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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS CASO CLÍNICO ESTÁGIO EM NUTRIÇÃO CLÍNICA HOSPITALAR CASO CLÍNICO 2 – BLOCO 2 TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL Paciente, sexo masculino, 57 anos, diagnóstico de câncer de esôfago, com estenose esofágica. Foi encaminhado para o ambulatório de um hospital em Belo Horizonte para tratamento da doença e preparo para intervenção cirúrgica. Após realização de exames de rotina e pré-operatórios, o paciente foi internado no respectivo hospital para realização da esofagectomia, visto que o tumor é operável e apresentava estadiamento zero. Durante o tratamento ambulatorial o paciente ainda apresentava condições de via oral em consistência pastosa, mas, no momento de sua internação, estava consumindo apenas a dieta líquida completa, com moderada a baixa aceitação. Considerando que o paciente estava com desnutrição e precisava de uma nutrição pré-operatória para reposição de nutrientes e favorecimento de sua recuperação, após corrida de leito e discussão interdisciplinar, ficou decidido que o paciente receberia nutrição enteral durante 10 dias antes da cirurgia, com dieta via oral suspensa, devido à dificuldade de deglutição e passagem do bolo alimentar pela região estenosada. O paciente foi operado, encaminhado para UTI onde permaneceu três dias e recebeu alta, sendo encaminhado para a enfermaria, sob cuidados médicos por mais cinco dias. Devido à esofagectomia total foi realizada a jejunostomia no paciente. Paciente permanecerá com essa forma de nutrição nos próximos meses, até que haja total condição de reconstrução do esôfago. Informações gerais do paciente: Branco, casado, três filhos (13 anos; 16 anos; 24 anos), um neto (2 anos), agricultor, naturalidade: Antunes, MG. Ensino fundamental incompleto. Renda familiar em torno de três salários mínimos. Nega doenças prévias. PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS CASO CLÍNICO ESTÁGIO EM NUTRIÇÃO CLÍNICA HOSPITALAR Não faz uso de medicamentos nem de suplementos. Queixa constipação, fraqueza, mal-estar em geral. Tabagista; etilista; sedentário. Emagrecido, hipocorado, levemente desidratado. Exames bioquímicos alterados: albumina – 2,1 g/L (referência: >3g/L); PCR – 116mg/dL (referência: < 10mg/dL) Avaliação clínica: sinal da asa quebrada; depleção de massa muscular em região clavicular e do esterno; edema leve em membros inferiores. Antropometria: peso habitual – 72kg; peso atual (aferido no hospital) – 52,6kg; perda de peso há cerca de 4 meses; estatura estimada – 170cm; circunferência do braço – 21,1cm. Considerando o caso descrito, proceda conforme solicitado: a) Elabore o diagnóstico nutricional completo do paciente em questão. b) O paciente vai receber no hospital a Terapia Nutricional Enteral (TNE). Em sua opinião, qual deve ser o local de posicionamento da sonda no período pré-cirúrgico? Nasogástrica ou Nasoentérica? Justifique! c) Determine a necessidade energética e proteica desse paciente. d) Pesquise uma fórmula enteral hipercalórica e hiperproteica, citando aqui seu nome e composição de macronutrientes e fibras em um litro. Faça a prescrição dessa fórmula para o paciente, descrevendo como seria seu registro em prontuário ao longo dos 10 dias pré-cirúrgicos (lembre-se de indicar volume ao dia; se infusão contínua ou intermitente, deixando a prescrição clara e de fácil entendimento para a equipe de enfermagem). Considere que seu paciente não teve nenhuma intercorrência ao longo desses dias e que todo o volume ofertado a cada dia foi bem tolerado. Observação: não se esqueça de registrar quanto da necessidade calórica e proteica diária o seu paciente alcançou em cada um dos dias do pré-operatório. Registre em seu prontuário a solicitação de exames bioquímicos caso ache necessário ao longo dos dias de TNE. Caso seja PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS CASO CLÍNICO ESTÁGIO EM NUTRIÇÃO CLÍNICA HOSPITALAR necessário algum suplemento para complementar o aporte calórico e/ou nutricional do paciente faça sua prescrição e oriente o modo de preparo e administração, via nutrição enteral. e) O paciente receberá alta hospitalar e vai para casa com TNE via jejunostomia. Ele não receberá dieta via oral nos próximos meses e considerando as condições financeiras da família, não será possível adquirir fórmula enteral industrializada e assim, o paciente receberá dieta enteral artesanal. Elabore uma cartilha educativa para o paciente e sua família, visando orientar desde a aquisição dos alimentos, higienização e armazenamento até a oferta da dieta no âmbito domiciliar para esse paciente. Lembre-se de abordar informações como (pode incluir outras mais, mas não esqueça dessas informações essenciais listadas abaixo): a. Seleção, aquisição e armazenamento de alimentos b. Higiene dos alimentos, bancadas, utensílios e pessoal (especialmente de quem vai preparar a dieta) c. Administração da dieta enteral considerando a infusão intermitente, em bolus d. Oriente sobre a posição para oferta da dieta, velocidade de infusão, higiene da sonda antes e após a administração da dieta. Aproveite e aborde sobre a hidratação também.
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