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Inseminação artificial em suínos

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Criação e Produção Animal – Medicina Veterinária – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO 
 
Introdução 
Embora a monta natural ainda seja 
utilizada por pequenos produtores, a 
inseminação artificial é uma técnica fácil e a 
mais utilizada atualmente em razão de suas 
vantagens. Há diversas centrais de 
reprodução de suínos onde são realizados 
coletas e armazenamento de doses 
inseminantes que serão utilizadas pelas 
próprias granjas. 
 
Vantagens 
 Otimização do macho reprodutor já que 
um único ejaculado pode gerar várias 
doses inseminantes. Logo, um macho de 
excelente potencial zootécnico deve ser 
selecionado; 
 
 Redução de custos fixos na granja por 
haver otimização do uso dos cachaços; 
 
 Redução da transmissão de doenças 
entre os reprodutores uma vez que não 
há o contato direto entre os 
reprodutores. Na monta natural há um 
contato próximo entre os animais, por, 
pelo menos 30 minutos podendo 
permitir a transmissão de doenças pelo 
contato íntimo dos animais durante a 
cópula; 
 
 Avaliação prévia do ejaculado para 
determinar se ele está ou não próprio 
 
para utilização, ou seja, se o macho teve 
alguma doença que causou queda na 
capacidade espermática, será detectado 
na avaliação prévia do material que 
pode ser descartado. 
 
Desvantagem 
 É necessário haver uma estrutura 
laboratorial mínima para 
processamento e checagem do material. 
 
O laboratório 
No laboratório é necessário que haja uma 
área exclusiva para ser realizada a lavagem 
de vidraria utilizada além de uma área para 
análise de ejaculado, contando com a 
presença de balança para chegar no volume 
aproximado do ejaculado produzido, 
geladeira já que em suínos podemos 
refrigerar o sêmen, vidraria e microscópio 
para avaliar motilidade, aparência, vigor 
dos espermatozoides (sptz). 
 
As doses inseminantes produzidas podem 
apenas serem utilizadas a fresco ou 
refrigerada. Diferente de outras espécies, os 
 
Criação e Produção Animal – Medicina Veterinária – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO 
 
espermatozoides de suínos não suportam o 
congelamento e ainda não há um 
crioprotetor (substância que permite 
congelar a dose fazendo com que os 
espermatozoides permaneçam ativos mesmo 
que congelados). Por conta disso, o período 
de validade da dose inseminante, é no 
máximo 72 horas apenas, logo, é necessário 
ter um controle de estoque para que não 
haja utilização incorreta e nem desperdício 
do material para confecção de doses e nem 
manejo desnecessário dos cachaços que 
cederão seu sêmen. 
 
Técnica de inseminação artificial 
Há a colocação de cavalete/ manequim fixo 
ou móvel que pode ser carregado até a baia 
do cachaço para que haja a coleta. 
 Importante lembrar que o chão não 
pode ser liso evitando queda e 
contusão do animal além de também 
não poder ser abrasivo para que não 
haja desgaste excessivo dos cascos dos 
suínos. 
 
Como a região do prepúcio é extremamente 
contaminada, se faz necessária a 
higienização utilizando água, sabão e papel 
toalha ou somente papel toalha 
(dependendo da granja). É fundamental o 
uso de luvas de procedimento para evitar a 
propagação de doenças como leptospirose, 
brucelose etc. 
 
 
 
Material para coleta do sêmen 
COPO COLETOR TÉRMICO COM CAPACIDADE PARA 
500 ML 
Um suíno adulto, com mais de 1 ano de 
idade pode produzir até 500mL de 
conteúdo seminal enquanto os jovens 
produzem uma quantidade menor de 
ejaculado. Podemos pegar um saco plástico, 
identificarmos com o nome do cachaço e 
inseri-lo no copo coletor para que o 
conteúdo fique somente no saco mantendo 
o copo limpo. 
 
SUPORTE PARA ISOLAMENTO TÉRMICO DO SÊMEN 
COLHIDO 
Isso é necessário para que a temperatura do 
líquido seminal seja mantida. 
 
GAZE PARA CONTENÇÃO DE FASE GELATINOSA 
A fase gelatinosa é a última porção do 
ejaculado e não possui espermatozoides, 
logo, deve ser descartada já que, como o 
nome já diz, sua consistência é de gelatina o 
que dificulta a homogeneização com o 
diluente na produção das doses 
inseminantes. 
 
Fases da coleta 
1. Devemos auxiliar o macho no 
posicionamento, regulando a altura do 
cavalete, caso seja necessário. 
Normalmente os machos adultos não 
precisam desse auxílio, porém para os 
mais jovens, em razão de sua pouca 
experiência, isso se faz necessário. 
 
 
Criação e Produção Animal – Medicina Veterinária – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO 
 
2. Fixar a ponta do pênis (a ponta do pênis 
do suíno deve ser segurada para que o 
animal então comece a ejacular – 
utilizar outra luva de procedimento 
(podemos colocar uma luva em cima da 
outra sendo uma para higienizar o 
prepúcio e, após descartarmos essa 
luva, a outra já será utilizada para 
fixação da ponta do pênis no copo a 
partir de sua exposição. 
 
O ejaculado 
Quando é fixada a ponta do pênis do suíno, 
o animal começa a liberar o conteúdo 
seminal que pode ser divido em 4 fases: 
 
1. Fase das uretrais: 10-15mL 
2. Fase rica: 70% dos sptz (leitosa) 
3. Fase pobre: 30% dos sptz (soroso) 
4. Fase gelatinosa: descartar 
 
FASE DAS URETRAIS (10 A 15 ML) 
É um líquido fluido transparente que serve 
para lavar mecanicamente o conduto 
uretral do macho que, como vimos, é 
contaminado. Por conta da contaminação 
do fluido e da ausência dos espermatozoides, 
essa fase não deve ser utilizada podendo ser 
liberada no chão da instalação. 
 
FASE RICA (CONTÉM 70% DOS ESPERMATOZOIDES) 
Possui a coloração branca característico de 
leite integral contendo cerca de 70% dos 
espermatozoides. Quando vemos que esse 
líquido branco começa a sair, o pênis do 
cachaço é então inserido no copo coletor. 
 
FASE POBRE (CONTÉM 30% DOS 
ESPERMATOZOIDES) 
Possui coloração branca mais diluída com 
aspecto soroso (lembrando o soro do creme 
de leite) contendo cerca de 30% de 
espermatozoides do ejaculado. essa fase 
ainda é utilizada por conter 
espermatozoides viáveis. 
 
FASE GELATINOSA 
Essa fase é liberada em grumos e deve ser 
descartada por não conter espermatozoides 
além de dificultar na homogeneização do 
conteúdo. 
Podemos nos perguntar então qual a função 
dessa fase gelatinosa já que deve ser 
descartada. O suíno tem a ejaculação 
intrauterina e, por conta disso, seu sêmen é 
mais diluído, logo, quando há a monta na 
fêmea acaba sendo fácil desse sêmen 
escorrer, o que não é interessante já que é 
necessário um período de tempo para que 
haja a fecundação. Por conta disso, há a 
presença da fase gelatinosa que atua como 
um tampão que obstrui a cérvix da fêmea 
impedindo que as fases rica e pobre 
escorram. 
Dessa forma, podemos deixar que esse 
conteúdo seja liberado no chão da instalação 
ou no copo quando se está utilizando a gaze 
para contenção que atua como uma peneira, 
impedindo com que a fase gelatinosa se 
misture com o restante do ejaculado o que 
dificultaria a preparação das doses 
inseminantes. 
 
 
 
 
Criação e Produção Animal – Medicina Veterinária – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO 
 
Calculo de número de doses 
inseminantes 
A partir da coleta do sêmen, nós levamos o 
conteúdo para o laboratório e então 
verificamos a qualidade espermática 
avaliando deformações, motilidade) para 
sabermos se está próprio para uso. 
A partir disso iremos quantificar o número 
de doses a ser produzida sendo necessária 
uma balança para sabermos mais ou menos 
qual será o valor do ejaculado (em mL) 
produzido sendo diferente para cada 
cachaço. 
 
1 dose inseminante deve conter uma 
concentração de 3 x 109sptz em 100mL – 
ejaculado + diluente 
 
Os diluentes contem substâncias que 
auxiliam os espermatozoides a 
permanecerem vivos e ativos mesmo sob 
refrigeração, por isso devem ser adicionados 
na confecção de doses inseminantes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXEMPLO 1 
um reprodutor produziu 200mL de ejaculadocom a 
concentração de 60x109 sptz. 
 
Temos então os seguintes dados obtidos: 
Volume de ejaculado: 200mL 
Concentração: 60x109 sptz 
 
Para calcularmos a quantidade de doses 
inseminantes obtidas a partir desse 
conteúdo devemos fazer uma regra de 3. 
 
Regra de 3: 
 
1 dose --------- 3x109 sptz 
X doses -------- 60x109 sptz 
 
 X= 3x109 = 1 x 60x109 
 
podemos cortar os “109” já que são fatores 
iguais em diferentes posições sendo um 
denominador e outro numerador, logo: 
 
X x 3x109 = 1 x 60x109 
X x 3 = 1 x 60 
X x 3 = 60 
 
Passamos então o número 3 que estava 
multiplicando para o outro lado, então ele 
irá dividir. 
 
X= 60/3 
X= 20 doses inseminantes. 
 
 
 
 
Criação e Produção Animal – Medicina Veterinária – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO 
 
Porém devemos lembrar que esse é o valor 
a de doses inseminantes a ser produzida e 
para fazer uma dose inseminante é 
necessário de ejaculado + diluente. No 
exemplo nós temos apenas o ejaculado. no 
laboratório devemos fazer o volume total do 
preparado, logo devemos adicionar o 
diluente. 
 
Volume do preparado total: 
Volume total = (ejaculado + diluente) 
 
Utilizamos 100mL, logo é necessário 
multiplicar número de doses inseminantes 
por 100mL. 
 
20 doses x 100mL = 2000mL/ 2L logo, é 
necessário de 2000mL ou 2L para o 
preparo de 20 doses inseminantes. 
 
Agora precisamos saber quanto precisamos 
de ejaculado e de diluente. 
Se há 200 mL de ejaculado e necessitamos 
de 2000Ml de preparado total, devemos 
adicionar 1800mL de diluente para então 
dar o resultado esperado que é 2000mL. 
 
Porem quando há muito diluente, os 
espermatozoides morrem em razão do 
choque sofrido. Por isso trabalhamos com a 
pré diluição 1:1., logo 200mL de ejaculado 
para 200mL de diluente para que os 
espermatozoides comecem a se ambientar. 
 
A partir disso, o total da pré diluição será 
400mL sendo parte ejaculado e parte 
diluente. Devemos aguardar então de 5 a 10 
minutos em temperatura ambiente. 
Após aguardar, devemos adicionar o 
restante necessário que será 1600mL 
adicionado aos poucos até chegar no volume 
final de 2000mL. 
 
Devemos então avaliar motilidade e 
qualidade dos espermatozoides para então 
fazer envase das doses inseminantes sendo 
20 bisnagas com 100mL cada. 
É interessante deixar o preparo descansar 
por 1h30min e levar a geladeira para 
refrigeração podendo ser estocada até 72 
horas. 
 As doses devem ser agitada 1 vez ao 
dia para homogeneização. 
 
Uma fêmea deve ser inseminada 2 vezes 
com o intervalo de 24 horas para garantir 
melhores resultados, logo, 20 doses 
inseminantes deve inseminar 10 fêmeas já 
que cada uma receberá 2 doses, podendo ser 
de machos diferentes (caso não seja teste de 
progênie). 
 
EXEMPLO 2 
Um reprodutor produziu 500mL de ejaculado com a 
concentração de 150x109sptz. Calcule o número de 
doses obtidas e o volume preparado total. 
 
1 dose --------------- 3x109sptz 
X doses--------------- 150x109sptz 
 
X x 3 = 1 x 150 
X = 150/3 
X = 50 doses inseminantes 
 
 
Criação e Produção Animal – Medicina Veterinária – É PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO 
 
50 doses x 100mL (conteúdo padrão de 1 
dose) = 5000mL ou 5L. 
 
Se o cachaço produziu 500mL de ejaculado 
serão necessários 4500mL de diluente. 
 
Pré diluição 1:1 
500mL ejaculado para 500mL de diluente 
Total pré diluição: 1000mL 
Devemos adicionar então 4000mL de 
diluente para completar o valor de 5000mL 
necessário. Ao final teremos 50 bisnagas de 
doses inseminantes contendo 100mL cada. 
 
EXEMPLO 3 
Ao realizar a preparação do ejaculado para 
constituir as doses inseminantes, o técnico do 
laboratório realizou a pré diluição 1:1 e o volumem 
total desta pré diluição foi de 220mL. Ao chegar ao 
volume final do preparado, envasou 15 bisnagas para 
a inseminação artificial. Neste caso, calcule o 
volume e concentração do ejaculado produzidos pelo 
cachaço. 
 
Como já sabemos sobre a pré diluição 1:1, 
deve haver a mesma quantidade de 
ejaculado e de diluente e se o valor total da 
pré diluição é 220mL, o valor de ejaculado 
é de 110mL assim como o de diluente. 
Obtemos o resultado dividindo o 220mL por 
2 (220/2 = 110mL). 
 
Para saber a concentração do ejaculado 
produzido faremos uma regra de 3: 
 
1 dose ----------- 3x109 
15 doses --------- X x109 
1X = 15 x 3 
X = 45 
 
Logo, o cachaço produziu 110mL de 
ejaculado com a concentração 45 x 109. 
Técnica de Inseminação Artificial 
(9 passos) 
1. Iremos utilizar uma pipeta de borracha 
semelhante ao pênis do cachaço que 
tem um formato de saca rolhas ou 
também podemos utilizar um cateter. 
 
2. Realizar a higienização da vulva a seco 
com papel toalha para evitar a 
contaminação; 
 
3. A ponta da bisnaga deve ser para não 
machucar a fêmea no procedimento; 
 
5. Retirar a pipeta do papel; 
 
6. Lubrificar a ponta da pipeta com gotas 
de sêmen; 
 
7. Abrir os lábios vulvares e introduzir a 
pipeta dorso cranialmente (se for 
ventral irá para a bexiga); 
 
8. Movimento anti-horário para rosquear 
a pipeta na cérvix na fêmea – fazer 
uma leve tração para traz para 
verificar se a pipeta está fixada; 
 
9. Adaptar o frasco contendo o conteúdo 
seminal à pipeta e aplicar.

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