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Antonio Henrique Riquelme AUla 3 - TRAUMA TORÁCICO TRAUMA TORÁCICO B- BREATHING / VENTILAÇÃO · Trauma torácico – 4 principais causa de óbito no trauma. · Causa óbito imediato quando há lesões cardíacas e rotura de aorta. · São lesões torácicas decorrentes da ação de um agente traumáticos; podem ser lesões abertas ou fechadas, segundo a ocorrência ou não de solução continuidade da pele O traumatismo torácico é considerado uma lesão grave (órgãos vitais, como coração e o pulmão estão em seu interior). Traumas estáveis correspondem cerca de 60-70% dos casos., sem repercussão hemodinâmica. ANATOMIA Esqueleto da caixa torácica possui 12 pares de costelas e cartilagens costas - verdadeiras 1-7 - falsas 8-10 13 vértebras torácicas e discos intervertebrais ligados o esterno. Limites: posteriormente é a coluna vertebral de T1 a T12, anteriormente o osso esterno, lateralmente um conjuntos de 12 costelas, e inferior o diafragma (sexto a oitavo espaço intercostal). EXAME FÍSICO 1) Expor o pescoço e tórax 2) Avaliar ventilação – expansibilidade e vasos do pescoço 3) Auscultar a presença ou ausência de murmúrios 4) Palpação – crepitações e deformidade 5) Percussão – Macicez e hipertimpanismo. A suspeita de trauma cardíaco deve existir sempre que houver lesões sobre a chamada zona “perigosa” ou área de Ziedler, a qual é delimitada pelas linhas verticais paraesternal direita e pela linha axilar média esquerda, as linhas horizontais pela fúrcula esternal e rebordo costal das décimas costelas. O quadro clínico do trauma cardíaco contuso ou perfurante varia entre assintomáticos, em feridas tamponadas, até choque hipovolêmico refratário ou mesmo tamponamento cardíaco, nos ferimentos que tiveram o sangramento contido pelo saco pericárdico, também lesões valvares ou ruptura de vasos. Os achados clínicos mais frequentes são dor torácica importante, dispneia, taquicardia e insuficiência cardíaca. Assim como a clássica tríade de Beck do tamponamento cardíaco, que consiste em abafamento de bulhas, elevação da pressão venosa central e hipotensão TIPOS 1) Trauma fechado (contuso) - Aceleração / desaceleração - Compressão - Impacto de alta velocidade 2) Trauma aberto (penetrante) - Arma branca ou Arma de fogo - Força mecânica – perda superfície. 3) Traumas estáveis 0 60 a 70% dos casos, adentram hospitais - sem repercussão hemodinâmica 4) Traumas instáveis - 10 a 15% admitidos nos hospitais - Não há tempo para exames complementares e o diagnóstico é clínico com tratamento imediato. I) LESÕES AMEAÇADORAS DA VIDA - Lesão arvore traqueobrônquicas - Pneumotórax hipertensivo - Hemotórax maciço - Tamponamento cardíaco - Alargamento do mediastino (ruptura aorta?) II) LESÕES POTENCIALMENTE AMEAÇADORAS - Tórax instável. DIAGNÓSTICO Clínico – EXAME FÍSICO (inspeção, palpação, percussão e ausculta) - Exames complementares – E-FAST, RAIO-X, TOMOGRAFIA COMPLICAÇÕES IMEDIATAS - Obstrução de vias aéreas. - Pneumotórax hipertensivo; - Pneumotórax aberto; -Hemotórax maciço; - Tamponamento cardíaco; - Tórax instável; TRAUMA TORÁCICO - 3 grandes áreas 1) A – Esterno, clavícula, 1° e 2° arcos costais. - Possui alta mortalidade - Gera tamponamento cardíaco, ruptura aórtica, lesões na arvore traqueobrônquica. 2) B- 3° a 8° arcos costais - Lesões ameaçadoras da vida - Pneumotórax, tórax instável e hemotórax maciço. 3) C – 9° ao 12º arco costal - Danos na transição toraco-abdominal. OBSTRUÇÃO DE VIAS AEREAS - Quando suspeitas 1- cianose facial, pescoço e parte superior tórax. - Distensão jugular e edema ou hemorragia conjuntiva. - Coexistir – lesões vasos, tranqueia, brônquio, esôfago etc. PRIORIDADE É O ATENDIMENTO INICIAL - Retirada de corpo estranho, aspiração e utilização do laringoscópio e pinça. AVALIAÇÃO PRIMÁRIA E SECUNDÁRIA: 1) manter vias aéreas pérvias. - administrar O2 (FiO2 85%) - Oferecer suporte ventilatório criterioso se necessário. - Instalar acesso venoso. - Tratar lesões associadas. - Transportar para um hospital terciário. TRAUMA DE LARINGE - TRIADE: 1) Rouquidão (respiração ruidosa caudada por obstrução parcial) , 2) Enfisema subcutâneo (seja no pescoço ou na face) e 3) Fratura palpável. LESÃO DE ÁRVORE TRANQUEOBRONQUICA Sinais: Cornagem, rouquidão, enfisema subcutâneo Tratamento: - Imediato – INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL (seletivo) – guiado por fibroscópio, e realizar drenagem torácica. - Definitivo – cirurgia. I) PENUMOTÓRAX HIPERTENSIVO Lesão mais comum que necessita de ventilação mecânica devido a lesão de pleural. - Vazamento de ar do pulmão ou parede torácica para o espaço pleural – “formando uma válvula unidirecional”. - Colapso completo do pulmão Deslocamento do mediastino Diminuição do retorno venoso e compressão pulmonar contralateral = Choque Obstrutivo. Esses efeitos podem ocorrer rapidamente, sobretudo nos pacientes submetidos à ventilação com pressão positiva. As causas são ventilação mecânica (mais comum) e pneumotórax simples (não complicado) com lesão pulmonar pérvia após de trauma torácico penetrante ou fechado ou falha de canulação venosa central. DIAGÓSTICO CLÍNICO E TRATAMENTO IMEDIATO SINAIS E SINTOMAS - Dor torácica - Dispneia importante - Desconforto respiratório - Taquicardia - Hipotenso - Desvio da traqueia - Ausência unilateral MV - Distensão das veias do pescoço - Cianose Tardia - Hipertimpanismo O manejo inicial do pneumotórax hipertensivo consiste em realizar a descompressão torácica através da inserção de uma agulha de grande calibre no segundo espaço intercostal, logo acima do bordo superior da terceira costela, na linha hemiclavicular do hemitorax afetado. O pneumotórax hipertensivo se converte em um pneumotórax simples quando a toracocentese com agulha é bem sucedida. No entanto, esse não é o tratamento definitivo e é necessário reavaliar o paciente após o procedimento. O tratamento definitivo do pneumotórax simples é realizado através da colocação de dreno torácico. TÉCNICA: 1) A linha mamilar geralmente corresponde ao quarto espaço, a punção deve-se feita entre a linha axilar anterior e média no quinto espaço intercostal. 2) Os braço estendido ou atrás da cabeça Nas mulheres observar o no sulco mamário. 3) Passar o álcool antes, colocou os cambos, infiltração de anestesia na pele, subcutâneo e no periósteo. 4) Fazer uma incisão transversa (horizontal) de 2 a 3 em, no local predeterminado, e dissecar de forma romba as partes moles junto à borda superior do arco costal Exploração digital pra dilatar pra ter a certeza que vai estar na pulmão (pelo movimento do pulmão dá pra sentir. 5) Perfurar a pleura parietal com a ponta de uma pinça hemostática e introduzir o dedo enluvado na incisão para evitar lesões de outros órgãos e para remover aderências, coágulos etc. Quando o tubo estiver no local adequado, remover o clampe do tubo. 6) Pinçar a extremidade proximal do dreno de toracotomia e introduzi-lo no espaço pleural na extensão desejada. O tubo deve ser direcionado posteriormente junto à parede interna da caixa torácica. 7) Observar o embasamento do tubo torácico com a expiração ou prestar atenção para verificar se existe fluxo de ar. 8) Conectar a extremidade do dreno de toracotomia a um sistema de selo d'água. 9) Fixar o dreno no local com fio de sutura. 10) Aplicar um curativo oclusivo e fixar o dreno ao tórax com esparadrapo. 1 1) Fazer uma radiografia do tórax. 12) 0bter gasometria arterial e/ou conectar um monitor de oximetria de pulso, se necessário. II) PNEUMOTÓRAX ABERTO 1% dos casos – ferimentos por arma branco ou tiros Ocorre uma solução de continuidade do ar atmosférico e a cavidade pleural. “lâmina grandes para deixar os tecidos não colapsados”, assim é necessário uma abertura ferimento > 2/3 diâmetro da traqueia, caso menor formará uma válvula unidirecional e assim teremos um pneumotórax hipertensivo. Tratamento imediato X Tratamento definitivo Imediato = curativo de 3 pontos. Curativo quadrangular que cubra todas as bordas da lesão. Apenas três de seus lados devem ser fixados com esparadrapo ou similar. O objetivo é produzir um efeito de válvula. Quando oPaciente inspirar, a sucção da ferida fará o curativo colabar, impedindo a entrada de ar. Quando o paciente expirar, o lado não fixado permitirá o escape de ar. Ocluindo os quadro lados do curativo ocorrerá acúmulo de ar no espaço pleural resultando em pneumotórax hipertensivo. Deve ser utilizado material impermeável, normalmente o plástico de embalagem de gaze. Antes de aplicar o esparadrapo é muito importante limpar a pele ao redor da ferida com éter para retirar resíduos, como sangue e suor, que impedem a adequada fixação do adesivo. Definitivo: drenagem torácica e sutura (rafia) do tecido. O tratamento definitivo é o desbridamento e a reconstrução cirúrgica da parede. Caso o fechamento primário não seja possível, enxertos e retalhos podem ser usados no intuito de reestabelecer a integridade da caixa torácica. *A drenagem tem que ser em um local distante da lesão* III) TORAX INSTAVEL E CONTUSÃO PULMONAR - Segmento da parede torácica não tem mais continuidade óssea com caixa torácica. - 2 ou + fraturas – em 2 ou mais segmentos adjacentes (movimentos) - Risco de evoluir para uma Insuficiência (hipóxia) – lesão / contusão pulmonar - Possui a respiração/movimentos da caixa torácica – assimétrico (causa dor na expansão, na fala e na tosse) - Palpação – crepitação (confirmação RX tórax). O líquido no pulmão demora para melhorar. Avaliação primária e secundária. - Realizar analgesia e se necessário sedar a vítima. - Ventilar com pressão positiva: bolsa-valva máscara ou ventilação mecânica após intubação traqueal nos casos mais graves. Administrar O2 100%, 12l/min: - Monitorizar oximetria de pulso. - Manter saturação de o2 maior ou igual a 95% Instalar acesso venoso calibroso. - Repor volemia se necessário Transportar rapidamente pro hospital terciário. ** Inspiração ele afunda e na expiração ele infla. ** IV) HEMOTORAX MACICO - Acúmulo de sangue que gera hipotensão e choque sendo maior que 1500ml. - Ferimentos penetrantes. - Choque inicialmente hipovolêmico e depois obstrutivo + ausência de Murmúrio vesicular + Macicez a Percussão * palidez Conduta: Imediata: Acesso calibroso para reposição volêmica – ou Autotransfusão Definitivo: Toracotomia para Drenagem de 1500ml imediato ou 200ml/h – por 2 a 4 horas (provavelmente tem um vaso aberto) - Atenção os sinais na Zona de Ziedler V) TAMPONAMENTO CARDÍACO - Mais comumente em ferimentos penetrantes - Saco pericárdio (ele é fibroso e inelásticos e qualquer quantidade (20-30 ml) de líquido já atrapalha o coração de contrair) *Tríade de Beck* = Hipertensão + abafamento das bulhas + turgência jugular = 20 a 30% nos paciente de tamponamento cardíaco. Diagnósticos -> ecocardio / FAST (90-95%) e janela pericárdica. Tratamento imediato: Pericardiocentese e a pulsão de marful Tratamento definitivo: Janele pericárdica ou toracotomia Toracotomia é reservado para o paciente que evoluiu para além do choque obstrutivo para um hipovolêmico. Pericardiocentese não resolveu (lesões da aorta ou das câmeras) para tentar tamponar esse sangramento seja ele onde for. Vantagens: - De reanimação** - Evacuação sague saco pericárdio. - controle da hemorragia exsaguinante. - Massagem cardíaca aberta. - Clampeamento da aorta descendente. VI) OUTRAS 1) Pneumotórax simples (dor ao inspirar) – Drenagem torácica só se for pra ventilação mecânica que vai pra cirurgia (pode evoluir para pneumotórax hipertensivo). - Deve-se fazer um RAIO -X (sempre). 2) Hemotórax - Laceração pulmonar ou ruptura de vaso intercostal - Raio X de tórax / drenagem torácica. - Vai estar taquicardio, mas sem choque. 3) Contusão pulmonar - Dispineia, insuficiência respiratória (colocar em respiração mecânica); - Gasometria / oferta adequada de O2. 4) Contusão cardíaca Monitorização, eco 5) Ruptura traumática de aorta - Óbito - Ou chega vivo, suspeitar se haver alargamento do mediastino superiores ou pressão dos membros superiores assim como o pulso. - Angio e TC. -Fraturas de clavícula, esterno e costelas próximas. 6) Ruptura traumática diafragma - Principalmente por arma branca - Hérnia diafragmática (esquerda) – alça do intestino chega ao pulmão. - Cirurgia. 7) Ruptura esofágica - maioria das vezes é iatrogênica - Trauma penetrantes devido a lesões próximas. - Evolui rápido podendo causar mediastinite, por isso faz drenagem torácica bilateralmente. - Cirurgia.
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