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CASO CLINICO 2 - Leishmaniose

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Apresentação do caso clínico:
Dinamã, indígena, há 30 dias apresentava febre, fraqueza e sudorese. Iracema, sua esposa, o levou mesmo contra sua vontade, ao posto de saúde. Na inspeção a médica Dra. Carla percebeu o abdome globoso e no exame físico hepatoesplenomegalia, mucosas hipocoradas (+++/ 4+) e sinal do cacifo positivo em terço distal de ambas as pernas (+/4+). Dinamã relatou que nesses dias perdeu peso, apesar do apetite preservado. Ele explicou que mora numa aldeia, próxima a zona urbana, onde existem muitos mosquitos e cães, inclusive seu animal está cheio de feridas, magro e com pelo caindo. Dinamã complementou dizendo que o Pajé Kamayurá havia alertado sobre a possibilidade de transmissão dessa doença pelo seu cachorro e que o animal já estava isolado na aldeia. A Carla orientou que Dinamã e Iracema entrem em contato urgente com o Centro de Controle de Zoonoses do munícipio para avaliação dos cães da aldeia. Ao analisar alguns exames, Carla detectou pancitopenia ao analisar o hemograma. Em sequência, o encaminhou para realizar mielograma. Após a confirmação da infecção, a médica iniciou o tratamento com os antimoniais pentavalentes. 
1. O que está acontecendo com seu Dinamã? 
2. Correlacione a sintomatologia apresentada pelo Dinamã com a ação patogênica desta parasitose. 
3. Explique sucintamente a relação entre as alterações do hemograma e a parasitose do Dinamã. 
4. Por que é importante entrar em contato com Centro de Zoonoses do Município? 
5. Qual importância do mielograma neste caso? 
6. Explique o tratamento farmacológico com antimoniais pentavalentes. 
7. Qual procedimento deve ser realizado nos cães infectados? Explique.
Conclusão do caso: 
Dinamã foi diagnosticada com um quadro possivelmente crônico de Leishmaniose visceral ou calazar. A sintomatologia referida ao paciente confere com o quadro em que a Leishmaniose se apresenta. Dentre estas temos as alterações nos tecidos hematopoiéticos que geralmente se encontram relacionadas aos sintomas de dor, fraqueza e sudorese, essas alterações, devido a Leishmania, ocorrem o processo de desregulação da hematopoese, caracterizada pela diminuição da produção celular com reações expressivas no quadro hematológico. Contudo, o parasita pode ainda gerar alterações hepáticas e esplênicas como descreve o caso clinico, o abdômen globoso devido à ascite associada à hepatoesplenomegalia, o edema também é comum durante esse quadro devido cacifo positivo em terço distal de ambas as pernas apresentado pelo paciente. As mucosas hipocoradas estão associadas à anemia, pois avaliando os seus exames apresentados junto ao caso, à contagem de eritrócitos nesses estão muito baixas. Outro fato importante a ser ressaltado é a perca de peso mesmo com o apetite, o que é típico da fase crônica podendo levar ao quadro de desnutrição. 
A infecção po L. infantum que exige a participação de cão ou de outros vertebrados, além dos flebotomíneos. Os reservatórios vertebrados podem variar a cada região, podendo ser utilizados animais domésticos ou silvestres no ciclo. Devido a esses fatores, o centro de controle de zoonoses precisa entrar em ação para realizar o controle do inseto vetor, e controle vigorosos de cães vadios, o que contribuiria para a redução de sua população berrante e de possíveis fontes de infecção. A eliminação dos cães afetados ainda é comumente utilizada nesses casos, porém, há uma resistência por parte da população nesses casos de eutanásia. 
Os antimoniais pentavalentes, na maioria dos países, ainda são a primeira opção terapêutica, no Brasil o mais utilizado é o Antimoniato de N-metilglucamina (Glucantime), apesar dos bons resultados com a Miltefosina, de acordo com Neves. Antimonial Pentavalente, o esquema terapêutico é variado. O Ministério da Saúde preconiza o uso de 20mg/kg durante 20 dias. Via endovenosa ou intramuscular, durante 20 dias e no máximo, por 40 dias. O antimoniato de metilglucamina é especialmente eficaz no tratamento de leishmaniose cutânea, mucocutânea e visceral. O medicamento provoca regressão rápida das manifestações clínicas e hematológicas da doença, bem como provoca a esterilização do parasita.
Referências: 
RATH, Susanne et al . Antimoniais empregados no tratamento da leishmaniose: estado da arte. Quím. Nova,  São Paulo ,  v. 26, n. 4, p. 550-555,  Aug.  2003 .   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422003000400018&lng=en&nrm=iso>. access on  04  May  2021.
Neves, D.P., Melo, A.L., Linardi, P.M., Vitor, R.W.A. Parasitologia Humana. 13ᵃ Edição, Ed. Atheneu, Rio de Janeiro, 2016

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