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Enfermagem Cirúrgica

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ENFERMAGEM 
CIRÚRGICA
Márcio Haubert
 
Infecção do sítio cirúrgico
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Conhecer o conceito de Infecção do Sítio Cirúrgico.
 � Descrever os critérios para a classificação e para o diagnóstico da ISC.
 � Identificar os fatores de risco para ISC e seus devidos tratamentos e 
prevenção.
Introdução
Infecção em Sítio Cirúrgico (ISC), anteriormente denominada Infecção 
de Ferida Cirúrgica, está entre as maiores fontes de morbimortalidade 
entre os pacientes operados. Existe uma estimativa que indica o prolon-
gamento das internações hospitalares em uma média de sete dias graças 
a essas infecções, aumentando com isso os custos das internações. As ISCs 
correspondem a, aproximadamente, 38% do total das infecções hospita-
lares em pacientes cirúrgicos e a 16% do total de infecções hospitalares. 
Os fatores que aumentam a incidência de ISC são: cirurgias cardíacas 
e queimados; cirurgias realizadas em grandes hospitais; pacientes adultos 
em comparação com pediátricos; e a quantidade de inóculo bacteriano 
introduzido no ato cirúrgico.
Neste capítulo, você vai entender conceito, classificação e fatores de 
risco que estão envolvidos nas ISCs.
O paciente cirúrgico e as ISCs
A cirurgia é o procedimento terapêutico destinado a diversos fins, sejam eles 
para correção de distúrbios fisiopatológicos ou para processos que venham a 
melhorar a autoestima do paciente. Essas cirurgias podem ser classificadas 
como eletivas (aquelas agendadas previamente) ou cirurgias de urgência (que, 
pela sua gravidade, devem ser realizadas o quanto antes possível).
Em um mundo ideal, todos os pacientes encaminhados a cirurgias deveriam 
estar na melhor forma física e mental, mas raramente isso é possível. Então, a 
adequada atuação profissional se torna uma importante ferramenta necessária 
para reduzir o risco cirúrgico, e isso pode ser realizado pelos seguintes itens 
que devem ser avaliados:
 � condição física e psicológica;
 � natureza da cirurgia;
 � aspectos sociais e culturais de cada paciente;
 � linguagem adequada a cada paciente;
 � transmissão de confiança ao paciente;
 � empatia e sensibilidade.
As medidas de segurança e bem-estar de nossos pacientes deverão formar o 
principal objetivo da assistência durante toda a fase perioperatória (pré, trans e 
pós-operatória). Assim, toda a equipe multiprofissional irá desempenhar papéis 
distintos e definidos, sempre com base em responsabilidades, contribuindo 
para a melhor recuperação e reabilitação possível. 
A ISC deve ser entendida por você como uma das principais infecções 
relacionadas à assistência à saúde no Brasil. Ela ocupa a terceira posição entre 
todas as infecções que surgem dentro de serviços de saúde (sendo precedida 
pelas infecções do trato urinário e infecções do trato respiratório), com isso, 
compreendendo de 14 a 16% daquelas encontradas em pacientes hospitalizados. 
Para você conseguir programar melhor suas ações dentro do que foi exposto, 
é necessário reconhecer as seguintes definições dos tipos de procedimentos 
que podem ser realizados:
 � Cirurgia em paciente internado: é todo tipo de procedimento rea-
lizado em um paciente dentro do centro cirúrgico, que consiste em, 
pelo menos, uma incisão e/ou uma sutura, com internação hospitalar 
superior a 24 horas. Desse tipo de procedimento, devem ser excluídos 
os procedimentos de desbridamento cirúrgico, drenagem, episiotomia 
e biópsias que não envolvam vísceras ou cavidades.
 � Cirurgia ambulatorial: procedimento realizado em paciente cirúrgico 
em regime ambulatorial (sem internação ou pernoite) ou com permanência 
no serviço de saúde inferior a 24 horas que consista em, pelo menos, uma 
Infecção do sítio cirúrgico2
incisão e/ou uma sutura, excluindo-se os procedimentos de desbridamento 
cirúrgico, drenagem e biópsias que não envolvam vísceras ou cavidades.
 � Cirurgia endovascular: procedimento cirúrgico realizado em paciente 
por um acesso percutâneo, via endovascular, com inserção de prótese, 
exceto stents.
 � Cirurgia endoscópica com penetração de cavidade: procedimento 
cirúrgico realizado em paciente pela via endoscópica, com manipulação 
de cavidade ou víscera pela mucosa. Estão incluídas nestas as cirurgias 
transgástricas e transvaginais, cirurgias urológicas e cirurgias transnasais.
 � Implantes: procedimentos incluídos pela Resolução nº 185, de 2001, da 
Anvisa, que incluiu os implantes e as próteses na família dos produtos 
médicos e os definiu como sendo: 
Qualquer produto médico projetado para ser totalmente introduzido no corpo 
humano ou para substituir uma superfície epitelial ou ocular, por meio da 
intervenção cirúrgica, e destinado a permanecer no local após a intervenção. 
Também é considerado um produto médico implantável, qualquer produto 
médico destinado a ser parcialmente introduzido no corpo humano através 
de intervenção cirúrgica e permanecer após esta intervenção por longo prazo. 
(BRASIL, 2001).
Esse conceito, apresentado na Resolução nº 185, de 2001, da Anvisa, é 
importante para o registro, a alteração e a revalidação dos produtos que podem 
ser utilizados no país. Contudo, para efeitos de vigilância epidemiológica de 
ISC, considera-se implante todo corpo estranho implantável, não derivado de 
tecido humano (válvula cardíaca protética, transplante vascular não humano, 
coração mecânico ou implante ortopédico, etc.), exceto drenos cirúrgicos.
Você pode ler o Manual de Prevenção de Infecção de Sítio 
Cirúrgico na íntegra acessando o link a seguir.
https://goo.gl/HBhPH1 
3Infecção do sítio cirúrgico
Classificação e diagnósticos das ISCs
Classificação
Os procedimentos cirúrgicos podem ser classificados quanto à urgência cirúrgica, 
à finalidade do tratamento cirúrgico, ao porte cirúrgico ou risco cardiológico e 
ao tempo de duração e quanto ao potencial de contaminação (Quadro 1).
Quanto à urgência cirúrgica, os procedimentos cirúrgicos são classificados 
como:
1. Cirurgia eletiva: procedimento cirúrgico que pode aguardar, ou seja, 
que pode ser programado e agendado para a ocasião mais propícia. 
Exemplos: mamoplastia; cirurgias plásticas. 
2. Cirurgia de urgência: procedimento cirúrgico que necessita de pronto 
planejamento e deve acontecer dentro de 24 a 48 horas. Exemplos: 
apendicectomia; brida intestinal.
3. Cirurgia de emergência: procedimento cirúrgico que necessita de aten-
ção imediata por apresentar risco de vida iminente ao paciente. Exemplos: 
ferimento por arma de fogo em região precordial; hematoma subdural. 
Quanto à finalidade do tratamento cirúrgico, os procedimentos cirúrgicos 
são classificados como:
1. Cirurgia curativa: procedimento que visa a extirpar ou a corrigir 
a causa da doença, restabelecendo a saúde do paciente. Pode ser ne-
cessária, às vezes, a retirada parcial ou total de um órgão. Exemplo: 
apendicectomia.
2. Cirurgia paliativa: procedimento que visa a diminuir o mal ou busca 
uma alternativa para aliviar o mal, mas não cura a doença. Exemplo: 
gastrostomia.
3. Cirurgia diagnóstica: procedimento que visa a ajudar no esclareci-
mento da doença. Exemplo: laparotomia exploradora.
4. Cirurgia reparadora: procedimento que visa a reconstruir artificial-
mente uma parte do corpo lesada por enfermidade ou traumatismo. 
Exemplo: enxerto de pele em queimados.
5. Cirurgia reconstrutora/cosmética/plástica: procedimento com fins 
estéticos ou reparadores para embelezamento. Exemplos: rinoplastia; 
mamoplastia.
Infecção do sítio cirúrgico4
Quanto ao porte cirúrgico ou risco cardiológico, os procedimentos cirúr-
gicos são classificados como:
1. Grande porte: procedimento que possui grande probabilidade de perda 
de fluido e sangue. Exemplos: cirurgias de emergência; cirurgias vas-
culares arteriais.
2. Médio porte: procedimento que possui média probabilidade de perda 
de fluido e sangue. Exemplos: cirurgias de cabeça e pescoço; prótese 
de quadril. 
3. Pequeno porte: procedimento que possui pequenaprobabilidade de 
perda de fluido e sangue. Exemplos: mamoplastia; endoscopia.
Quanto ao tempo de duração, os procedimentos cirúrgicos são classificados 
como:
1. Porte I: duração de até 2 horas. Exemplo: rinoplastia.
2. Porte II: duração de 2 a 4 horas. Exemplos: colecistectomia; 
gastrectomia.
3. Porte III: duração de 4 a 6 horas. Exemplo: craniotomia.
4. Porte IV: duração acima de 6 horas. Exemplo: transplante de fígado.
Quanto ao potencial de contaminação, os procedimentos cirúrgicos são 
classificados como:
1. Cirurgia limpa: procedimento cirúrgico, geralmente eletivo, prima-
riamente fechado, sem a presença de dreno, não traumático. Esse tipo 
de cirurgia é realizado em tecidos estéreis ou passíveis de desconta-
minação e sem a presença local de processo infeccioso e inflamatório. 
São as cirurgias que não penetram nos tratos digestivo, respiratório e/
ou urinário. Exemplos: mamoplastia; cirurgias oftalmológicas.
2. Cirurgia potencialmente contaminada: procedimento cirúrgico reali-
zado em tecidos colonizados por microbiota pouco numerosa ou em tecido 
de difícil descontaminação, sem a presença local de processo infeccioso 
e inflamatório e com falhas técnicas discretas no transoperatório. A 
presença de drenagem aberta se enquadra nesta categoria. Ocorre, nesse 
caso, penetração nos tratos digestivo, respiratório e/ou urinário sem con-
taminação significativa. Exemplo: colecistectomia com colangiografia.
3. Cirurgia contaminada: procedimento cirúrgico realizado em tecidos 
abertos e recentemente traumatizados, colonizados por microbiota 
5Infecção do sítio cirúrgico
bacteriana abundante, de descontaminação difícil ou impossível, bem 
como todas aquelas em que tenha ocorrido falha técnica grosseira, na 
ausência de supuração local. Essas cirurgias contaminadas também 
são caracterizadas pela presença de inflamação aguda na incisão e na 
cicatrização de segunda intenção ou grande contaminação a partir do 
tubo digestivo. Exemplo: hemicolectomia.
4. Cirurgia infectada: Procedimentos cirúrgicos realizados em qualquer 
tecido ou órgão que apresente processo infeccioso, tecido necrótico, 
corpos estranhos e feridas de origem suja. Exemplo: cirurgias de reto 
e ânus com secreção purulenta.
Potencial de 
contaminação 
da cirurgia Características Exemplos 
Estimativa e 
ocorrência 
de ISC
Limpa � Operações 
eletivas e feridas 
não infectadas. 
 � Sítios cirúrgicos 
onde não é 
encontrada 
inflamação.
 � Não há 
abordagem 
de vísceras 
ocas (tratos 
respiratório, 
geniturinário, 
digestivo ou 
orofaringe).
 � Primariamente 
fechadas ou 
drenagem 
fechada, se 
necessária.
 � Não há quebra 
de técnica.
 � Trauma não 
penetrante.
Herniorrafia 
inguinal, 
safenectomia, 
próteses 
articulares, 
cirurgias 
cardíacas. 
< 2%
Quadro 1. Classificação do potencial de contaminação.
(Continua)
Infecção do sítio cirúrgico6
Potencial de 
contaminação 
da cirurgia Características Exemplos 
Estimativa e 
ocorrência 
de ISC
Potencialmente 
contaminada 
 � Há abordagem 
dos tratos 
digestivo, 
respiratório, 
geniturinário e/
ou orofaringe. 
 � Situações 
controladas 
e sem 
contaminação 
não usual.
 � Cirurgia 
geniturinária: 
quando não há 
cultura de urina 
positiva.
 � Cirurgia biliar 
quando não há 
infecção de vias 
biliares.
 � Cirurgias de 
apêndice, vagina 
e orofaringe 
quando não 
há evidência 
de infecção 
ou quebra de 
técnica. 
Gastrectomia, 
transplante 
de fígado, 
prostatectomia. 
< 10%
Quadro 1. Classificação do potencial de contaminação.
(Continuação)
(Continua)
7Infecção do sítio cirúrgico
Potencial de 
contaminação 
da cirurgia Características Exemplos 
Estimativa e 
ocorrência 
de ISC
Contaminada � Feridas 
traumáticas 
recentes (com < 
4 horas).
 � Contaminação 
grosseira durante 
cirurgia de 
trato digestivo, 
manipulação 
de via biliar ou 
geniturinária 
na presença de 
bile ou urina 
infectadas. 
 � Quebras maiores 
de técnica.
 � Quando é 
encontrada, 
durante a 
cirurgia, a 
presença de 
inflamação 
aguda não 
purulenta. 
Colecistectomia 
em pacientes 
com colecistite 
aguda, 
amigdalectomia, 
colectomia.
20%
Quadro 1. Classificação do potencial de contaminação.
(Continuação)
(Continua)
Infecção do sítio cirúrgico8
Definição de ISC para cirurgias em pacientes 
internados e ambulatoriais
As ISCs são relacionadas a procedimentos cirúrgicos, após a colocação ou 
não de implantes, tanto em pacientes internados como em pacientes ambu-
latoriais. Poderão ser classificadas conforme os planos de tecidos corporais 
acometidos: ISC incisional superficial, ISC incisional profunda ou ISC de 
órgão/cavidade (Figura 1).
A classificação e os critérios definidores de ISC em pacientes internados 
e ambulatoriais são:
 � ISC incisional superficial (IS): 
 ■ Surge nos primeiros 30 dias após a cirurgia e envolve apenas pele 
e tecido subcutâneo.
Fonte: Grinbuam et al. (2009).
Potencial de 
contaminação 
da cirurgia Características Exemplos 
Estimativa e 
ocorrência 
de ISC
Infectada � Feridas 
traumáticas 
antigas 
com tecido 
desvitalizado, 
corpos estranhos 
ou contaminação 
fecal.
 � Trauma 
penetrante há 
mais de 4 horas. 
 � Vísceras 
perfuradas 
ou secreção 
purulenta 
encontradas 
durante a 
cirurgia. 
Enterectomia 
secundária 
a ruptura 
de víscera, 
apendicectomia 
supurada.
30-40%
Quadro 1. Classificação do potencial de contaminação.
(Continuação)
9Infecção do sítio cirúrgico
 ■ Apresenta, pelo menos, uma das seguintes características:
 – Drenagem purulenta da incisão superficial.
 – Cultura positiva de secreção ou tecido da incisão superficial obtido 
assepticamente.
 ■ A incisão superficial é aberta pelo cirurgião na vigência de, pelo 
menos, um dos seguintes sinais ou sintomas: dor; aumento da sen-
sibilidade; edema local; hiperemia ou calor; diagnóstico de infecção 
superficial pelo médico assistente.
Observações:
 ■ No caso de cirurgia oftalmológica, a conjuntivite será definida como 
infecção incisional superficial.
 ■ A inflamação e a drenagem de secreção, limitadas aos pontos de 
sutura, não devem ser relevância, pois caracterizam sinais cicatriciais.
 � ISC incisional profunda (IP):
 ■ Surge nos primeiros 30 dias após a cirurgia, ou até em um ano, se 
houver colocação de prótese e envolver tecidos moles profundos à 
incisão (p.ex., fáscia e/ou músculos).
 ■ Apresenta, pelo menos, uma das seguintes características:
 – Drenagem purulenta da incisão profunda, mas não de órgão/cavidade. 
 – Deiscência parcial ou total da parede abdominal.
 – A abertura da ferida é realizada pelo cirurgião se o paciente 
apresentar, pelo menos, um dos seguintes sinais ou sintomas: 
temperatura axilar ≥ 38 °C; dor ou aumento da sensibilidade local.
 – Presença de abscesso ou outra evidência que a infecção envolva 
planos profundos da ferida, identificada em reoperação, exame 
clínico, histocitopatológico ou exame de imagem.
 – Diagnóstico de infecção incisional profunda pelo médico assistente.
 � ISC órgão/cavidade (OC):
 ■ Surge nos primeiros 30 dias após a cirurgia ou em até um ano, se 
houver colocação de prótese, e envolver qualquer órgão ou cavidade 
que tenha sido aberta ou manipulada durante a cirurgia.
 ■ Apresenta, pelo menos, uma das seguintes características: 
 – Cultura positiva de secreção ou tecido do órgão/cavidade obtido 
assepticamente.
 – Presença de abscesso ou outra evidência que a infecção envolva 
os planos profundos da ferida, identificada em reoperação, exame 
clínico, histocitopatológico ou exame de imagem.
Infecção do sítio cirúrgico10
 – Diagnóstico de infecção de órgão/cavidade pelo médico assistente.
Observações:
 � A osteomielite do esterno após cirurgia cardíaca ou a endoftalmite 
serão consideradas infecções de órgão/cavidade.
 � Em pacientes que foram submetidos a cirurgias endoscópicas com 
penetração de cavidade, serão utilizados os mesmos critérios de ISC-OC.
 � Não existe, até o momento, critérios que permitam separar infecção 
ascendente do trato urinário de infecção urináriasecundária a cirurgias 
urológicas.
 � Não devemos considerar que a saída de secreção purulenta por drenos 
seja necessariamente sinal de ISC-OC.
 � Sinais clínicos, como febre, hiperemia, dor, calor ou calafrios, ou labo-
ratoriais, como leucocitose, aumento de PCR quantitativa ou VHS, são 
inespecíficos, porém, devem ser olhados com atenção porque podem 
sugerir infecção.
Figura 1. Classificação da ISC.
Fonte: [ISC], ([201-?]).
11Infecção do sítio cirúrgico
Acesse o site a seguir para ter mais informações sobre 
as classificações e os critérios definidores de ISC. Nele, 
você poderá ler a obra Critérios diagnósticos de infecção 
relacionada à assistência à saúde na íntegra.
https://goo.gl/s3xEBJ 
Fatores de risco e a prevenção da ISC
Os principais fatores de risco que podem favorecer o desenvolvimento da ISC 
são de fonte endógena e exógena.
Os de fonte exógena são provenientes do próprio paciente. Eles estão rela-
cionados à presença de microrganismos que têm potencial de colonização dos 
tecidos manipulados durante a cirurgia. Com menor frequência, esses patógenos 
atingem o sítio operatório a partir de um processo infeccioso que o paciente 
apresenta no momento da cirurgia. Os mais frequentes microrganismos isolados 
nas ISCs são aqueles que compõem a microbiota do operado, especialmente 
os da pele e os do sítio manipulado durante a cirurgia. Podemos citar, como 
exemplo, os cocos gram-positivos presentes na pele: Staphylococcus coagulase 
negativa e Staphylococcus aureus, que são os mais comuns em cirurgias limpas. 
As bactérias gram-negativas e anaeróbias estão presentes em ISCs após os 
procedimentos contaminados ou potencialmente contaminados (Quadro 2).
As fontes exógenas de microrganismos geralmente estão relacionadas à 
equipe cirúrgica pelos seguintes exemplos:
 � sujidades das roupas;
 � rompimento de técnicas assépticas;
 � degermação ou higiene das mãos inadequadas;
 � excesso de pessoas presentes na sala cirúrgica;
 � ventilação e espaço físico inadequado;
 � outros materiais que tenham contato ou estejam próximos ao campo 
cirúrgico.
Infecção do sítio cirúrgico12
Paciente Procedimento Microrganismo
Idade#
Obesidade#
Desnutrição#
Estadia pré-
operatória 
prolongada# 
Neoplasia#
Controle glicêmico 
inapropriado* 
Imunossupressão# 
Classificação ASA 
(American Society 
of Anestesiology)#
Comorbidas# 
Degermação cirúrgica 
das mãos*
Potencial de contaminação 
da ferida#
Duração da cirurgia# 
Cirurgia de urgência#
Remoção dos pelos*
Preparo inadequado da 
pele do paciente* 
Profilaxia cirúrgica inadequada*
Contaminação intraoperatória*
Cirurgia prévia#
Hemostasia deficiente* 
Cirurgia colorretal, com preparo 
inadequado do cólon*
Excesso e pessoas na sala*
Ausência ou inadequação 
do protocolo de curativos* 
Oxigenação* 
Colonização prévia* 
Virulência# 
Aderência# 
Inóculo# 
# Fatores de risco endógenos que não podem ser modificados.
* Fatores de risco exógenos que podem ser modificáveis: são passíveis 
de intervenção, ou seja, podem ser modificados e se constituem no 
alvo das medidas preventivas que serão discutidas a seguir.
Quadro 2. Fatores de risco relacionados ao paciente, ao procedimento e ao microrganis-
mo que podem contribuir para as ISCs.
Veja no link a seguir as diretrizes globais da OMS para a 
prevenção de ISC.
https://goo.gl/GCQaqS 
13Infecção do sítio cirúrgico
Prevenção da ISC
As medidas preventivas das ISCs devem se basear nos fatores de risco modi-
ficáveis e nas evidências indicadas pelas diretrizes da SOBECC (Sociedade 
Brasileira de Enfermagem no Centro Cirúrgico) e do CDC (Centers for Disease 
Control and Prevention). Essas medidas deverão ser aplicadas a todos os 
procedimentos cirúrgicos:
 � Tempo de internação pré-operatória inferior a 24 horas.
 � Preparo da pele do paciente: recomenda-se o banho pré-operatório 
com solução de clorexidine degermante a 2%, aplicando do pescoço 
para baixo, nos três dias que antecedem o procedimento. Essa medida 
visa a reduzir a colonização da pele e o risco de ISC. Recomenda-se 
também o banho com CHG o mais próximo possível do procedimento 
cirúrgico. Para tanto, podem ser utilizadas toalhas impregnadas com 
CHG, o que facilita o procedimento de banho pré-operatório e não 
necessita de enxágue.
 � Tricotomia realizada somente se necessária e imediatamente antes do 
ato cirúrgico com tricotomizador (IA). Não usar lâminas de barbear 
ou lâminas de bisturi.
 � Controle glicêmico pré-operatório: adequado se a glicemia verificada 
for ≤ 180 mg/dL.
 � Antissepsia do campo operatório com solução adequada. 
 � Pele: adequado quando feito o preparo do campo operatório com an-
tisséptico degermante seguido do alcoólico. 
 � Mucosa: adequado quando feito o preparo do campo operatório com 
antisséptico aquoso.
 � Realização da antibioticoprofilaxia até 1 hora antes da incisão cirúrgica.
 � Antissepsia correta das mãos e dos braços de toda equipe de cirurgiões 
e demais auxiliares.
 � Manter a normotermia no período perioperatório.
 � Manutenção de ambiente limpo e adequado.
 � Evitar circulação de pessoas desnecessárias ao procedimento na sala.
 � Utilizar a paramentação adequada, tais como gorros, luvas estéreis, 
máscaras e avental.
 � Abrir as bandejas estéreis e demais invólucros tomando cuidado para 
não contaminar.
Infecção do sítio cirúrgico14
 � Controlar correntes de ar na sala cirúrgica.
 � Realizar divisão das salas de cirurgia de acordo com cirurgias limpas, 
contaminadas, potencialmente contaminadas e infectadas.
 � Evitar cruzar materiais infectados com os limpos e/ou estéreis.
 � Um circulante para cada sala: adequado quando houver um circulante 
exclusivo para cada sala cirúrgica em atividade.
 � Mecanismo autônomo de manutenção das portas fechadas: adequado 
se houver um mecanismo de manutenção de todas as portas das salas 
de cirurgia fechadas.
 � Realizar a guarda de materiais estéreis ou limpos em local próprio livre 
de umidade e com invólucros fechados.
 � Instalar cateteres periféricos e centrais, obedecendo às técnicas assép-
ticas, entre outras medidas.
 � Proteger as incisões cirúrgicas com curativo estéril por 24 a 48 horas 
pós-operatórias.
 � Lavar as mãos antes e depois de trocar os curativos.
 � Trocar o curativo utilizando técnica asséptica. 
 � Realizar observação das características da incisão cirúrgica e de sinto-
mas como febre, calafrios, vermelhidão local, edema e dor.
 � Educar o paciente e os cuidadores sobre a manutenção da incisão: sinais 
de infecção e realização correta do curativo.
[ISC]. [201-?]. Disponível em: <http://docplayer.com.br/docs-images/27/10132335/
images/32-0.png>. Acesso em: 14 nov. 2017.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária Resolução - RDC nº 185, de 22 de outubro 
de 2001. Brasília, DF, 2001. Disponível em: <http://www.invitare.com.br/arq/legislacao/
anvisa/RDC-185-de-2001-Disp-e-sobre-o-regulamento-t-cnico-para-registro-altera-
-o-revalida-o-e-cancelamento-do-registro-de-produtos-m-dicos-na-Ag-ncia.pdf>. 
Acesso em: 14 nov. 2017.
GRINBAUM, R.S. et al. Prevenção de infecção de sítio cirúrgico. 3. ed. rev. e ampl. São 
Paulo: APECIH, 2009.
15Infecção do sítio cirúrgico
Leituras recomendadas
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Critérios diagnósticos de infecção 
relacionada à assistência à saúde. 2. ed. Brasília, DF: ANVISA, 2017. (Série Segurança do 
Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde). Disponível em: <http://sobecc.org.br/
arquivos/Crit__rios_Diagn__sticos_de_IRAS__2_Ed.pdf>. Acesso em: 14 nov. 2017.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Sítio cirúrgico: critérios nacionais 
de infecções relacionadas à assistência à saúde. Brasília, DF, 2009. Disponível em: 
<http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/criterios_nacionais_ISC.pdf>. 
Acesso em: 14 nov. 2017.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Critérios diagnósticos de infecção rela-
cionada à assistência à saúde. Brasília, DF: ANVISA, 2013. (Série Segurança do Paciente 
e Qualidade em Serviçosde Saúde, 2). Disponível em: <https://www20.anvisa.gov.
br/segurancadopaciente/images/documentos/livros/Livro2-CriteriosDiagnosticosI-
RASaude.pdf>. Acesso em: 14 nov. 2017.
DIRETRIZES. Revista da Associação Médica Brasileira, São Paulo, v. 47, n. 1, p. 1-23, 2001. 
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ramb/v47n1/a19v47n1.pdf>. Acesso em: 
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Infecção do sítio cirúrgico16
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