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ANESTÉSICOS INALATÓRIOS PNRM - ANESTESIOLOGIA MR1s LUCAS TORRES & RAQUEL ROCHA PRECEPTOR: DR. DAVID BRANDÃO A Primeira Anestesia com Éter Foi no Hospital Geral de Massachusetts, em 1846, que William Thomas Green Morton (1819-1868) usou com reconhecido êxito o éter pela primeira vez. Morton iniciou sua carreira como dentista e, mais tarde, matriculou-se na Escola de Medicina de Havard, onde o químico Charles Jackson forneceu-lhe o éter, assegurando que a substância poderia aliviar a dor. Após conduzir experiências em cães, no dia 30 de setembro de 1846, Morton anestesiou um paciente antes de extrair-lhe o dente e a novidade foi publicada no Boston Daily Journal. O diretor do Hospital Geral de Massachusetts, o cirurgião John Collins Warren, permitiu que Morton usasse éter no hospital. pintura acima retrata a experiência ocorrida em 16 de outubro de 1846. Morton anestesiou, perante numerosa platéia, o jovem paciente Edward Gilbert Abbott, que caiu em sono profundo, enquanto Warren extraiu-lhe um tumor da mandíbula. Abbott acordou pouco depois do corte ter sido fechado e declarou não sentir nenhuma dor. Naquele momento foi constatado que se havia descoberto e provado perante inúmeros médicos e demais presentes um meio de anestesiar um ser humano, a ponto de permitir qualquer procedimento cirúrgico, por mais doloroso que fosse. O uso do éter como anestésico foi publicado dali a um mês, começando a ser usado em Londres no mês seguinte. Morton ganhou a fama como “eterista”, mas a luta que travou com o Congresso americano para ser recompensado financeiramente por seu feito, e a ação de indenização que lhe moveu seu ex-professor Charles Jackson – que ensinou a Morton a ação do éter como anestésico - , fizeram-no enlouquecer. Morton morreu correndo, na miséria e sem destino, nas proximidades do Central Park. 2 O FORNECIMENTO DE SUBSTÂNCIAS POR VIA INALATÓRIA REQUER compreensão completa DOS FATORES QUE INFLUENCIAM O MODO COM QUE OS COMPOSTOS GASOSOS MOVEM-SE NOS TECIDOS E COMO SÃO METABOLIZADOS, ALÉM DOS EFEITOS QUE ESTAS SUBSTÂNCIAS PRODUZEM NOS DIVERSOS ÓRGÃOS E SISTEMAS. INTRODUÇÃO A anestesia inalatória é semelhante a anestesia venosa, exceto por duas diferenças: a entrada do anestésico no organismo é feita através da troca trans-alveolar de anestésico para o sangue e o clearance é basicamente pela via pulmonar. Assim a anestesia inalatória necessita da ventilação para ofertar o gás inalatório aos alvéolos e da perfusão pulmonar para sua distribuição entre os diversos tecidos. 3 FARMACOCINÉTICA PROPRIEDADES BIOFÍSICAS DOS A. INALATÓRIOS: PRESSÃO DE VAPOR: É a pressão exercida por um vapor quando este está em equilíbrio termodinâmico com o líquido que lhe deu origem “Medida da TENDÊNCIA de EVAPORAÇÃO de um líquido” AI são administrados como componentes de uma MISTURA DE GASES. PV: Quanto mais volátil for um líquido, mais moléculas passam do estado L->G. Quanto maior a volatilidade, maior será a pressão de vapor, isto é, maior número de moléculas que passam do estado líquido para o gasoso gerando uma PV na superfície do líquido anestésico. O VAPOR gerado dentro do VAPORIZADOR é que será misturado ao FGF no aparelho de anetesia. 4 FARMACOCINÉTICA PROPRIEDADES BIOFÍSICAS DOS A. INALATÓRIOS: PRESSÃO PARCIAL DO GÁS: É a força motriz que move o anestésico para o espaço alveolar sangue cérebro. EQUILÍBRIO: P. Alv = P. Art = P. cereb F. Exp = An. Inalat. no SNC SOBRE PP: Como os gases se movem de um compartimento do corpo para outro de acordo com os gradientes de pressão parcial (do maior para o menor), o estado de equilíbrio é alcançado quando a PP em cada um destes compartimentos é equivalente ao da mistura inspirada. Fração expirada na monitorização dos gases exalados só traduz o AI presente no SNC durante o estado de equilíbrio das PP. A pressão alveolar é utilizada como índice de profundidade anestésica e recuperação da anestesia. 5 FGF Fi (Fr. Insp) FA (Fr. alv) Fa (Conc. Art) Vaporizador Taxa FGF Captação Vas Deseq. V/Q Fluxômetro Vol. Circuito Ventilação Abs. Circuito Conc. do gás Efeito 2º Gás FARMACOCINÉTICA Cada uma dessas variáveis influenciam durante a indução. A captação e a distribuição dependem, inicialmente, do gradiente de PP que é criado entre o sistema ventilatório da máquina de anestesia e o alvéolo, sangue e tecidos. Muitos fatores influenciam a PP alveolar. Mas, em última análise, é determinada pela entrega do inalatório aos alvéolos e pela captação do anestésico pela vasculatura pulmonar. A transferência do anestésico do aparelho de anestesia para os alvéolos baseia- se na pressão parcial inspirada, ventilação alveolar e características do circuito anestésico. A captação dos agentes voláteis pelas veias pulmonares depende do débito cardíaco, da solubilidade do agente e da diferença de pressão parcial alvéolo-venosa. O FGF (fluxo de gás fresco) é determinado pelas configurações do vaporizador e do fluxômetro.FI (fração ou concentração de gás inspirado) é determinada por (1) taxa de FGF; (2) volume do circuito do aparelho de anestesia; e (3) absorção do circuito. FA (fração ou concentração de gás alveolar) é determinada por (1) captação pela vasculatura pulmonar; (2) ventilação; e (3) efeito concentração e efeito segundo gás. Fa (concentração arterial de gás) é afetado pelas alterações ventilação/ perfusão A pressão alveolar é utilizada como índice de profundidade anestésica e recuperação da anestesia. 6 FARMACOCINÉTICA FATORES QUE AFETAM A CONCENTRAÇÃO INSPIRADA (Fi) Taxa do FGF* Volume do Sistema Respiratório Absorção pelos componentes do sistema FGF que sai da mistura-se com gases no circuito de respiração antes de ser inspirado pelo paciente. Portanto, o paciente não está necessariamente recebendo a concentração definida no vaporizador. O VOLUME DO SISTEMA irá agir como um tampão, lentificando o tempo para se atingir P. Alveolar por diluir a fração anestésica administrada. Um fluxo de gases frescos alto compensa esta diluição e se contrapõe ao efeito tampão do volume do sistema. Se o agente é solúvel nos componentes de borracha e plástico do sistema, haverá uma diminuição da oferta do agente, retardando o aumento da pressão alveolar. LOGO, FLUXOS ELEVADOS na INDUÇÃO tem por objetivo ACELERAR indução por DOIS MEC: PREENCHER o sistema REPOR anestésico ABSORVIDO do agente nos componentes de borracha ou plástico). 7 FARMACOCINÉTICA FATORES QUE AFETAM A CONCENTRAÇÃO ALVEOLAR (FA) 1. Captação pela circulação PULMONAR; 2. Ventilação 3. Concentração 4. Efeito 2º Gás A profundidade da anestesia é indicada pela Ppalv. do gás anestésico. A velocidade de indução é paralela à taxa de aumento da pressão parcial alveolar em comparação com a pressão parcial inspirada (FA/FI). Se não houvesse CAPTAÇÃO do agente, a CONC gás ALVEOLAR seria FA = Fi como agentes são CAPTADOS pela CIR.PULM durante indução a relação é sempre FA/Fi<1 Quanto MAIOR CAPTAÇÃO MENOR taxa de aumento da FA, logo MENOR A RELAÇÃO FA/Fi 8 FATORES QUE AFETAM A CONCENTRAÇÃO ALVEOLAR (FA) CAPTAÇÃO PELA CIR. PULMONAR FA = Fi ~> Sem captação INDUÇÃO anestésica ~> FA/Fi < 1 Captação é determinada por TRÊS fatores: Coef Partição Sangue:Gás (SOLUBILIDADE) Fluxo Sang. Alveolar (DC) Gradiente Alveolo-venoso de PP A CONCETRAÇÃO ALVEOLAR de um gás é DIRETAMENTE proporcional à sua PRESSÃO PARCIAL* A PP alveolar é IMPORTANTE pois determina a PP do anestésico no SANGUE e logo consequente no CÉREBRO. como agentes são CAPTADOS pela CIR.PULM durante indução a relação é sempre FA/Fi<1 Quanto MAIOR CAPTAÇÃO MENOR taxa de aumento da FA, logo MENOR A RELAÇÃO FA/Fi COEF DE PARTIÇÃO (é a concentração do gás em dois compartimentos diferentes) – representa SOLUBILIDADE do AI # EXEMPLO: halotano tem Coef S:G 2,5 (logooo 2,5 partes estão no sangue e 1 no alveolo QTO > Coef SG > SOLUB!!! - Alta solubilidade ~> menor PP alveolar ~> demora mais tempo pra aumentar aPpalv e INDUÇÃO LENTA 9 FATORES QUE AFETAM A CONCENTRAÇÃO ALVEOLAR (FA) Captação é determinada por TRÊS fatores: Coeficiente de Partição Sangue:Gás Concentração do gás em compartimentos diferentes SOLUBILIDADE ~ Coef Part S:G N2O Quanto MENOR SOLUBILIDADE mais rápido efeito no SNC N2O é absorvido no sangue MENOS avidamente do que outros, logo a Conc alveolar aumenta mais rápido e tem INDUÇÃO MAIS RÁPIDA. Alta solubilidade ~> menor PP alveolar ~> demora mais tempo pra aumentar a Ppalv e INDUÇÃO LENTA AI tem seu efeito por PRESSÃO PARCIAL ALVEOLAR deferentemente dos A.VENOSOS (que é por concentração sanguínea) 10 FATORES QUE AFETAM A CONCENTRAÇÃO ALVEOLAR (FA) COEF DE PARTIÇÃO DOS ANESTÉSICOS INALATÓRIOS O Coef S:G varia de acordo com HEMATOCRITO, LIPÍDIOS do sangue e TEMPERATURA *hemodiluição, anemia, pouco lipidios REDUZ a solubilidade logo aumenta mais PP alveolar e induz mais rápido DESFLU: ttem BAIXOS COEF (S:G e T:S), seus compartimentos são MENORES resultando em PREENCHIMENTO e EQUILÍBRIO mais RÁPIDO, com redução do gradiente entre o sangue arterial e os tecidos 11 FATORES QUE AFETAM A CONCENTRAÇÃO ALVEOLAR (FA) *LEI DE HENRY (solubilidade e Temperatura) P.V Baixas temperaturas DESFLURANO é o que possui MAIOR Pressão de Vapor LEI DE HENRY (relação entre a solubilidade e a Temperatura) Qnto MENOR TEMP de um sistema fechado contendo LÍQ + GAS ~> MAIOR a quantidade de gás DISSOLVIDO no líquido logo MENOR PRESSÃO DE VAPOR NO LÍQUIDO A queda da temperatura AUMNETA A SOLUBILIDADE dos gases reduzindo sua volatilidade. POR ESTE MOTIVO, o desflurano precisa de VAPORIZADOR ELÉTRICO que compense o resfriamento do líquido via aquecimento. Além disso o VAPORIZADOR DO DESF é PRESSURIZADO a 1500mmHg para impedir que o liquido vaporize em sala A mudança do estado físico do DESF de liq para gas, gasta muita energia e resfria o líquido anestésico. No paciente com HIPERTERMIA a solubilidade do gás no sangue é MENOR, logo maior CONCENTRAÇÃO ALVEOLAR E mais rápida a indução. 12 FATORES QUE AFETAM A CONCENTRAÇÃO ALVEOLAR (FA) Captação é determinada por TRÊS fatores: 2. Fluxo Sang. alveolar (DÉBITO CARDIACO) DC elevado ~> Pressão Parcial Alveolar Depósito em músculos e gorduras DC reduzido ~> Pressão Parcial Alveolar Captação pulmonar reduzida A maioria do Anestésicos Voláteis causa DEPRESSÃO MIOCÁRDICA em maior ou menor grau DC aumenta a captaçaõ do anestésico pela vasculatura pulmonar, REDUZ PP ~ retardando velocidade de INDUÇÃO (exc AI insolúveis) O anestésico EXTRA captado durante o ALTO DC, será depositado nos MUSC E TCS (que demoram mais tempo para entrar em equil com a Ppalveolar Algum TEMPO DEPOIS começa a ocorrer DIMINUIÇÃO DA CAPTAÇÃO ~> fazzendo AUMENTO subito da Ppalv, acelerando a INDUÇÃO. # NÃO ENTENDI: pagina 15 do portal anestesia! 13 FATORES QUE AFETAM A CONCENTRAÇÃO ALVEOLAR (FA) Com os agentes pouco soluveis, como o PROTÓXIDO, o efeito do DC quase não é perccebido! # JURO QUE NÃO ENTENDI Agora é importante entender que o débito cardíaco altera o tempo de indução conforme o momento da anestesia: início da indução ou mais próximo do equilíbrio entre FA e FI. No início da indução, nas primeiras incursões respiratórias, o aumento do débito cardíaco aprofunda a anestesia, pois significa uma maior oferta de agente para os tecidos ricamente vascularizados (recebem 75% do débito cardíaco). Prepondera, então, a pressão parcial do sangue que libera inalatório para o SNC. Próximo ao equilíbrio (FA=FI), o aumento do débito cardíaco, aumenta a captação do anestésico com redução da pressão parcial alveolar, lentificando o tempo de indução. 14 FATORES QUE AFETAM A CONCENTRAÇÃO ALVEOLAR (FA) 2. Gradiente Alvéolo-Venoso Reflete a captação TECIDUAL P.p do sangue venoso na AP rapidamente se equilibra com P.p Alveolar AE ~> VE ÓRGÃOS E SISTEMAS (captam anestésicos) Redução da Pp Venosa Aumento do G.Alv- Venoso Estimula Vasc Pulmonar CAPTAR MAIS ANESTÉSICO AO longo do tempo, a PpSvenoso aproxima- se muito da mistura inspirada, e não ocorre mais captação anestésica pela vasculatura pulmonar, refletindo uma menor captação por parte dos TECIDOS JÁ SATURADOS Com isso, a pressão parcial alveolar se eleva, AUMENTANDO a razão FA/FI, fato que acelera a indução da anestesia. 15 FATORES QUE AFETAM A CONCENTRAÇÃO ALVEOLAR (FA) Fatores que determinam a CAPTAÇÃO TECIDUAL Coef Partição Tecido: Sangue (Solub tecidual) Fluxo sanguíneo tecidual Diferença de PP entre sangue: tecido Os coeficientes S:G & T:S determinam a DISTRIBUIÇÃO dos AI O Coef TECIDO:SANGUE é a capacidade (volume) tecidual de RETER o anestésico. O VOLUME EFETIVO para absorção de um anestésico em um tecido é = VOL. ANATÔMICO X COEF T:S Qnto MAIOR VOL. EFETIVO ~> maior tempo necessário para alcaçar o EQUILÍBRIO DESFLU: ttem BAIXOS COEF (S:G e T:S), ou seja, seus compartimentos são MENORES resultando em PREENCHIMENTO e EQUILÍBRIO mais RÁPIDO, com redução do gradiente entre o sangue arterial e os tecidos # isso leva a um menor gradiente alveolo-venoso, com menor captação do anestésico. Ao FINAL do procedimento, o paciente DESPERTA RÁPIDO. (menors volumes geram menos acúmulos e rápida eliminação) 16 FATORES QUE AFETAM A CONCENTRAÇÃO ALVEOLAR (FA) Divisão dos Tecidos de acordo com Fluxo Sanguíneo e Volume compartimental RICAMENTE VASCULARIZADOS POUCO VASCULARIZADOS POBREMENTE VASCULARIZADOS Cérebro, Coração, Fígado, Rim, órgãos endócrinos Pele e Músculos Tecido Gorduroso Solubilidade Moderada Captação mais lenta Solubilidade Alta Volume efetivo Pequeno Volume efetivo maior Volume efetivo muito grande Rápido equilíbrio Equilíbrio pouco demorado Equilíbrio muito demorado RICO: é o primeiro que recebe grandes qntidades de anestesico, alcançando rápido equilíbrio 17 FATORES QUE AFETAM A CONCENTRAÇÃO ALVEOLAR (FA) Captação dos AI de acordo com Fluxo sanguíneo tecidual e Volume do compartimento A pressão parcial em tecidos RICOS VASC coincide com a pressão parcial nos ALVEOLOS, na situação de equilíbrio. O grupo de tecidos ricamente vascularizado (cérebro, coração, fígado, rim e órgãos endócrinos) apresenta solubilidade moderada e pequeno volume. É o primeiro a receber quantidades apreciáveis de anestésico, alcançando rápido equilíbrio (ou seja, as pressões parciais arterial e tecidual são iguais) e estabilização. Cerca de 6 a 12 minutos, o gradiente de pressão parcial alvéolo-venosa torna-se muito estreito, reflexo da saturação desse compartimento. • O grupo muscular (pele e músculo) não é tão bem perfundido, portanto a sua captação é mais lenta. Além disso, tem um volume efetivo maior, captando anestésico por horas antes de entrar em equilíbrio. • A perfusão do tecido gorduroso é quase igual à do grupo muscular, mas a enorme solubilidade do anestésico na gordura leva a um volume efetivo muito grande que levaria dias para saturar. 18 FARMACOCINÉTICA FATORES QUE AFETAM A CONCENTRAÇÃO ALVEOLAR (FA) 1. Captação pela circulação PULMONAR; 2. Ventilação 3. Concentração 4. Efeito 2º Gás Agora vamos discutir ventilação 19 FATORES QUE AFETAM A CONCENTRAÇÃO ALVEOLAR (FA) 2. VENTILAÇÃO ALVEOLAR (*AI Solúveis) Aumentada~> acelera P. Parcial Alveolar Mantém FA Hiperventilar NÃO acelera Indução* Reduzida ~> retarda P. Parcial Alveolar A VENTILAÇÃO ESPONTÂNEA tem efeito protetor na Indução anestésica. A ventilação altera de forma mais importante o aumento da pressão alveolar dos anestésicos MAIS SOLÚVEIS, como o halotano. Acelera elevação da Ppalv para COMPENSAR a captação pelo sangue (substitui constantemente o anestésico absorvido pela circulação pulmonar) HIPERVENTILARnão acelera a indução, porém aumenta os efeitos indesejáveis. CÉREBRO E CORAÇÃO (tecidos ricamente vascularizados). Se, por exemplo, realizarmos uma indução inalatória com halotano em uma criança hiperventilando (chorando), a VASOCONSTRIÇÃO CEREBRAL resultante da hipocarbia vai “fechar” asportas do SNC para o inalatório. Dessa forma, a criança pode apresentar bradicardia, mesmo antes de perder a consciência. A VENTILAÇÃO ESPONTÂNEA efeito protetor visto que o aumento da concentração anestésica deprime a ventilação e, assim, reduz a oferta de agente para o alvéolo. A indução ocorre mais lentamente. # Na VMI perde protetor, pois a ventilação é constante. Além disso, a maior distensão pulmonar promove redução do retorno venoso com diminuição do DC. uma maior oferta com menor captação, acelerando o equilíbrio entre FA e FI. 20 FATORES QUE AFETAM A CONCENTRAÇÃO ALVEOLAR (FA) 21 FARMACOCINÉTICA FATORES QUE AFETAM A CONCENTRAÇÃO ALVEOLAR (FA) 1. Captação pela circulação PULMONAR; 2. Ventilação 3. Concentração 4. Efeito 2º Gás Agora vamos discutir ventilação 22 FATORES QUE AFETAM A CONCENTRAÇÃO ALVEOLAR (FA) 3. EFEITO DA CONCENTRAÇÃO NA INDUÇÃO: Aumento da Fi para compensar a captação sanguínea Quanto MAIOR concentração MAIOR taxa de aumento da FA/Fi MAIS rápida a INDUÇÃO S:G CAM 0,46 104 0,42 6 # DESFLURANO mesmo tendo um coeficiente de solubilidade menor que o N2O, não apresenta uma elevação tão rápida da (FA/FI). Isso ocorre porque mesmo tendo um coeficiente de solubilidade maior que o desflurano, o N2O é utilizado em concentrações muito maiores que os outros agentes. ( N2O TEMOS O EXEMPLO DO EFEITO CONCENTRAÇÃO) uma alta concentração de gás inspirado compensando a captação do agente inalatório. Gráfico que demonstra a influência da solubilidade no aumento da FA/FI. Inalatórios com menor solubilidade (N2O, desflurano e sevoflurano) produzem indução mais rápida que os mais solúveis (halotano). Quanto maior for a PP administrada, menor o tempo para se atingir o equilíbrio, uma vez que uma Fi alta compensa a captação do anestésico pelo sangue. No início da indução, a Fi deve ser alta para acelerar a indução anestésica e depois reduzida a níveis desejáveis para a manutenção do estado anestésico. 23 FARMACOCINÉTICA FATORES QUE AFETAM A CONCENTRAÇÃO ALVEOLAR (FA) 1. Captação pela circulação PULMONAR; 2. Ventilação 3. Concentração 4. Efeito 2º Gás Agora vamos discutir ventilação 24 FATORES QUE AFETAM A CONCENTRAÇÃO ALVEOLAR (FA) 4. EFEITO SEGUNDO GÁS É consequência do efeito da CONCENTRAÇÃO; N2O ~> Baixa solubilidade Captado em grandes volumes 2ª Inspiração: Eleva PP alveolar do 2º Gás Aumento mais rápido O efeito segundo gás é, basicamente, uma consequência do efeito da concentração, onde um gás de baixa solubilidade como o óxido nitroso é captado em grandes volumes, e na inspiração seguinte, provoca o aumento da pressão parcial alveolar do segundo gás (halogenado), causando um aumento mais rápido da pressão alveolar deste último. Lembre-se que o segundo gás é sempre outro inalatório e não o N2O 25 FATORES QUE AFETAM A CONCENTRAÇÃO ALVEOLAR (FA) 4. EFEITO SEGUNDO GÁS EFEITO SEGUNDO GÁS: maior captação do protóxido permite um aumento da concentração do inalatório. 26 FATORES QUE AFETAM A CONCENTRAÇÃO ALVEOLAR (FA) HIPÓXIA DE FICK (DIFUSIONAL) Interrupção ABRUPTA do N2O (Entrada nos alvéolos é maior durante 1-5 após interrupção) P. Alveolar de O2 + P. Arterial de O2 + P. Alveolar de CO2 O2 100%: prevenir HIPOXEMIA secundária a diluição do O2 alveolar pelo PROTÓXIDO Esse alto deslocamento inicial do óxido nitroso do sangue para os alvéolos pode diminuir: pressão alveolar de oxigênio (PAO2) pressão arterial de oxigênio (PaO2) redução da pressão alveolar de gás carbônico (PACO2), o que DIMINUI O ESTÍMULO PARA RESPIRAÇÃO. A entrada de N2O nos alvéolos é maior durante os primeiros 1 – 5 minutos após sua interrupção ao final da anestesia. Por esse motivo, uma prática comum é a administração de oxigênio a 100% no fim da anestesia para prevenção de hipoxemia como resultado da diluição do oxigênio alveolar pelo óxido nitroso. 27 FARMACOCINÉTICA FATORES QUE AFETAM A CONCENTRAÇÃO ARTERIAL (Fa) Desequilíbrio V/Q Constante de Tempo Agora vamos discutir ventilação 28 FARMACOCINÉTICA FATORES QUE AFETAM A CONCENTRAÇÃO ARTERIAL (Fa) DESEQUILÍBRIO V/Q Pressão parcial (Alveolar e Arterial) são NA REALIDADE ≠: Espaço morto alveolar Mistura Venosa Distribuição não uniforme Normalmente, as pressões parciais do anestésico alveolar e arterial são assumidas como iguais, mas na verdade, a pressão parcial arterial é menor do que a fração expirada final que vemos durante a monitorização dos gases exalados. 29 FARMACOCINÉTICA FATORES QUE AFETAM A CONCENTRAÇÃO ARTERIAL (Fa) DESEQUILÍBRIO V/Q: Shunt Intracardíaco D E Diluição do agente ~> INDUÇÃO LENTA Ventilação Monopulmonar Outras comdiçoes podem ACENTUAR as diferenças de PP como: shunt... A velocidade de ELEVAÇÃO DA PRESSÃO ALVEOLAR dos anestésicos mais SOLÚVEIS (como o halotano) não é alterada, pois o pulmão não ventilado também não será capaz de captar o agente, sendo uma vantagem para os inalatórios com ALTO COEFICIENTE S-G. MENOS SOLÚVEIS que não sofrem extensa captação (como o sevoflurano) a ocorrência de SHUNT DIMINUI A ELEVAÇÃO DA PRESSÃO ALVEOLAR, causando atraso na indução reduz a oferta do agente para o alvéolo e dilui a pressão parcial arterial. É o que ocorre na intubação seletiva, na ventilação monopulmonar, no shunt intracardíaco D-E (síndrome de Eisenmenger). A diluição da pressão parcial arterial ocorre, uma vez que o sangue “shuntado” não contém agente anestésico e se mistura com o sangue que drena dos alvéolos ventilados e contém algum agente anestésico inalado. Este efeito de diluição resultará em uma indução mais lenta. 30 FARMACOCINÉTICA Durante uma ventilação monopulmonar com sevoflurano, por exemplo, a fração expirada do anestésico não reflete a pressão parcial arterial que está menor na verdade, devido à diluição gerada pela área de shunt. Então, a CAM expirada pode estar elevada e o paciente apresentar plano inadequado de anestesia. 31 FARMACOCINÉTICA FATORES QUE AFETAM A CONCENTRAÇÃO ARTERIAL (Fa) 2. CONSTANTE DE TEMPO É o tempo necessário para substituir 63,2% do volume de ar por um AI; Diretamente proporcional ao VOLUME do compartimento Inversamente proporcional ao FLUXO deste; CT = Vol. Efetivo / Fluxo Sanguíneo Entre o VAPORIZADOR E O SNC há uma sequência de compartimentos que devem ter seu conteúdo SUBSTITUÍDO POR INALATÓRIOS. A VELOCIDADE para preencher esses compartimentos depende da SOLUBILIDADE do anestésico e da CT. A pressão parcial deve ser transferida entre os diferentes compartimentos. 32 FARMACOCINÉTICA CONSTANTE DE TEMPO O compartimento só estará totalmente preenchido pelo anestésico após 4 CT INDEPENDENTE da fração inspirada. Uma constante de tempo em uma curva exponencial representa 63% do equilíbrio e 98% do equilíbrio é equivalente a 4 constantes de tempo. 33 FARMACOCINÉTICA 2. CONSTANTE DE TEMPO 1ª Etapa: Preencher o CIRCUITO anestesia Aumentar FGF ~> acelera indução 2ª Etapa: Preencher o PULMÃO Substituir a CRF Fluxo é representado pela Venti. Alveolar 3ª Etapa: Preencher os TECIDOS É a distribuição dos AI 1ª ETAPA: circuito de anestesia. Considerando circuito anestésico com volume de 6 L e um fluxo de gás fresco de 2 L, a CT será de 3 min e o volume de ar será substituído pelo agente anestésico após 12 min (4CT). Para aceleramos a indução, podemos elevar o FGF. // O mesmo raciocínio serve para o término da anestesia (ao esvaziar o balão– qndo apertamos) RESULTADO DESTAS AÇÕES: redução da CT # 2ª ETAPA: - NEONATOS e GESTANTES: induzem RÁPIDO (tem baixa CRF) e ALTA ventl Alveolar (OU SEJA: a CT está REDUZIDA) 34 FARMACOCINÉTICA 2. CONSTANTE DE TEMPO CT dos compartimentos teciduais: CT = Vol. Efetivo / Fluxo Sanguíneo MENOR CT Compreendendo a CT, fica fácil entender o comportamento dos INALATÓRIOS NAS DIFERENTES FAIXAS ETÁRIAS: # RN: (PP do anestésico no cérebro/miocárdio é MAIOR e é atingida mais RÁPIDO do que em adultos com a mesma Fi) Captação do AI mais RÁPIDA em RN comparada à “crianças maiores” RN: Vent. Minuto 3-4x MAIOR que crianças mais velhas, mas a mesma CRF ~> isso PROPORCIONA elevação mais RÁPIDA DA FA do AI. ~> pelo ALTO DC dos RN: Distribuição e Saturação dos RIC. VASC ocorre muito RÁPIDO O cérebro infantil, por exemplo, recebe quase 30% do DC (cerca de 15% no adulto). Embora o maior DC possa lentificar a taxa de aumento na relação FA/FI, na verdade, ele acelera o equilíbrioem bebês e crianças. Esse EFEITO PARADOXAL pode ser atribuído ao maior DC dos tecidos rica vascularizados em bebês. Além disso, a PEQUENA MASSA de tecido MUSCULAR E DE GORDURAS nas crianças implica em saturação com PEQUENA quantidade de anestésico e consequente pequeno impacto na redução da concentração sanguínea do anestésico. o sangue venoso que rETORNA aos pulmões apresenta PRESSÃO PARCIAL RELATIVAMENTE ALTA de anestésico o que reduz ainda mais a diferença entre FA e FI, aumentando a quantidade de anestésico nos alvéolos. 35 FARMACOCINÉTICA RECUPERAÇÃO DA ANESTESIA 1 Fatores: SOLUBILIDADE, débito cardíaco e ventilação INDUÇÃO FINAL ~ Fi=0 RECUPERAÇÃO depende da REDUÇÃO da concentração no SNC As concentrações nos tecidos servem como um RESERVATÓRIO para manter a PPAlveolar quando a Fi=ZERO (fim da anestesia) # Quando cessa o Fi e a PPAlveolar cai ~> pressão parcial cerebral também começa a cair. A vel. de RECUPERAÇÃO geralmente é mais RÁPIDA do que de indução porque os tecidos que não atingiram o equilíbrio CONTINUARÃO A ABSORVER o agente até a PPAlv cair abaixo da PP do tecido. O tecido adiposo, para a maioria dos inalatórios, não está saturado ao final da anestesia. A gordura continuará a absorver o agente e acelerar a recuperação até que a pressão parcial nesse tecido exceda a PPAlveolar . #Único agente que se equilibra em poucas horas com a gordura é o óxido nitroso. Seu coeficiente gordura-sangue é muito baixo (2,3). Dessa forma, DURANTE A RECUPERAÇÃO, a contínua absorção do agente inalatório pela gordura acelera a queda da pressão parcial cerebral e o consequente despertar. Por esse motivo, o despertar dos inalatórios solúveis é mais rápido comparado à sua própria velocidade de indução. # A recuperação depende da solubilidade (+ import), DC e ventilação. sendo a solubilidade o mais importante fator. Na recuperação anestésica dos inalatórios ocorrem diferenças farmacocinéticas: 36 FARMACOCINÉTICA RECUPERAÇÃO DA ANESTESIA Diferentes concentrações teciduais Eliminar 80-90% anestésico para haver regressão e controle do reflexo laríngeo; AI solúveis são eliminados mais lentamente. 37 FARMACOCINÉTICA RECUPERAÇÃO DA ANESTESIA Os agentes voláteis são POUCO METABOLIZADOS e sua via de eliminação é principalmente pelos PULMÕES Recuperação do efeito anestésico é diferente de sua eliminação. O tempo necessário para uma diminuição de 50% nas concentrações anestésicas de isoflurano, desflurano e sevoflurano é < 5 minutos e não aumenta significativamente com o aumento da duração da anestesia. Presumivelmente, isso é um REFLEXO DA FASE INICIAL DE ELIMINAÇÃO, que é principalmente uma função da ventilação alveolar. A determinação de outros tempos de decremento (≥80%) revela diferenças maiores entre vários AI, especialmente quando a duração anestésica se torna mais longa. Dentre os agentes ainda em uso, o HALOTANO TEM A MAIOR TAXA DE METABOLIZAÇÃO pelo organismo, em torno de 20%. O desflurano quase não é metabolizado. A maior metabolização do halotano, leva a problemas clínicos importantes, com maior risco de desenvolvimento de HEPATITE FULMINANTE devido à formação de haptenos que desencadeiam uma reação imunológica grave. O isoflurano é metabolizado em torno de 0,2% o sevoflurano, em torno de 2%. A maior biotransformação de halotano em comparação com isoflurano explica a eliminação mais rápida do halotano, embora seja mais solúvel. Figura da esquerda mostra a velocidade de elevação da FA/FI, evidenciando que anestésicos de baixa solubilidade apresentam elevação da FA/FI mais rápida, ou seja, indução mais rápida. Na figura a direita, evidencia-se que essa propriedade vale também para a recuperação da anestesia. 38 FARMACOCINÉTICA RECUPERAÇÃO DA ANESTESIA Fatores que ACELERAM a recuperação: alto FGF baixo volume do circuito anestésico, baixa absorção pelos componentes circuito, baixa solubilidade alto fluxo sanguíneo cerebral aumento da ventilação alveolar (desde que não promova vasoconstrição cerebral). 39 Farmacodinâmica Histórico Óxido nitroso - 1773. Éter – 1846 Clorofórmio – 1847 Ciclopropano - 1930 Halotano – 1955 Teoria lipídica – 60s Teoria proteica – 80s Joseph Priestley, farmacêutico, gás hilariante, uso próprio para dor de dente. Fez sugestão para uso cirúrgico, mas não foi aceito pela comunidade medica. Long usou éter varias vezes antes de Morton, mas não publicou e não foi reconhecido. A primeira anestesia para controle da dor cirúrgica reconhecida como tal ocorreu em 16 de outubro de 1846 no Massachusetts General Hospital em Boston. O éter foi ministrado ao paciente por William T. G. Morton, e o cirurgião John Collins Warren procedeu à extirpação de tumor de glândula submandibular. Éter inflamável e causava vômitos. Inglaterra – Clorofórmio: James Young Simpson, médico escocês da rainha Victoria. Grande depressão cardiovascular. Teoria de Meyer-Overton: Potencia do efeito diretamente proporcional a lipofilicidade, alteração conformacional da MP neuronal. 41 Mecanismo de ação Receptores diversos Glicina, GABA, NMDA, AMPA, canais de sódio... Liberação de opioides endógenos N2O e Xenônio agiriam em receptores NMDA e K2P Estrutura química CAM CAM CAM acordada (0,15-0,5 CAM) CAM BAR (1,5 CAM) CAM expandida (1,3 CAM) A CAM compara a potência anestésica dos inalatórios sob as mesmas condições de temperatura e pressão. É a concentração, em uma atmosfera e 37ºC, que inibe a resposta de MOVIMENTO a um estímulo doloroso supramáximo (em seres humanos seria a incisão cirúrgica da pele) em 50% dos pacientes (DE50%). CAM BAR – Resposta autonômica CAM acordada – resposta verbal CAM expandida – DE95% 44 Fatores que afetam a CAM No geral o que aumenta o metabolismo, aumenta a CAM e o que diminui o metabolismo, diminui a CAM. Hipotireoidismo estranhamente parece não alterar (barash e Saesp) Diminui 6% da CAM a cada década 45 Fatores que afetam a CAM Sevoflurano Desflurano Isoflurano Enflurano Halotano CAM 1.8 6.6 1.17 1.63 0.75 CAM em 60-70% de N2O 0.66 2.38 0.56 0.57 0.29 CAM >65a 1.45 5.17 1.0 1.55 0.64 Efeitos em SNC Redução da atividade metabólica cerebral (Exceto N2O) Aumento do fluxo sanguíneo (fenômeno de desacoplamento) Isoflurano e Desflurano > Sevoflurano Alteração na atividade do EEG <1CAM: Aumento da frequência 1-2CAM ou N2O a 30-70%: Aumento da amplitude e redução da frequência >2CAM: Supressão elétrica Fenômeno bifásico: Até 0,5 CAM, contrabalanço entre redução de ativ e aumento fluxo. N2O NÃO! Após 1 CAM, fluxo aumenta. AUMENTAM a PIC. Especialmente HALOTANO. Desacoplamento: Perda do mecanismo de autorregulação cerebral com variações da pressão. O halotano pode aumentar o FSC em quase 200% enquanto reduz o metabolismo cerebral em apenas 10%. O Isoflurano, ao contrário, aumenta o FSC em cerca de 20% enquanto reduz o metabolismo cerebral em 45%. Após supressão elétrica não ocorre maior diminuição do metabolismo dependente da dose, exceto o halotano. O Isoflurano apresenta maioratividade supressora com doses equivalentes menores que o halotano. Sevo e enflurano podem causar atividade epileptiforme. Desflurano tem propriedade única: Após EEG isoelétrico, volta a ter atividade espontaneamente, mesmo sem alterar a CAM. N2O: Estudos conflituantes entre animais e humanos. Em animais aumenta a atividade e fluxo. Em humanos não altera fluxo e diminui atividade. Dificil de avaliar, usa com halogenados. Melhor não usar pelos riscos de piora de isquemia e aumento da PIC (Barash). 47 Efeitos em SNC Efeitos em SNC Efeitos em SNC Diminuição dose-dependente dos potenciais evocados somatossensoriais Visuais > ... > auditivos Não altera resposta à PaCO2 Alterações cognitivas e delirium Medula espinhal Canais de sódio voltagem Efeito amnésico, sedativo, inconsciência, imobilidade. Ocorre na MEDULA. Teoria: Há vários subestados onde o anestésico age. Cada um contribuindo um pouco para os efeitos finais. 50 Efeitos Cardiovasculares Redução da PAM dose-dependente Aumento da frequência cardíaca Inibição do reflexo barorreceptor Depressão miocárdica direta Isoflurano e “teoria do roubo coronário” Prolongamento do intervalo QT Redução de reflexos vagais maior com sevo que halotano Oxido nitroso faz vasoconstrição e eleva RVS Halotano por efeito direto sobre o miocárdio (CANAIS DE CALCIO, Reticulo sarcoplasmático, nodo SA) e efeito central antiadrenergico diminui PAM e FC. VASODILATAÇÂO PERIFERICA. Desflurano é o que mais aumenta FC. Depois o iso. Cuidado com aumentos abruptos da concentração do Desflurano (ex: 1->6%) pois isso pode descompensar um cardiopata. Sevoflurano tem menor efeito taquicardizante (apenas após 1,5CAM). Prolongamento do intervalo QT: Iso, Sevo e Desflurano. Melhor maneira de prevenir arritmias ventriculares: Uso de beta-bloq perioperatório. Lidocaína ajuda. Manica diz que halotano é o pior e sensibiliza mais miocárdio a catecolaminas, promovendo arritmias. Pesquisa em crianças em cirurgia ocular 51 Efeitos Cardiovasculares Efeitos Cardiovasculares Cachorros desnervados. 53 Efeitos Respiratórios Depressão ventilatória dose-dependente, inclusive N2O Diminuição do VC, aumento da FR, pouco afeta VM (VM = FR X VC) Associação com N2O pode minimizar Alteração da curva de resposta ventilatória ao CO2 Efeitos em corpo carotídeo e a nível central Diminuição da resposta compensatória à hipóxia Broncodilatação Sevoflurano > Halotano > Isoflurano ≠ Desflurano Mínima vasodilatação pulmonar Inibição do reflexo vasoconstritor pulmonar hipóxico Alteração do muco e epitélio mucociliar Aumento do Espaço MORTO. Detalhe: Isoflurano não afeta mais a FR a partir de 1 CAM Desflurano é muito pungente e causa tosse, laringoespasmo e broncoconstrição em doses elevadas. Isoflurano é pungente também. Bom para indução inalatória é o sevo. Trata asma quando os outros remédios falham. 54 Efeitos Respiratórios Efeitos Respiratórios Efeitos Hepáticos Diminuição do fluxo hepático arterial e venoso portal Efeitos mais pronunciados com halotano Isoflurano aumenta fluxo arterial Hepatotoxicidade pelos metabolitos fluorados Halotano -> Trifluoracetilcloreto (TFA) Tipo I e Tipo II (grave) Mínimo metabolismo hepático Efeito hepatoprotetor em estudo comparando sevo e propofol Quando o sevoflurano foi comparado à anestesia com propofol em pacientes submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio, os marcadores bioquímicos pós-operatório de disfunção hepática foram menores após a anestesia com sevoflurano. Tipo I -> Radicais livres intermediários causam estresse oxidativo e necrose celular Tipo II -> Imunomediada. TFA se liga a proteínas hepáticas, gerando neoantigenos e resposta inflamatória intensa. Hepatite fulminante. 57 Efeitos Renais Diminuição dose-dependente do fluxo sanguíneo renal, TFG e produção de urina Hidratação pré-operatória Nefrotoxicidade pelo metabolismo do metoxiflurano Sevoflurano forma compostos A e B pela reação com a cal sodada Metoxiflurano metabolizado no rim gera íons fluoreto tóxicos diretamente. Compostos A e B são nefrotóxicos, mas estudos em humanos não mostraram mesmo efeito que em ratos. Beta-liase. 58 Bloqueio Neuromuscular Relaxamento muscular suficiente para intubação Potencializam efeito dos BNM adespolarizantes Podem causar hipertermia maligna Outros efeitos Relaxamento uterino dose-dependente quando usados em cesariana Risco de hemorragia pós-parto Mutagênese e carcinogênese potenciais Abortos espontâneos Reação com absorvedor de CO2 gera calor, CO, formaldeído e metanol -> Risco de combustão espontânea e intoxicação por CO NVPO Analgesia ineficaz Calor: sevoflurano > desflurano> isoflurano CO: desflurano> enflurano> isoflurano> sevoflurano> halotano Cal sodada seca na segunda pela manhã 60 Proteção de órgãos Lesão de isquemia-reperfusão Isquemia breve seguida de isquemia mais prolongada Menor lesão tecidual Proteina G -> Segundos mensageiros -> Abertura de canais de K+ mitocondriais O uso de anestésicos inalatórios em cirurgias com lesão isquemia-reperfusão tem efeito protetor sobre coração, fígado, rins e pulmões Revascularização miocárdica Vasculares com clampeamento (Aorta) Transplantes hepáticos e renais Ventilação monopulmonar Pré-condicionamento 61 Isoflurano O mais potente dos anestésicos halogenados atualmente em uso Baixo custo Claro, estável, não-inflamável Pungente Desflurano Alteração de apenas um átomo flúor por cloro em relação ao isoflurano Diminui solubilidade e potência Alta pressão de vapor e baixo ponto de ebulição -> Necessita de vaporizador específico aquecido Mínima metabolização hepática (0,02%) Altamente pungente -> Tosse, espasmo Indução e recuperação rápidas, pouco acúmulo em gordura. 63 Sevoflurano Cheiro adocicado, sem pungência, excelente opção para indução anestésica sob máscara Potência aproximadamente metade do isoflurano Apesar de metabolismo formar íons flúor, não causa nefro ou hepatotoxicidade Não produz TFA, sem hepatite Reações exotérmicas com cal sodada, inflamável Inflamavel em altas concentrações apenas 64 Óxido nitroso Cheiro doce, não-inflamável, baixa potência, baixa solubilidade Usado como adjuvante com efeitos analgésicos Não tem efeito bloqueador neuromuscular Alta capacidade de se difundir para tecidos preenchidos por ar Contraindicado em cirurgias de orelha média, pacientes com pneumotórax ou pneumoencéfalo Oxida o cobalto da vitamina B12, interferindo nas vias metabólicas de formação de DNA NVPO Pode ser teratogênico Xenônio Gás nobre, sem odor, não inflamável, não pungente Indução e recuperação rápidas Sem metabolismo Não afeta contratilidade e resistência vascular Age em receptores NMDA e bombas de cálcio no corno posterior medular inibindo respostas nociceptivas Não é gatilho de HM Não polui e não afeta efeito estufa Caro Referências Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK, et al. Clinical Anesthesia. 8th Ed. MANICA, J. Anestesiologia. 4ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2018. MILLER, R D. Miller’s Anesthesia. 8th ed. Philadelphia: Elsevier Churchill Livingstone, 2015.
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