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PRISCILA HIPÓLITO SILVA REIS | PÁGINA 1 INTRODUÇÃO ❖ Anamnese: história do paciente. Tudo que o paciente e sua família relatam. ❖ Exame (físico ou psíquico): avaliação do momento do paciente, o que estamos vendo do paciente. ✓ Nem sempre a anamnese e o exame psíquico batem igual. O paciente pode relatar que está choroso há 3 meses, mas na hora da consulta está bem. ❖ Paciente eu tímico: humor normal ❖ O exame psíquico começa quando chamamos o paciente, quando entra na sala, o bom dia que dá, se ele fala com todo mundo, se não fala com ninguém ANAMNESE IDENTIFICAÇÃO ❖ Nome (social*) ✓ Sempre se lembre de não reforçar o preconceito, o nome do paciente e a sexualidade é a que ele diz ter. ✓ Veja como o paciente gosta de ser chamado. ❖ Idade/data de nascimento ❖ Estado civil ❖ Religião ✓ A religião deve ser um aliado da ciência, não “bater de frente”. ❖ Escolaridade ✓ O EF vai até o 9° ano. Se o paciente não foi até lá, você deve saber o porquê. ✓ Por que só foi até esse ano? ✓ Um paciente que abandona a escola por “não entender nada” pode ser sugestivo de retardo mental, tem inteligência abaixo do normal, não consegue acompanhar a turma em que está. Diferentemente de um paciente que abandona a escola para sustentar a família. ❖ “opcionais”: endereço, procedência, se tem filhos ✓ As vezes o endereço influencia por conta de vizinhos barulhentos etc. ❖ Tratar o paciente com DIGNIDADE, como ele quer ser tratado. ❖ Lembre-se de dar enfoque à promoção a saúde do paciente ❖ Escala SAD PERSONS fatores que estimam o risco do paciente de morrerem por suicídio ✓ Um ESCORE DE 5, ou menos, indica que, provavelmente, o paciente pode receber alta com segurança; um ESCORE DE 9, ou mais, indica a provável necessidade de internação psiquiátrica; e ESCORES DE 6, ou mais, necessitam de avaliação psiquiátrica. Mnemônica score Características S Sexo Masculino 1 A Age (idade) <19 ou >45 1 D Depressão ou desesperança Depressão ou diminuição da concentração, apetite, sono e libido 2 P Prévia tentativa ou tratamento Atendimento ambulatorial ou hospitalar psiquiátrico prévio 1 E Excesso no uso de álcool ou drogas Estigmas de adição crônica ou uso frequente recente 1 R Perda da racionalidade Síndrome cerebral orgânica psicose 2 S Separado, viúvo ou divorciado 1 O Organização ou seriedade da tentativa Planejamento bem feito ou método arriscado 2 N Não há apoio social Sem familiares próximos, amigos, trabalho ou engajamento religioso 1 S Stated future intent(declarou intenção futura) Determinado a repetir a tentativa ou ambivalente 2 PH ANAMNESE PSIQUIÁTRICA E EXAME PSIQUÍCO SAÚDE MENTAL PRISCILA HIPÓLITO SILVA REIS | PÁGINA 2 ❖ O termo COMETER SUICÍDIO não deve ser dito. Só reforça o estigma que o paciente e a família sofre. Fala-se MORRER POR SUICÍDIO , uma vez que o “cometer” nos remete a cometer um crime, assassinato etc. QUEIXA PRINCIPAL ❖ Tentar usar palavras do paciente ❖ Sintoma + tempo ❖ Ex: “mal-estar” pode ser muita coisa, as vezes precisamos perguntar o que é o mal-estar dele para pôr na queixa principal. HISTÓRIA DA MOLÉSTIA ATUAL (HMA) ❖ Sintomas + tempo ❖ História prévia (ANTES DO SINTOMA TINHA ALGO?) ❖ Gatilhos ✓ O que influencia na saúde mental? ✓ Saber quando os sintomas pioram • Quando está em tal lugar melhora ou piora, quando está com tal pessoa melhora ou piora ❖ Momento de melhora e piora ✓ Varia durante a semana ✓ Varia em determinadas “festas do ano”, como natal etc. ✓ Varia em determinados períodos do ano, como no inverno que há maior taxa de suicídio, tristeza, depressão ❖ Medicações/tempo de uso/resposta ✓ Ex: Escitalopram 10mg 1-0-0 (1 pela manhã) • 1-0-0 significa que toma um pela manhã, nenhum de tarde e nenhum à noite. ✓ Percebeu melhora ou piora do quadro? ✓ Ex: Fluoxetina antes da refeição da asia e antes de dormir da insônia (1 semana de uso é pouco tempo). ✓ Os efeitos colaterais são muito importantes. O quadro do paciente pode piorar ou até mesmo se agravar. ANTECEDENTES PSIQUIÁTRICOS ❖ Medicações que já usou (dose e posologia, quando usou, respostam efeitos colaterais) ❖ Episódios prévios (incluindo internamentos psiquiátricos) ❖ Tentativas prévias de suicídio (COMO, QUANDO, INTENÇÃO) ✓ O paciente as vezes tenta suicídio para ser visto, verem que ele está mal e ajudá-lo, as vezes ele não consegue falar ✓ Como ele se sentiu quando ele viu que não conseguiu. ❖ Observar quadros de manias: Já ficou eufórico, já gastou o dinheiro que não tinha, já teve delírio de realidade) ANTECEDENTES MÉDICOS ❖ Doenças clínicas ❖ Medicações clínicas em uso ❖ Cirurgias bariátricas (por quando ocorreu) ✓ Ligado a quadros de ansiedade, depressão, compulsão alimentar ✓ O SUICÍDIO ATIVO → Quando a pessoa “pula na frente do carro andando “ ✓ SUICÍDIO PASSIVO → A pessoa provoca que a morte aconteça. Começa a atravessar a rua sem olhar os carros. A pessoa se arrisca de propósito. A pessoa deixa de comer porque ficar sem comer vai levar ela a morte em um determinado período. ❖ Passado de TCE (traumatismo cranioencefálico). As doenças psiquiátricas nem sempre são primárias e vem da mente. Doenças físicas podem ter sintomas psíquicos. Demências, Alzheimer, tireoide, neoplasias, problemas renais e hepáticos podem gerar sintomas depressivos. ❖ Alergias ANTECEDENTES FAMILIARES ❖ Doenças psiquiátricas (alcoolismo*) ✓ 10 doses por semana para mulher ✓ 15 doses por semana para homem ✓ Qual impacto essa bebida tem na qualidade de vida do paciente? Afeta as relações interpessoais? Afeta o trabalho? ❖ Hipotiroidismo ✓ Fator importante entre mulheres PRISCILA HIPÓLITO SILVA REIS | PÁGINA 3 ❖ Tumores no SNC ❖ Suicídio ✓ Família que alguém já morreu por suicídio é mais comum que outras pessoas tenham esse desfecho HISTÓRIA PSICOSSOCIAL ❖ Com quem reside, relação familiar ❖ Uso de SPAs (substâncias psicoativas) ✓ Usa drogas? Com qual começou? Quanto tempo? Qual frequência? Qual ele começou a usar primeiro? ❖ Opção: lazer (o que gosta de fazer no tempo livre?) ✓ Quando o paciente fala que amava tal coisa, mas depois de um tempo perdeu o prazer (anedonia) pode sugerir sintomas depressivos ❖ Anedonia = negação do edonismo, do prazer. ❖ Quadros depressivos podemos pensar em humor depressivo e anedonia. SUSPEITA DIAGNÓSTICA ❖ Diagnóstico sindrômico ✓ Síndrome ansiosa? Síndrome depressiva? Psicose? ❖ Diagnóstico etiológico ✓ Ex: X tem uma síndrome ansiosa secundária a um transtorno de ansiedade generalizada. ❖ Suspeita orgânica? ✓ Doenças mentais são doenças de jovens, é estranho que um quadro surja com 40-60 anos. Quando não aparece nessa faixa etária precisa-se investigar CONDUTAS ❖ Solicitar exames ✓ Principalmente quando quisermos afastar causas orgânicas ❖ Medicamentos ❖ Orientações ORIENTAÇÕES ❖ Atividades físicas regulares (30 min, 3-5 X na semana) ❖ Exercer espiritualidade ❖ Exposição ao sol (10-20 min por dia entre 10:00- 15:00) ❖ Lazer ❖ Higiene do sono ❖ Hábitos alimentares saudáveis ❖ Meditação ❖ Atenção plena/mindfulness ❖ Yoga ❖ Exercícios de respiração ❖ Acupuntura ❖ Ventosaterapia ❖ Auriculoterapia ❖ Psicoterapia ❖ PICs = Práticas integrativas complementares PLANO TERAPÊUTICO ❖ Planejamento para próximas consultas ❖ Exemplos: • Avaliar desmame de... ✓ Avaliar mudanças para tal medicamento se não houver melhora da insônia RESUMO Identificação Queixa principal HMA Antecedentes psiquiátricos Antecedentes médicos Antecedentes familiares História psicossocial Exame psíquico (não é anamnese)Suspeita diagnóstica Conduta Plano terapêutico EXAME PSÍQUICO APARÊNCIA ❖ Idade parente superior a referida ✓ Será eu X é tabagista? Etilista? ❖ Ausência de todas as unidades dentárias ✓ Sugere retardo, nunca cuidou, escovou os dentes. ❖ CID R46.1 – Aparência pessoal bizarra ❖ Paciente aparenta ter sido submetido a muitos procedimentos estéticos ✓ Paciente pode ter um transtorno dimórfico corporal, ele se vê de outra forma ❖ FALA-SE DE BEM CUIDADA OU MAL-CUIDADA, para não correr o risco de se está julgando o paciente. NÍVEL DE CONSCIÊNCIA ❖ Alerta ✓ Evitar o termo vigil, remete a vigilância, o ramo da atenção ❖ Sonolento PRISCILA HIPÓLITO SILVA REIS | PÁGINA 4 PSICOMOTRICIDADE ❖ Acelerada ❖ Diminuída OBS: pessoas deprimidas podem esta lentificadas, abrem a porta devagar, sentam- se devagar ATITUDE ❖ Colaborativo ❖ Ansioso ❖ Abordável VIGILÂNCIA (RAMO DA ATENÇÃO) ❖ ATENÇÃO DO AMBIENTE ❖ Normovigil (atenção ao ambiente preservada) ❖ Hipervigil (pessoa muito tensa) ✓ Pessoa o tempo todo olha para o lado o tempo todo com medo de alguma coisa ✓ Sugere quadros ansiosos ou psicóticos. ❖ Hipovigil TENACIDADE (RAMO DA ATENÇÃO) ❖ ATENÇÃO A CONVERSA, AO FOCO ❖ Normotenaz ❖ Hipotenaz ✓ Sugestivo de quadros ansiosos, déficit de atenção, quadros depressivos ORIENTAÇÃO ❖ Autopsiquíca ✓ o paciente consegue falar sobre a vida dele, quem ele é, onde mora, quantos animais tem etc. ❖ Alopsíquica ✓ Orientação do tempo e do espaço ✓ O paciente consegue dizer em que dia esta, em que horas e data. ❖ DESCREVE-SE: Paciente orientado auto e alopsiquicamente. ❖ OBS: BEG e LOT não contempla a psiquiatria porque o L é sugestivo de lucidez, entretanto, o que é lucidez? É atenção? Memória? Nível de consciência? Portanto não se usa, uma vez que na psiquiatria essa parte é muito mais detalhada. ❖ QUANDO O PACIENTE ESTÁ DESORIENTADO PRECISAMOS FALAR QUÃO DESORIENTAOD ELE ESTÁ. LINGUAGEM ❖ Adequada ❖ Pornofonia (xingamentos) ❖ O paciente também pode apresentar neologismos (pode estar inventando palavras) PENSAMENTO ❖ Curso lentificado ✓ Ocorre latência de reposta. Quando o paciente demora mais de 20s para dizer quantos anos tem, por exemplo. ❖ Curso acelerado ❖ Conteúdo delirante ✓ O conteúdo é delirante ou não? É um delírio bizarro, como por exemplo, vampiro? ❖ Conteúdo sem alteração ❖ Forma organizado ❖ Forma desorganizado HUMOR ❖ COMO ESTOU ME SENTINDO . ❖ Eutímico (bem) ❖ Deprimido ❖ Eufórico AFETO ❖ COMO EXPRESSO MEU HUMOR ; ❖ Sintônico (normal) ❖ Distanciado ✓ A pessoa se importa menos que o esperado para o normal ❖ Embotado (0 afeto) ✓ Ocorre exemplo no serial killer que mata e não tem remorso SENSOPERCEPÇÃO ❖ É a função psíquica que interage nossa mente com o mundo ❖ Sem alteração ❖ Alucinação ✓ Ouvindo vozes, vendo espíritos ✓ Soliloquia: falando sozinho. Expressa comportamento alucinatório ✓ Paciente hipervigil, pode estar vendo ou ouvindo alguma coisa, sugere que o paciente tem comportamento alucinatório no momento do exame. INTELIGÊNCIA PRISCILA HIPÓLITO SILVA REIS | PÁGINA 5 ❖ Capacidade de adaptação do paciente, se ele consegue entender o que está sendo dito ❖ Normal ❖ Abaixo do esperado ❖ Ex: paciente com retardo não sabe diferenciar um passarinho de um avião. ❖ Pode ser perguntado 100 – 7, 93 – 7 e assim sucessivamente por 5 X. MEMÓRIA ❖ Imediata (3 min) ❖ Recente (ontem) ❖ De evocação (ontem até a infância) VONTADE ❖ Mostra o desejo do paciente, se ele quer fazer as coisas ❖ Normobúlico (quer fazer as coisas) ❖ Hipobúlico (não quer fazer as coisas) PROSPECÇÃO ❖ Planos para o futuro ❖ presente/não, exequível/não ❖ Ex: O paciente fala que tem planos de ir morar em marte. Ele tem um plano? Sim. É exequível? Por hora não. AUTOPATOGNOSE ❖ É um insight: Se o paciente percebe ou não que está adoecido ❖ Presente ❖ Ausente ❖ Parcial ❖ Ex: Um paciente fala que está bem, mas na verdade esta pelado no meio do hospital. Ele está com uma Autopatognose parcial, ele sabe que ele é portado do transtorno, mas não se reconhece naquele momento com adoecido. EXAME PSÍQUICO NORMAL ❖ Paciente com aparência bem cuidada, calmo, colaborativo. Sem alteração de psicomotricidade ou sensopercepção. Alerta, normovigil e normotenaz, orientado auto e alopsiquicamente, linguagem adequada, pensamento lógico, sem alterações de conteúdo ou curso. Eutímico, afeto sintônico. Memória e inteligência sem alteração. Normobúlico, prospecção presente e exequível. Autopatognose presente. ❖ APARÊNCIA + NÍVEL DE CONSCIÊNCIA + PSICOMOTRICIDADE + ATITUDE + VIGILÂNCIA + TENACIDADE + ORIENTAÇÃO + LINGUAGEM + PENSAMENTO + HUMOR + AFETO + SENSOPERCEPÇÃO + INTELIGÊNCIA + MEMÓRIA + VONTADE + PROSPECÇÃO + AUTOPATOGNOSE .
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