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Septicemia Neonatal

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Definição
Infecção generalizada, que começa em uma determinada região do corpo (como pneumonia e diarreia) e através 
da corrente sanguínea se espalha para outras regiões. 
Cerca de 70% dos casos de internação de neonatos equinos estão ligadas à septicemia.
Nem toda infecção é uma sepse, mas toda sepse se iniciou por uma infecção-
Geralmente está associada por bactérias Gram (-) e endotoxemia > essas bactérias se multiplicam muito 
rápido (1 bactéria se transforma em 15 milhões de bactérias em cerca de 3 a 4 horas), e durante a 
multiplicação ou morte dessas bactérias, elas liberam endotoxinas que podem causar esse quadro de 
endotoxemia.
-
Pode ser causado por fungos, vírus e até parasitas, mas os agentes mais importantes são as bactérias-
Acomete equinos, bovinos, pequenos ruminantes e suínos (outras espécies também) > neonatos dessas 
espécies nascem agamaglobulinêmicos
-
Animais nascem com sistema imunológico imaturo e agamaglobulinêmicos > em algumas situações o animal 
pode estar em um quadro infeccioso antes mesmo de nascer > éguas com secreção vaginal ou descolamento 
de placenta, por exemplo, podem gerar neonatos de risco 
Durante o parto > o próprio canal do parto contaminado ou ambiente que o potro vai nascer○
-
Geralmente ocorre depois no nascimento, mas pode ocorrer durante a gestação e no parto também-
Patogenia da sepse
O animal tem uma infecção que se espalha pelo seu organismo e levoa à morte caso não seja tratado 
adequadamente ou já esteja muito evoluído. Ocorrem várias alterações no organismo > temos que tentar controlar 
essas alterações para evitar que ocorra a morte do animal.
Ocorre infecção por Gram - >> a morte ou crescimento rápido dessas bactérias libera endotoxinas que vão cair 
na corrente sanguínea >> vão causar uma hipersensibilização do mecanismo de defesa do organismo do animal >> 
vai liberar mediadores endógenos > FNT (fator de necrose tumoral), interleucinas, cininas, fator depressor do 
miocárdio, B endorfinas, R1 (radicais livres), PG (prostaglandinas), interferon, eicosanoides >> a liberação 
desses mediadores causa efeito no endotélio vascular aumentado sua permeabilidade > o endotélio vai liberar o 
fator relaxante derivado do endotélio (FRDE) e a endotelina 1.
O FRDE vai relaxar músculos lisos, incluindo musculatura de vasos aumentando o lúmen dos mesmos >> 
consequentemente vamos precisar de maior pressão para circular o sangue (o que não vai acontecer) >> além 
disso vai deprimir a função miocárdica, diminuir a vasopressão e inibir a agregação plaquetária
Já a Endotelina 1 é um potente vasoconstritor que muitas das vezes vai atrapalhar a oxigenação dos tecidos >> 
após o aumento da permeabilidade vascular, vamos ter edema intersticial e pulmonar, hipovolemia devido ao 
relaxamento do endotélio, débito cardíaco diminuído, hipotensão pulmonar e sistêmica e CID >> pequenos 
Caroline Vieira
Septicemia Neonatal
segunda-feira, 19 de julho de 2021 09:50
 Página 1 de Clínica de Grandes 
relaxamento do endotélio, débito cardíaco diminuído, hipotensão pulmonar e sistêmica e CID >> pequenos 
coágulos vão começar a obstruir alguns vasos interrompendo a oxigenação de tecidos e órgãos >> a partir disso a 
maioria dos animais morrem por falha múltipla de órgãos.
Neonato tem mais água na condição corpórea dele > temos que mantê-lo hidratado, porém temos que ter cuidado 
com hidratação daqueles que nascem com sepse, pois eles terão excesso de fluido no organismo.
Fatores que aumentam os riscos de septicemia
A sepse não espera muito tempo como a pneumonia ou garrotilho, onde a doença pode evoluir de forma lenta e o 
animal pode até se recuperar sozinho. É importante saber identificar os fatores que aumentam o risco de 
septicemia. Sabendo quais são esses fatores, conseguimos fazer um acompanhamento mais restrito e identificar 
qualquer sinal de sepse no animal para tratá-lo o mais rápido possível.
Fatores relacionados com a égua:
Idade avançada >> Éguas mais velhas tendem a ter mais problema durante a gestação > sua placenta é do 
tipo epitéliocoreal e funciona como um velcro, diferente da placenta da vaca que tem os cotilédones que 
acabam se juntando um com o outro. Com o passar dos anos, conforme essa égua vai gestando, ela vai 
perdendo a elasticidade do útero, que vai ficando com partes fibrosadas. Isso atrapalha a capacidade de 
troca de nutrientes > os potros nascem mais fracos ou com risco maior a ter falha na transferência de 
imunidade passiva
-
Estresse ou doenças durante a gestação >> se a égua tiver uma laminite, por exemplo, vai ter que ser 
tratada > as medicações e o estresse do manejo ou excesso de manipulação vão interferir na gestação > pode 
fazer com que o neonato seja de risco
-
Infecção uterina, vaginal e/ou placentária >> importante acompanhar se a égua vai ter algum tipo de 
sangramento ou corrimento durante a gestação >> podemos acompanhar com US a fixação da placenta ao 
útero, mas é um manejo que gera estresse, então é importante avaliar a necessidade ou não. Mas se o 
animal tiver qualquer alteração visível, é importante fazer o exame e entrar com tratamento para evitar a 
piora do problema
-
Partos gemelares e distócicos >> casos que teve que auxiliar no parto, fazendo tração ou manipulação 
excessiva na hora do parto podem levar a problema. A gestação gemelar em vacas não é tão comum, mas 
geralmente os bezerros ficam bem, em ovelhas e cabras é desejado dois produtos por parto, porém na 
égua, a gestação gemelar é considerada uma patologia. No início da gestação, se identificadas duas vesículas 
embrionárias, o indicado é que uma seja esmagada, pois a tendência é que um dos produtos pode ser 
absorvido ou pode acontecer aborto dos dois. Se a gestação gemelar em égua for pra frente com sucesso e 
nascer os dois potros, geralmente um vai nascer mais debilitado e vai ser um neonato de risco
-
Agalactia ou galactorréia >> quando a égua não produz o leite de maneira adequada ou vai produzir leite 
fora do período de gestação >> colostro de baixa qualidade que não vai ter a correta transferência de 
imunidade passiva > o potro não vai ingerir a quantidade ideal de imunoglobulinas
-
 Página 2 de Clínica de Grandes 
imunidade passiva > o potro não vai ingerir a quantidade ideal de imunoglobulinas
Transporte longo no final da gestação >> transporte via caminhão ou a simples troca de ambiente podem 
gerar estresse nessa égua 
-
Rejeição do potro >> égua não tem habilidade materna, a égua vai rejeitar e não vai dar o colostro ao potro 
desencadeando uma séria de problemas
-
Fatores relacionados ao potro:
Falha na transferência de imunidade passiva-
Prematuridade e imaturidade-
Deformidades congênitas que interfiram na amamentação >> principalmente deformidades flexurais > o 
potro não consegue ficar em pé e não consegue mamar; lábio leporino e outras situações
-
Aspiração de mecônio >> se foi um parto distócico ou traumático, pode ter aspiração de mecônio-
Traumas e feridas >> porta de entrada para microorganismos e causam sepse > o desafio para o potro é 
muito maior que em animais adultos, pois o sistema imunológico dos neonatos é pouco desenvolvido
-
Desinfecção inadequada do umbigo-
Persistência do úraco-
Excessiva exposição a patógenos antes da ingestão do colostro-
Sinais Clínicos
Dependem da intensidade e duração da infecção microbiana e da resposta do hospedeiro. Muitas vezes quando 
identificamos algum sinal já é tarde. Se o animal nasceu de parto distócico, por exemplo, é importante acompanhar 
o animal fazendo hemograma, exames clínicos para identificar qualquer situação que possa levar esse animal a 
ter um quadro de infecção e posterior quadro de sepse. Importante identificar os sinais o quando antes, que são:
Letargia e depressão-
Perda do reflexo de sucção > égua com úbere cheio e jorrando leite e o potro para de mamar-
Hiperemia das mucosas e esclera > TPC aumentado na maioria dos casos com 3 a 4 segundos) > esclerascongestas com ruptura de vasos 
-
Taquicardia e taquipneia-
Hiper ou hipotermia > se o animal tiver desidratado pode estar com hipotermia-
Diarreia ou pneumonias > podem estar associados-
Convulsões > dependendo da fase clínica que o animal estiver-
O neonato sempre deve ser inspecionado, e devemos estar atentos a todos esses sinais clínicos para intervir, caso 
seja necessário.
Diagnóstico
Sinais clínicos >> citados acima-
Hemograma >> ajuda bastante > geralmente no primeiro hemograma temos leucócitos diminuídos (estão 
sendo sequestrados para tentar combater a infecção), porém alguns dias ou horas depois os leucócitos 
-
 Página 3 de Clínica de Grandes 
sendo sequestrados para tentar combater a infecção), porém alguns dias ou horas depois os leucócitos 
começam a aumentar >> ambas as situações são preocupantes
Fibrinogênio aumentando >> utilizado para avaliar inflamação > tem que estar acima de 400 mg/dL para 
considerar alto > é uma proteína tardia > ele demora até 72h depois do início da infecção para subir
-
Hipoglicemia >> abaixo de 60mg/dL-
Amiloide A sérico >> proteína inflamatória aguda > 0 a 27mg/dL > sobe bem antes que o fibrinogênio-
Níveis de IgG >> estarão baixos se a sepse estiver relacionada com as falhas de transferência de imunidade 
passiva
-
Cultura sanguínea >> conseguimos identificar qual a bactéria que tá causando a sepse e fazer cultivo e 
antibiograma > não são todos os laboratórios que fazem
-
Não pode esperar acontecer isso tudo para entrar com o tratamento >> aquele animal que tem sinais clínicos 
compatíveis, vamos lançar mão de exames complementares > pelo menos hemograma e amiloide que saem mais 
rápido. Como cultura sanguínea demora um pouco mais, vamos optar por um tratamento antes do resultado, e 
dependendo desse resultado, mudar o tratamento.
Tratamento
Antibioticoterapia:
Vamos entrar com esse tratamento se a sepse for causada por bactérias-
Tempo de administração variável > vai depender da gravidade do quadro, variando de 1 a 4 semanas > 
sempre acompanhar a evolução do paciente para saber se está fazendo ou não efeito
Se fez 3 dias de antibiótico e o animal não melhorou, avaliar se o problema tá no antibiótico ou na 
terapia de suporte que está ineficaz
○
-
Potros > penicilina potássica 40.000 UI a cada 6 horas, associado com amicacina 10mg/kg a cada 12 
horas > essa associação tem 91,5% de eficácia
As outras penicilinas possuem uma certa eficácia, porém bem menores que a potássica○
-
Bezerros > enrofloxacina 5mg/kg SID
Ceftiofur 2,2 mg/kg SID-
-
Polimixina B > 1000 a 6000 UI por kg/BID ou TID > ação antibiótica com poder de se ligar às 
endotoxinas e eliminá-las > porém é um fármaco bastante nefrotóxico > tem que ter cuidado com animais 
desidratados > nessa dose acima é segura para potros
-
Anticorpos anti endotoxina > produzidos a partir de animais que são estimulados contra algumas 
bactérias > os anticorpos são extraídos dos cavalos e diluídos para aplicação em outros animais. Porém são 
muito caros e não tem disponível no Brasil
-
Plasma hiperimune pode ser utilizado também-
Muitos locais utilizam imipenem, antibiótico de última geração de uso humano > não tem boa eficácia para 
animais > melhor utilizar amoxi e ampi
 Página 4 de Clínica de Grandes 
Tratamento de suporte:
Fluidoterapia > 40 a 80ml/kg/hora > monitorar e repor o animal conforme necessário
Colóides (plasma) > reposição eletrolítica > fica mais tempo na circulação, promovendo melhor 
hidratação > não é o plasma hiperimune, mas se utilizar ele, pode ter duas funções
○
Cristalóides > dependendo do caso, se o animal estiver muito desidratado, vamos usar cristalóides 
hipertônicos (solução de cloreto de sódio a 8,4%) > puxam líquido para dentro do vaso
○
Solução de glicose > infusão lenta○
-
Flunixim meglumine > dose endotóxica >> 0,25mg/kg a cada 8 horas > essa dose é feita para manter os 
níveis basais do flunixim mais estáveis durante todo o dia
A dose cheia do flunixim meglumine é 1,1mg/kg○
-
Plasma hiperimune > 20 a 40mg/kg de peso vivo-
Oxigenioterapia > 2 a 10L/min-
Manter o animal em > ambiente limpo e tentar estimular o animal a mamar-
Prognóstico reservado a desfavorável. Importante acompanhar com os equipamentos adequados, se não os tiver, 
importante encaminhar o animal para internação em hospital veterinário para receber o suporte adequado.
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 Página 5 de Clínica de Grandes

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