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PATOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO INTRODUÇÃO O sistema urinário é composto pelos rins, ureteres, vesícula urinária, e uretra. Os rins pares produzem urina a partir do sistema circulatório por meio de filtração, secreção, reabsorção e concentração. Os rins são os responsáveis pela filtração do sangue e eliminação de metabólitos tóxicos dos corpo assim como substâncias em excesso, fármacos, etc Os rins também possuem funções endócrinas. Eles produzem o hormônio renina, que converte a proteína plasmática angiotensinogênio em angiotensina I. No rim, a enzima de conversão transforma angiotensina I em angiotensina II, a qual causa constrição arterial, aumentando a pressão sanguínea. A bradicinina é outro hormônio produzido pelos rins, e causa dilatação dos vasos sanguíneos. A eritropoietina, produzida pelos rins, intensifica a eritropoiese. LOCALIZAÇÃO DOS RINS Os rins são estruturas pares que se situam retroperitonealmente comprimidos contra a parede abdominal dorsal dos dois lados da coluna vertebral. Eles se situam predominantemente na região lombar, mas se projetam cranialmente sob as últimas costelas para a parte intratorácica do abdome. Sua posição muda em metade da extensão de uma vértebra com o movimento do diafragma. Nos mamíferos domésticos, com exceção do suíno, o rim direito se situa mais cranialmente que o esquerdo e seu pólo cranial faz contato com o processo caudado do fígado e com o lobo hepático direito. Ele se posiciona em uma fossa do fígado (impressio renalis), a qual ajuda a limitar sua movimentação. O rim esquerdo possui maior mobilidade, já que não há uma impressão equivalente no fígado. Nos ruminantes, o tamanho considerável do rúmen empurra o rim esquerdo em direção à metade direita do abdome, onde ele é suspenso pelo longo e móvel mesonefro, caudal ao rim direito. Cada rim é envolto em tecido adiposo, o qual o protege contra a pressão dos órgãos vizinhos. MORFOLOGIA DOS RINS Os rins são divididos em três camadas, a camada medular, mais interna, e a camada cortical, mais externa e a pelve renal que é aregião mais próxima ao hilo renal. Essas duas camadas possuem espessuras diferentes e sua relação normal é de 1:2-1:3 (relação cortico-medular) ou de 1:4 em filhotes. a cortical possui diferenças entre as espécies, os gatos, por exemplo possuem a cortical mais amarelada e com pequenos vasos sob a cápsula do órgão, enquanto os ruminantes, por exemplo, não possuem esses vasos, córtex mais escuro (vermelho escuro/amarronzado) e é lobulado. A morfologia dos rins difere de espécie para espécie, na qual os cães, gatos, equinos e pequenos ruminantes possuem rins unipiramidais e com córtex não lobulado (lisos), em formato de feijão, exceto o rim direito dos equinos que possui formato cordiforme (de coração). os rins de suínos e de bovinos são multipiramidais, ou seja tem a medular dividida em segmentos, embora externamente sejam classificados de modo diferentes, o córtex bovino é lobulado enquanto que o suíno é liso. ESTRUTURA RENAL - FUNCIONAL As unidades funcionais do rim são os néfrons, ou túbulos renais, que são responsáveis pela produção de urina. Túbulos coletores subsequentes são responsáveis pela condução da urina para a pelve renal. Filtração de todas as substâncias que vão chegar aos glomérulos FUNÇÕES DOS RINS Os rins são os responsáveis pela filtração do sangue e eliminação de metabólitos tóxicos dos corpo assim como substâncias em excesso, fármacos, etc. 1. Formação da urina; ● Excreção: - E a excreção da urina vai ser muito importante para a excreção de muitos produtos que podem ser tóxicos na sua maioria para o organismo, como os a seguir: - Produtos nitrogenados (ureia e creatinina); - Íons hidrogênio - E também outros Compostos orgânicos endógenos e exógenos. - Muitas substâncias como os fármacos são metabolizados pelo fígado e excretados pelos rins 2. Conservação de água e níveis de minerais; ● O rim tem uma função bem importante na manutenção da pressão sanguínea, pela conservação de água e retenção ou excreção de minerais ● Controle hormonal: - ADH, renina-angiotensina-aldosterona. - Essa manutenção da água ocorre principalmente pelo controle hormonal, pois o ADH aumenta a retenção de água para aumentar a pressão sanguínea quando for necessário, ou também pelo mecanismo de renina-angiotensina-aldosterona onde a renina é secretada no rin, ocorrendo principalmente a retenção de sódio ou eliminação de sódio 3. Secreção de substâncias endócrinas: ● Eritropoietina - fundamental para a eritropoiese, por isso que um animal que tem IR vai ter anemia pois não tem eritropoietina para produzir as hemácias ● Vitamina D - a segunda ativação da vitamina D acontece no rim, então para que a vitamina D3 se torne ativa e passe a exercer a função intestinal tem que ser ativada no rim ● Renina ● O rim também tem funções endócrina secretando alguns outros hormônios Os rins secretam substâncias endócrinas como: eritropoietina, renina, prostaglandinas. A eritropoetina é uma glicoproteína produzida nos rins pelas células das regiões corticais e/ou endoteliais dos capilares peritubulares das regiões cortical e medular, em resposta a redução de oxigênio sanguíneo, para estimular a eritropoiese pela medula óssea. A renina é uma glicoproteína produzida pelas células do complexo justaglomerular, quando há diminuição da pressão arterial devido a redução do volume extracelular. A renina converte o angiotensinogênio em angiotensina I, que é convertida em angiotensina II, a qual tem potente ação de vasoconstrição e estimula a secreção de aldosterona pelo córtex das adrenais, levando a reabsorção de sódio e consequentemente reabsorção de água dos túbulos renais - esse efeito aumenta a pressão arterial Os rins são responsáveis pela etapa final da transformação de forma inativa da vitamina D na forma biologicamente ativa. Convertem o 25-hidroxicolecalciferol, de origem hepática, em 1,25-di-hidroxicolecalciferol, importante na absorção intestinal de cálcio (ver o que faltou) Controle Hormonal A função renal está sob o controle de três hormônios importantes: - Hormônio antidiurético (ADH) ou vasopressina - Aldosterona - Paratormônio (PTH) O ADH é um polipeptídeo sintetizado nos núcleos hipotalâmicos supraópticos.Quando há aumento da osmolalidade do líquido extracelular por excesso de íons de sódio e outros íons negativos que os acompanham, ocorre estimulação dos osmorreceptores estimula os núcleos supraópticos, também localizados no hipotálamo, que por sua vez estimula a neuro-hipófise a liberar ADH. O ADH aumenta a permeabilidade à água da porção final do túbulo distal e dos túbulos coletores, promovendo maior retenção de água nos líquidos corporais, corrigindo o líquido extracelular inicialmente concentrado. Por outro lado, quando o líquido extracelular fica muito diluído, ocorre formação de menor quantidade de ADH e o excesso de água é eliminado pela urina, concentrando e normalizando os líquidos corporais. A aldosterona é um mineralocorticóide secretado pelas ´células da zona glomerulosa do córtex das glândulas suprarrenais. A secreção de aldosterona é estimulada pelo aumento na concentração de angiotensina II no sangue, pelo aumento da concentração de íons potássio e pela diminuição da concentração dos íons de sódio no líquido extracelular. Quando ocorre diminuição excessiva do volume do líquido extracelular, ocorre queda da pressão arterial, com redução do fluxo sanguíneo para os rins, estimulando a secreção de renina pelas células justaglomerulares. A renina determinada a formação de angiotensina I, que mais tarde é convertida em angiotensina II, essa é um vasoconstritor potente e exerce efeito direto sobre as células da zona glomerular do córtex da adrenal, aumentando a secreção de aldosterona (faltou uma parte lá). O paratormônio (PTH) é secretado pela paratireóide. Sua secreção é estimulada pela hipocalcemia pela hiperfosfatemia. A excreção de cálcio e fósforo na urina é regulada por esse hormônio. Mesmo na ausência de PTH, grande parte do cálcio é reabsorvida nos túbulos proximais, na alça de Henle e na porção inicial dos túbulos distais. Porém cerca de 10% do cálcio filtrado ainda permanece na porção terminal dos túbulos distais. Se houver grandes quantidades de PTH no sangue, praticamente todo o cálcio restante será reabsorvido na porção terminal do túbulo distal e na porção cortical, conservado cálcio no organismo. Além disso, PTH também estimula a conservação nos rins de 25-di-hidroxicolealciferol em 1,25-di-hidroxicolecalciferol, o qual é a forma ativa do vitamina D, responsável por formar a calmodulina, proteína ligadora de cálcio nas células do epitélio intestinal, aumentando a absorção de cálcio pela trato intestinal. PTH também diminui a reabsorção de fósforo pelos túbulos renais aumentando sua excreção na urina. NECRÓPSIA 1. Retirada de todo o “monobloco” do trato urinário, juntamente ao trato genital - sai juntamente os rins ureteres, vesícula e uretra, dependendo do sexo sai junto as genitálias femininas e masculinas como ovários, útero… A porção final do reto e anûs também sai nesse conjunto 2. Abertura dos rins - com um corte medial, dividindo o rim em duas metades 3. Remoção da cápsula renal; - Se ela estiver aderida: Pode ser por desidratação ou lesão renal (fibrose) - Em gatos é mais fácil de ser realizada - Mas em casos que tenha uma doença renal crônica com fibrose ou uma desidratação, essa remoção fica mais dificultosa 4. Abertura dos ureteres (só abre se estiverem dilatados), vesícula urinária e segue abrindo a uretra em direção a vulva ou ao pênis NÃO LESÃO/POUCO SIGNIFICADO CLÍNICO 1. Lesão muito comum e frequente que pode ser confundida com pielonefrite, é esse muco na pelve renal na pelve de equinos, mas isso é normal para equinos esse conteúdo mucóide 2. Esse avermelhado da uretra, é uma coloração normal 1. É apenas uma alteração pós morte, que é mais fácil observar em órgãos pares, que as hemácias se depositam para o lado que ficou para baixo 2. Pseudomelanose, vai acontecer com partes do rim que ficam mais próximos do intestino, também é uma alteração pós morte, que o enxofre que é produzido pelas bactéria quando entra em contato com o ferro que é produzido na hemólise, quando tem a ruptura das hemácias pós morte entram em contato produzindo sulfato ferroso que dá essa coloração esverdeada para os órgãos, sendo apenas uma alteração post-mortem ANOMALIAS DO DESENVOLVIMENTO RENAL 1. APLASIA OU AGENESIA ● Falha de desenvolvimento renal de um ou ambos os rins (não existe tecido renal reconhecível) - não têm formação do tecido renal ou pode haver apenas um resquício; ● Ureteres podem ou não estar ausentes; ● Aplasia unilateral – compatível com a vida desde que o outro rim seja normal (hipertrofia compensatória); ● Aplasia bilateral – incompatível com a vida pós-natal; ● Raças predispostas: - Doberman, Pinscher e Beagle; - Suínos LargeWhite. É a FALHA DA FORMAÇÃO DO TECIDO RENAL, unilateral (compatível com a vida) ou bilateral (incompatível com a vida pós-natal) ou seja, pode haver vida normalmente com apenas um rim, mas sem os dois não há menor possibilidade. Falha de desenvolvimento renal de um ou ambos os rins (não existe tecido renal reconhecível); Pode não haver estrutura renal reconhecível macroscopicamente. Nesse caso, os ureteres podem ou não estar ausentes. Se estiver presente a extremidade cranial do ureter apresenta-se fechada. A aplasia renal pode estar associada a outras anomalias urogenitais do desenvolvimento. Geralmente, é causada pelo desenvolvimento incompleto do pronefro, do mesonefro, ou do botão uretral, ou pela ausência ou degeneração do blastema metanéfrico. Raças predispostas: Doberman, Pinscher e Beagle; Suínos LargeWhite. 2. HIPOPLASIA ● Desenvolvimento incompleto dos rins; - Menor número de néfrons, lóbulos e cálices ao nascimento (menor número de estruturas) - De um rim ou de ambos os rins ● Gravar isso: na hipoplasia tem uma diminuição no número de néfrons, lóbulos e cálices quando o animal nasce, então além do desenvolvimento incompleto e de um tamanho menor desse rim, ele também tem menor número de estruturas, então o néfron em sí, ou seja, glomérulos e túbulos e lóbulos e cálices ● Pode ser unilateral ou bilateral; - Hipertrofia compensatória do outro rim, se isso for unilateral; - Se for bilateral, esses animais acabam desenvolvendo IR, pois muitas dessas estruturas não formadas completamente não são funcionais ● Rim hipoplásico parece mais suscetível às infecções; ● Diferenciar de:- Fibrose renal secundária a nefropatia adquirida (IRC) - por exemplo, um cão que te IRC ele também vai ter uma diminuição o glomérulo, ele geralmente vai ficar firme com a superfície regular, brancacento ou com uma coloração mais pálida, mas isso pra ele acontece porque é uma lesão adquirida conforme o animal, geralmente é um achado de animal mais velho que desenvolve IR por perda de tecido renal e por substituição por tecido fibroso - Displasia renal - também é uma alteração que os animais já nascem assim, mas nesse caso é organização estrutural diferente, tem uma diferenciação anormal das estruturas do rim, ele tem as estruturas mas elas estão organizadas de maneiras inadequadas - Nefropatia progressiva juvenil. - é um tipo de displasia que acontece em cães jovens que desenvolvem uma alteração displasica - Essas outras duas alterações também podem ser muito semelhantes com a hipoplasia É o desenvolvimento incompleto do rim (formam-se os tecidos renais porém em menor quantidade. ) de tal forma que, ao nascimento, há menor número de néfrons, lóbulos e cálices ao nascimento. Pode ser uni ou bilateral, quando unilateral pode ocorrer hipertrofia compensatória do outro rim. A hipoplasia bilateral, dependendo do grau, pode causar insuficiência renal. Além disso, rins hipoplásicos parecem ser mais suscetíveis às infecções quando comparado ao rim normal. Na hipoplasia, além de haver redução no número e no tamanho dos glomérulos, poderão ser observados resquícios de estruturas embrionárias. Essa alteração não deve ser confundida com a hipotrofia secundária às nefropatias adquiridas crônicas com fibrose. Dessa forma, antes de se diagnosticar hipoplasia renal, deve-se considerar uma redução de 50% no tamanho do rim ou em mais de um terço na massa renal e ausência de doença renal adquirida. Nas fotos observa-se uma hipoplasia unilateral, o rim afetado é muito menor do rim normal 3. DISPLASIA ● Anormalidade de organização estrutural do rim como um todo, resultante de uma diferenciação anormal das estruturas - diferenciação dos glomérulos, túbulos dentre outras estruturas, mas embora ele tenha essa diferenciação anormal, ele não tem menor número de néfrons, cálices, papilas enfim, como na hipoplasia ● Uni ou bilateral; ● Rim de tamanho reduzido, firme, esbranquiçado e com superfície irregular. Possui as estruturas normais em número, porém organizadas de maneira errada de modo que não conseguem executar suas funções. Displasia pode ser definida como um desenvolvimento anormal do parênquima renal. Número de néfrons, lóbulos e cálices é normal ≠ hipoplasia renal. Ocorre devido a falhas na diferenciação celular podendo apresentar tecidos cartilaginosos e até ósseos entremeados ao tecido renal. Nesse caso os rins se apresentam de forma mais pálida, fibroso e com superfície rugosa Pode ser uni ou bilateral podendo afetar todo rim ou ser focal, deve ser diferenciada da fibrose renal, da hipoplasia renal e da nefropatia progressiva juvenil. MACRO: ● Rim de tamanho reduzido ● Firme ● Esbranquiçado e com superfície irregular. Histologia: ● Túbulos adenomatosos, ou seja, que lembra a estrutura de uma glândula; ● Glomérulos e túbulos imaturos ou fetais; ● Tecido mesenquimal tem uma fibrose mesenquimal com aspecto mixomatoso, ou seja, que fica com aspecto frouxo; ● Pode ter diferenciação em meio ao tecido renal, de cartilagem, tecido ósseo - Presença de tecido cartilaginoso ou ósseo; ● E algumas alterações podem ocorrer de maneira secundária, que é - Fibrose intersticial, inflamação, cistos renais e glomérulos hipercelulares que acabam hipertrofiando para compensar os glomérulos imaturos (alterações secundárias) ● Número de néfrons, lóbulos e cálices é normal ≠ hipoplasia renal. ● Lembrar: A displasia tem número de néfrons, lóbulos e cálices normal, embora eles estejam mal formados, são normais em número - já na hipoplasia apesar deles serem normais mas com menor quantidade de estruturas Note o rim mais pálido com superfície irregular, rugosa, estrias brancacentas que indica fibrose 4. NEFROPATIA PROGRESSIVA JUVENIL ● Doença familiar renal; ● Hereditária; ● Cães jovens; - LhasaApso, Shih-tzu e Golden Retriver; ● Semelhante a displasia. ● Acabam recebendo essa alteração logo após o nascimento, mas adquire e sua alteração macro e microscópica é muito semelhante da hipoplasia É uma doença HEREDITÁRIA, doença familiar renal. MACROSCÓPICA E MICROSCOPICAMENTE SEMELHANTE À DISPLASIA, acomete CÃES JOVENS, principalmente Lhasa Apso. Shih-Tzu e Golden Retriever 5. ECTOPIA RENAL ● Rins fora da sua posição normal (sublombar); - Nesses casos ocorre do rim ficar na Região pélvica e inginal. ● Geralmente acomete apenas um rim; ● Migração anormal durante o desenvolvimento fetal; ● Maior frequência em suínos; ● Geralmente não tem maiores implicações, mas devido ao posicionamento incorreto dos ureteres pode predispor a obstrução do fluxo urinário devido a compressão do ureter pois ele fica na posição errada, podendo predispor a uma hidronefrose pois vai haver retenção da urina e também pode ter infecção pois vai ter uma estase dessa urina podendo migração ascendente de bactérias (pielonefrite); - Obstrução do fluxo urinário. Significa rins fora de sua posição anatômica normal (retroperitoneal sublombar - região pélvica e inguinal), que ocorre por falhas na migração desses órgãos durante a fase embrionária. Maior frequência em suínos;. Geralmente é unilateral e pode levar a obstruções do fluxo urinário quando tem os ureteres posicionados de forma incorreta. Posicionamento incorreto dos ureteres pode predispor a hidronefrose e infecção (pielonefrite); 6. CISTOS RENAIS Os cistos podem ser congênitos que nascem com isso, ou podem ser adquiridos que são chamados de cisto de retenção ● Adquiridos: Que são chamados cistos de retenção ● Congênitos: Solitários (uriníferos) ou múltiplos (rins policísticos) - animal nasce com isso ● Solitários: - Mais frequentes na cortical do rim; - Suínos, bovinos, cães e raramente gatos; - E dependendo do tamanho desse cisto pode causar uma saliência na superfície do órgão. ● Múltiplos: - Também chamados de rins policísticos - Parênquima substituído por formações císticas multifocais a coalescentes; - Mais comuns bezerros, suínos e gatos; - Gatos Persas (hereditário) – Doença do rim policístico São CONGÊNITOS (já presentes ao nascimento) e podem ser SOLITÁRIOS (URINÍFEROS) ou MÚLTIPLOS (RINS POLICÍSTICOS). Os solitáriossão mais comuns e tendem a NÃO AFETAR O FUNCIONAMENTO DO ÓRGÃO, dependendo do tamanho do cisto, mais encontrados na cortical afetando suínos, bovinos, cães e, raramente, gatos. Os MÚLTIPLOS SÃO MAIS COMUNS EM GATOS, principalmente os PERSAS (DOENÇA DO RIM POLICÍSTICO, HEREDITÁRIA), suínos e bezerros, e dependendo da quantidade e do tamanhos dos cistos, PODEM AFETAR COMPLETAMENTE O PARÊNQUIMA DO ÓRGÃO DEIXANDO APENAS A CÁPSULA. O cisto renal único da foto 1 não tem maiores implicações, é apenas um achado de necrópsia geralmente localizado na região cortical ou na transsição córtico medular. Rins policísticos na foto 2 vejam que basicamente todo o parênquima renal é destruído e substituído por essas formações , e essa alteração a gente chama de doença dos rins policísticos que é observada os gatos persas 7. CISTOS DE RETENÇÃO ● São os chamados de cisto adquiridos, lesão adquirida; ● Podem ser único ou múltiplos, numerosos; ● Geralmente menores que os cistos congênitos; ● Cortical e medular; ● E geralmente estão associados a processos de Doenças renais crônicas, pois nessas doenças RC tem perda de tecido normal e proliferação muitas vezes de tecido conjuntivo fibroso - que é principal forma de reparação ● Pode causar compressão e obstrução dos túbulos renais por tecido fibroso, e esses túbulos acabam dilatando e formando esses cistos de retenção - o tecido fibroso que se forma faz com que o filtrado fique preso formando os cistos Menores que os congênitos, são DECORRENTES DE DOENÇA RENAL CRÔNICA devido a compressão e obstrução dos túbulos renais por tecido fibroso, que faz com que o FILTRADO RENAL FIQUE PRESO, FORMANDO OS CISTOS. Não ficam tão grandes devido a morte desses túbulos obstruídos que param de produzir o filtrado, porém podem ser numerosos e estarem dispostos por todo o parênquima, medular e cortical. ALTERAÇÕES CIRCULATÓRIA DOS RINS 1. HIPEREMIA ATIVA ● É uma alteração ao qual há um maior aporte de sangue arterial aos rins; ● Processos inflamatórios agudos - qualquer processo inflamatório estará associado a uma hiperemia ativa pois vai estar chegando mais sangue ao tecido ● Rins uniformemente avermelhados. Ocorre em PROCESSOS INFLAMATÓRIOS AGUDOS, com maior aporte sanguíneo arterial para os rins deixando os rins UNIFORMEMENTE AVERMELHADOS. 2. HIPEREMIA PASSIVA OU CONGESTÃO ● Estase de sangue venosos nos rins - ou seja, o sangue ta chegando no rim pelas artérias, mas por algum motivo o sangue venoso não consegue deixar os rins e acaba se acumulando gerando uma congestão; ● Insuficiência cardíaca congestiva ( ICC); ● As principais causas são: - Compressão ou trombose de veias renais e cava caudal. ● Aqui temos que diferenciar da congestão hipostática, que como vimos é uma alteração post mortem e unilateral ● E aqui dependendo do vaso que obstruir, se forem as cavas os dois rins são acometidos, se for apenas uma veia renal somente um rim será acometido Ou CONGESTÃO, é a estase de sangue venoso nos rins, podendo ser causada por ICC, COMPRESSÃO OU TROMBOSE DE VEIAS RENAIS OU CAVA CAUDAL ou qualquer coisa que dificulte o fluxo sanguíneo. OBS: A CONGESTÃO HIPOSTÁTICA é causada pelo assentamento do sangue, considerado uma não lesão e sim uma modificação pós morte, porém em grandes animais em decúbito prolongado pode gerar problemas renais pela falta de fluxo sanguíneo 3. HEMORRAGIA ● Ocorrem principalmente no córtex; ● Forma de petéquias (podem ser mais extensas); ● Principalmente associadas com Doenças bacterianas com septicemia: - Salmonelose - Leptospirose - Clostridiose - Erisipela. ● Doenças virais (que cursam com viremia): - Peste suína clássica - Febre catarral maligna - Herpesvírus canino tipo I. ● Intoxicações: - Cumarínicos. e samambaias ● Deficiência de fatores de coagulação e em casos de traumatismos. Ocorrem NO CÓRTEX PRINCIPALMENTE, na forma de PETÉQUIAS, podendo ser decorrentes de septicemia, viremia, intoxicações (cumarínicos, samambaia), deficiência de fatores de coagulação e traumas (geralmente se apresentam em equimoses ou hematomas). Suíno com peste suínas clássica: que apresenta essas hemorragias petequiais na superfície cortical, que são bem características dessa doença, isso também pode ser observado na Circovirose principalmente a forma de dermatite nefropatia 4. INFARTO ● Lembrem, como falado na aula de cardiovascular: o que temos que pensar quando observamos um infarto renal, que condições que temos que pensar, normalmente aquele infarto em forma de cunha - ENDOCARDITE - lembrar que um animal que tem endocardite vai liberar aqueles trombos que vão cair na circulação sanguínea que podem obstruir órgãos com circulação terminal , no qual um dos principais são os rins ● É quando tem alguma etiologia que leva a obstrução, formação de trombos ou êmbolos, nas artérias e veias renais ● Áreas de necrose de coagulação resultantes de isquemia por obstrução vascular devido a êmbolos ou trombos nas artérias ou veias renais ou em suas ramificações -> isso causará uma isquemia e uma necrose de coagulação. Normalmente é mais artéria ou arteríola que é acometida, e as veias podem, mais infarto venoso é bem menos frequente. ● Principais causas: - Endocardite valvular vegetante (valva mitral); IMPORTANTE - Embolia bacteriana ( em casos que o animal tem pneumonias e vai liberar êmbolos bacterianos para o lado esquerdo do coração e depois sistêmico); - Endarterite parasitária das artérias aorta e renais (Strongylus vulgaris em equinos - pois ele não acomete só a mesentérica); - Êmbolos neoplásicos. NECROSE DE COAGULAÇÃO DECORRENTE DE ISQUEMIA cujas principais causas são, a endocardite valvar vegetante, embolia bacteriana (pneumonias), embolia parasitária - Strongylus vulgaris (endarterite parasitária que pode levar fragmentos dos vermes para os rins), ou então embolos neoplásicos. Dimensão do infarto depende do calibre do vaso ocluído; ● Obstrução da Artéria renal: Todo o rim; ● Artéria lobar: Metade do rim; ● Artéria arqueada: Córtex e medula; ● Artéria interlobular: Córtex; Forma de cunha (mais comum). Os infartos nos rins, em sua maioria, possuem FORMATO DE CUNHA, é a forma comum, maiores ou menores dependendo do local da obstrução, quando na artéria renal afeta todo o rim, artéria lombar afeta metade do rim, ARTÉRIA ARQUEADA AFETA CÓRTEX E MEDULA (FORMATO DE CUNHA) E ARTÉRIA INTERLOBULAR AFETA APENAS O CÓRTEX (FORMATO DE CUNHATAMBÉM). Na foto 1 é o infarto em forma de cunha a base sempre fica voltada pro lado da superfície cortical, isso porque obstruiu um vaso dessa região, e toda a parte que ele irrigava acaba sofrendo a necrose de coagulação, que apresenta esse aspecto vermelho escuro pois tem essa hemorragia associada Na foto 2 já é se o infarto for em uma artéria arqueada, envolve a parte da medula e do córtex renal O que acontece então em um processo de evolução de um infarto renal. Se esse infarto renal não for suficiente para causar a morte do animal, a evolução do infarto é uma reparação por um processo necrótico, ou seja, aquele infarto tradicional bem avermelhado porque tem hemorragia, ele vai tendo a remoção desse tecido necrótico e substituição por tecido fibroso, então ele vai ficando com um aspecto mais brancacento, pois aquelas hemácias também vão sendo removidas, e devido a substituição por tecido fibroso, aquela área comprometida se torna deprimida, e fica como se fosse uma cicatriz na superfície na cortical do rim Dependendo do tamanho do infarto ele APENAS CICATRIZA FORMANDO UMA ÁREA DEPRIMIDA DE TECIDO FIBROSO. ALTERAÇÕES RENAIS DEGENERATIVAS 1. NEFROSE OU NECROSE TUBULAR AGUDA: ● Quando falamos no termo nefrose, significa necrose tubular aguda ● Processo degenerativo e necrótico de células tubulares; ● Principal causa de insuficiência renal aguda (IRA); ● Essa nefrose pode ser: ● Nefrose isquêmica; ● Nefrose tóxica: Endógena ou exógena NEFROSE ou NECROSE TUBULAR AGUDA é o processo degenerativo necrótico das células tubulares que afeta principalmente os túbulos contorcidos proximais devido ao maior metabolismo. É a PRINCIPAL CAUSA DE INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA, e pode ser dividida em nefrose isquêmica e nefrose tóxica, exógena ou endógena. ● Túbulos proximais mais afetados; - Pois são metabolicamente mais ativos do que as outras porções dos rins. ● Alterações morfológicas: - Destruição do epitélio tubular. ● Clinicamente: - Oligúria (baixa produção) ou anúria (quando não há produção de urina) - que devido a necrose do epitélio tubular acaba não tendo essa produção de urina - E esses animais acabam desenvolvendo alterações de Azotemia e uremia. 2. NEFROSE ISQUÊMICA: ● Ocorre quando tiver um processo de hipotensão grave, por exemplo: - Hemorragias extensas e/ou intensas (como na nossa necropsia em que o cão morreu por hemoperitônio por ruptura do fígado - nesse caso o animal também pode desenvolver uma nefrose isquêmica por conta do choque hipovolêmico, ele acaba perdendo muito sangue acaba gerando uma hipotensão dos rins podendo levar a uma nefrose isquêmica) - Desidratação; - Anemia; - Insuficiência cardíaca congestiva. Decorre de hipotensão grave devido a hemorragias extensas, desidratação, anemia severa ou ICC, ou seja pouco sangue chegando aos rins. essa hipotensão grave causa vasodilatação central e vasoconstrição periférica incluindo a das arteríolas aferentes deixando menos sangue chegar aos rins, o que leva a uma menor taxa de filtração e necrose tubular aguda devido a isquemia com substituição por tecido conjuntivo, sem que ocorra regeneração devido a perda da membrana basal tubular. Patogênese: Quando temos uma nefrose isquêmica que tem uma diminuição da pressão arterial, ocorrendo uma hipotensão, nos rins ocorre uma vasoconstrição dessas arteríolas aferentes que está levando sangue oxigenado aos rins, dessa forma, tem um menor aporte sanguíneo aos rins e consequentemente também uma redução da filtração glomerular, além de uma melhor oxigenação dessas células que sofrem necrose. O que observa-se nesses casos de nefrose isquêmica é uma necrose tubulorréxia, Vasoconstrição das arteríolas aferentes Redução do aporte sanguíneo para os rins Redução da filtração glomerular. ● Necrose tubulorréxica; - Ou seja, quer dizer que tem fragmentação dos túbulos, dessa forma a membrana basal não permanece íntegra porque ela fragmenta também, e nesses casos de nefrose isquémica não é possível ocorrer o processo de regeneração, porque o rim é um órgão que tem sim a capacidade de se regenerar, no entanto a membrana basal que da o suporte as células tem que permanecer intacta para que seja possível o processo de regeneração, o que geralmente não acontece nesses casos. - Perda da integridade da membrana basal; - Não ocorre regeneração. 3. NEFROSE TÓXICA ENDÓGENA: ● Principais agentes tóxicos endógenos: - Hemoglobina: Hemólise intravascular aguda. - Mioglobina: Necrose muscular extensa (como intoxicação por ionóforos, deficiência de Vit E e Se e miopatia nutricional) - Pigmentos biliares (bilirrubina): Icterícia. 3.1. NEFROSE HEMOGLOBINÚRICA ● Crise hemolítica intravascular aguda; (gravar isso) - ou seja, de maneira aguda você tem destruição de uma grande quantidade de hemácias dentro do vaso e toda essa hemoglobina que é liberada com a hemólise ela não consegue ser metabolizada toda ela pois é uma grande quantidade que está sendo produzida e aí ela vai pro rim e vai causar também hemoglobina (hemoglobina na urina) ● Ovinos: - Intoxicação crônica por cobre. - Uma das causas mais importante em ovinos - Nesses casos, é uma intoxicação crônica por cobre, embora a manifestação seja aguda. E geralmente ela acontece quando esses ovinos são suplementados com ração de bovinos, pois a ração de bovinos tem muito mais cobre - esse cobre que o animal está ingerindo em excesso ele vai se acumulando no fígado, e chega a um ponto que essa compensação não é mais suficiente e o animal desenvolve uma crise hemolítica aguda intravascular causando hemoglobinúria e nefrose hemoglobinúrica ● Bovinos: - Babesiose (Babesia bovis e B. bigemina); - Hemoglobinúria bacilar (Clostridium haemolyticum) - bactéria que causa uma lesão no fígado, uma necrose focalmente extensa, no entanto essa bactéria também tem potente hemolisinas que levam a hemólise intravascular - Leptospirose em bezerros (Leptospira interrogans sorovar pomona) mas nesse caso é uma particularidade, apenas do sorovar Pomona que apenas na categoria de bezerros também podem desenvolver uma doença hemolítica intravascular aguda. Normalmente me bovinos mais velhos isso não acontece. ● Cães: - Babesiose (B. canis); - Anemia hemolítica autoimune. Pergunta:Se na intoxicação por Samambaia acontecia essa nefrose - não, pois na verdade o que acontece nesse caso é uma hematúria, perda de sangue na bexiga por causa de um tumor que se desenvolve na bexiga que vai causar uma perda de sangue por conta de uma hemorragia e ai você tem perda total de sangue na urina tendo uma hematúria. Nesse caso de nefrose está havendo uma destruição de hemácias lá no interior do vaso que ta causando uma hemoglobinemia um acúmulo de hemoglobina no sangue, e essa hemoglobina vai para o rim onde pode causar necrose e para a urina onde vai ter hemoglobinúria, então o que vamos ter na urina é hemoglobinúria e no caso da samambaia tem sangue total pois é uma hemorragia lá na bexiga Intoxicação por hemoglobina causadas por crise hemolítica intravascular aguda, por babésia, intoxicação por cobre, leptospirose em bezerros, hemoglobinúria bacilar, anemia hemolítica autoimune. Sua patogênese se dá pela hemólise intravascular aguda que leva à hemoglobinemia e hemoglobinúria, as elevadas concentrações de hemoglobina nos túbulos associada a hipóxia causada pela baixa de hemácias leva a nefrose. Os rins afetados pela hemoglobina ficam com coloração enegrecida/arroxeada. Nestes casos de hemólise intravascular aguda, podem ser associadas alterações hepáticas e esplênicas como hepato e esplenomegalia. Patogênese: Quando se tem essa hemólise intravascular aguda acentuada, esse animal acaba tendo uma hemoglobinemia pois fica muita hemoglobina liberada a partir das hemácias dentro dos vasos sanguíneos. E além disso o animal desenvolve hemoglobinúria, essa hemoglobina no interior dos túbulos renais, associada a hipóxia devido a anemia que está acontecendo pois está rompendo muita hemácia, por isso ele também está anêmico havendo uma baixa oxigenação, e isso vai induzir uma necrose do epitélio tubular, ou seja, uma nefrose. A hemoglobina em si no túbulo renal não é tão tóxica, mas associado a hipóxia que acontece pela anemia induzida pela hemólise, a associação desses dois agente a hipóxia com a hemoglobina que vai induzir a necrose Hemólise intravascular aguda acentuada Hemoglobinemia e hemoglobinúria Hemoglobina no interior dos túbulos renais + hipóxia (anemia pela hemólise) Nefrose (necrose do epitélio tubular) Foto 1: Caso clássico de Babesiose, pode ocorrer por dois tipo de babesia, é um rim enegrecido, que devido a nefrose hemoglobinúrica, geralmente também hepatomegalia Foto 1: Rim de um ovino que sofreu intoxicação por cobre Foto 2: Bexiga com hemoglobinúria, pode se fazer um teste para diferenciar a hemoglobinúria da hematúria - quando tem hematúria é porque tem sangue total na urina, ai se coletarmos essa urina se deixarmos em um recipiente e deixar sedimentar as hemácias vão se separar e sedimentar no fundo, e vai haver uma diferença de coloração. No caso da hemoglobinúria como tem hemoglobina livre ali, não tem essa separação e não ocorre sedimentação e a coloração permanece vermelha no recipiente do teste Cariólise é porque já consumiu o núcleo. Como esses animais tem uma crise hemolítica intravascular aguda, os animais também acabam desenvolvendo esplenomegalia e também podem ter icterícia Se ele tem uma crise hemolítica, a icterícia é pré-hepática 3.2. NEFROSE MIOGLONÚRICA ● Nesses casos ela não gera tanta lesão quanto a anterior, ocorre quando: Necrose muscular aguda e extensa; - Rabdomiólise em equinos - principalmente em equinos que são submetidos a exercícios que não são adaptados e aí eles acabam desenvolvendo uma lesão muscular pela excessiva liberação de ácido lático, pelo exercício excessivo que eles são submetidos ● Miopatia de captura em animais silvestres; ● Intoxicação por antibióticos ionóforos; ● Deficiência de vitamina E e selênio; - Doenças dos músculos brancos. Causada por NECROSE MUSCULAR AGUDA E EXTENSA que leva a extensa perda de miócitos e MIOGLOBINEMIA ACENTUADA. Tem a mesma patogênese da hemoglobinúrica e pode ocorrer em casos de rabdomiólise em equinos, intoxicação por antibióticos ionóforos, doença dos músculos brancos (deficiência de vitamina E e selênio), ou em miopatias de captura em animais selvagens. Foto : O recipiente mais escuro é a mioglobinúria, e do outro lado é a urina na sua coloração normal. Notem que na mioglobinúria também não vai sedimentar como na hemoglobinúria Patogênese: Quando tem a necrose muscular extensa, tem muita liberação de mioglobina para o interior da circulação sanguínea que vai também para os túbulos renais e para a urina causando uma mioglobinúria, essa mioglobina no interior dos túbulos renais, associada aos quadros que os animais desenvolvem choque, desenvolvem a nefrose, a necrose tubular Necrose muscular aguda e extensa Mioglobinemia e mioglobinúria Mioglobina no interior dos túbulos renais + hipóxia (choque) Nefrose (necrose do epitélio tubular) 3.3. NEFROSE COLÊMICA ● Concentrações elevadas de bilirrubina e de ácidos biliares no sangue (bilirrubinemia – icterícia); ● Então são casos que você tem uma bilirrubinemia e portanto tem uma icterícia ● Isoeritrólise neonatal em equinos: - Icterícia bem acentuada - Distúrbio hemolítico isoimune; - Ocorrendo uma Incompatibilidad sanguínea; - Anticorpos colostrais que o potro ingere após o nascimento, ele vão atuar contra as próprias hemácias - Ac vão atuar destruindo suas próprias hemácias que ele recebeu via colostro; - E isso acontece principalmente quando a Égua é sensibilizada, quando ela tem contato com o sangue fetal no parto anterior - e ai quando ela tem esse contato com essa sangue fetal no momento do parto anterior ela produz Ac principalmente contra genes que esse potro herdou do pai - Então normalmente é dessa forma, até pode ocorrer uma hemorragia transplacentária ou durante a gestação onde a égua entra em contato com o sangue fetal, MAS é mais comum ela entrar em contato com o sangue fetal no parto anterior e ai no parto subsequente ela produzir Ac contra o sangue do feto, mas geralmente tem que ser filho do mesmo pai - porque normalmente ela produz uma resposta contra as hemácias e alguns genes que o potro herdou do seu pai Causada pela elevação das concentrações de bilirrubina e ácidos biliares no sangue - icterícia. Essa bilirrubina em excesso deve-se a algum processohemolítico menos agudo, com metabolização da hemoglobina em bilirrubina, e assim como as anteriores, a presença da bilirrubina e ácidos biliares nos túbulos associados a hipóxia causada pela baixa de hemácias leva a nefrose. pode ocorrer na isoeritrólise neonatal equina, na qual a incompatibilidade sanguínea da mãe já sensibilizada e do potro faz com que os anticorpos colostrais ingeridos por ele ataquem suas hemácias, destruindo-as. Patogênese: Excesso de bilirrubina e ácidos biliares no sangue Bilirrubinemia Bilirrubina no interior dos túbulos renais + hipóxia (anemia/choque) ) Nefrose (necrose do epitélio tubular) Rim amarelado, esverdeado devido a pigmentação pela bilirrubina, e as vezes os potros também tem esse fígado alaranjado também pelo acúmulo de bilirrubina e esplenomegalia pelo sequestro das hemácias. Geralmente nesse casos a hemólise é extravascular, por isso que tem também bastante esplenomegalia, pois as hemácias são sequestradas la no baço 4. NEFROSE TÓXICA EXÓGENA: Exógena agora, significa que o animal ta recebendo isso, ou ingeriu, ou foi administrado a ele. O rim como falamos, é responsável pela biotransformação e excreção de muitas drogas e substâncias tóxicas, e muitas dessas drogas e substâncias podem causar dano as células epiteliais tubulares, podem causar uma nefrose, principalmente em animais desidratados. Gravar isso: Lembrar que comentamos que nefrose isquêmica dificilmente vai ter regeneração pois vai ter destruição da membrana basal, nesse caso de nefrose tóxica exógena, nesses casos geralmente a membrana basal permanece intacta e com isso é possível ter a regeneração do epitélio acometido se o animal sobreviver Causas: ● Metais pesados; - Arsênico - Mercúrio - Chumbo - Cádmio - Tálio. ● Agentes antimicrobianos e antifúngicos; - Podem causar lesão principalmente se administrados em altas doses ou por período prolongado - Nefrotóxicos (altas doses ou administração excessiva); - Aminoglicosídeos (gentamicina, neomicina, estreptomicina e tetraciclinas); - Sulfanamidas; - Anfotericina B (que é um atifungico). ● Monensina: - Antibiótico ionóforo utilizado para controle de coccidiose; - Equinos altamente suscetíveis. ● Micotoxinas (Aspergillus e Penicillium): - Ocratoxinas e citrininas. S - Suínos mais suscetíveis; - Ruminantes resistentes (ocratoxina é degradada no rúmen) Microscopicamente na intoxicação por chumbo, vamos observar inclusões no rim, além da necrose, podemos observar essa inclusão no núcleo das células epiteliais. E o chumbo por exemplo, além da lesão renal, também pode induzir a uma lesão neurológica caracterizada por poliencefalomalácia que é quando se tem uma necrose de neurônios, e também uma malácia (necrose) um amolecimento da substância cinzenta do córtex encefálico, uma necrose neuronal principalmente envolvendo o córtex encefálico. E no rim, essa alteração, essa inclusão de chumbo ela é bem característica, no interior do núcleo dos túbulos necróticos Ocorre devido a biotransformação, excreção de substâncias tóxicas exógenas em altas quantidades, fármacos antimicrobianos e antifúngicos, metais pesados, etc. diferente da isquêmica, essa preserva a membrana basal tubular o que permite a regeneração do tecido renal. 4.1. MONENSINA Antibiótico ionóforo utilizado no controle de coccidioses cujos equinos são altamente sensíveis. Afetam o epitélio tubular no momento de sua excreção causando nefrose. 4.2. MICOTOXINA Ocratoxinas e citrininas afetam mais os SUÍNOS enquanto que nos bovinos a ocratoxina é degradada no rúmen. 4.3. ANTINFLAMATÓRIO NÃO ESTEROIDAL Outro princípio tóxico exógeno. ● Quando administrados principalmente em doses elevadas ou por período prolongado, e em casos que o animal apresenta desidratação geralmente esse processo acaba se agravando. ● Degeneração e necrose tubular em região medular e necrose de papila renal e nesse local ocorre hipotensão, diminuição da perfusão renal principalmente nessa região porque não tem produção da prostaglandina que vasodilatação nesse local principalmente para ter o maior aporte de sangue ● Causam a diminuição da perfusão sanguínea renal pelo bloqueio das cicloxigenases com perda de prostaglandinas de efeitos vasodilatadores causando vasoconstrição da arteríola aferente, o que leva a isquemia, degeneração e necrose da papila renal e tecido tubular na região medular. Patogenese: Esses AINEs acabam Inibindo a cicloxigenase – diminuindo a produção de PGE2 (prostaglandinas) – essa tem um efeito vasodilatador das arteríolas renais principalmente a nível medular e da pelve renal, consequentemente nesses casos há uma vasoconstrição arterial aferente, então essas arteríolas acabam se contraindo e como não tem a prostaglandina para fazer o efeito de vasodilatação, acaba tendo uma diminuição da perfusão sanguínea no rim, e tem degeneração e necrose tubular e também principalmente da camada medular, e também pode ter uma lesão, que envolve principalmente a papila renal - então degeneração e necrose tubular principalmente da região medular e necrose da papila renal que é a alteração das fotos, daquela área amarelada levemente deprimida, é então uma área de necrose da papila renal. Quando vermos isso em uma necropsia temos que pensar que esse animal pode ter recebido doses elevadas ou que foi longos períodos de AINEs. A foto 1 é um cão, a foto 2 é em um gato ● AINEs acabam Inibindo a cicloxigenase – diminuindo a produção de PGE2 (prostaglandinas) – perda de efeitos vasodilatadores em arteríolas; ● Vasoconstrição arteriolar aferente. ● Diminuição de perfusão renal; ● Altas doses, desidratação ou IRC; ● Degeneração e necrose tubular em região medular e necrose da papila renal. Fotos explicadas na patogênese, rim cão e gato respectivamente Só lembrando aqui a diferença da coloração do rim do cão e do rim do gato Lembrar: Coloração amarelada no córtex do rim do gato é normal, mas esse amarelado interno da foto, ai não, isso é a lesão de fato 4.4. INTOXICAÇÃO POR AMARANTHUS SPP. ● Conhecido tambem como Caruru - é uma planta verde a qual é comestíveis suas folhas (acho que também pode ser uma planta daninha) ● É uma planta bem comum na nossa região ● Necrose (ou seja, uma nefrose) tubular aguda e edema perrirenal em bovinos, suínos, ovinos e caprinos - mas tem tendência de ocorrer principalmente em bovinos, até porque hoje em dia não tem muito suíno criado solto ● Princípio ativo tóxiconão conhecido - mas as intoxicações geralmente acontecem quando tem pastagem ou campo bastante infestado pela planta ou quando tem períodos de escassez de forragem ● Áreas severamente invadidas pela planta, geralmente restevas; ● Ingestão de grandes quantidades no período de até um mês; ● Enfermidade ocorre no outono (frutificação) - no entanto esses casos de intoxicação não são tão frequentes, porque para ocorrer a intoxicação tem que ingerir uma quantidade muito grande da planta, em um período de até 1 mês - por isso não é tão fácil da intoxicação ocorrer A frutificação possui princípio ativo não conhecido que causa nefrose e edema perirrenal em bovinos, caprinos, ovinos e suínos. porém é raro de acontecer devido as grandes quantidades que devem ser ingeridas por pelo menos 1 mês. LESÕES GLOMERULARES ● Glomerulite supurativa aguda; - Nefrite embólica ● Glomerulonefrite; - Imunomediada ● Amiloidose 1. GLOMERULITE SUPURATIVA (NEFRITE EMBÓLICA) ● Ocorre quando os animais tem algum processo de Bacteremia (tem uma circulação de bactérias no sangue e essas bactérias acabam se alojando nos glomérulos e capilares intersticiais) - e consequentemente acabam induzindo uma inflamação supurativa, ou seja, com predomínio de neutrófilos degenerados nos glomérulos e também algumas vezes pode ter a formação de alguns microabscessos no córtex renal ● Microabscessos no córtex renal; - Actinobacillus equuli (potros); - Erysipelotrix rhusiopathiae (suínos); - Corynebacterium pseudotuberculosis (ovinos e caprinos) - é o causador da linfadenite caseosa ; - Trueperella (Arcanobacterium) pyogenes (bovinos) - bactéria envolvida em múltiplos processos abcedativos e purulentos em diversos órgãos Causada por bacteremias com formação de microabscessos no córtex renal devido ao alojamento de bactérias nos glomérulos e capilares intersticiais (mais frequentes nos glomérulos) As mais comuns são actinobacillus equuli em potros, erysipelothrix rhusiopathiae em suínos, corynebacterium pseudotuberculosis em ovinos e caprinos e trueperella pyogenes em bovinos. Foto 1: Rim de um equino que apresenta essa glomerulite embólica, acontecendo esse acúmulo de material purulento ou supurativo no interior dos glomérulos que são essas estruturas nodulares branco amareladas na camada cortical, e as vezes pode ter formação de microabcessos Na histologia: Basicamente o que vemos é o glomérulo cheio de bactérias, porque o animal tem uma bacteremia então tem espalhado bactéria no sangue e elas vão se depositar no glomérulo associado a infiltrado inflamatório de neutrófilos, basicamente é isso da glomerulite embólica 2. GLOMERULONEFRITE IMUNOMEDIADA ● Deposição de imunocomplexos (agregados de Ag – Ac) solúveis e acabam se depositando na membrana basal do capilares glomerulares; ● Infecções persistentes com antigenemia prolongada: - Esses imunocomplexos são principalmente produzidos em casos em que se tem essas infecções persistentes com antigenemia prolongada, ou seja, tem um processo inflamatório crônico que leva a uma exposição contínua do organismos ao agente induzindo a produção de Ag e Ac, uma produção contínua de Ac a aquele Ag - Piometra (é o exemplo mais característico), dirofilariose, lúpus, leishmaniose, erliquiose, neoplasias - Tudo isso em cães; - Leucemia felina, peritonite infecciosa felina e neoplasias - Gatos; - Circovirose e peste suína clássica - Suínos ● Ressaltando ainda que essa deposição de imunocomplexos nos glomérulos é um processo de hipersensibilidade do tipo 3 Ocorre pela deposição de imunocomplexos (complexo antígeno-anticorpo) decorrentes de reação de hipersensibilidade do tipo 3 que ocorrem em infecções sistêmicas crônicas como piometra, dirofilariose, lúpus, leishmaniose, erliquiose, neoplasias (caninos), felv, pif, neoplasias (felinos), circovirose e peste suína clássica (suínos). A glomerulonefrite imunomediada se difere na apresentação em cães e em gatos. em cães a glomerulonefrite é membranoproliferativa com espessamento da membrana basal glomerular e proliferação das células endoteliais. já em gatos a glomerulonefrite é membranosa apenas, com o espessamento da membrana basal sem a proliferação das células endoteliais . Nessa imagem, útero totalmente distendido por conta do conteúdo purulento e ele apresenta essa deposição de imunocomplexos caracterizados por essas hemorragias petequiais ou em forma de equimoses múltiplas na superfície cortical Aqui quando o útero é aberto, com esse conteúdo purulento, sanguinolento, então tem muita necrose com neutrófilos, ficando com essa coloração marrom E aqui, histologicamente, no segundo quadrado é quando tem proliferação de algum tecido que se deposita e causa algum espessamento da membrana massal do tufo glomerular se ter proliferação de célula endotelial do tufo glomerular - a essa padrão de lesão denominamos glomérulo nefrite membranosa que é a forma mais frequente nos gatos - temos um espessamento da membrana basal do tufo glomerular e não tem proliferação do endotélio dos capilares glomerulares. E o terceiro quadrado tem uma proliferação de células endoteliais dos capilares tem uma lesão de glomerulonefrite membrano proliferativa forma mais comum em cães - aqui além de ter o espessamento da membrana basal do tufo glomerular, também tem ainda uma proliferação das células endoteliais. O quarto quadrado é uma lesão terminal, quando já não tem mais função ele passa a ficar diminuído de tamanho com atrofia ou ausência do tufo glomerular, e geralmente é substituído por um tecido eosinofílico fibroso, tecido fibroso que chamamo de higienização que substitui todo espaço urinário e tufo glomerular, ocorre substituição do tufo glomerular e todo espaço urinário é obliterado por esse material eosinofílico, que chamamos isso de hialinização - essa condição denominamos glomeruloesclerose que seria um glomérulo morto que ta degenerado Explicando a Piometra: Basicamente, a piometra em cadelas é uma infecção uterina que ocorre durante o período do cio. Nesse período o útero fica mais exposto e suscetível a ser contaminado por bactérias. Essas bactérias se alojam no endométrio, que é um tecido mole que reveste as paredes internas do útero. A piometra é um distúrbio uterino de cães e gatos, mediado pela hormona reprodutiva progestrona. A progestrona é a hormona feminina que actua para manter a gravidez. Todas as cadelas, mesmo não estando grávidas, são expostasa concentrações sanguíneas de progestrona elevadas durante os 45 a 75 dias que sucedem o cio. A progestrona provoca uma diminuição das defesas naturais do útero, fazendo com que este fique mais susceptível a infecções de bactérias que habitam normalmente a vagina e que “sobem” através do cervix para o útero infectando-o. Dentro destas bactérias, a E. coli é a bactéria que mais vezes causa piometra 3. AMILOIDOSE ● Consiste da deposição do amilóide que é uma proteína fibrilar insolúvel de maneira extracelular ● Amiloide – proteína fibrilar insolúvel; - Depósito extracelular - ou seja essa deposição de amilóide é fora das células. - A amiloidose é uma doença em que proteínas dobradas de forma anormal formam fibrilas de amiloide que se acumulam em vários tecidos e órgãos, às vezes levando à disfunção ou insuficiência do órgão e morte. Amiloide é uma proteína anormal geralmente produzida na medula óssea e que pode ser depositada em qualquer tecido ou órgão. ● A amiloidose pode ser de duas formas: ● Amiloidose AL; - Mieloma de plasmócitos e outras discrasias de linfócitos B; - Fragmentos de cadeia leve de imunoglobulinas. - É constituída por uma cadeia leve de imunoglobulinas e ela ta associada principalmente a algumas idiossincrasias de plasmócitos, ou seja, linfócitos B, principalmente em casos de mieloma ou plasmocitoma - o que não é muito frequente em animais ● Amiloidose AA: - Doenças inflamatórias crônicas; - Fragmentos de um proteína reativa sérica de fase aguda (proteína associada ao amiloide); - Forma mais comum em animais domésticos. - Também é chamada de amiloidose proteína associada ao amilóide (AA) - Nesse caso você tem a deposição de fragmentos de uma proteína sérica reativa de fase aguda, e essa forma da amiloidose AA, ela ocorre principalmente em casos de processos inflamatórios crônicos, ou doenças inflamatórias ou sistêmicas crônicas, que é a forma mais frequente nos animais domésticos Amiloides são fibrilas protéicas insolúveis que podem se depositar em vários tecidos, prejudicando a função desses tecidos e órgãos. elas se depositam mais intensamente nos glomérulos causando o espessamento dos capilares glomerulares. Amiloidose AL (amiloidose light chain), nessa forma a medula óssea produz linfócitos B deficientes (devido a mielomas de plasmócitos ou outras anomalias - Os plasmócitos são células diferenciadas a partir dos linfócitos B e especializadas na produção de anticorpos.) que produzem e liberam cadeias leves de anticorpos que se juntam e se depositam em vários órgãos. A amiloidose AA (secundária) é a mais comum em animais domésticos, como o nome já diz, é secundária a doenças crônicas e ocorre pela deposição de fragmentos de proteínas de fase aguda. Relembrando: Para que ocorra a produção de anticorpos, faz-se necessária a ativação dos linfócitos B, que se proliferam e diferenciam-se em plasmócitos. São os plasmócitos que produzem os anticorpos. Além da produção de anticorpos, os linfócitos B atuam como células de memória imunitária Macroscopia: ● Rins pálidos, aumentados de tamanho e firmes; ● Pontos amarelados na superfície cortical - que são os glomérulos acometidos, já que o amilóide se deposita principalmente no glomérulo renal, ele pode até se depositar nos túbulos ou no interstício, mas é principalmente no glomérulo Na macroscopia os rins se apresentam aumentados de tamanho, pálidos (coloração de pulmão), firmes com pontos mais esbranquiçados na superfície cortical que são os glomérulos acometidos que podem ser evidenciados macroscopicamente pelo teste do lugol e ácido sulfúrico, no qual, o lugol se liga ao amiloide e é lavado pelo ácido deixando marcados os glomérulos afetados, na forma de pontinhos. Microscopia: ● Deposição de material amorfo (sem forma) e eosinofílico nos capilares glomerulares; - Vai causar um espessamento desse glomérulo e inclusive pode obliterar todo o espaço urinário - Glomerulos aumentados e obliterados. - Em alguns casos ele pode se depositar na parede de túbulos e vasos sanguíneos e interstício - isso pode acontecer mais em bovinos ● Técnica histoquímica: Para fazer o diagnóstico de amiloidose e detectar o amilóide é essa técnica por Vermelho Congo + luz polarizada. esse é outro. Aqui é um teste que pode ser feito em tecido no formol ou no tecido fresco- mergulhar o tecido em uma solução de lugol e depois você faz a lavagem com ácido sulfúrico. Em tecido normal que não amiloide, o lugol não se liga, então você lava e ele é todo removido, mas em casos em que há amiloidose, o lugol se liga ao amiloide, principalmente nos glomérulos por isso que vemos esses pontos na superfície cortical, como ele fica ligado no amilóide na lavagem ele não vai sair LESÕES DE PELVE E TUBULOINTERSTICIAIS ● Nefrite intersticial (tubulointersticial); ● Nefrite granulomatosa; ● Pielonefrite; ● Hidronefrose 1. NEFRITE INTERSTICIAL ● Reação que acontece principalmente devido a Septicemias bacterianas e também por algumas infecções virais, como agentes que vão induzir lesão tanto nos túbulos quanto no interstício, normalmente o processo de infecção se inicia nos túbulos e depois evolui para o interstício ● Decorre de septicemias bacterianas e infecções virais, os agentes infectam os túbulos e posteriormente o interstício ● Agentes infectam os túbulos e após o interstício; - Leptospirose (caninos e suínos); - Adenovírus canino tipo I (hepatite infecciosa canina); - Herpesvírus canino tipo I; - Septicemia em bovinos por E. coli (“rim manchado de branco”); - Febre catarral maligna (bovinos). . Seus principais agentes são: ● Adenovírus canino tipo I (hepatite infecciosa canina) causando necrose hepática severa, nefrite intersticial e glomerulonefrite ● Herpesvírus canino tipo I deixando os rins com pontos brancos na superfície cortical e hemorragias, além de pontos de necrose (nefrite intersticial necrotizante) ● E. coli em bovinos causando o “rim manchado de branco” ● Febre catarral maligna em bovinos ● Leptospirose em caninos e suínos que deixa os rins com pontos brancacentos (néfrons acometidos) e petéquias na superfície cortical. Foto 1: NA LEGENDA TA BOVINO MAS É SUÍNO apresenta essa doença do “rim manchado de branco” ela acomete principalmente animais jovens que tem algum processo septicêmicos pela E. colli Leptospirose Canina ● É uma doença muito importante, uma doença aguda ● Transmitida principalmente por dois sorovares ● Principais sorovares: - Leptospira interrogans sor. canicola - Transmitida de cão para cão. - L. interrogans sor. icterohemorrhagiae - Transmitidapela urina de ratos. - A Leptospira interrogans tem diversos sorovares, mas esses dois acima são os principais se tratando de cães ● Macroscopia: - Hemorragias em múltiplos órgãos; - Icterícia; - Rins com pontos brancacentos e petéquias na superfície cortical; - Edema pulmonar; - Linfonodos aumentados e hemorrágicos (linfadenomegalia) ● Microscopia: - Nefrite instersticial difusa e aguda - Principalmente mononuclear, a maioria das infecções virais produz uma nefrite com esse tipo de células Linfócitos, plasmocitos e macrófagos. - Fígado: - Além da lesão renal, pode haver uma lesão hepática - Dissociação dos cordões de hepatócitos; - Bilestase - que é pela icterícia, pelo acúmulo de bilirrubina nos canalículos túbulos biliares ; - Necrose individual aleatória de hepatócitos. - Edema e hemorragia pulmonar. - Além disso frequentemente esse animais tem essas lesões Esses animais apresentam frequente icterícia, muito por conta do Sorovar icterohemorrhagiae ele produz icterícia e hemorragia, mas nesse caso em cães esses sorovares que não tem haver com processo hemolítico como o encontrado em bezerros. Nesse rim tem icterica e petéquias Que tipo de icterícia é nesse caso, que origem é a icterícia em caso de leptospirose - ela não é hemolítica, logo ela é uma icterícia hepática - (icterícia pós-hepática em animais domésticos é muito pouco frequente, tem que ter uma obstrução do fluxo biliar é bem incomum - icterícia pré-hepático está associado a processos hemolíticos a leptospirose normalmente não vai causar hemólise A leptospirose vai causar hemólise apenas pelo sorovar o pomona em bezerros de até 3 meses, mas é o único sorovar, em cães a icterícia nesse caso é hepática. Se tem icterícia hepática e ele não tem hemólise - ele vai ter esplenomegalia ou não - não tem porque se fosse uma crise hemolítica teria esplenomegalia, mas como na leptospirose não é uma icterícia hemolítica, mas sim uma icterícia hepática devido a uma lesão no fígado, então ele não vai ter esplenomegalia (isso nos ajuda a fazer diagnóstico diferencial na necropsia) Então se tem icterícia e esplenomegalia, é bem provável que seja um processo hemolítico, alguma crise hemolítica, seja intra ou extravascular. E quando ele tem icterícia como nesse caso e não tem esplenomegalia é devido a uma lesão hepática Herpesvírus em cães ● Herpesvírus canino tipo I; - DNA - Logo ele produz inclusão intranuclear (IMPORTANTE SABER ISSO) ● Acomete cães neonatos; - Com menos de 3 semanas de idade. - Geralmente nesse casos quando um filhote adoece, toda ninhada acaba vindo a óbito, pois é um vírus bem contagioso e normalmente nesses casos todos morrem ● Infecção é fatal (morte de toda a ninhada); ● Infectados no útero durante a gestação ainda ou durante o nascimento contaminados no canal do parto ● Nefrite intersticial necrotizante (na histologia) Sempre lembrar - lembrar de associar o fato epidemiológico por ser um filhote de até 3 semanas, geralmente a ninhada toda é acometida e essa lesão macroscópica bem característica do rim considerada patognomônica das hemorragias na superficie cortical do rim Macroscopia: ● Hemorragias e pontos brancos na superfície cortical; lesão bem característica de filhote de cão com infecção por Herpesvírus quase PATOGNOMÔNICA ● Hemorragias e edema pulmonar; ● Ascite e hidrotórax; ● Linfadenomegalia e esplenomegalia e ainda hepatomegalia. Microscopia: ● Necrose nefrite necrotizante associada a células mononucleares multifocal em múltiplos órgãos; - Rins, pulmões e fígado. ● Nefrite intersticial, hepatite e pneumonia; ● Corpúsculos de inclusão intranucleares. Essa é a lesão comentada, na superfície cortical que são hemorragias multifocais a coalescentes que também é observado na superfície de corte, principalmente no córtex renal, é quase que PATOGNOMÔNICO de infecção por Herpesvírus canino tipo I Esplenomegalia e hepatomegalia - no fígado também podem ter esses pontos brancacentos que também é área de inflamação e necrose (hepatite necrotizante) Edema e hemorragia pulmonar e Linfadenomegalia, Hepatite Infecciosa Canina ● Adenovírus canino tipo I; (DNA). ● Cães jovens (<1 ano); - Vacinação reduziu consideravelmente o número de casos. ● Transmissão oronasal; - Vírus é eliminado principalmente pela Urina. ● Vírus infecta as células endoteliais (ou seja, infecta vasos sanguíneos), epitélio tubular renal e hepatócitos ● Ele vai causar diversas alterações mas uma dela é o que chamamos de olho azul que é o edema que ocorre na córnea, uma opacidade da córnea por deposição de imunocomplexos Macroscopia: ● Fígado aumentado, pálido, com hemorragias e acentuação do padrão lobular; ● Edema da parede da vesícula biliar; ● Hemorragia em diversos órgãos ● Opacidade da córnea. (olho azul seria a lesão mais característica) Microscopia: ● Necrose hepática multifocal; ● Nefrite intersticial e glomerulonefrite; ● E por ser um vírus DNA - Corpúsculos de inclusão intranucleares em hepatócitos e também no epitélio tubular renal. (adenovírus têm uma inclusão bem grande e bem fácil de observar) Fígado aumentado de tamanho, bem pálido com essa acentuação do padrão, se vê que ele tem vários pontos vermelhos com uma borda mais branca circundando, então é isso que chamamos de acentuação do padrão lobular E o edema da parede da vesícula biliar é bem característico também Além disso, vai ter hemorragias também em diversos órgãos já que ele é um vírus que infecta células endoteliais. Então na foto 1 temos um hemoperitônio, com hemorragia no intestino, e na foto 2 hemorragias pulmonares multifocais Na histologia o que agente vê além da necrose de hepatócitos, nefrite intersticial, corpúsculo de inclusão intranuclear - é um corpúsculo bem grande que os adenovírus tem essa característica 2. NEFRITE GRANULOMATOSA ● Doenças sistêmicas crônicas; - Peritonite infecciosa felina; - Circovirose suína (PCV2); - Tuberculose (Mycobacterium spp.); - Fungos (Aspergyllus spp.); - Intoxicação por ervilhaca (Vicia villosa) e por Polpa Cítrica em bovinos (também pode ocorrer por causas tóxicas) ● Migração parasitária (Toxocara canis); - Encontrado no intestino delgado principalmente e quando ele faz migração errada pode causar lesão nos rins Decorre de infecções sistêmicas crônicas de padrão granulomatoso como: ● PIF em felinos que causa granulomas e piogranulomas disseminados por todo o corpo incluindo os rins, cujos granulomas seguem o leito vascular da superfície cortical (ou mesmo de qualquer outro órgão, como cérebro) ● Intoxicação por ervilhaca (Vicia villosa) e polpa cítrica em bovinos
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