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O câncer de boca atinge os lábios, as estruturas da boca, como as gengivas, as bochechas, o céu da boca, a língua (principalmente as bordas) e a região embaixo da língua. EPIDEMIOLOGIA ● Maior prevalência da doença ocorreu em indivíduos do sexo masculino (80,19%). Na faixa etária de 55 a 64 anos (30,64%), cor branca (48,5%) e de baixa escolaridade (48,75%). ● Indivíduos com a cor de pele branca apresentam maior predileção para desenvolver câncer de boca pelo fato de ter menor proteção aos raios solares, ficando mais exposta aos efeitos da radiação em relação aos indivíduos com cor de pele mais escura. ● A localização anatômica mais comum do tumor foi a língua (26,23%) ● Mas podem acometer pacientes mais jovens também. ● Região sudeste do país apresenta maior número de casos novos, seguida da região Nordeste. ● Em algumas regiões prevalece o câncer de boca em pessoas pardas. ● De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), para o ano de 2030 a estimativa de casos novos está em torno de 27 milhões. QUADRO CLÍNICO ● Nos lábios, pode iniciar como uma lesão com crosta ou úlcera que persiste por cerca de trinta dias ou mais, e não melhora, podendo provocar coceira ou até mesmo sangramento. ● Na boca, pode iniciar com uma afta, úlcera ou lesão vegetante que dura mais de três semanas. Geralmente, pode apresentar dor local ou sensação de corpo estranho na cavidade oral. ● Aparecimento de manchas/placas vermelhas ou esbranquiçadas na língua, gengivas, palato e mucosa jugal (bochecha). ● Nódulos no pescoço. ● Rouquidão persistente. ● Dificuldade de mastigação e de engolir, dificuldade na fala e sensação de que há algo preso na garganta, dificuldade para movimentar a língua (casos mais avançados). FATORES DE RISCO ● Tabagismo - O risco varia de acordo com o consumo. Quanto mais frequente o ato de fumar, maiores serão as chances de desenvolver o câncer de boca. Existem mais de 60 substâncias cancerígenas no fumo, principalmente alcatrão, benzopirenos e aminas aromáticas. A alta temperatura na ponta do cigarro faz com que haja uma potencialização na agressão à mucosa. O tabaco é tido como o fator carcinogênico completo, pois atua nas três fases da carcinogênese, na iniciação, promoção e progressão da mesma. ● Etilismo - quando associado com o cigarro o risco de desenvolver um câncer na boca aumenta muito. Além de promover a hiperproliferação celular e a produção de metabólitos como o acetaldeído, que tem ação carcinogênica, além de reduzir a defesa do sistema imunológico e interferir na reparação do DNA. ● Exposição excessiva ao sol - a exposição sem proteção é um risco para o câncer de lábios, além de auxiliar para o câncer de pele e outros problemas de saúde. ● Má higiene bucal ● Dietas pobres em proteínas, vitaminas e minerais - Algumas deficiências nutricionais podem causar alterações epiteliais, deixando a mucosa bucal mais vulnerável aos agentes carcinogênicos . ● Higiene bucal deficiente. ● Infecções secundárias pelo EBV (vírus Epstein-Barr) - o vírus é transmitido através do beijo, além do contato com objetos da pessoa que tem o vírus. Pode estar relacionado com o carcinoma nasofaríngeo e outros tipos de neoplasia. Isso porque o EBV é um potente vírus indutor de transformação e crescimento celular, e é capaz de imortalizar linfócitos B. ● HPV 16 (papilomavírus humano) e HSV (vírus herpes simples). ETIOLOGIA ● É multifatorial. ● Na maioria dos casos está relacionada a fatores ambientais, principalmente ao estilo de vida dos indivíduos. ● Dentre alguns fatores predisponentes destacam-se: profissão, local de residência, nutrição e predisposição genética. ● Quanto aos hábitos pessoais, os indivíduos que fazem uso concomitante de álcool e tabaco possuem uma maior predisposição para neoplasias malignas em região de cabeça e pescoço. ● exposição crônica à radiação solar, nos casos situados em lábio. A exposição aos raios solares ultravioleta (UV) causa sérios danos celulares tanto no epitélio quanto no tecido conjuntivo subjacente, e, excessivamente em contato direto com o lábio inferior, aumenta o risco de desenvolvimento do carcinoma. ● Tabaco é uma etiologia do câncer, porque possui agentes carcinogênicos que podem originar um câncer e por ele poder originar o câncer se torna um fator de risco. TRATAMENTO ➔ O tratamento do câncer bucal e o planejamento do mesmo são baseados no tamanho da lesão, presença de linfonodos positivos e ou metástases, condições de saúde do paciente e a classificação TNM. ➔ O planejamento envolve uma equipe multidisciplinar, incluindo médicos cirurgiões, radioterapeutas, oncologistas, dentistas, enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos entre outros. A equipe planeja o tratamento e deve se preparar para as complicações e sequelas advindas do mesmo. ➔ A terapêutica a ser implantada é usualmente excisão cirúrgica, radioterapia e quimioterapia, que podem ser utilizadas concomitantes e/ou associadas. ➔ A abordagem cirúrgica incluiu a remoção de todo o tecido maligno e normal adjacente (margem de segurança), caso não sejam removidas corretamente as margens de segurança a lesão poderá recidivar. No planejamento cirúrgico já devem ser incluídas as próteses maxilofaciais intra e extra-orais ➔ A radioterapia em doses letais para as células cancerígenas também causa alterações nas células normais circunjacentes, podendo causar eritema e queimação moderada no local do tratamento. A exposição das glândulas salivares maiores no campo da radiação ionizante induz a fibrose, necrose celular no interior das glândulas e atrofia acinar, como consequência ocorre diminuição da secreção salivar com alteração da consistência da saliva. Essa diminuição pode ser transitória ou permanente. ➔ A quimioterapia normalmente não é tida como padrão no tratamento de câncer bucal(carcinoma), mas pode vir a ser utilizada em alguns casos específicos. https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/pab/4/unidades_casos_complexos/unidade08/unida de08_ft_cancer.pdf https://rbc.inca.gov.br/site/arquivos/n_58/v01/pdf/06_artigo_conhecimento_acerca_cancer_bucal_atitu des_frente_etiologia_prevencao_grupo_horticultores_teresina.pdf file:///C:/Users/Emylle%20Fran%C3%A7a/Downloads/567-Texto%20do%20Artigo-1292-1-10-20200106.pdf LEUCOPLASIA ➔ É caracterizado por uma placa ou mancha branca de tamanho variável, de aspecto homogêneo ou heterogêneo, lisa ou verrucosa, assintomática. ➔ Pode aparecer na mucosa jugal (bochecha), semimucosa labial inferior, língua, assoalho de boca, comissura labial e palato duro. ➔ Não pode ser removida por uma simples raspagem. ➔ A remoção cirúrgica da lesão é recomendada na presença de atipia moderada a severa, em lesões muito extensas ou com atipia leve, deverá ser feita a preservação do paciente, com acompanhamento a cada três meses. ERITROPLASIA ➔ caracteriza-se por mancha ou placa eritematosa, com textura macia e aveludada, assintomática, podendo ocorrer em borda e ventre de língua, assoalho e palato ➔ É definida como mancha vermelha que não pode ser clínica ou patologicamente diagnosticada como qualquer outra condição. ➔ Todas as eritroplasias verdadeiras apresentam displasia epitelial significativa, carcinoma in situ ou carcinoma epidermóide invasivo. ➔ A eritroplasia pode ocorrer associada a leucoplasia, passando a ser chamada de leucoeritroplasia. ➔ Acomete adultos de meia idade a idosos, sem predileção pelo sexo. ➔ O diagnóstico é realizado por meio de biópsia incisional e o tratamento consiste em remoção cirúrgica completa da lesão, e dependendo do grau de displasia epitelial encontrado a lesão deverá ser tratada como lesão maligna. QUEILITE ACTÍNICA ➔ A queilite actínica caracteriza-se inicialmente por vermelhidão nos lábios inferiores e posteriormente por placas ou manchas brancas, descamação, erosão, fissuras e eventualmente ulceração e perda do limite entre vermelhão labial e pele. ➔ A queilite actínica é representada por alterações nos lábios com degeneração tecidual causada por luz solar. ➔ É observada mais nosexo masculino, acima de 40 anos, leucodermas, na semimucosa labial inferior, devido á exposição crônica desta área aos raios UVA e UVB. https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/pab/4/unidades_casos_complexos/unidade08/unidade08_ft_cancer.pdf https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/pab/4/unidades_casos_complexos/unidade08/unidade08_ft_cancer.pdf https://rbc.inca.gov.br/site/arquivos/n_58/v01/pdf/06_artigo_conhecimento_acerca_cancer_bucal_atitudes_frente_etiologia_prevencao_grupo_horticultores_teresina.pdf https://rbc.inca.gov.br/site/arquivos/n_58/v01/pdf/06_artigo_conhecimento_acerca_cancer_bucal_atitudes_frente_etiologia_prevencao_grupo_horticultores_teresina.pdf LÍQUEN PLANO ➔ é uma doença inflamatória muco-cutânea, podendo acometer em um terço dos pacientes somente a mucosa bucal, em um terço somente a pele e em um terço a pele e mucosa bucal concomitantemente. ➔ Ocorre em indivíduos de ambos os sexos, com predominância pelo sexo feminino, acima de 40 anos. ➔ Apresenta quadro clínico bastante variado, sendo as formas típicas reticular, papular, verrucoso, representadas por lesões brancas (placas, manchas e estrias – estrias de Wickham), enquanto as formas atípicas são representadas por lesões brancas entremeadas por áreas ulceradas, bolhas e erosão. ➔ Acomete a mucosa jugal, bilateralmente ou não, dorso, borda e ventre de língua, além de gengiva, podendo ou não apresentar ardência e sintomatologia dolorosa eventualmente. ➔ A doença apresenta períodos de remissão e exacerbação, com piora nos períodos de estresse e depressão TUMORES DA CAVIDADE ORAL CEC (CA Epidermóide) TUMORES DO LÁBIO ➔ Pouco espessa, ulcerada, elevada e vegetante. As mais avançadas se estendem à mucosa bucal, mandíbula e até o nervo mental, com disseminação perineural via nervo alveolar inferior. ➔ Nos achados da imagem pode-se observar uma lesão infiltrativa, com leve realce após a injeção do meio de contraste venoso, que caminha para o músculo orbicular da boca e a pele adjacente. TUMORES DA LÍNGUA ORAL ➔ Mais frequente em homens a partir da sexta década e se localiza na borda lateral, na face dorsal ou ventral, sendo mais comum na borda lateral da face ventral. ➔ Área de leucoplasia, vermelhidão ou ulceração irregular, de profundidade variável, e não melhora em três semanas. ➔ Pode ser uma tumoração associada ou não a massas palpáveis no pescoço. ➔ A ulceração às vezes pode sangrar. ➔ Pode apresentar massa sólida, presença ou não de necrose na área da ulceração. A lesão se espalha pela musculatura intrínseca da língua. ➔ Pode-se estender à musculatura extrínseca em direção às suas inserções de origem (hióide, mandíbula, apófise estilóide) com invasão do assoalho da boca, base da língua, mandíbula, tonsilas e orofaringe. TUMORES DO ASSOALHO DA BOCA ➔ Área de leucoplasia ou como uma pequena massa endurecida dolorosa, com ou sem ulceração, que também não melhora em três semanas. ➔ Massa irregular ou infiltrante. Quando a lesão se estende pode invadir a face ventral da língua e daí o terço posterior da língua e orofaringe. Nesses casos, pode obstruir o óstio do ducto da glândula submandibular (Wharton) uni ou bilateral e determinar alargamento focal ou total deste(s) duto(s), bem como sinais de inflamação dessa(s) glândula(s). TUMORES DE REBORDO ALVEOLAR (GENGIVAL) ➔ Em geral a lesão se apresenta como uma afta ou úlcera que também não cura no período de três semanas. ➔ Algumas vezes a lesão é clinicamente sutil, mas com um grau elevado de extensão profunda, com erosão/destruição óssea. ➔ Quando tem lesão no rebordo gengival inferior, essas lesões podem invadir os espaços bucal, mastigatório e o assoalho da boca. Já a do rebordo superior pode alcançar o maxilar, o palato ósseo e cavidade nasal. TUMORES DO TRÍGONO RETROMOLAR (TRM) ➔ É uma área que se localiza atrás do terceiro dente molar inferior. ➔ A lesão é de difícil acesso. O sintoma mais importante é o trismo, a lesão pode causar invasão óssea. ➔ Pode haver ainda uma extensão bucal, à mandíbula, a maxila, ao músculo-hióideo, aspecto posterior do assoalho da boca e língua. ➔ Presença de massa sólida. TUMORES DA MUCOSA BUCAL (Mucosa Jugal) ➔ Estão presentes na mucosa que reveste internamente a bochecha. ➔ A lesão é indefinida, é como uma afta que não melhora. Mais comum em homens. TUMORES DO PALATO ÓSSEO (PALATO DURO) ➔ Possui uma área discreta com leucoplasia. Pode haver invasão do assoalho da cavidade nasal ou seio maxilar. TUMORES DA CAVIDADE ORAL NÃO CEC TUMORES DAS GLÂNDULAS SALIVARES MENORES (GSM) ➔ As glândulas salivares menores são mais frequentes no palato ósseo e fibroso, sendo esses os sítios preferenciais dos tumores das glândulas. ➔ A mucosa pode estar íntegra, porém abaulada. As metástases para linfonodos cervicais são raras. Na fase terminal da doença pode ocorrer metástase para pulmão, osso e cérebro. ➔ Lesão hipointensa em T2, mais celulares e sólidas. LINFOMA ➔ O linfoma Hodgkin ou não Hodgkin é mais frequente na orofaringe do que na cavidade oral, em geral localizado na área do anel de Waldeyer (anel de tecido linfático que circunda o limite entre a cavidade oral e a orofaringe). ➔ As lesões não costumam apresentar infiltração profunda, apesar das grandes massas e se acompanham de grandes conglomerados linfonodais. São lesões homogêneas, com discreto realce periférico. , C. CBR - Oncologia. [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2014. 9788595152243. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595152243/. Acesso em: 24 Aug 2021 Os papilomavírus humanos (HPV), são classificados na família Papilomaviridae, do gênero Papilomavírus. São vírus não-envelopados. Os HPV são um grupo heterogêneo de vírus. As análises de sequências de DNA têm permitido identificar mais de 100 tipos virais. Destes, 24 tipos foram associados com lesões orais. Os tipos 6 e 11 estão envolvidos nas lesões benignas do epitélio bucal, e os tipos 16 e 18 são carcinogênicos e podem estar envolvidos na etiologia de determinados carcinomas orais. A Agência Internacional para Pesquisa do Câncer, classificou os HPV 16 e 18 como carcinogênicos em humanos (grupo 1); os HPV 31 e 33 como provavelmente carcinogênicos em humanos (grupo 2A); e alguns dos tipos remanescentes de HPV como possivelmente carcinogênicos em humanos (grupo 2B). Outra classificação, tipo 6 e 11 potencial baixo para malignidade; 31,33 e 35 intermediário; 16 e 18 alto risco. Podem ser ainda classificados de acordo com o local que afeta, HPV mucosos e HPV cutâneos. Os tipos 6, 11, 16 e 18 podem ser encontrados tanto na mucosa oral quanto na genital. O HPV, tem uma alta capacidade de infectar as células da mucosa, podendo ser adquirido por transmissão sexual. A maioria das infecções por HPV é produto de uma auto-inoculação de um sítio genital ou bucal próprio para o outro. Pode também ser transmitido, ainda precocemente, durante o nascimento, do trato genital da mãe para a cavidade bucal da criança. ➔ A infecção pelo HPV é iniciada quando uma partícula viral penetra nas células basais ou em células que estão transitoriamente se dividindo, localizada nas camadas mais baixas do epitélio estratificado. Conforme as células mais profundas do epitélio vão se dividindo, elas migram da camada basal e se tornam gradativamente diferenciadas. ➔ O vírus vai entrar na célula, e os genomas serão estabilizados na forma de elementos extracromossômicos nos núcleos. ➔ Quando essas células infectadas se dividem, distribui igualmente o DNA viral entre as células-filhas. Uma dessas células filhas infectadas migra para camada basal onde irá começar o processo de diferenciação. Outras células filhas continuam diferenciadas na camada basal e continua sofrendo divisões para que a camada basal seja mantida (a célula se torna um reservatório de DNA viral para as divisões posteriores). ➔ Nas células basais e parabasais, o DNA viral se replica e apenas genes precoces serão transcritos. Já nas camadas mais superficiais há uma multiplicação extensa do DNA viral e transcriçãode todos os genes virais (formação do capsídeo). ➔ Os primeiros genes que se expressam são o E1 e o E2, os produtos deles estão envolvidos na replicação do genoma viral. O produto do gene E1, uma fosfoproteína nuclear com atividade ATPase e DNA helicase, liga-se na origem de replicação do DNA viral, sendo essencial para a replicação do vírus. A proteína codificada pelo gene E2 é um fator que regula a transcrição dos oncogenes E6 e E7. ➔ A proteína E4 é detectada apenas nas camadas mais diferenciadas do epitélio, estando envolvida na maturação e na liberação das partículas dos HPV. Recentes evidências sugerem que o gene E5 do HPV-16 pode induzir transformação em células epiteliais, possivelmente aumentando a transdução de sinal intracelular mediado por fatores de crescimento. ➔ A proteína E6 tem sua atividade transformadora dependente da ligação com a proteína supressora de tumor p53, que regula a passagem pelas fases G1/S e G2/M. Uma vez estabelecida essa ligação, a proteína E6 estimula a degradação da p53, levando-a a níveis muito baixos em muitos tumores humanos, o que faz com que as células desses tumores falhem na parada do ciclo celular em G1, seguindo então o dano no DNA celular. ➔ Se alguma proteína de tumor não compensar a atividade reduzida da p53, a transformação celular pode acontecer. A proteína E6, além de reprimir a ação de p53, também tem como função a atividade de telomerase, podendo associar-se com proteínas ligantes do cálcio, ERC55, fatores de resposta do interferon, IRF3, ou, até mesmo, associar-se a proteínas de integração viral. ➔ A principal função do gene E7 dos HPV de alto risco é desregular a maquinaria do ciclo celular da célula infectada, principalmente pela indução da transcrição da fase G1/S. A proteína E7 liga-se às proteínas da família pRb (proteína supressora de tumor de retinoblastoma); essa interação ativa os fatores de transcrição E2F, que são liberados da pRb. Estes fatores induzem a transcrição de genes importantes no controle da divisão celular, por promover a progressão do ciclo celular, atuando nas fases G1 e S21. ➔ Os genes E5, E6 e E7 do HPV induziram a transformação celular e poderiam estar envolvidos na carcinogênese, sendo os genes E6 e E7 considerados os genes de maior poder de transformação dos HPV. OBS: O HPV possui uma sequência de nucleotídeos (genoma). Quando esse genomas se diferenciam dos outros, formando uma nova variante do mesmo tipo, cuja sequência de nucleotídeos mudam. file:///C:/Users/Emylle%20Fran%C3%A7a/Downloads/1789-Texto%20do%20artigo-1330 7-1-10-20210329.pdf A anormalidade no crescimento celular depende de algum desequilíbrio ou estresse no organismo onde as células normais deixam de desempenhar suas principais funções e se dividem repetidamente e invasivamente, tornando-se insensíveis aos estímulos e gerando células anômalas e defeituosas que podem invadir tecidos e causar metástase. ➔ As células alteradas podem tanto apresentar alterações em seus antígenos normais, quanto apresentar uma expressão de antígenos específicos expressados da mutação causada ao material genético. Os antígenos (peptídeos de membrana plasmática) normais alterados ativam os linfócitos T CD8+ (principal linha de defesa contra células transformadas) por meio das moléculas de MHC (Major Histocompatibility Complex ou complexo principal de histocompatibilidade) de classe I para uma resposta citotóxica em conjunto com as células NK ou células natural killer. A citotoxicidade é mediada por perforinhas e granzimas que induzem a formação de poros na membrana das células tumorais e a apoptose por meio de caspases, respectivamente. E ainda pode ser citada a participação de citocinas como da IL-2, INFγ (interferon gama) e TNF (fator de necrose tumoral). Os macrófagos também apresentam grande importância devido a sua capacidade de fagocitose tumoral e na apresentação de peptídeos apresentados por moléculas de MHC classe II que podem ativar, por fim, linfócitos T CD4+ (células que auxiliam no aumento da fagocitose por meio da liberação de citocinas, incentivam a expansão clonal de linfócitos B e T CD8+ e ativam a formação de uma resposta inflamatória). Os anticorpos também podem agir ativando os macrófagos e células NK pelo reconhecimento de antígenos tumorais, mas os antígenos podem ser moldados para a sobrevivência celular e o organismo apresenta, consequentemente, maior tolerância à célula alterada. Portanto, os anticorpos apresentam maior importância no tratamento e diagnóstico dos tumores. ➔ Existem diversos meios do sistema imunológico combater o câncer, mas o tumor pode possuir capacidade de evasão da resposta imune e mecanismos de escape, tornando a resposta antitumoral ineficaz. Outros mecanismos incluem alteração, diminuição ou inexistência de moléculas de MHC classe I e II, importantes na apresentação de antígenos para células efetoras da ação imune e morte celular; produção de antígenos que são liberados na circulação, distanciando a atenção da resposta imune para o local onde está o tumor; dentre outros mecanismos. ➔ Outros papéis do sistema imunológico é a proteção, eliminação e memorização de possíveis ameaças externas e internas, mas o câncer se torna de grande importância, periculosidade e com potencial de malignidade quando apresenta características como: a autossuficiência; insensibilidade a estímulos para crescimento e proliferação celular; evasão da apoptose com potencial proliferativo ilimitado, capacidade de invasão tecidual e possível metástase, e a angiogênese. ➔ As células responsáveis pela vigilância imunológica (linfócitos T CD4+ e CD8+, macrófagos e células NK), ao tentarem combater as células alteradas, formam um aglomerado de células geneticamente modificadas com potencial para malignidade, células normais (que são induzidas a modificações para adaptação do novo ambiente), células imunes, dependendo da localização, também há a participação de fibroblastos e células endoteliais, e por fim, vasos sanguíneos e substancias produzidas no local da “lesão” como citocinas https://repositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/235/11714/1/21483278.pdf
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