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ANTROPOMETRIA O que é a antropometria e qual a sua finalidade? R: É o conjunto de técnicas utilizadas para medir o corpo humano ou suas partes. Sua principal finalidade é permitir a comparação dos dados individuais com os de uma população de referência. O que deve ser avaliado na antropometria? R: Através da antropometria, podem ser obtidas medidas globais, como peso e estatura, ou de segmentos, como perímetros cefálico, torácica e braquial. Essas medidas podem ser correlacionadas entre si ou com outros indicadores, como a idade, e, assim, obter os índices antropométricos. Os índices mais comumente utilizados na avaliação da saúde da criança e do adolescente são: peso/idade; altura/idade; perímetro cefálico/idade e o índice de massa corporal Qual a importância da avaliação antropométrica na saúde da criança e do adolescente? R: Através da antropometria, é possível analisar e acompanhar o crescimento corporal da criança e do adolescente. O adequado crescimento corporal nessa faixa etária é um dos principais indicadores de qualidade de vida e, acompanhando o crescimento desses indivíduos, é possível conhecer e vigiar o seu estado geral de saúde, possibilitando a detecção precoce de agravos e, consequentemente, a intervenção oportuna da equipe de saúde. Dessa forma, a avaliação antropométrica é indispensável no atendimento da criança e do adolescente ETAPAS DA AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA: 1. Escolha do Equipamento: Deve ser escolhido o equipamento mais adequado para cada idade e verificar se o equipamento escolhido suas condições de conservação a cada utilização BALANÇA: Verificar se estão calibradas, niveladas, bem apoiadas no chão ou na mesa auxiliar e afastadas da parede ou de objetos que impeçam o seu movimento. - Pediátrica: Crianças com menos de 3 anos de idade São balanças mecânicas ou eletrônicas, cuja capacidade é, em geral, até 16 kg. Trocar o forro descartável a cada atendimento - Tipo Adulto: São indicadas para crianças maiores de 3 anos ou que pesam mais de 16kg. Seu cursor vai até 140kg RÉGUAS ANTROPOMÉTRICAS: Verificar se as partes fixas e móveis se encontram em ângulo de 90 graus com a régua e se a marcação dos números na régua está bem visível. - Horizontal: Crianças até 3 anos, preferencialmente as que apresentam uma base de madeira, sobre a qual a criança deve deitar-se. Essa régua mede uma criança com até 1 metro de comprimento - Vertical: São indicadas para crianças maiores de 3 anos ou que tenham mais de 1m de altura, preferencialmente a de parede FITA MÉTRICA CONVENCIONAL: Preferencialmente as mais estreitas É utilizada para medir o perímetro cefálico. Essa medida deve ser feita obrigatoriamente até o terceiro ano de vida 2. Obtenção das Medidas: PESO E ALTURA: A criança deve estar despida e descalça para ser pesada ou medida. A partir da idade pré-escolar, a criança poderá ser pesada usando um calção ou uma camisola de exame. O acompanhante deve procurar acalmar a criança para facilitar a tomada das medidas. Peso → A criança deve ser colocada deitada ou sentada no centro do prato da balança. Verificar se o acompanhante não está tocando na criança ou na própria balança e se os membros da criança não estão tocando em partes da balança ou na parede Comprimento → Até os 3 anos de idade, é sempre necessária a ajuda de um acompanhante, segurando a cabeça da criança com as duas mãos, mantendo alinhada com o corpo e com a ponta do nariz apontando para o teto, enquanto o examinador deve colocar uma das mãos sobre os joelhos da criança, mantendo-os unidos e alinhados com o corpo e com a outra mão movimentar o cursor da régua até que alcance a planta de ambos os pés e estes fiquem em ângulo reto com o eixo do corpo e, assim, obter o comprimento da criança Altura → A criança maior e o adolescente devem ser colocados em pé no centro da plataforma, com os braços estendidos ao longo do corpo e a cabeça erguida, mantendo o olhar fixo em um ponto na altura da cabeça. Os calcanhares, ombros e nádegas devem ficar encostados na parede e os pés juntos PERÍMETRO CEFÁLICO (PC): A fita métrica deve ser posicionada horizontalmente em torno da cabeça da criança, tomando como referência anterior a glabela (região entre as sobrancelhas) e posterior a porção mais proeminente da cabeça (osso occipital). A leitura deverá ser feita diretamente na fita 3. Registro E Interpretação Dos Dados: O crescimento é um processo dinâmico, com momentos de maior e menor aceleração, de modo que seu acompanhamento adequado deve ser longitudinal e individualizado. Não é suficiente obter os dados antropométricos. É fundamental sua interpretação, resultando, assim, em uma avaliação global do crescimento da criança Todos os dados antropométricos devem ser registrados na ficha de atendimento ou prontuário e na Caderneta de Saúde da Criança. Toda vez que a criança for pesada, um ponto deverá ser marcado em sua Caderneta de Saúde, compreendendo ao encontro das coordenadas de peso (eixo vertical) e idade (eixo horizontal). A união desses pontos sequenciais formará o traçado do canal de crescimento da criança naquele período. A melhor maneira de registrar e analisar o crescimento de uma criança é utilizar as chamadas curvas-padrão. Depois de registrar essas medidas, deve ser consultado todos os índices segundo o sexo e a idade da criança em relação às curvas padrão de referência para analisar o crescimento global da criança O Ministério da Saúde adotou as curvas da OMS para o acompanhamento do peso e da estatura das crianças de 0 a 60 meses (5 anos) e as curvas da OMS até 19 anos. Os gráficos da Caderneta de Saúde da Criança do MS são em escore Z → o escore-z 0 corresponde ao percentil 50, isto é, em uma população saudável, espera-se encontrar 50% dos indivíduos acima e 50% dos indivíduos abaixo desse valor Cada índice contém informações diferentes sobre o processo de crescimento: O peso é a medida mais sensível às variações agudas do estado nutricional A estatura é um indicador mais estável e, portanto, suas alterações são percebidas nos processos crônicos de desnutrição. A medida do perímetro cefálico é muito importante especialmente no primeiro ano de vida, por indicar o crescimento da massa encefálica, podendo antever processos potencialmente graves O IMC é utilizado para detecção de sobrepeso e obesidade GRÁFICOS DE CRESCIMENTO: OMS: Altura para idade, 0-5 anos, em Z score OMS: Altura para idade, 0-5 anos, em Percentil OMS: IMC, 0-5 anos, em Z score ANÁLISE DOS PADRÕES DE CRESCIMENTO: O crescimento é um processo e não uma qualidade estática. Há fórmulas disponíveis para a estimativa de estatura média e peso e altura para crianças de várias idades, mas dada sua complexidade e fácil disponibilidade de gráficos de crescimento, a utilização desses últimos é preferível IDADE GANHO DE PESO DIÁRIO APROXIMADO (g) GANHO DE PESO MENSAL APROXIMADO CRESCIMENTO EM COMPRIMENT O (cm/mês) CRESCIMENTO NO PERÍMETRO CEFÁLICO (cm/mês) DOSE DIÁRIA RECOMENDAD A (kcal/kg/dia) 0-3 meses 30 907 g 3,5 2,00 115 3-6 meses 20 567 g 2,0 1,00 110 6-9 meses 15 453 g 1,5 0,50 100 9-12 meses 12 404 g 1,2 0,50 100 1-3 anos 8 249 g 1,0 0,25 100 4-6 anos 6 187 g 3 cm/ano 1 cm/ano 90-100 A maioria das crianças tende a seguir ao longo de um percentil, chamado de acompanhamento de curva. Uma exceção normal comumente ocorre entre 6 e 18 meses de idade para lactentes nascidos a termo - o tamanho no nascimento reflete a influência do ambiente uterino. A altura aos 2 anos de idade correlaciona-se com altura média parental, refletindo a influência de genes, então eles podem mudar para os percentis superiores ou inferiores em direção a seu potencial genético → uma criança pequena pode ficar entre os percentis 5 e 25, uma grande entre o 75 e 95. Cálculo da Altura Parental Média: Meninos → [(altura materna + 13cm) + altura paternal] / 2 = + / - 8,5 cm Meninas → [altura materna + (altura paterna - 13cm)] / 2 = + / - 8,5 cm Para recém-nascidos prematuros, se utilizados os gráficos de crescimento padrão, resultará em diagnóstico exageradode deficiência do crescimento. Por isso, utiliza-se gráficos de crescimento desenvolvidos especificamente para essa população 4. Compartilhamento Das Informações Com a Família Espera-se que uma criança que esteja crescendo bem descreva uma trajetória regular (a partir de suas medidas sequenciais) ascendente e paralela às curvas de referência. Mas as famílias, em geral, têm uma impressão subestimada ou superestimada do crescimento de seus filhos (comparam com outras crianças da mesma faixa etária). Então, é importante orientar aos familiares sobre o processo individual de crescimento e corresponsabilizar a família pelo acompanhamento do crescimento de seu filho nas condutas que precisam ser tomadas: ● DETERMINANTES DO BOM CRESCIMENTO INFANTIL: Hormônios do Crescimento: ∟ Hipófise: Produz gH que age sobre a epífise óssea → estimula o crescimento celular (aumenta o nº de células); Produz TSH que age sobre a tireóide, estimulando a produção de hormônios T3 e T4 ∟ Tireóide: Produz T3 e T4 → participam dos processos de crescimento e desenvolvimento ∟ Fígado: Produz IGF-1 que age na epífise de crescimento ósseo → hipertrofia as células ∟ Gônadas: Produzem esteróides sexuais (androgênio e estrogênio) → possuem receptores nas placas epifisárias que estimulam a ação dos hormônios do crescimento ali Nutrição adequada: Dieta balanceada com os nutrientes necessários para uma boa energia metabólica Ausência de doenças crônicas; Sono adequado: Importantes hormônios, como o do crescimento, são liberados durante o sono profundo Prática regular de atividades físicas: Atividades físicas moderadas e supervisionadas, como balé e natação (próprias para a idade), associadas a dieta balanceada colaboram para uma vida saudável e com crescimento adequado. PS: Desde que não sejam intensas e de impacto Preservação da saúde psicológica; Genética familiar (principal): Se o biótipo da família for para baixa estatura, introdução de hormônios exógenos não ajudarão no aumento do crescimento ● DETERMINANTES QUE ATRAPALHAM O CRESCIMENTO INFANTIL: Hormônios: ∟ Córtex da Glândula Adrenal: Cortisol produzido em excesso ou uso exógeno prolongado → age inibindo a secreção fisiológica de hormônio gH ∟ Gônadas: Produzem esteróides sexuais (androgênio e estrogênio) → Quando há produção em excesso, age fechando a placa de crescimento epifisária - ela é ossificada (ex. menstruação precoce) Obesidade: Na obesidade há aumento de citocinas inflamatórias que fecham as placas epifisárias de crescimento e, além disso, influenciam o aumento da secreção de cortisol Sono: O sono profundo só é possível de ser alcançado no escuro e com o menor índice possível de ruído - o que acontece durante as noites. É no sono profundo que há maior liberação de hormônio gH e, por isso, a criança precisa dormir bem, ter rotina de sono e dormir durante a noite (22h - 6h). ps: dormir durante o dia não compensa o sono não dormido a noite RADIOGRAFIA ÓSSEA: Através da radiografia do punho, consegue avaliar o tamanho da epífise de crescimento que equivale mais ou menos com a altura compatível com a idade Se os índices estiverem maior que os compatíveis com a idade: investigar puberdade precoce Se os índices estiverem menor que os compatíveis com a idade: investigar puberdade retardada
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