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Rafaella Bonfim TXXIX Patologia da Hipófise ASPECTOS DA NORMALIDADE • A glândula hipófise, chamada antigamente de glândula pituitária, está localizada no centro da fossa hipofisial, ou sela turca do osso esfenoide • Possui dupla origem embrionária, é revestida por uma cápsula de tecido conjuntivo, contínua com a rede de fibras reticulares que suporta as células do órgão • Pode ser dividida em 2 partes: Neurohipófise - parte posterior da glândula Parte neural; se origina do neuroectoderma (no diencéfalo) Adenohipófise - parte anterior da glândula Compreende cerca de 80% da glândula e forma-se a partir da bolsa de Rathke É uma glândula endócrina e responde a estímulos neuronais – sistema porta hipofisário A neurohipófise e adenohipófise são separadas por uma pequena fissura (resquício da bolsa de Rathke) Hormônios Hipotalâmicos Prolactina A prolactina é um hormônio controlado negativamente pelo hipotálamo É necessário a presença de um fator inibidor da liberação de prolactina Esse fator inibidor é um neurotransmissor – dopamina – que cai na corrente do sistema porta hipofisário e inibe a liberação de prolactina A prolactina em doses muito altas inibe a pulsatilidade do GnRH Drogas antidopaminérgicas que possuem uma ação semelhante a dopamina atuam na liberação de prolactina Plasil (remédio para náusea), antipsicóticos, TRH (especialmente em doses fisiológicas) TRH É um hormônio estimulante, ou seja, uma vez que ele é secretado ele atua na secreção do TSH ACTH Estimula, em condições fisiológicas, apenas o cortisol Em condições supra fisiológicas, ocorre um aumento da produção de glicocorticoides e hormônios esteroidais Rafaella Bonfim TXXIX PATOLOGIA HIPOFISÁRIA Manifestações das doenças hipofisárias • Em geral, neoplasias endócrinas não são muito frequentes Hiperpituitarismo • Correspondem a 10% dos tumores intracranianos • Achados incidentais – 14% em autopsias (muitas pessoas são assintomáticas) • Excesso de hormônios adenohipofisários – se relaciona a adenomas funcionantes: ✓ Síndrome paraneoplásica decorrente da ação desses hormônios na glândula ou tecido alvo o Patogenia Mutações na codificação da subunidade alfa da proteína Mutações do gene MEN1 neoplasias em paratireoide o Causas Adenomas funcionantes da adenohipófise (principal causa), distúrbios hipotalâmicos e, raramente, carcinomas o Fatores de risco Mais comum em mulheres entre 30 e 60 anos, mas pode ocorrer desde a infância até toda vida adulta e em homens também o Macroscopia Massas sólidas, solitárias, amolecidas, branco-acinzentadas o Microscopia • A imuno-histoquímica marca o tipo de hormônio que está sendo produzido o Tratamento Cirurgia transesfenoidal ou tratamento clínico (por exemplo drogas dopaminérgicas no prolactinoma) Hipófise normal: conjunto de células basófilas, cromófilas, acidófilas e cada uma produz um hormônio diferente Adenoma: população monomórfica de células; massas, ninhos, papilas ou cordões celulares; estroma escasso – aspecto amolecido; pode haver necrose, hemorragia e atipia celular Rafaella Bonfim TXXIX Adenomas da adenohipófise o Prolactinomas (adenomas lacto ou mamotróficos) Tipo mais comum de adenoma funcionante (30% dos adenomas) Manifestação: hiperprolactinemia proporcional ao tamanho do adenoma Clínica: ✓ Amenorreia ✓ Infertilidade ✓ Perda de libido ✓ Galactorreia o Adenomas não funcionantes Cerca de 25% - só efeito de massa Geralmente causa apenas diminuição do campo de visão o Adenomas secretores de ACTH (adenomas adrenocorticotróficos) Doença de Cushing: manifestação clínica de hipercotisolismo (síndrome de Cushing) decorrente de hiperplasia das suprarrenais por estímulo do ACTH produzido na hipófise o Adenomas secretores de GH (adenomas somatotrópicos) Segundo tipo mais comum de adenoma hipofisário funcionante – macroadenomas Excesso de GH – estímulo de produção hepática de IGF-1 Crianças: se produzir antes dos fechamentos das placas metafisárias nas epífises: gigantismo Adultos: se produzir após o fechamento das placas metafisárias nas epífises: acromegalia Hipopituitarismo • Sintomático – 75% de destruição ou ausência do parênquima hipofisário – PAN-hipopituitarismo • Deficiência de hormônios adenohipofisários (GH, hipotireoidismo, hipogonadismo e hipocortisolismo) com consequente deficiência das glândulas ou tecido alvo Processos destrutivos sobre a adenohipófise, como por exemplo os próprios adenomas – funcionantes ou não que comprimem o parênquima hipofisario ou sofrem apoplexia o Etiologia do pan-hipopituitarismo Adenomas hipofisários e carcinomas metastáticos (por exemplo de mama) ou tumores da região hipotálamo-hipofisario como astrocitomas e craniofaringeomas que destroem o parênquima funcionante Necrose isquêmica da adenohipófise pós-parto (Síndrome de Sheehan) Rafaella Bonfim TXXIX Efeitos de massa • Efeitos do crescimento local por edema, tumores, neoplasias ✓ Expansão da sela túrcica ✓ Erosão óssea ✓ Aumento da pressão intracraniana ✓ Hidrocefalia por compressão ✓ Alterações oculares (hemianopsia bitemporal) SÍNDROMES DA NEUROHIPOFISE • Os núcleos hipotalâmicos produzem ADH, um hormônio que atua aumentando a reabsorção de água no rim por meio da expressão de aquaporinas Diabetes Insipidus Grande perdas hídricas Polidipsia e poliuria Hipernatremia o Causas TCE (traumatismo cranioencefálico) Inflamações hipotálamo-hipofisárias Tumores hipotálamo-hipofisários Síndrome da secreção inapropriada de AD (SIADH) Excesso de ADH circulante – maior absorção de água (aquaporinas nos túbulos distais desacompanhada de sódio) Hiponatremia Edema cerebral e aumento da PIC o Causas Síndrome paraneoplásica – carcinoma de pequenas células do pulmão ou outras neoplasias neuroendócrinas produtoras de ADH Tuberculose, pneumonia (raro) Drogas que estimulam a secreção de ADH (Clorpropamida – sulfonilureia, carbamazepina – anticonvulsivante)
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