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PROPEDÊUTICA CLÍNICA - DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO SINAL: É um dado objetivo notado pelo paciente e observado pelo examinador através do método clínico ou de exames complementares. Exemplo: tosse, edema, cianose, hematúria, condensação pulmonar na radiografia SINTOMA: É uma sensação subjetiva anormal percebida pelo paciente e não observada pelo examinador. Exemplos: dor, náuseas, dormência, insônia, má digestão. SÍNDROME: É um conjunto de sintomas e/ou sinais que ocorrem associadamente (por uma particularidade anatômica, fisiopatológica ou bioquímica), indicativos de distúrbio funcional e que podem ter diferentes causas. Exemplos: síndrome febril (hipertermia, taquicardia, taquisfigmia, sudorese, tremores, mialgias, artralgias), podendo se relacionar com infecções bacterianas, virais, fúngicas, neoplasias malignas, etc. ENTIDADE NOSOLÓGICA: É, em geral, o nome de uma doença bem definida com alteração de função de órgãos ou sistemas, ou mesmo perda destas funções com suas consequências e repercussões. - Doenças com causa bem definida: Doenças de causas bem definida em que o tratamento é curativo, como infecções bacterianas, virais ou fúngicas ∟ Doenças com condições de intervenção na disfunção de modo definitivo, sem a restauração plena da função. ex: reduzir ou eliminar o edema da insuficiência cardíaca ∟ Doenças com necessidade de adesão do paciente, por ex: cessação do tabagismo na DPOC; redução de peso na obesidade, etc. - Doenças com pouca intervenção: Não se consegue/pode intervir ou intervém muito pouco ex. as genéticas - Doenças iatrogênicas: São lesões, danos ou prejuízos ocasionados pelo médico e outros profissionais da área da saúde, podendo ser de ordem física, mental, social ou espiritual, de forma direta ou indireta, como pelos atos, palavras, procedimentos e medicamentos DIAGNÓSTICO: Do grego dia - através de + gnosis - conhecimento, ou seja, discernir pelo conhecimento É o propósito a ser alcançado na atuação dos médicos e profissionais da saúde A elaboração diagnóstica depende de uma base de conhecimentos amplos, conteúdos de anatomia, fisiologia, patologia, psicologia, semiologia e conhecimento de entidades nosológicas prevalentes. A meta é o diagnóstico de uma única doença que explique todas as queixas do paciente e os achados do exame físico RACIOCÍNIO DIAGNÓSTICO Entende-se como diagnóstico clínico a identificação de uma entidade nosológica (doença), contemplando aspectos técnicos e operacionais necessários ao seu reconhecimento, posterior registro e catalogação junto ao serviço de documentação científica e ao Código Internacional de Doenças (CID) O raciocínio clínico é baseado mais em probabilidades do que em certezas. Através de informações obtidas ou geradas por observação, experiência, reflexão ou comunicação, gera-se um guia para o aprendizado (estudo científico) ou para a ação (tratamento) O raciocínio pode ser centrado em sintomas quando o conjunto de sintomas é comparado com o grupo de doenças que os apresentam, formando um grupo reduzido de possibilidades - reconhecem padrões (síndromes). Então, quando apenas uma doença se encaixa e permanece, justificando o quadro clínico apresentado, tem-se a sua identificação (Nosológico) Ou então, o método pode ser centrado na doença, através do arquétipo das entidades nosológicas e com as respectivas histórias naturais, formula-se a interrogação: tem o paciente a doença X? O médico experiente tende a limita o número de hipóteses a serem testadas, de forma: 1) Só evoque uma hipótese de houver dados clínicos suficientes para isto; 2) Quando o conjunto de dados clínicos gerar várias hipóteses, aplique as informações epidemiológicas sobre a frequência e a prevalência da doença em suspeição, analisando as mais frequentes e prevalentes antes de pensar nas raridades e exceções; 3) Use testes discriminadores (exames complementares) entre as hipóteses que permanecerem, escolhendo os de maior acurácia e especificidade Depois do trabalho integrando dados, passa-se à fase operacional do diagnóstico firmado, sendo: a explicação dos fatos ao paciente, tomar decisões compartilhadas, investigação complementar, a terapêutica e o prognóstico. TIPOS DE DIAGNÓSTICOS: 1. DIAGNÓSTICO CLÍNICO: Consiste no reconhecimento de uma doença com base na anamnese e no exame físico 2. DIAGNÓSTICO SINDRÔMICO: Não se reconhece a doença, mas sim um conjunto de sintomas e sinais semelhantes a um conjunto de doenças e, assim, reduz o número de possibilidades e orienta as investigações que devem ser realizadas 3. DIAGNÓSTICO ANATÔMICO: Modificações anatômicas identificadas no exame clínico 4. DIAGNÓSTICO FUNCIONAL OU FISIOPATOLÓGICO: Distúrbios da função do órgão atingido pela enfermidade que se expressa principalmente por sintomas 5. DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO: Identificação da causa de muitas doenças 6. DIAGNÓSTICO HISTOPATOLÓGICO: Exame macro e microscópicos de peças cirúrgicas ou post mortem 7. DIAGNÓSTICO ANATOMOPATOLÓGICO: Diagnósticos anatômicos e histopatológicos englobados 8. DIAGNÓSTICO RADIOLÓGICO / TOMOGRÁFICO / ULTRASSONOGRÁFICO Diagnósticos adquiridos pelo uso de exames de imagens 9. DIAGNÓSTICO DE CERTEZA: Nos dias atuais se dispõe de procedimentos terapêuticos específicos para a maioria das enfermidades, por isso tornou-se necessário diagnósticos exatos 10. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: Análise comparativa das várias enfermidades que podem apresentar quadro clínico semelhante, procurando-se eliminar sucessivamente as de menor probabilidade em face dos dados disponíveis COMPROVAÇÃO DIAGNÓSTICA: Na prática médica atual, torna-se essencial a comprovação diagnóstica na etapa final do processo de se identificar determinada doença, através de métodos modernos. Isso é importante não apenas para o planejamento terapêutico, mas também para perícia médica, perícia securitária (indenizações, seguro de vida), perícia judicial (danos e lesões corporais traumáticas, mortes violentas). Além disso, no âmbito restrito das ações judiciais contra o médico, sua principal defesa é um prontuário bem-feito, detalhado, incluindo os elementos que comprovam o diagnóstico PROGNÓSTICO: Do grego pro - para diante + gnosis - conhecimento, ou seja, prever pelo conhecimento Através do conhecimento da história natural das enfermidades, se prevê a evolução e suas possíveis consequências. No entanto, cada indivíduo tem a sua singularidade, suas reservas, seus instrumentos de reação frente à adversidade, suas crenças e fantasias. Isso aliado ao acesso rápido à internet, alimentando o paciente falsas promessas, dúvidas e esperanças vãs. Por isso é necessário extrema cautela ao se fazer prognóstico A avaliação prognóstica é indispensável em medicina do trabalho, em perícia médica administrativa, pois é através do prognóstico que se quantifica o prêmio a ser pago em perícia securitária Referência: Porto & Porto Semiologia Médica, parte 1, capítulo 2 - Diagnóstico e Prognóstico
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