdo de ags (ácidos graxos saturados): são sólidos à temperatura ambiente – gorduras (bovina – sebo); → Insaturação = refere-se a presença de dupla ligação no AG; @lelevalim → Os AGS apresentam maior ponto de fusão: sólido para líquido em uma temperatura de 70 graus celsius; → Quanto maior o conteúdo de AGS no lipídeo – mais sólido; → Quanto maior o conteúdo de agi no lipídeo – mais líquido. 2) NÚMERO DE ÁTOMOS DE CARBONO NO ÁCIDO GRAXO: → Quanto maior a cadeira carbônica (curta, média ou longa) do AG, maior a tendência do lipídeo ser sólido a temperatura ambiente; → Ag de cadeia média ou curta: lipídeo mais líquido; → Ag de cadeia longa: lipídeo mais sólido; → Lipídeo com alto conteúdo de AG insaturados e de cadeia curta. São sólidos ou líquidos? R: líquido; → Lipídeo com alto conteúdo de AG saturados e de cadeia longa. São sólidos ou líquidos? R: sólido; → Ex: óleo de coco (entre o sólido, pastoso e líquido) – presença de AG saturados e de cadeia curta. Os AG que compõem os óleos a maioria tem uma tendencia a ser de cadeia longa e insaturados - A maioria das gorduras são de origem animal (por exemplo: manteiga, nata, queijo, creme de leite, carne bovina, banha, torresmo etc.). 1) SEBO: → São sólidos a temperatura ambiente; → Alto grau de saturação: por isso são absorvidos menos eficientemente e apresentam menor energia digestível (ED) do que os óleos; → AGS são absorvidos com uma menor eficiência do que os AGI; → Os AGI (são absorvidos pelos enterócitos do intestino) são absorvidos com uma maior eficiência do que os AGS. 2) BANHA SUÍNA: → Não é totalmente sólido quanto o sebo bovino; → Ponto de fusão mais baixo do que o sebo – presença maior de AGI; → Apresenta uma quantidade de AGS mais baixa do que o sebo bovino. 3) GORDURA DAS AVES: → O melhor lipídeo de origem animal que tem; → Uma das melhores fontes de gordura para ser utilizada nas rações; → Não é liquida e nem totalmente sólida; → Quantidade maior de AGI; → Possui alta digestibilidade, qualidade e sabor (mais atrativo - palatabilidade): muito utilizada na fabricação de ração para cães e gatos. → Exs: óleo de girassol, milho, algodão, amendoim, canola etc.; → São na maioria de origem vegetal. Existem, também, de origem marinha (por ex. óleo de peixe e óleo de fígado de bacalhau). 1) ÓLEO DE PEIXE: → Presença de ácidos graxos ômega-3 (apresenta alta qualidade): possuem cadeia longa e predominantemente insaturados; reduzem os efeitos prejudiciais do colesterol, diminuindo a formação de ateromas e outros problemas cardiovasculares; → Exs: PUFA ômega-3: ácidos graxos polinsaturados - Eicosapentanoico (20:5Ω3) – apresenta 20 carbonos e 5 insaturações - ; Docosahesanoico (22:6Ω3) – apresenta 22 carbonos e 6 insaturações. 2) ÓLEO VEGETAL: → Existe grande variedade de óleo no mercado; → Exs: soja (predominância na alimentação animal pois é mais barata), milho (mais barato e mais comum), algodão, canola, girassol (menos comum e mais caro), oliva (azeite - mais caro). A) RANCIDEZ (RANCIFICAÇÃO) ou PEROXICIDAÇÃO: → Processo pela qual o oxigênio atmosférico reage com a dupla ligação do AG (ácido graxo), produzindo peróxidos e radicais livres que são quimicamente muito reativos liberando produtos tóxicos (cheiro e gosto desagradáveis); → Tem fontes de lipídeos que demoram mais para rancificar e outras que se rancificam mais rapidamente; → Os lipídeos que contêm AGI são mais susceptíveis ao desenvolvimento de rancidez – quanto maior a quantidade de dupla ligação no AG, maior é a reação com o oxigênio e maior é a produção de peróxidos e radicais livres; → A rancidez é um processo que envolve a presença de dupla ligação; → AGI se rancificam mais rapidamente que os AGS (que não tem dupla ligação), por exemplo, o sebo bovino (é mais resistente a rancificação). → Odor característico; → Afeta a palatabilidade – principalmente para os pets; → Podem ser tóxicos; → Perda de vitaminas – principalmente as lipossolúveis; → A rancificação é irreversível. → Adição de antioxidantes (uso na alimentação animal e humana) nas fontes de lipídeos e na própria ração – estabilizam as reações de rancificação, evitando ou diminuindo esta reação. → Exemplos: • ANTIOXIDANTE NATURAL: Vitamina E; • ANTIOXIDANTE SINTÉTICO: Etoxiquim; BHT (Hidroxitolueno Butilato); BHA (Hidroxianisol Butilato). → Sementes ricas em óleo. Exs: soja, sementes de girassol, sementes de algodão, amendoim etc. → O óleo está protegido contra a rancidez porque fica compartimentalizado na estrutura celular; → Algumas sementes possuem a enzima lipoxidase ou lipoxigenase que acelera a rancidez = não ocorre a reação entre a enzima lipoxidase e o óleo quando a semente está inteira, porque na semente inteira o óleo está compartimentalizado dentro de células; → Quando a semente é moída (triturada), a enzima e o óleo se misturam e a rancidez ocorre rapidamente pois as células que compartimentalizam o óleo são rompidas; → O aquecimento da semente (Ex: Soja) inativa a enzima lipoxidase, reduzindo a susceptibilidade à rancidez. → Lipídeos: sofrem ação da lipase pancreática no intestino delgado; → Lipase pancreática: enzima produzida pelo pâncreas e que vai agir (hidrólise) sobre os triglicerídeos liberando os ácidos graxos e glicerol. → Os triglicerídeos são digeridos pela lipase pancreática e são lançadas dentro do ID (principalmente íleo e jejuno); → Os lipídeos são altamente digestíveis (apresentam diferente digestibilidade); → Existem diferenças na absorbalidade (absorção) dos ácidos graxos no ID. → COMPRIMENTO DA CADEIA CARBÔNICA DO ÁCIDO GRAXO: quanto menor a cadeia carbônica (abaixo de 8, 10 carbonos, por exemplo), melhor a absorção. Ácidos graxos de cadeia longa são de difícil absorção; → NÚMERO DE DUPLAS LIGAÇÕES DO ÁCIDO GRAXO: a insaturação melhora a absorção. Os AG insaturados são mais eficientemente absorvidos do que os AG saturados; → RELAÇÃO ÁCIDOS GRAXOS INSATURADOS/SATURADOS: • Pesquisas demostram a necessidade da presença de AGI para que ocorra bom aproveitamento dos AGS = melhor absorção. • O valor em EM (energia metabolizável) dos lipídeos é diretamente proporcional a sua absorbabilidade = quanto maior for a eficiência dos AG maior é o valor da energia metabolizável desse lipídeo. • Todos os AG de cadeia longa independente se forem saturados ou insaturados precisam formar micelas para poder serem absorvidos pela membrana celular dos enterócitos; • Todos os AG de cadeia curta independente se forem saturados ou insaturados não precisam formar micelas = atravessam diretamente a membrana celular dos enterócitos; • Os AGI tem uma melhor eficiência em formar micelas do que os AGS.→ Ácidos graxos essenciais ao organismo animal: • Linoleico - dieteticamente essencial; • Linolênico; • Aracdônico. → As células do organismo animal conseguem sintetizar os ácidos linoleico e aracdônico a partir do linoléico, com a presença da vitamina B6 (vai atuar como enzima). → Somente o ácido linoleico é dieteticamente essencial. → Os lipídeos ao cegar no rúmen formam um biofilme (biocamada) sobre a forragem (o alimento que chegou via ração) que dificulta a ação dos microrganismos (no processo de fermentação - digestão da fibra). A fibra se torna indigestível. → Os ruminantes são menos tolerantes a dietas com lipídeos do que os não ruminantes; → Níveis superiores a 6-8% podem provocar: distúrbios digestivos (diarréia) e queda no consumo. → Devido à falta de bile (agente emulsificante) e de enzimas (lipase), alto níveis de lipídeos provocam interferências no processo digestivo, por revestir o conteúdo do rúmen, principalmente na digestão da fibra; → Níveis altos de lipídeos provoca efeito inibitório sobre os microrganismos. → Evitar o animal ingerir muito lipídeo; → Se o animal já tiver ingerido: • Adição de cátions: ❖ Por exemplo: adição de calcário; ❖ O cálcio reage com os ácidos graxos, formando sabões insolúveis (lipídeos + cálcio) reduzindo o efeito inibitório sobre os microrganismos; ❖ Estes sabões de cálcio saem do rúmen, indo para o ID onde irá servir de fonte de lipídeos, chamado de GORDURA PROTEGIDA (passa pelo rúmen e não afeta a atividade microbiana. Ex: gorduras de origem animal - proibido o uso na alimentação de ruminantes); ❖ Os sabões de cálcio são boas fontes de lipídeos na ração dos ruminantes porque não afetam a fermentação ruminal.
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