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Julia Paris Malaco – UCT16 SP1 – Doenças disabsortivas A má absorção, que se apresenta mais comumente como diarreia crônica, é caracterizada pela absorção defeituosa de gorduras, vitaminas lipo e hidrossolúveis, proteínas, carboidratos, eletrólitos e minerais e água. A má absorção crônica pode ser acompanhada por perda de peso, anorexia, distensão abdominal, borborigmos e fraqueza muscular. Um marco da má absorção é a esteatorreia, caracterizada pela gordura excessiva nas fezes e por evacuação volumosa, espumante, gordurosa e de cor amarela ou de barro. A má absorção resulta do distúrbio em pelo menos uma das quatro fases da absorção de nutrientes: A digestão intraluminal, na qual proteínas, carboidratos e gorduras são quebrados em formas adequadas para a absorção. A digestão terminal, a qual envolve a hidrólise dos carboidratos e peptídios através das dissacaridases e peptidases da mucosa da borda em escova do intestino delgado. O transporte transepitelial, no qual nutrientes, fluido e eletrólitos são transportados e processados dentro do epitélio do intestino delgado; O transporte linfático dos lipídios absorvidos Em muitos distúrbios de má absorção, um defeito em algum desses processos predomina, porém mais de um geralmente contribui. Como resultado, as síndromes da má absorção se assemelham mais umas com as outras do que apresentam diferenças entre si. Os sintomas gerais incluem diarreia (da má absorção de nutrientes e da secreção intestinal excessiva), flatos, dor abdominal e perda de peso. A absorção inadequada de vitaminas e de minerais pode resultar em anemia e mucosite em razão da deficiência de piridoxina, folato ou vitamina B12 ; sangramento decorrente da deficiência de vitamina K; osteopenia e tetania decorrentes da deficiência de cálcio, magnésio ou vitamina D; ou neuropatia periférica devida às deficiências de vitamina A ou B12 . Uma variedade de distúrbios endócrinos e de pele também pode ocorrer. As doenças no intestino podem ocorrer por dificuldade de absorção ou dificuldade de digestão Vilosidade intestinal: absorção Criptas: secreção Absorçao de proteinas Ingestão da proteína digestão inicia no estômago, onde se tem a ação de pepsina/pepsinogenio que começam a degradação/quebra da proteína. Quando o bolo alimentar cai no estomago ele se junta com o ácido clorídrico, juntos vão para o duodeno O ácido, ao entrar em contato com o duodeno estimula células S célula S libera secretina que faz com que ocorra a liberação de bicarbonato O contato do bolo alimentar na parede do duodeno estimula células I célula I faz com que ocorra liberação de CCK que tem função de contrair a vesícula, o pâncreas e relaxar o esfíncter de oddi O pâncreas ao contrair, libera enzimas ativas (amilase e lipase) e inativas (quimiotripsinogenio e tripsinogênio, que ao caírem na segunda porção do duodeno se transformam em quimiotripsina e tripsina auxiliando na quebra das proteínas) A proteína ao ser ingerida vem em forma de macromolécula que vai se quebrando ao longo do caminho para que possa ocorrer a absorção (tripeptideo dipeptideo aminoácidos). Somente ao se tornar um aminoácido, consegue entra no enterócito. Se houver doença no pâncreas não será possível a liberação correta de quimiotripsina/tripsina, consequentemente não terá quebra correta da proteína até que vire um aminoácido, fazendo com que ocorra dificuldade de absorção da proteína por um problema na digestão. Julia Paris Malaco – UCT16 Absorçao de carboidratos Ingestão do carboidrato amilase salivar + amilase do pâncreas quebra o oligossacarídeo em dissacarídeo (dissacarídeo é um açúcar) O dissacarídeo mesmo sendo quebrado anteriormente, não consegue entrar no enterocito ainda, ele precisa da enzima dissacaridase para poder entrar O dissacarídeo, pela ação da dissacaridade (que fica nas vilosidades da mucosa) é quebrado em monossacarideo e consegue entrar no enterocito e ser absorvido. O paciente com deficiência da dissacaridade – mais comum a lactase – ou seja, o paciente não tem a enzima que degrada o dissacarídeo em monossacarídeo, por essa falta, não é possível absorve-lo. O dissacarídeo não absorvido fica solto na alça intestinal e as bactérias da flora intestinal normal se aproveitam desse açúcar e começam a digeri- lo/metaboliza-lo, por esse excesso de metabolização pelas bactérias o paciente começa a apresentar distensão abdominal, formar gases, ter dor em cólica e pela falta de absorção que ocorreu em consequência da deficiência da dissacaridade que resultou na falta da quebra do dissacarídeo, ocorre diarreia. Pode ocorrer do paciente não ter a dissacaridade ou ainda ter em pouca quantidade, desenvolvendo intolerância ao longo do tempo. Alguns pacientes podem apresentar diarreia acida: A flatulência, é um gás metano (CO2 + H+), quando se produz muito gás (flatos), o H+ vai estar em grande quantidade fazendo aumentar a acidez nas fezes. Absorçao de gorduras Ingestão de triglicerídeos pâncreas libera suas enzimas ativas e inativas. A lipase (enzima ativa liberada) ajuda na digestão desse triglicerídeo, então ele é quebrado monoglicerideo + ácido graxo. Depois, ainda ocorre mais um processo de quebra para poder entrar no enterócito, quem faz essa quebra são os sais biliares (produzido no fígado e armazenado na vesícula e a ingestao é liberado) monoglicerideo + ácido graxo é quebraso e se transforma em micelas mistas que conseguem entrar no enterócito. Sais biliares são essenciais nesse processo de digestão da gordura, porque se não houver a quebra que é feita pelos sais biliares, a gordura não é absorvida e então o paciente apresenta esteatorreia (gordura nas fezes) Circulaçao entero-hepatica Fígado produz sais biliares sais saem do fígado e vao para o ducto colédoco não conseguem passar pelo ducto colédoco porque o esfíncter de oddi está fechado retornam e se armazenam na vesícula Ao ingerir o alimento, tem-se a liberação de CCK que contrai o pâncreas e a vesícula e relaxa o esfíncter de oddi. O fígado produz grande quantidade de sais, 95% de tudo que foi produzido é reabsorvido, 5% é perdido nas fezes. Então, depois da liberação pela estimulação da CCK pelo alimento, ao chegar no íleo biliar os sais biliares são reabsorvidos. A vesícula ao ingerirmos o alimento libera toda a quantidade de bile que tem armazenada nela, sem deixar nada. O íleo então ao reabsorver os sais que foram liberados, manda de volta para o fígado que manda de novo para a vesícula onde se armazena novamente a bile/sais bilires. Isso é chamado de circulação enterro hepática. Se houver algum problema/doença no íleo terminal – por exemplo doença de crohn que é uma inflamação da mucosa, o íleo não consegue absorver os sais liberados fazendo com que a digestão da gordura fique prejudicada por que os sais biliares serão perdidos ao invez de retornar a fígado e a vesícula e não terão sais biliares/bile suficiente para a quebra de toda essa goruda, podendo causar esteatorreia. O paciente ainda terá uma diarreia alta – analisando nesse caso por ser doença de crohn, apesar da principal parte acometido ser o intestino grosso, pode acometer da boca ao ânus - por isso estar acontecendo no intestino delgado, com alto volume de fezes e poucas evacuações. Outras patologias que afetam o íleo biliar: Ressecção cirúrgica; Crohn; TB ileal; linfoma ileal Julia Paris Malaco – UCT16 Diarreia A diarreia é definida como um aumento na massa, na frequência, ou na fluidez das fezes, tipicamente mais de 200 g por dia.Se dividem em: Diarreia alta: origem intestino delgado – alto volume de fezes e menor número de evacuações Diarreia baixa: origem colon – baixo volume de fezes e maior número de evacuações Quando ocorre uma provável alteração no reto pode ocorrer urgência evacuatória e tenesmo *tratamento do paciente que chega ao PA com diarreia (principalmente invasiva): uso interno – Soro de reidratação oral (SRO); ingesta hídrica* A diarreia pode ser classificada em quatro categorias principais: A diarreia secretória é caracterizada por fezes isotônicas e permanece durante o jejum. A diarreia osmótica, tal como aquela que ocorre com a deficiência de lactase, é decorrente das forças osmóticas excessivas exercidas pelos solutos luminais não absorvidos. O fluido da diarreia está 50 mOsm mais concentrado do que o plasma e diminui com o jejum. A diarreia de má absorção ocorre como consequência de falha generalizada na absorção de nutrientes, está associada à esteatorreia e é aliviada pelo jejum. A diarreia exsudativa devido à doença inflamatória é caracterizada por fezes purulentas e sanguinolentas que continuam durante o jejum Sindrome de má absorção É definida como uma diarreia alta, crônica não invasiva (pode ter resíduos alimentares) Paciente tem emagrecimento e não absorve elementos específicos - Ferro, folato, cálcio (são absorvidos no duodeno e no jejuno proximal) vitamina B12 vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K) Se houver algum problema relacionado ao processo de digestão e absorção, o paciente pode desenvolver uma anemia ferropriva, osteopenia, deficiência de folato e etc. Também não tem absorção das vitaminas lipossolúveis. Paciente com suspeita de má absorção: perda de peso, diarreia alta (grande volume poucas vezes ao dia), fezes amareladas (gordura nas fezes). Se há queixa de estatorreia, quer dizer que não está absorvendo direito. Confirmação se há mesmo má absorção SUDAM III: exame para detecção de gordura nas fezes o Mais de 7g de gordura por dia nas fezes – resultado positivo, confirma má absorção Qual seria a causa dama absorção: pâncreas? Mucosa/luz intestinal? Qual teste fazer para diferenciar a causa da má absorção? D-xilose urinária o Xilose é um açúcar. O açúcar não precisa do pâncreas para ser absorvido. O exame é feito dando uma quantidade de açúcar para o paciente e dosando na urina o Xilose da urina alta > 5 - significa que absorveu, indicando mucosa boa, provavelmente problema no pâncreas o Xilose da urina baixa < 5 – significa que não absorveu, indicando que a mucosa intestinal não está boa, provavelmente problema da própria mucosa Julia Paris Malaco – UCT16 Fibrose cistica Doença genética Definição: Alteração regulador transmembrana (Cl /Na) Atrofia acinar fibroses progressivas o Insuficiência pancreática A fibrose cística afeta muitos sistemas orgânicos, principalmente os pulmões. Somente a má absorção associada à fibrose cística é considerada aqui. Em razão da ausência do regulador da condução transmembrana da fibrose cística (CFTR) epitelial, os indivíduos com fibrose cística têm defeitos na secreção de íons cloreto, e, em certos tecidos, na de bicarbonato. Isso interfere na secreção de bicarbonato, sódio e água, resultando, por fim, em hidratação luminal defeituosa. A hidratação reduzida pode ocasionalmente resultar na obstrução intestinal, mas é comum que resulte na formação de concreções intraductais pancreáticas. Estas últimas podem começar no útero, levando à obstrução do ducto, autodigestão crônica do pâncreas de baixo grau e, futuramente, insuficiência pancreática exócrina em mais de 80% dos pacientes. O resultado é a falência da fase intraluminal da absorção de nutrientes, que pode ser efetivamente tratada na maioria dos pacientes com suplementação enzimática oral. Resumindo: Fisiologicamente a célula tem mais sódio dentro e mais cloro fora, quando ocorre a troca entre os dois, toda vez que o sódio sai, também sai agua, que ajuda na fluidez do interstício. Se existe uma alteração nessa regulação transmembrana, o sódio não sai da célula e a água também não, deixando menos fluido, mais espesso, formando grumos. Fazendo obstrução dos ductos do pâncreas levando a fibrose do pâncreas. Então, dentro do pâncreas começa a acontecer uma atrofia acinar por conta das fibroses progressivas que vão estar ocorrendo pelo entupimento dos ductos dos acinos pela falta de água, levando a uma insuficiência pancreática As alterações macroscópicas: Consistem em fibrose Cistos medindo cerca de 1 a 3 mm, ou atingir até 5 cm Substituição gordurosa do parênquima Alterações microscópicas: Graus variados de dilatação ductal e fibrose periductal Dilatação acinar e de dúctulos, progressivamente destruídos e substituídos por fibrose Perda do parênquima exócrino o Há redução na síntese e na liberação das enzimas pancreáticas; o Provoca má absorção intestinal, desnutrição e déficit de desenvolvimento Clinica Diarréia crônica Esteatorreia Fezes volumosas Prognóstico da doença não é mais tão sombrio como no passado. Diagnóstico precoce, os pacientes recebem suplementação das enzimas pancreáticas. Abetalipoproteinemia A abetalipoproteinemia é uma doença autossômica recessiva, rara, caracterizada pela inabilidade de secretar lipoproteínas ricas em triglicerídeos. Ela é causada por uma mutação na proteína de transferência microssomal de triglicerídeos (MTP), a qual catalisa a transferência de lipídios para domínios especializados do polipeptídio da apolipoproteína B nascente, dentro do retículo endoplasmático rugoso. A MTP também promove a produção de gotículas de triglicerídeo dentro do retículo endoplasmático liso. Sem a MTP, os enterócitos não podem produzir ou exportar lipoproteínas. Isso resulta no acúmulo intracelular de lipídios. A má absorção da abetalipoproteinemia é, portanto, uma falha do transporte e processamento transepiteliais. Absorção de gordura lipase triglicerídeo cadeia longa monoglicerideo + ácido graxo sais biliares micelas mistas enterócitos As micelas mistas ao entrarem no enterocito facilitam a entrada de monoglicerideos + ácido graxo no enterocito e la dentro isso se transforma em triglicerídeos. Dentro do enterocito existe a beta lipoproteína que faz a transformação do triglicerideo em quilomicron, que segue para as vias linfáticas. Na doença, tem-se a ausência da beta lipoproteína, o paciente então tem muito triglicerídeos dentro do enterocito e esse enterocito começa a perder a função de absorção, fazendo com que o paciente tenha quadro clinico de doença disabsortiva. Julia Paris Malaco – UCT16 Doença celiaca A doença celíaca é uma enteropatia mediada pelo sistema imunológico (que gera uma inflamação crônica – ilfiltrados de linfócitos, plasmocitos e macrófagos) disparada pela ingestão de cereais que contêm glúten, tais como trigo, centeio ou cevada, por indivíduos geneticamente predispostos. Gluten: proteína de armazenamento do grupo das prolaminas Composição do gluten do trigo: glutenina + gliadina Outras prolaminas formam outros tipos de gluten Trigo: gliadina Centeio: secalina Cevada: hordeína Aveia: avenalína Milho: zeína Trigo, centeio e cevada desencadeiam a doença celíaca O glúten é digerido pelas enzimas luminais e da borda em escova em aminoácidos e peptídios, incluindo um peptídio α-gliadina de 33 aminoácidos, que é resistente à degradação pelas proteases gástricas, pancreáticas e do intestino delgado. Patogenia: ingestado glúten liberação de enzimas pelo pâncreas no duodeno e na borda em escova Peptidades e pepsinas não são capazes de quebrar a molécula de gluten em aminoácidos, tendo um desenvolvimento de peptídeos – glutenina + gliadina. O agente etiológico da doença é a gliadina, que é resistente a degradação pelas peptidades e se ancora a superfície do enterocito, quando ancora na vilosidade causa estresse nesse enterocito (que compõe o tecido epitelial) por conta da célula ser incapaz de fazer endocitose dessa molécula por ser muito grande. Esse estresse começa a cascata fisiopatológica: o enterocito libera a interleucina 15 que ativa linfócito T residente da mucosa (lamina própria) e faz com que o linfócito T expresse receptores específicos na superfície (receptor NKG2D) – esse recepetor é especifico de células natural killer (NK) que reconhece as moléculas de MIC que são expressas/sinalizam toda vez que o enterocito está em estado de estresse, senescente ou em casos de agressão do enterocito por microorganismos. Ao ser reconhecido, o receptor NKG2D ativado pelo linfócito T ao induzir o MIC estimula a apoptose dos enterocitos. No caso da doença, quando ingerido o gluten, vai ocorrer uma apaptose excessiva de muitos enterocitos, essa perda faz com que a gliadina consiga fazer endocitose e entrar no tecido conjuntivo – o que não era possível antes por ser uma molécula muito grande – ao entrar se ancora na lamina própria. Na lamina própria, a enzima residente dela transglutaminase tecidual (TGt) rapidamente age sobre a gliadina fazendo uma desaminaçao (retirada de um grupo amina), tendo a formação da gliadina desaminada. A consequência da formação da gliadina desaminada é o reconhecimento dela pelo HLA (pelo fato do paciente ser geneticamente susceptível). Então a célula apresentadora de antígeno residente ali (APC) que tem o MHC contendo um HLA especifico chamado de DQ2 ou DK8, reconhece a gliadina desaminada e a começa a apresenta-la ao linfócito T. Depois do reconhecimento, o linfócito T começa a liberar citocinas que recrutam macrófagos para o local e toda a reação inflamatória começa, causando mais destruição de enterocitos, apoptose, fagocitose e etc. Essa inflamação é crônica e continua durante todo o tempo em que a gliadina estiver presente na mucosa. Nesse processo, a longo prazo, o linfócito T pode ser capaz de ativar o linfócito B que começa a produção de anticorpos contra a gliadina desaminada: anti-gliadina Ou podem ser produzidos anticorpos contra a enzima transglutaminase tecidual (TGt): - anti- endomisio/anti-TGt Consequência de todo esse processo inflamatório: perca da vilosidade - começa a ter uma atrofia. Julia Paris Malaco – UCT16 No duodeno, as vilosidades são grandes e largas, no jejuno vai diminuindo e no íleo fica mais fina (a vilosidade tem função de aumentar a superfície de absorção ao longo desse caminho) No processo inflamatório, as vilosidades começam a perder seus constituintes e vai ficando cada vez menor, podendo ficar atrofiada com a progressão da doença. Ao mesmo tempo, outro processo esta acontecendo, a hiperplasia das criptas. Na região das criptas temos enterocitos, célula neuroendócrina e células tronco. Com a perca excessiva de células, são gerados sinais para maior proliferação de células tronco em um tempo curto, que causa acumulação nas criptas gerando a hiperplasia A histopatologia é caracterizada pelo número aumentado de linfócitos T CD8+ intraepiteliais (linfocitose intraepitelial), hiperplasia de cripta e atrofia das vilosidades. Essa perda de área da superfície mucosa e da borda em escova provavelmente é responsável pela má absorção. Além disso, o aumento nas taxas de reposição epitelial, refletidas na atividade mitótica aumentada nas criptas, pode limitar a habilidade dos enterócitos absortivos de se diferenciarem completamente e de expressarem proteínas necessárias para a digestão terminal e o transporte transepitelial. Escala de Marsh Tipo 0: paciente estabilizado ou que não tem doença celíaca. Mucosa integra e vilosidades e criptas normais Tipo 1: mucosa inflamada, vilosidades começa a perder células e criptas começando a se alterar Julia Paris Malaco – UCT16 Tipo 2: cada vez mais diferente a mucosa e diminuição da espessura da vilosidade e aumento das criptas Tipo 3 Linfocitose epitelial + atofia de vilosidade + hiperplasia de cripta má absorção Infiltrado inflamatório linfomononuclear (linfócito T) Com o aumento da frequência de mapeamentos sorológicos e a detecção precoce de anticorpos associados a doenças, é agora observado que um aumento no número de linfócitos intraepiteliais, especialmente nas vilosidades, é um marcador sensível para a doença celíaca, mesmo na ausência de lesões epiteliais e atrofia das vilosidades. No entanto, a linfocitose intraepitelial e a atrofia das vilosidades não são específicas para a doença celíaca e podem estar presentes em outras doenças Características clinicas Adultos: diarreia crônica, anemia, fadiga crônica, inchaço (hipoalbuminemia) Silenciosa: sorologia positiv + atrofia vilosa + sem sintomatologia Latente: sorologia positiva + sem atrofia vilosa Crianças: Clássica: irritabilidade, diarreia crônica, deficiência de crescimento, distensão abdominal (flatos/desnutrição proteica) Atípica: quando descoberta tardiamente o Intestinais: dor abdominal, náusea, vômito, inchaço, constipação o Extra-intestinais: Artrite ou dor nas articulações, estomatite aftosa, anemia, atraso puberal, estatura baixa Dermatite herpetiforme ocorre em alguns casos (principalmente nas articulações – cotovelo, joelho), nesses casos o paciente tem risco aumentado de: linfoma de células T associado a enteropatia e adenocarcinoma do intestino delgado. Julia Paris Malaco – UCT16 Deficiência da lactase As dissacaridases, incluindo a lactase, estão localizadas na membrana apical da borda em escova das células epiteliais absortivas da vilosidade. Lactase quebra dissacararideo em monossacarídeo degrada lactose em glicose A deficiência congênita de lactose, causada por uma mutação no gene que codifica a lactase, é um distúrbio autossômico recessivo. A doença é rara e se apresenta como uma diarreia explosiva, com fezes aquosas e espumantes e distensão abdominal com a ingestão de leite. A deficiência adquirida de lactase é causada pela regulação negativa da expressão do gene da lactase e é particularmente comum entre as populações de americanos nativos, afro- americanos e chineses. Os sintomas da deficiência adquirida de lactase, incluindo plenitude abdominal, diarreia e flatulência, devidos à fermentação dos açúcares não absorvidos pelas bactérias do cólon, são disparados pela ingestão de laticínios contendo lactose. A lactase é produzida pela borda em escova do enterocito, ocorre uma falha na produção ou uma falha da ação da enzima, consequentemente não é possível fazer a degradação de lactose em glicose (dissacarídeo em monossacarídeo) o que faz com que não ocorra absorção, então a lactose se acumula no lumen da alça intestinal, deixando-o saturado e mudando o gradiente osmótico do duodeno, o duodeno tenta compensar liberando agua e ions para tentar regularo gradiente osmótico na luz da alça intestinal. A agua começa a se acumular e dilata a alça, estimulando peristaltismo e aumentando o transito intestinal para que ocorra rapidamente liberação desse conteúdo para o intestino grosso, lá existem bactérias da microbiota normal que fazem fermentação da lactose formando ácido orgânico + gás. Com a formação de gases, o abdome estufa e leva a distensão do órgão causando dor visceral, além disso pelo excesso de agua ocorre diarreia. Alguns pacientes podem ter constipação por um processo chamado de resgate colonico, onde se tenta reabsorver a agua que foi liberada e isso acaba “segurando” o conteúdo no intestino grosso para tentar reabsorver.
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