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Prévia do material em texto

EA
D
Organização do 
Conhecimento
4
1. OBJETIVOS
•	 Conhecer	e	refletir	sobre	a	codificação	e	a	organização	do	
conhecimento.
•	 Compreender	a	 importância	da	utilização	das	normas	e	
padrões	na	organização	e	recuperação	do	conhecimento.
2. CONTEÚDOS
•	 Tipologia	e	codificação	do	conhecimento.
•	 Comunicação	formal	e	informal.
•	 Normas	para	a	organização	do	conhecimento.
•	 Tecnologia	e	publicação	–	hipermídia.
•	 Controle	bibliográfico.
•	 Proteção	do	conhecimento.
•	 Estudo	de	caso	I:	Revista	Ciência da Informação.
© Gestão do Conhecimento142
•	 Estudo	de	caso	II:	Proteção	do	conhecimento	tecnológico	
pela	GEOX.
3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE
Antes	de	 iniciar	o	estudo	desta	unidade,	é	 importante	que	
você	leia	as	orientações	a	seguir:
1)	 Aproveite	as	discussões	da	unidade	para	gerar	 insights	
sobre	sua	futura	atuação	profissional	(tente	responder:	
Quais	oportunidades	de	atuação	a	Gestão	do	Conheci-
mento	pode	proporcionar	a	você?),	uma	forma	interes-
sante	para	analisar	e	consolidar	os	conceitos	que	serão	
apresentados.	 Como	 uma	 dica	 essencial	 para	 comple-
mentar	sua	formação,	procure	ir	além	dos	conhecimen-
tos	disponibilizados	neste	material,	explore	sua	curiosi-
dade	na	busca	por	novas	informações.
2)	 Para	conhecer	a	Plataforma	Lattes,	acesse	ao	link	dispo-
nível	em:	<http://lattes.cnpq.br/index.htm>.	Acesso	em:	
31	maio	2011.
3)	 A	revista	Ciência da Informação	é	uma	publicação	qua-
drimestral	 de	 trabalhos	 inéditos	 relacionados	 com	 a	
Ciência	 da	 Informação	 ou	 que	 apresentem	 resultados	
de	 estudos	 e	 pesquisas	 sobre	 as	 atividades	 do	 setor	
de	 informação	em	Ciência	e	Tecnologia.	Para	conhecer	
melhor	 esse	processo,	 acesse	 ao	 site	 da	 revista	dispo-
nível	 em:	 <http://revista.ibict.br/ciinf/index.php/ciinf>.	
Acesso	em:	31	maio	2011.	Você	pode,	também,	entrar	
em	contato	diretamente	com	a	organização	responsável	
pela	sua	distribuição.
4)	 Para	 saber	mais	 sobre	 thesaurus	 específicos,	 consulte,	
por	 exemplo,	 o	 Tesauro	 da	 Ciência	 da	 Informação	 dis-
ponível	 em:	 <http://www.inf.pucminas.br/ci/tci/index.
php?option=com_frontpage&Itemid=1>.	Acesso	em:	31	
maio	2011.
5)	 Cadastre-se	no	site	do	Comut	(Comutação	Bibliográfica)	
para	conhecer	seus	serviços	gratuitos,	como	periódicos,	
teses,	anais	de	congressos,	trechos	de	documentos,	dis-
143
Claretiano - Centro Universitário
© U4 – Organização do Conhecimento
ponível	 em:	 <http://comut.ibict.br/comut/help/ajuda.
jsp?link=ajuda.html%23_Toc59336939>.	Acesso	em:	31	
maio	2011.	
6)	 Visite,	também,	o	Catálogo	Coletivo	Nacional	de	Publica-
ções	Seriadas	(CCN),	por	meio	do	qual	você	terá	acesso	
a	várias	produções	científicas	–	disponível	em:	<http://
www.ibict.br/secao.php?cat=ccn>.	Acesso	em:	31	maio	
2011.
7)	 Para	saber	sobre	bases	de	dados,	navegue	pelas	abas	e	
consulte	os	vários	materiais	de	apoio	do	portal	de	aces-
so	livre	da	Coordenação	de	Aperfeiçoamento	de	Pessoal	
de	Nível	Superior	(Capes)	disponível	em:	<http://acesso-
livre.capes.gov.br/>.	Acesso	em:	31	maio	2011.
8)	 O	 FAPESP.INDICA	 tem	 como	objetivo	 disponibilizar	 um	
conjunto	de	 informações	 indispensáveis	à	produção	e/
ou	análise	de	 indicadores	de	ciência,	 tecnologia	e	 ino-
vação.	Disponível	em:	<http://www.indicadores.fapesp.
br/>.	Acesso	em:	31	maio	2011.
9)	 A	primeira	base	de	dados	de	patentes	disponível	na	inter-
net	foi	a	brasileira	Braspat,	disponível	no	site	do	Instituto	
Nacional	da	Propriedade	Industrial	(INPI)	<http://www.
inpi.gov.br>.	Acesso	em:	5	set.	2011.	Para	acessar	paten-
tes	na	 íntegra,	 consulte	os	sites:	<http://ep.espacenet.
com>	(Escritório	Europeu	de	Patentes)	e	<http://www.
uspto.gov>	(Escritório	de	Patentes	dos	Estados	Unidos).	
Acesso	 em:	 31	maio	 2011.	 Caso	 a	 patente	 não	 esteja	
disponível	nos	sites	mencionados,	é	possível	entrar	em	
contato	com	o	INPI,	que	tem	um	acervo	de	patentes	do	
mundo	todo.
10)	O	serviço	de	informação	Dialog	tem	excelentes	bases	de	
dados	 de	 patentes	 na	 íntegra,	 disponível	 em:	 <http://
www.dialogweb.com.	Acesso	em:	31	maio	2011.
11)	A	 Derwent	 Innovation	 Index	 está	 disponível	 gratuita-
mente	para	usuários	de	universidades	públicas	brasilei-
ras	pelo	site:	<http://dii.derwent.com>.	Acesso	em:	30	
maio	2011.
© Gestão do Conhecimento144
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Agora	que	você	já	detém	os	conhecimentos	básicos	sobre	a	
Gestão	do	Conhecimento,	 vamos	apresentar	o	 ciclo	do	 conheci-
mento.	Em	outras	palavras,	 iremos	investigar	o	percurso	que	ele	
realiza:	da	sua	produção	até	o	seu	consumo.
Após	a	apresentação	desse	ciclo,	você	poderá	traçar	estra-
tégias	para	a	recuperação	do	conhecimento	demandado	para	sua	
graduação	e	para	sua	atuação	profissional.
5. TIPOLOGIA E CODIFICAÇÃO DO CONHECIMENTO
Como	estudamos	nas	unidades	anteriores,	as	modalidades	
do	 conhecimento	 compreendem	 desde	 aquele	 conhecimento	
complexo	e	acumulado	individualmente	pelas	pessoas	(tácito)	–	e,	
portanto,	 parcial	 ou	 amplamente	 inexprimível	 –	 até	 os	 conheci-
mentos	mais	claros	e	estruturados	(explícitos).
Nesse	sentido,	o	objetivo	da	codificação	é	apresentar	o	co-
nhecimento	 em	 uma	 forma	 (ou	 formato)	 que	 o	 torne	 acessível	
àqueles	que	precisam	dele.
A	codificação	transforma,	literalmente,	o	conhecimento	em	
códigos,	a	fim	de	que	fique	inteligível	e	o	mais	claro,	portátil	e	or-
ganizado	possível,	facilitando	o	acesso	ao	conhecimento	desejado.
Codificando o conhecimento tácito
O	conhecimento	tácito	é	desenvolvido	pelo	conhecedor	no	
decorrer	de	um	longo	período	de	tempo.	
Segundo	Nonaka	 e	 Takeuchi	 (1997,	 p.	 7),	 o	 conhecimento	
tácito	"incorpora	tanto	aprendizado	acumulado	e	enraizado,	que	
pode	 ser	 impossível	 separar	 as	 regras	 desse	 conhecimento	 do	
modo	de	agir	do	indivíduo".
145
Claretiano - Centro Universitário
© U4 – Organização do Conhecimento
Esse	tipo	de	conhecimento	pode	ser	descrito,	por	exemplo,	
na	situação	que	apresentamos	na	Unidade	1,	em	que	a	habilidade	
de	Pelé	dificilmente	pode	ser	descrita	em	palavras	e,	menos	ainda,	
exteriorizada,	de	 forma	que	permita	que	outros	 joguem	 futebol	
como	ele.	Você	já	imaginou	se	ele	pudesse	formular	um	conjunto	
de	regras	para	decidir	onde	chutar	a	bola	no	momento	de	fazer	um	
gol	ou	o	momento	de	aplicar	determinado	drible?
Como	 você	 pode	perceber,	 simplesmente,	 alguns	 conheci-
mentos	não	podem	ser	representados	efetivamente	fora	da	mente	
humana,	uma	vez	que	não	 seria	possível	 –	no	 caso	do	exemplo	
anterior,	apreender	o	conhecimento,	o	preparo,	a	especialização,	
o	entendimento,	a	paixão	e	a	vibração	do	Pelé	como	jogador	de	
futebol.	
Agora,	 convidamos	 você	 a	 fazer	 um	 exercício.	 Tente	 des-
crever	como	você	dirige	seu	carro.	Como	sabe	qual	é	o	momento	
de	mudar	a	marcha?	Como	sobre	uma	rampa	sem	deixar	o	carro	
"morrer"?	Com	esse	exercício,	você	pode	perceber	a	dificuldade	
para	codificar	o	conhecimento	tácito.
Colocando	pessoas	que	têm	um	problema	diante	daquelas	
que	podem	resolvê-lo
O	processo	de	codificação	de	determinado	conhecimento	tá-
cito	nas	organizações	é	geralmente	limitado	a	localizar	alguém	que	
possua	esse	conhecimento,	a	encaminhar	o	interessado	para	essa	
pessoa	e	a	incentivar	a	interação	de	ambos.	
O	acesso	 a	pessoas	possuidoras	de	 conhecimento	 tácito	 é	
uma	medida	mais	eficiente	do	que	apreender	e	codificar	aquele	
conhecimento	por	meio	eletrônico	ou	impresso.	O	sistema	tradi-
cional	de	treinamento	de	aprendizes,	tão	bem-sucedido	na	trans-
ferência	 de	 habilidades	 na	 área	 industrial,	 corrobora	 com	 essas	
verdades	(DAVENPORT;	PRUSAK,	1998).
Apesar	 da	 dificuldade	 existente	 para	 codificar	 o	 conheci-
mento	tácito,	seu	valor	substancial	compensa	o	esforço.	É	possível	
© Gestão do Conhecimento146
identificar	nas	organizações	diversas	iniciativas	nesse	sentido.	Por	
exemplo,	o	mapeamento	de	"quem	sabe	o	quê"	na	organização	–	o	
resultado	dessa	iniciativa	acaba	sendo	um	inventário	da	essência	
do	conhecimento	na	organização,	porém,	a	iniciativa	nada	contri-
bui	para	garantir	a	disponibilidadedaquele	conhecimento	em	re-
gime	contínuo	para	a	organização.
Outra	iniciativa	são	os	esforços	da	Gestão	do	Conhecimen-
to	em	disseminar	ao	máximo	o	conhecimento	por	intermédio	dos	
processos	de	aprendizagem	e,	dessa	forma,	os	conhecimentos	tá-
citos	não	se	concentram	somente	em	uma	única	pessoa.
Para	isso,	os	recursos hipermídia	ampliam	a	captura	de,	pelo	
menos,	uma	fração	significativa	do	conhecimento	de	um	determi-
nado	especialista,	pois	a	tecnologia	hipermídia	permite	a	utilização	
de	várias	mídias,	como	áudio,	imagem,	vídeo,	textos,	entre	outras,	
de	forma	conjunta	e	sincronizada,	aliada	à	aplicação	de	hiperlinks.	
Como	você	pode	notar,	essa	tecnologia	está	muito	próxima	a	você	
na	internet,	por	meio	da	Web	2.0.
Ressaltamos	que	uma	potencial	solução	para	tornar	dispo-
nível	o	conhecimento	na	organização	é	a	construção	de	mapas de 
conhecimento,	 os	 quais	 indicam	 o	 conhecimento,	 porém	 não	 o	
contém.	Trata-se,	pois,	de	um	guia,	e	não	de	um	repositório.
O	desenvolvimento	de	um	mapa	do	conhecimento	envolve	
localizar	os	conhecimentos	importantes	para	a	organização	e,	de-
pois,	publicar	algum	tipo	de	lista	que	mostre	onde	localizá-los	–	ti-
picamente,	aponta	para	pessoas	e	documentos.	Sua	principal	fina-
lidade	é	mostrar	para	as	pessoas	da	organização	aonde	ir	quando	
necessitarem	do	conhecimento.
Além	disso,	pode	ser	utilizado	como	ferramenta	de	diagnós-
tico	para	avaliar	o	estoque	de	conhecimento	corporativo,	revelan-
do	os	pontos	fortes	a	serem	explorados	e	as	lacunas	a	serem	pre-
enchidas.
147
Claretiano - Centro Universitário
© U4 – Organização do Conhecimento
Existem	 várias	 soluções	 em	 Tecnologia	 da	 Informação	 (TI)	
para	inventariar	conhecimentos.	Por	exemplo,	ao	longo	de	nossa	
carreira,	podemos	ter	contato	com	algumas	dessas	soluções	muito	
interessantes:	Aris	IDS	Share,	SAP,	Ancorarh,	entre	outras.
Apesar	desses	recursos	úteis,	a	tecnologia	por	si	só	não	pode	
garantir	que	o	mapa	do	conhecimento	seja	efetivamente	usado	na	
organização.	Logo,	clareza	de	propósito,	relevância,	disponibilida-
de	e	facilidade	de	uso	são	fatores	essenciais	de	um	bom	mapa	do	
conhecimento.
Se	o	conhecimento	for	genuinamente	importante	dentro	da	orga-
nização	e	aqueles	que	o	possuem	forem	reconhecidos	e	recompen-
sados,	o	mapa	do	conhecimento	será	tanto	um	retrato	de	sucesso	
e	de	status	como	um	localizador	do	conhecimento.	(SOUZA,	2008,	
p.	4-5)
Codificando o conhecimento explícito
Conhecimento	explícito	é	aquele	que	pode	ser	armazenado.	
É	aquele	formal,	regrado,	claro,	fácil	de	ser	comunicado.
Em	 relação	 ao	 conhecimento	 explícito,	 podemos	 citar,	 por	
exemplo,	as	patentes,	que	são	uma	forma	do	conhecimento	já	co-
dificado,	ou	seja:
[...]	uma	representação	em	texto	de	um	processo	ou	produto	de-
senvolvido	através	do	conhecimento	especializado	de	cientistas	e/
ou	inventores	[...]	representa	o	conhecimento	que	é	protegido	atra-
vés	da	sua	descrição	pública	e	da	vinculação	com	seu	proprietário.	
Da	mesma	forma	relatórios	e	outros	documentos	estruturados	são	
exemplos	de	conhecimento	já	tornado	explícito.	
Mas	o	conhecimento	estruturado	e	explícito	de	patentes	e	relató-
rios	não	se	 torna	utilizável	 simplesmente	em	decorrência	de	sua	
codificação.	Ele	precisa	ser	avaliado	e	tornado	acessível	a	pessoas	
que	possam	fazer	algo	com	ele	e	beneficiar	a	organização.	(DAVEN-
PORT;	PRUSAK,	1998,	s.p.)
A	codificação	do	conhecimento	é	um	desafio.	Podemos	di-
zer	que	é	um	processo	de	 redução	e	conversão	que	 implica	 sua	
transformação	 em	 informação.	 Esse	 processo	 possibilita	 que	 a	
transmissão,	o	tratamento,	o	armazenamento	e	a	reprodução	do	
conhecimento	se	tornem	relativamente	simples.
© Gestão do Conhecimento148
Davenport	e	Prusak	(1998,	p.	101)	endossam	o	seguinte:
Codificar	 o	 conhecimento	 é	 fundamental	 para	 incrementar	 seu	
valor	dentro	da	organização.	A	codificação	dá	permanência	para	o	
conhecimento	que,	de	outra	forma,	existiria	apenas	na	mente	das	
pessoas.	Ela	representa	ou	insere	conhecimentos	em	formatos	que	
podem	ser	compartilhados,	armazenados,	combinados	e	manipu-
lados	numa	variedade	de	maneiras.
Um	outro	exemplo	de	conhecimento	explícito	é	a	montagem	
de	um	cronograma,	em	que	é	necessário	definir	as	atividades,	suas	
sequências	e	suas	durações.	Em	geral,	quem	realiza	este	levanta-
mento	é	uma	pessoa	que	já	teve	experiências	nesta	área	técnica,	
ou	então	adquire	estes	conhecimentos	em	livros	específicos	que	
informam	as	durações	e	sequências	das	atividades,	por	exemplo,	
a	quantidade	de	homens/hora	para	a	construção	de	uma	parede.	
(CARNEVAL;	NASCIMENTO;	PEREIRA,	2005).
6. COMUNICAÇÃO FORMAL E INFORMAL
Para	compreendermos	a	importância	da	codificação	e	da	or-
ganização	do	conhecimento,	que	buscam	garantir	a	 recuperação	
rápida	e	fácil	do	conhecimento	desejado,	por	meio	de	sistemas	de	
classificação	e	armazenagem	efetivos,	faz-se	necessário	entender	
como	o	conhecimento	é	"comunicado".
A	comunicação do	conhecimento	humano	(de	todo	conhe-
cimento)	processa-se	por	meio	de	dois	tipos	de	canais	básicos:	os	
formais e	os informais.
Os	 primeiros	 são	 representados	 pelas	 publicações	 primárias,	 se-
cundárias,	terciárias	e	pelos	centros/serviços	de	informação/docu-
mentação	e	bibliotecas.	Os	segundos	são	representados	por	dife-
rentes	modalidades	de	intercâmbio	interpessoal,	como	conversas,	
correspondência,	telefonemas	e	reuniões	de	caráter	restrito.	(GAR-
CIA,	1980,	p.	42)
Observe,	na	Figura	1,	o	ciclo	do	conhecimento.
149
Claretiano - Centro Universitário
© U4 – Organização do Conhecimento
Monografia
Figura	1	Ciclo do conhecimento.
Nesse	contexto,	devemos	salientar	que	a	busca	do	conheci-
mento	se	 inicia	com	uma	determinada	necessidade	–	aqui,	você	
poderia	pensar,	por	exemplo,	em	uma	pesquisa	sobre	o	conceito	
de	qualidade	aplicado	a	sistemas	de	informação	com	base	em	TI.	
Em	outras	palavras,	iniciaremos	o	percurso	pelo	ciclo	da	informa-
ção	com	uma	questão	de	pesquisa.
No	início	do	ciclo	do	conhecimento,	há	duas	opções	para	a	
recuperação	do	conhecimento	que	atendem	à	questão	de	pesqui-
sa:	fontes	informais	ou	fontes	formais.
A	comunicação	informal	(contatos	interpessoais	entre	pares)	
é	muito	 importante	para	 todos	os	 indivíduos.	Pelos	canais	 infor-
mais,	por	exemplo,	cientistas	e	especialistas	podem	descobrir	ra-
pidamente	se	eles	e	seus	parceiros	estão	falando	sobre	o	mesmo	
problema	e	sobre	as	mesmas	variáveis	e	situações.
Você	pode	usar	esses	canais	de	comunicação	para	discutir	
uma	infinidade	de	assuntos,	uma	vez	que	não	há	um	limite	rígido	
para	as	interações.
© Gestão do Conhecimento150
Dessa	forma,	os	canais	informais	são	reconhecidamente	fo-
mentadores	da	 inovação,	pois	 sua	atuação	na	geração	de	novas	
ideias	é	muito	eficaz,	e	eles	favorecem	a	formação	de	redes	inter-
pessoais	para	troca	de	informações	entre	pares.
Podemos	identificar	dois	tipos	de	redes interpessoais	na	Fi-
gura	1:	colégio	invisível	e	gatekeepers	(porteiros).	Eles	podem	ser	
caracterizados	da	seguinte	forma:
•	 Colégio invisível:	constituído	por	indivíduos	com	interes-
se	 comum,	 trocando	 correspondência	 e	 notícias	 sobre	
novas	publicações,	pesquisas	e	citando-se	mutuamente.	
A	participação	do	 indivíduo	viabiliza	 sua	atualização	so-
bre	as	novidades	da	área.	Os	pesquisadores	mantêm-se	
a	par	dos	 trabalhos	de	 seus	parceiros	por	meio	da	par-
ticipação	de	eventos,	visitas,	e-mails,	telefonemas,	entre	
outras	formas,	com	frequente	troca	de	informações,	rea-
lizada	de	modo	informal,	sobre	pesquisa	que	ainda	serão	
publicadas.
•	 Gatekeepers	 (porteiros):	 constituído	por	 indivíduos	que	
controlam	o	 fluxo	de	 informações	vindas	de	 fora	da	or-
ganização,	pois	estão	em	contato	permanente	com	mui-
tas	pessoas,	tanto	externo	quanto	interno	à	organização,	
com	o	objetivo	de	disseminar	informações	e	conhecimen-
tos	entre	seus	pares.
Você	pode	contar	com	um	importante	mecanismo	de	iden-
tificação	de	pesquisadores	e	instituições,	denominado	Plataforma 
Lattes,	que:
[...]	representa	a	experiência	do	CNPq	na	integração	de	bases	de	
dadosde	currículos	e	de	instituições	da	área	de	ciência	e	tecnologia	
em	um	único	Sistema	de	 Informações,	 cuja	 importância	atual	 se	
estende	não	só	às	atividades	operacionais	de	 fomento	do	CNPq,	
como	também	às	ações	de	fomento	de	outras	agências	federais	e	
estaduais	(LATTES,	2011).	
As	informações	constantes	na	Plataforma	Lattes	podem	ser	
utilizadas	tanto	no	apoio	a	atividades	de	gestão	quanto	no	apoio	à	
formulação	de	políticas	para	a	área	de	Ciência	e	Tecnologia.
151
Claretiano - Centro Universitário
© U4 – Organização do Conhecimento
É	nessa	plataforma	que	encontramos	o	Currículo	 Lattes,	 o	
qual	registra	a	vida	pregressa	e	atual	dos	pesquisadores,	sendo	um	
elemento	indispensável	à	análise	de	mérito	e	competências	deles.
Além	disso,	o	Currículo	Lattes	pode	servir	como	uma	impor-
tante	fonte	de	conhecimento,	uma	vez	que	permite	a	você	identi-
ficar	potenciais	parceiros	em	seu	tema	de	pesquisa.
Por	exemplo,	ao	pesquisar	um	determinado	assunto	em	uma	
base	de	dados,	dificilmente	você	recupera	menos	de	dez	resulta-
dos.	Assim,	caso	esses	 resultados	 sejam	artigos	e,	 consequente-
mente,	precisem	ser	analisados	em	um	curto	espaço	de	 tempo,	
a	 leitura	de	 todo	esse	material	 seria	 inviável.	Dessa	 forma,	para	
tornar	essa	tarefa	menos	árdua,	você	poderá	utilizar	as	 informa-
ções	 do	 Currículo	 Lattes	 para	 identificar	 os	 pesquisadores	mais	
relevantes	para	seu	tema	de	pesquisa.	Em	outras	palavras,	sua	lei-
tura	obrigatória.
Convidamos	você	a	 realizar	uma	busca	no	Currículo	 Lattes	
com	a	seguinte	expressão:	"Qualidade	de	sistemas	de	informação".	
Ou,	então,	você	pode	procurar,	nessa	plataforma,	pelo	currículo	de	
um	de	seus	professores	e	tutores.	O	resultado	dessa	busca	será	o	
acesso	a	uma	descrição	sobre	a	atuação	de	pessoas	envolvidas	em	
Ciência	e	Tecnologia.	Logo,	a	Plataforma	Lattes	funciona	como	um	
mapa	do	conhecimento	dos	pesquisadores	brasileiros.
7. NORMAS PARA A ORGANIZAÇÃO DO CONHECI-
MENTO
Pesquisadores	e	especialistas	 (geradores	do	 conhecimento	
científico	 e	 tecnológico)	 e	 usuários	 do	 conhecimento	 precisam	
de	 mecanismos	 padronizados	 para	 tornar	 a	 comunicação	 do	
conhecimento	humano	o	mais	difundida	possível.
O	conhecimento,	do	mesmo	modo,	necessita	de	estruturação	
na	 sua	 codificação,	 ou	 melhor	 dizendo,	 o	 processo	 formal	 de	
comunicação	compreende	a	utilização	de	normas	para	facilitar	seu	
© Gestão do Conhecimento152
intercâmbio	e	maximizar	sua	qualidade.	A	Associação	Brasileira	de	
Normas	Técnicas	(ABNT)	é	o	órgão	responsável	pela	normalização	
técnica	no	país,	fornecendo	a	base	necessária	ao	desenvolvimento	
tecnológico	brasileiro.	Prepara	e	publica	as	normas	utilizadas	para	
a	 elaboração	 de	 um	 documento	 (trabalho	 acadêmico,	 relatório	
técnico,	 entre	 outros),	 visando	 assegurar	 um	 padrão	 nacional	
que	auxilia	na	compreensão	do	conteúdo	do	 texto	e	 facilita	 sua	
circulação	e	disseminação	pela	sociedade.	
A	aplicação	dessas	normas	ocorre	no	momento	da	formalização	
do	conhecimento,	conforme	é	visualizado	na	Figura	2.
Monografia
Figura	2	Formalização do conhecimento e aplicação das normas de documentação.
Por	 meio	 dessa	 figura,	 conseguimos	 entender	 que	
normalizar	 um	 documento	 significa	 dar-lhe	 todas	 as	 condições	
de	ser	recuperado	por	outras	pessoas	que	se	interessem	por	seu	
conteúdo	(conhecimento)	temático.
Periodicamente,	a	ABNT	promove	revisões	nas	normas,	portanto,	
antes	de	concluir	qualquer	trabalho,	torna-se	importante	verificar	
se	 as	 mesmas	 sofreram	 algum	 tipo	 de	 alteração.	 Para	 tanto,	
153
Claretiano - Centro Universitário
© U4 – Organização do Conhecimento
consulte	 a	 própria	 ABNT	 ou	 o	 bibliotecário	 da	 sua	 instituição;	 ele	
saberá	informar	se	houve	qualquer	modificação	(GOMES,	2010,	p.	13).
O	Comitê	Brasileiro	(ABNT/CB-14)	–	Informação	e	Documen-
tação,	assim	denominado	desde	o	 início	de	2003	por	ocasião	do	
desmembramento	do	antigo	CB-14,	se	intitulava	Comitê	Brasileiro	
de	 Finanças,	 Bancos,	 Seguros,	 Comércio,	 Administração	 e	Docu-
mentação.
Na	atualidade,	 o	CB-14	está	organizado	em	quatro	Comis-
sões	de	Estudo:	CE	14:000.01	–	Documentação;	CE	4:000.02	–	Es-
tatística	e	Avaliação	de	Desempenho;	CE	14:000.03	–	Identificação	
e	Descrição;	CE	14:000.04	–	Gestão	de	Documentos	Arquivísticos.	
Portanto,	o	comitê	que	cuida	das	normas	de	informação	e	docu-
mentação	é	o	ABNT/CB-14	−	âmbito	de	atuação/normalização	no	
campo	 de	 finanças,	 bancos,	 seguros,	 comércio,	 administração	 e	
documentação,	 compreendendo	 práticas	 adotadas	 em	 bibliote-
cas,	centros	de	documentação	e	de	informações,	no	que	concerne	
a	terminologia,	requisitos,	serviços	e	generalidades.
Agora,	conheça	algumas	normas para documentação:
1)	 NBR-6023:	 informação	 e	 documentação;	 referências;	
elaboração.
2)	 NBR-10520:	 informação	 e	 documentação;	 citação	 em	
documentos;	apresentação.
3)	 NBR-6027:	informação	e	documentação;	sumário;	apre-
sentação.
4)	 NBR-10719:	informação	e	documentação;	relatório	téc-
nico	científico;	apresentação.
5)	 NBR-6028:	informação	e	documentação;	resumo;	proce-
dimentos.
Como	você	pode	perceber,	 todo	trabalho	científico	precisa	
estar	 documentado	 ou	 registrado	 em	um	 tipo	 de	 suporte,	 pois,	
além	de	obter	credibilidade	dessa	forma,	ele	completa	o	ciclo	pro-
dução-divulgação-absorção-novo	 conhecimento,	 conforme	 visto	
na	Figura	2,	anterior.
© Gestão do Conhecimento154
Não	é	necessário,	contudo,	decorar	as	normas	brasileiras	de	
documentação.	Elas	existem	para	ser	consultadas	e	você	poderá	
acessá-las	diretamente	pelo	site	da	ABNT	(mediante	pagamento)	
ou	consultá-las	na	biblioteca	de	sua	instituição.	Vale	lembrar,	po-
rém,	 que	 algumas	 bibliotecas	 não	 disponibilizam	 a	 norma	 com-
pleta,	nesses	casos	elas	disponibilizam	diversos	guias	práticos	que	
você	poderá	fazer	uso	com	grande	facilidade	para	normatizar	suas	
produções.
8. TECNOLOGIA E PUBLICAÇÃO – HIPERMÍDIA
Há	algumas	décadas,	o	conhecimento	só	era	disponível	no	
formato	de	papel;	em	seguida,	passou	a	ser	híbrido,	apresentan-
do-se	tanto	em	papel	quanto	na	forma	digital.	Atualmente,	o	co-
nhecimento	pode	ser	encontrado	em	formato	digital	e	em	hiper-
mídia,	ou	seja,	com	a	utilização	simultânea	de	diversas	mídias	por	
meio	de	hiperlinks.
A	 evolução	das	mídias	 eletrônicas	 (publicação	digital)	 pro-
vocou	várias	alterações	na	comunicação	do	conhecimento,	desde	
a	redação	até	a	publicação,	interferindo	também	na	relação	entre	
autor	e	usuários:
1)	 Editoração	eletrônica	para	gerar	versão	impressa.
2)	 Distribuição	 do	 texto	 na	 forma	 eletrônica	 equivalente	
com	a	versão	impressa.
3)	 Distribuição	somente	na	forma	eletrônica.
4)	 Geração	de	novas	publicações	que	exploram	a	capacida-
de	da	hipermídia.
Contudo,	 o	 último	 estágio	 ainda	 não	 se	 realizou	
completamente,	 o	 momento	 atual	 é	 o	 da	 coexistência:	 forma	
impressa	(em	papel)	e	forma	eletrônica	(digital).	A	Figura	3,	a	seguir,	
representa	a	presença	da	hipermídia	no	ciclo	do	conhecimento.
155
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Monografia
Figura	3	Influência da hipermídia no ciclo do conhecimento.
Considerando	a	Figura	3	exposta,	citamos	alguns	benefícios	
da	publicação	eletrônica	(digital):
1)	 Custo	de	produção	e	distribuição.
2)	 Acesso.
3)	 Rapidez.
4)	 Estocagem	da	informação.
As	publicações	impressas,	embora	consagradas,	exigem	um	
processo	convencionalmente	demorado	e	incômodo	para	grande	
parte	de	escritores	(MOUTINHO,	2002,	p.	81).	Pode	demorar	até	
três	anos	a	disponibilização	de	uma	publicação	para	o	público,	por	
causa	da	defasagem	provocada	pelo	processo	da	publicação	 im-
pressa,	que	envolve	a:
1)	 Avaliação	pelo	corpo	editorial	(que	pode	demorar	um	ano).
2)	 Submissão	do	trabalho.
3)	 Avaliação	pelo	corpo	editorial.
4)	 Impressão	do	exemplar.
© Gestão do Conhecimento156
Essas	 observações	 feitas	 sobre	 o	 processo	 de	 publicação,	
desde	a	produção	da	obra	até	a	exibição	ou	publicação	propria-
mente	dita,	nos	faz	avaliar	arelação	entre autor e	usuário do	co-
nhecimento.
A	esse	respeito,	uma	primeira	e	notória	observação	a	ser	re-
alizada	é	quanto	ao	aumento do número de documentos disponi-
bilizados na web,	facilmente	acessíveis	por	usuários.	Além	disso,	o	
usuário	também	pode	ter	uma	relação	mais	estreita	com	o	autor,	
que	pode	ser	contatado	por	e-mail.
Desse	modo,	o	uso	da	tecnologia	possibilitou,	além	de	um	
aumento	 exponencial	 de	publicações	 eletrônicas	 em	 texto	 com-
pleto,	outras	formas	de	interação	entre	autor	e	leitor.
O	texto	eletrônico,	disponível	no	ambiente	web	por	intermé-
dio	das	mais	 variadas	plataformas	 interativas,	pode	 ser	editado,	
revisado,	publicado	e	atualizado	em	um	mesmo	suporte,	caracte-
rizando-se	como	de	estrutura	aberta.	Esse	tipo	de	texto	pode	man-
ter-se	disponível	a	estabelecer	relações	e	enlaces	com	outros	tex-
tos	(que	podem	ser	palavras,	imagens,	gráficos	etc.),	constituindo	
o	hipertexto,	que	é	um	tipo	de	texto	repleto	de	"nós"	(hiperlinks).	
Ao	incorporar	vídeos,	imagens	ou	áudio	ao	hipertexto,	damos	ori-
gem	à	hipermídia,	que	proporciona	aos	leitores	a	experiência	da	
leitura não linear e interativa.
Os	 progressos	 no	 pensamento	 científico	 e	 tecnológico	 fa-
zem-se	de	forma	cada	vez	mais	rápida.	Trata-se	do	"calcanhar	de	
Aquiles"	da	publicação	impressa	(MOUTINHO,	2002,	p.	81).	Dessa	
forma,	 as	 ferramentas	 de	 TI	 ajudam	a	 superar	 os	 obstáculos	 da	
publicação.
O usuário ajuda o autor a escrever o texto
Para	Moutinho,	Cunha	Filho	e	Lima	(2002,	p.	82-83):
157
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Em	certos	tipos	de	obras,	esta	característica	do	texto	eletrônico	faz-
-se	notar	pela	participação	contínua	dos	usuários,	que	interferem	
na	definição	do	texto	não	somente	pela	decisão	de	que	"nós"	aces-
sar,	mas	na	construção	de	uma	espécie	de	"texto	cooperativo",	no	
qual	a	intervenção	dos	usuários	é	requerida	pelo	autor.
Como	exemplo	desses	textos,	podemos	citar	os	blogs,	con-
siderados	 como	 um	mecanismo	 de	 promoção	 da	 qualidade	 por	
meio	da	crítica	permanente.
Atualmente,	os	autores	precisam	pensar	duas	vezes	antes	de	
submeter	a	uma	determinada	revista	um	trabalho	vulnerável,	ain-
da	imaturo	e	pouco	fundamentado,	pois:
O	risco	agora	não	é	mais	o	de	não	ser	publicado,	mas	o	de	 ficar	
exposto	a	uma	crítica	fulminante.	Assim,	o	elemento	diferencial	da	
publicação	eletrônica	passa	a	ser	outro:	ele	não	está	simplesmente	
na	difusão	mais	rápida	dos	artigos	e	na	facilidade	de	busca	instantâ-
nea	(search)	em	toda	a	literatura	científica	e	tecnológica	disponível.	
(MOUTINHO;	CUNHA	FILHO;	LIMA,	2002,	p.	83)
A	essência	do	meio	eletrônico	reside	na	opinião	imediata,	na	
estrutura	bidirecional	e	na	consequente	possibilidade	de	diálogo,	
ou	seja,	na	potencialidade	de	comunicação.
A	revista	Ciência da Informação,	por	exemplo,	utiliza	o	Siste-
ma	Eletrônico	de	Editoração	de	Revistas	(SEER),	que	gerencia	todo	
o	processo	de	editoração.	O	Instituto	Brasileiro	de	Informação	em	
Ciência	e	Tecnologia	(IBCT)	disponibiliza	o	software	(código	aber-
to)	e	aplica	treinamento	visando	ao	desenvolvimento	de	compe-
tências	nas	instituições	interessadas.
9. CONTROLE BIBLIOGRÁFICO
Segundo	Campello	e	Magalhães	(1997,	[s.p.]),	o	controle	bi-
bliográfico	"pressupõe	um	domínio	completo	sobre	os	materiais	
que	registram	o	conhecimento,	objetivando	sua	identificação,	lo-
calização	e	obtenção.".
O	conhecimento	explícito	pode	ser	disponibilizado	em	uma	
diversidade	 de	 suportes,	 como	 livros,	 periódicos,	 revistas,	 CDs,	
© Gestão do Conhecimento158
DVDs,	microfilmes,	partituras,	entre	outros,	ou	seja,	em	todo	ele-
mento	capaz	de	armazenar	informação.
Na	Figura	4,	apresentamos	algumas	ferramentas	aplicadas	à	
organização	do	conhecimento	por	meio	do	controle	bibliográfico.
Monografia
Figura	4	Ferramentas aplicadas à organização do conhecimento.
São	 utilizadas	 várias	 ferramentas	 para	 realizar	 o	 controle	
bibliográfico:
•	 Para	a	descrição física da fonte do conhecimento,	é	uti-
lizado	um	conjunto	de	regras	denominado	AACR2	(Códi-
go	Anglo-Americano	de	Catalogação).	O	código	ajuda	nos	
procedimentos	 de	 descrição	 do	 livro,	 por	 exemplo,	 na	
identificação	dos	autores,	título,	editora,	número	de	pági-
nas,	se	o	livro	possui	ilustrações,	sua	tipologia	(dicionário	
ou	tese),	entre	outros.
•	 Para	a	classificação dos conteúdos	abordados	pelas	fon-
tes	de	conhecimento,	são	utilizadas	as	 linguagens	docu-
mentárias,	as	mais	utilizadas	são:	a	Classificação	Decimal	
de	Dewey	(CDD)	e	a	Classificação	Decimal	Universal	(CDU),	
pois	permitem	classificar	as	fontes	de	conhecimento	por	
áreas	do	conhecimento	humano.	Essas	áreas	são	dividi-
159
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© U4 – Organização do Conhecimento
das	em	dez	classes	e	cada	uma	delas	é	subdividida,	o	que	
possibilita	 a	 aplicação	 de	 um	 nível	 de	 especificidade	 à	
fonte,	do	mais	geral	ao	mais	específico.
•	 Pode	 parecer	 a	 você	 que	 estamos	 falando	 em	 "grego",	
mas	quando	for	a	uma	biblioteca	para	retirar	livros,	você	
se	orientará	por	essas	classificações,	pela	série	de	núme-
ros	 que	 fica	 na	 etiqueta	 presente	 na	 lombada	 do	 livro.	
Imagine:	se	elas	não	existissem,	como	seria	a	organização	
da	Biblioteca	do	Claretiano,	por	exemplo,	que	conta	com	
mais	de	50	mil	exemplares,	espalhados	por	todas	as	áreas	
do	conhecimento	humano?	
•	 Para	indexar os conteúdos	das	fontes	de	conhecimento,	
são	utilizados	os	vocabulários	controlados,	que	são	con-
juntos	de	palavras	padronizadas	que	dão	conta	de	deter-
minado	conteúdo.
•	 Por	exemplo,	quando	você	busca	por	"qualidade"	no	Goo-
gle,	você	encontra	essa	palavra	relacionada	com	"qualida-
de	 total",	 "gerenciamento	da	qualidade",	 "Total Quality 
Management (TQM)",	 "gestão	da	qualidade",	 entre	ou-
tras	expressões.	
•	 O	 uso	 do	 vocabulário	 controlado	 permite	 padronizar	 o	
uso	de	uma	determinada	palavra	para	representar	o	con-
teúdo	da	fonte.	Você	poderia	padronizar	a	utilização	da	
expressão	"gestão	da	qualidade"	para	todos	os	assuntos	
relacionados	com	qualidade.
•	 O	uso	de	thesaurus	(vocabulário	controlado	com	níveis	de	
relacionamento	entre	os	termos)	permitirá	a	você,	quan-
do	buscar	pelo	termo	"qualidade",	recuperar	todas	as	va-
riações	do	termo	presentes	no	thesaurus.
Não	fique	assustado	com	o	Controle	Bibliográfico,	pois	você	
faz	uso	dele	e,	muitas	vezes,	nem	percebe.
Outro	exemplo	é	o	catálogo	da	biblioteca,	que	é	o	resulta-
do	da	aplicação	no	acervo	da	biblioteca,	visto	que	ele	possibilita	
a	organização	e	a	recuperação	das	fontes	de	conhecimento	com	
grande	facilidade.
Esse	controle	é	também	realizado	pelas	bases	de	dados	que	
disponibilizam	dados	referenciais	ou	textos	completos	(que	será	o	
© Gestão do Conhecimento160
tema	da	próxima	unidade).	Os	vocabulários	controlados	são	repre-
sentados	pelos	índices	das	bases	de	dados	ou	dos	catálogos.	
Outro	exemplo	de	controle	bibliográfico	que	você	utiliza	é	o	
site	da	Biblioteca	do	Claretiano;	portanto,	acesse-o	e	explore	o	seu	
catálogo	on-line	–	nele,	você	encontrará	as	fontes	de	conhecimento	
classificadas	pelas	áreas	do	conhecimento	humano	e	indexadas	de	
acordo	com	o	vocabulário	controlado	da	Instituição,	possibilitando	
que	você	realize	buscas	por	termos	pré-selecionados	por	meio	da	
utilização	de	um	índice.
Para	 ilustrar	 melhor,	 utilizamos	 o	 índice	 do	 catálogo	 da	
Biblioteca	do	Claretiano	para	recuperar	as	fontes	de	conhecimento	
relacionadas	 à	 "Gestão	 do	 Conhecimento".	 Assim,	 observe,	 na	
Figura	5,	a	interface	gráfica	do	catálogo	da	Biblioteca	do	Claretiano	
com	os	resultados	da	expressão	buscada.
Figura	5	Adaptação da interface gráfica do catálogo da Biblioteca do Claretiano com os 
resultados da expressão de busca "Gestão do Conhecimento".
161
Claretiano - Centro Universitário
© U4 – Organização do Conhecimento
Já	que	estamos	falando	sobre	o	catálogo	da	biblioteca,	tente	
responder:	O	que	podemos	encontrar	em	uma	biblioteca?
Por	meio	de	um	catálogo,	podemos	identificar	quais	fontes 
de conhecimentocompõem	seu	acervo,	como	você	observará	na	
Figura	 6.	As	 fontes	poderão	 ser	 encontradas	 em	vários	 tipos	 de	
suporte,	conforme	visto	anteriormente.
Atualmente,	as	bibliotecas	universitárias	contam	com	repo-
sitórios	institucionais	para	disponibilizar,	em	formato	digital,	as	pu-
blicações	técnicas	e	científicas	da	sua	comunidade.	Nesse	sentido,	
podemos	citar	como	exemplo	a	Biblioteca	Comunitária	da	UFSCar,	
que	disponibiliza	em	texto	completo	os	trabalhos	de	conclusão	de	
cursos	 de	 pós-graduação	 de	mestrado	 e	 doutorado.	 A	 Universi-
dade	de	São	Paulo	(USP)	e	a	Universidade	Estadual	de	Campinas	
(Unicamp),	 entre	 outras	 universidades,	 também	 possuem	 essas	
iniciativas.
Além	das	fontes	de	informações,	uma	série	de	outros	servi-
ços	é	disponibilizada	pela	Biblioteca	do	Claretiano,	como	o	serviço	
de	comutação bibliográfica ou empréstimo entre bibliotecas.
É	 virtualmente	 impossível	 que	 uma	 biblioteca,	 por	 maior	
que	seja	e	possua	recursos	ao	seu	dispor,	consiga	acompanhar	o	
fluxo	crescente	das	publicações	ou	adquirir	todas	as	obras	que	são	
necessárias	para	abranger	todos	os	campos	do	conhecimento.
O	 controle	 bibliográfico,	 realizado	 por	meio	 dos	 catálogos	
on-line,	 tem	permitido	 uma	maior	 cobertura	 dos	 documentos	 e	
assegurado	um	acesso	mais	rápido	e	eficaz	às	referências	biblio-
gráficas.
Atualmente,	a	Tecnologia	da	Informação	permite	acesso	às	
bases	de	dados	nacionais	e	internacionais	e	constitui-se	em	impor-
tante	fator	para	a	produção	de	novas	ferramentas	bibliográficas.
Entretanto,	o	acesso	ao	documento	primário	não	se	encontra	
na	mesma	situação,	já	que	as	pressões	econômicas	têm	obrigado	
as	bibliotecas	a	reduzirem	suas	aquisições.	Foi	nesse	estágio	que	o	
© Gestão do Conhecimento162
compartilhamento	de	acervo,	por	intermédio	de	iniciativas	como	o	
empréstimo	entre	bibliotecas,	comutação	bibliográfica	e	aquisição	
cooperativa	de	coleções,	começaram	a	adquirir	maior	 importân-
cia.	A	experiência	tem	indicado	que	a	única	solução	plausível	é	a	
de	uma	determinada	biblioteca	apoiar-se	nos	recursos	de	outras.
Figura	6	Tipologias de fontes de conhecimento de página de busca do Claretiano disponíveis 
na biblioteca.
No	Brasil,	temos	uma	iniciativa	muito	bem-sucedida	de	co-
mutação	bibliográfica:	o	serviço	disponibilizado	pelo	Instituto	Bra-
sileiro	de	Informação	em	Ciência	e	Tecnologia	(Ibict),	denominado	
Comut	(Programa	de	Comutação	Bibliográfica),	que	é	um	sistema	
cooperativo	que	permite	a	 localização	e	a	recuperação	de	docu-
mentos	 não	 existentes	 no	 acervo	 das	 bibliotecas	 conveniadas	 e	
tem	como	objetivos:
[...]	facilitar	o	acesso	ao	documento	requerido	nas	tarefas	de	pes-
quisa,	ensino	e	gerenciamento	independentemente	de	sua	locali-
zação,	sob	a	égide	de	um	sistema	de	comutação	bibliográfica	des-
centralizado,	desburocratizar	o	processo	administrativo	e	contábil	
nas	transações	de	compra	e	venda	de	cópias	de	documentos,	con-
tribuir	para	o	aperfeiçoamento	do	ensino	e	da	pesquisa,	criando	
condições	para	a	transferência	e	uso	cooperativos	de	informações	
interdisciplinares	 armazenadas	 nas	 instituições	 depositárias	 dos	
acervos	bibliográficos.	(COMUT,	2011)
163
Claretiano - Centro Universitário
© U4 – Organização do Conhecimento
O	Comut	pode	ser	utilizado	de	duas	 formas:	ou	a	bibliote-
ca	poderá	 intermediar	a	aquisição	das	 fontes	de	 informação,	ou	
você,	pessoalmente,	localiza	o	material	desejado	e	o	solicita,	por	
meio	do	Comut,	à	biblioteca	que	o	possui.	Para	a	 localização	do	
material,	você	deverá	utilizar	o	Catálogo	Coletivo	Nacional	(CCN),	
disponibilizado	pelo	Ibict.
Você	se	lembra	de	tudo	que	dissemos	sobre	o	"controle	bi-
bliográfico",	não	lembra?	Esse	catálogo	é	constituído	com	as	infor-
mações	referenciais	sobre	periódicos	que	fazem	parte	do	acervo	
das	bibliotecas	nacionais.	Com	isso,	é	possível	localizar	qual	biblio-
teca	brasileira	possui	em	seu	acervo	o	periódico	de	que	necessita.
Contudo,	caso	não	encontre	em	nenhuma	biblioteca	brasi-
leira	o	material	desejado,	o	Comut	possui	um	serviço	denominado	
"busca	monitorada",	que	permite	a	consulta	em	bibliotecas	ameri-
canas	nas	quais	você	pode	encontrar	o	material	desejado.
Outra	forma	de	comutação	é	o	empréstimo	entre	bibliote-
cas;	 para	 utilizar	 esse	 serviço,	 é	 necessário	 identificar	 quais	 são	
as	bibliotecas	parceiras,	qual	delas	possui	o	material	desejado	e	
quais	são	as	condições	de	empréstimo:	custo	de	correio,	tempo	de	
empréstimo,	tipologia	da	fonte,	entre	outras.
Conforme	é	possível	visualizar	no	ciclo	do	conhecimento,	as	
bases de dados	tornam-se	uma	opção	muito	interessante	para	a	
disseminação	do	conhecimento.	Os	avanços	 tecnológicos	em	 in-
formática	proporcionam	a	disponibilização	de	dois	tipos	de	dados:
•	 Textos completos:	nesse	tipo,	você	tem	acesso	ao	docu-
mento	na	íntegra.	Exemplos:	Scientific	Electronic	Library	
Online (SciELO)	 e	 Biblioteca	Digital	 de	 Teses	 e	Disserta-
ções	(BDTD)	–	ambas	com	acesso	livre.
•	 Textos referenciais:	 nesse,	 você	 encontra	 informações	
referenciais	sobre	a	fonte	de	informação	desejada,	como	
título,	autor,	data,	entre	outras.	Ou	seja,	você	só	tem	refe-
rências	da	fonte.	Entre	as	mais	utilizadas,	podemos	citar	a	
Web	of	Science	(acesso	restrito,	mediante	o	pagamento)	
© Gestão do Conhecimento164
e	a	BVS	–	Biblioteca	Virtual	da	Saúde	 (acesso	 livre).	To-
davia,	com	o	avanço	tecnológico,	essas	bases,	além	dos	
dados	 referenciais,	 trazem	 links	que	permitem	ao	usuá-
rio	encontrar	o	material	desejado	em	formato	completo,	
caso	ele	exista	e	esteja	vinculado	à	base.
Há	uma	 iniciativa	da	Coordenação	de	Aperfeiçoamento	de	
Pessoal	de	Nível	Superior	(Capes),	denominada	Portal Periódicos 
Capes,	que	disponibiliza	esses	dois	tipos	de	bases	de	dados	(com-
pleto	e	referencial).
Professores,	 pesquisadores,	 alunos	 e	 funcionários	 de	 194	
instituições	de	ensino	superior	e	de	pesquisa	em	todo	o	país	têm	
acesso	imediato	à	produção	científica	mundial	atualizada	por	meio	
desse	serviço.
O	uso	do	portal	é	livre	e	gratuito	para	os	usuários	das	insti-
tuições	participantes,	e	o	acesso	é	realizado	a	partir	de	qualquer	
terminal	ligado	à	internet	e	que	esteja	localizado	nas	instituições,	
ou	seja,	por	elas	autorizado.
Como	o	ciclo	apresentado	na	Figura	4	não	trata	exclusivamen-
te	de	fontes	de	conhecimento	organizacionais,	vamos	apresentar	a	
você	algumas	fontes	citadas	por	Davenport	e	Prusak	(1998):
•	 Fontes internas de conhecimento na organização:	espe-
cialistas,	 clientes,	 fornecedores,	 sistemas	 de	 gestão	 da	
organização,	simulação	e	modelagem	de	processos,	polí-
ticas,	práticas	e	procedimentos,	treinamentos,	estratégia	
da	organização,	planejamento	orçamentário	e	operacio-
nal,	documentação	dos	processos,	caixa	de	sugestões	dos	
trabalhadores,	entre	outras.
•	 Fontes externas à organização:	destacam-se	publicações,	
serviços	 de	 consultoria,	 sistemas	 especialistas,	 banco	
de	 dados	 comerciais,	 conferências	 e	 congressos,	
treinamentos	e	seminários,	relacionamento	com	clientes	e	
fornecedores,	novos	trabalhadores,	pesquisa	acadêmica,	
165
Claretiano - Centro Universitário
© U4 – Organização do Conhecimento
benchmarking,	 parcerias,	 alianças	 estratégicas	 e	 joint 
ventures,	mídias	diversas	e	inúmeras	outras.
Recursos necessários aos usuários para ter acesso ao 
conhecimento
Para	 acessar	 o	 conhecimento	disponível,	 é	 necessário	 que	
você	considere	os	recursos,	como	poderá	visualizar	na	Figura	7.
Monografia
Figura	7	Recursos necessários aos usuários para ter acesso ao conhecimento.
Quando	 falamos	 em	 recursos	 dos	 usuários,	 nos	 referimos	
às	 suas	 competências informacionais.	 É	 de	 suma	 importância	
conhecer	todos	os	conceitos	básicos	que	este	estudo	compreende	
(especialmente,	os	apresentados	na	Unidade	1).
Você	deverá	ter	a	capacidade	de	identificar	sua	necessidade	
e	selecionar	a	informação	mais	adequada	a	ela.
Entretanto,	para	fazer	isso,	também	deverá	contar	com	alguns	
recursos,	como	no	caso	das	publicações	eletrônicas,	que	envolvem	
a	utilizaçãode	microcomputador	e	acesso	à	internet.	Esses	recursos	
© Gestão do Conhecimento166
deverão	ser	compatíveis	com	os	serviços	disponibilizados.	Algumas	
bases	possuem	interfaces	gráficas	"pesadas",	o	que	torna	inviável	
sua	navegação	por	uma	conexão	discada.
Na	 Figura	 8,	 é	 possível	 visualizar	 algumas	 aplicações	 dos	
conhecimentos	em	Ciência	e	Tecnologia	(C&T).	Esses	conhecimentos	
podem	 apoiar	 a	 inovação,	 a	 competitividade	 e	 a	 capacitação	
tecnológica	das	organizações	brasileiras	e	viabilizar	a	construção	
de	 barreiras	 de	 entrada	 (dificultar	 o	 acesso	 a	 determinados	
mercados/indústria)	de	concorrentes	ou	providenciar	meios	para	
as	organizações	ultrapassarem	as	barreiras	já	existentes.
Em	pesquisa	e	desenvolvimento	(P&D),	podem,	por	exemplo,	
evitar	que	as	organizações	redescubram	a	"roda"	e	permitir	que	
utilizem	 conhecimentos	 de	 outros	 indivíduos	 ou	 organizações	
para	 dar	 apoio	 às	 novas	 descobertas.	 A	 organização	 das	 fontes	
de	 conhecimento	 por	 meio	 do	 controle	 bibliográfico	 viabiliza	 a	
construção	 de	 indicadores	 sobre	 C&T,	 por	 exemplo:	 quem	 são	
os	 pesquisadores	 brasileiros	 envolvidos	 com	 pesquisas	 sobre	
biocombustíveis?	Quais,	dentre	eles,	possuem	maior	visibilidade	
internacional?
Vários	outros	exemplos	de	indicadores	em	C&T	poderão	ser	
encontrados	e	acessados	no	site	da	Fapesp.
167
Claretiano - Centro Universitário
© U4 – Organização do Conhecimento
Monografia
Figura	8	Aplicações dos conhecimentos em Ciência e Tecnologia.
O valor do conhecimento
Antes	de	acessar	uma	fonte	de	conhecimento,	é	importante	
que	 se	 leve	 em	 conta	 o	 custo	 disso,	 pois	 determinadas	 fontes	
possuem	 acesso	 restrito,	 ou	 seja,	 só	 são	 possíveis	 mediante	
pagamento.	 Tal	 situação	 poderá	 inviabilizar	 sua	 aplicação	 para	
solucionar	uma	determinada	necessidade.
O	Brasil	 tem	avançado	na	 estruturação	e	na	disseminação	
do	 conhecimento	 científico	 e	 tecnológico.	 Podemos	 citar	 várias	
iniciativas	nesse	sentido:	SciELO,	BDTD,	CCN,	BVS,	DECs,	Portal	do	
Conhecimento,	Banco	de	Teses	da	CAPES,	Prossiga,	entre	outras.
Seu papel no ciclo do conhecimento
A	atuação	dos	profissionais	de	gestão	de	TI	é	muito	variada.	
A	tendência	é	que	trabalhem	no	desenvolvimento	e	na	gestão	de	
novas	 tecnologias,	 sistemas	 ou	 outros	 recursos	 de	 informação,	
comunicação	e	computação,	para	facilitar	a	vida	das	pessoas,	ou	
para	tornar	as	organizações	mais	eficientes	e	lucrativas.
© Gestão do Conhecimento168
Portanto,	os	profissionais	formados	em	gestão	de	TI	poderão	
atuar	como	pesquisadores	em	universidades,	como	colaboradores	
de	empresas	ou	criando	suas	próprias	empresas.
10. PROTEÇÃO DO CONHECIMENTO
Vamos	abordar	uma	temática	muito	importante	para	a	com-
petitividade	das	organizações	brasileiras:	a	proteção	do	conheci-
mento	 tecnológico	 em	processos	 e	 produtos	 por	 intermédio	 do	
uso	de	patentes,	um	documento	que	celebra	a	troca	entre	o	esta-
do	e	o	inventor.
Uso de patentes
De	acordo	com	o	 Instituto	Nacional	da	Propriedade	 Indus-
trial	(INPI)	(2011):
Patente	é	um	título	de	propriedade	temporária	sobre	uma	inven-
ção	ou	modelo	de	utilidade,	outorgados	pelo	Estado	aos	invento-
res	ou	autores	ou	outras	pessoas	físicas	ou	jurídicas	detentoras	de	
direitos	sobre	a	criação.	Em	contrapartida,	o	inventor	se	obriga	a	
revelar	detalhadamente	todo	o	conteúdo	técnico	da	matéria	pro-
tegida	pela	patente.
O	 inventor	 torna	 público	 todo	 o	 conhecimento	 tecnológico	
relevante	sobre	o	seu	invento,	o	que	facilita	o	desenvolvimento	de	
novos	inventos	mais	avançados	por	outras	pessoas	ou	organizações.
O	estado,	por	sua	vez,	concede	ao	inventor	o	direito	de	ex-
plorar	comercialmente	com	exclusividade	seu	invento	por	um	pe-
ríodo	de	20	anos.	 Isso	quer	dizer	que	o	inventor	tem	o	mercado	
cativo	por	esse	período,	ou	seja,	vale	a	pena	patentear.
É	só	analisarmos	o	quanto	vale	ser	o	único	a	poder	produzir	
e	vender	determinado	remédio	ou	material	ou	aparelho	no	Brasil.
Para	patentear	um	produto	ou	serviço	o	inventor	deve	fazer	
um	relatório	descritivo	de	sua	invenção	e	contratar	um	escritório	
especializado	 para	 a	 redação	 e	 encaminhamento	 do	 pedido	 de	
patente.
169
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© U4 – Organização do Conhecimento
O	pedido	deve	conter:
1)	 título;
2)	 introdução	(explicar	para	que	serve	o	invento);
3)	 dados	bibliográficos;
4)	 estado	da	técnica	(o	que	existe	de	mais	avançado	hoje	
na	área	em	que	se	enquadra	o	invento);
5)	 descrição	da	 invenção	 (como	é,	 como	 funciona,	o	que	
tem	de	novidade	em	relação	ao	estado	da	técnica);
6)	 reivindicações	de	privilégio	(aspectos	do	invento	que	o	
inventor	pretende	ter	o	privilégio	de	explorar	com	exclu-
sividade);
7)	 desenhos	técnicos	(os	desenhos	ajudam	a	descrição	do	
invento);	e
8)	 resumo.
O	inventor	pode	fazer	o	pedido	de	patente	sem	a	ajuda	de	
um	escritório	especializado,	mas	isso	não	é	recomendável,	pois	em	
geral	a	patente	fica	mais	vulnerável.
O	pedido	de	patente	deve	ser	depositado	pessoalmente	ou	
por	procurador	na	sede	do	INPI	no	Rio	de	Janeiro.	O	pedido	é	pu-
blicado	e	 examinado	por	um	profissional	 do	 INPI	 que	decide	 se	
concede	ou	não	a	patente.
O	examinador	pode	pedir	esclarecimentos	ou	detalhamen-
tos	sobre	o	invento.	E	empresas	ou	pessoas	interessadas	em	que	a	
patente	não	seja	concedida	podem	questionar	o	pedido.
Os	prazos	e	as	exigências	do	examinador	devem	ser	rigorosa-
mente	cumpridos	para	que	a	patente	não	seja	perdida.	
Infelizmente,	o	procedimento	no	 INPI	entre	o	depósito	do	
pedido	e	a	decisão	final	sobre	concessão	ou	não	do	pedido	geral-
mente	demora	alguns	anos,	o	que	tem	contribuído	para	o	desinte-
resse	das	organizações	brasileiras	no	processo	de	patenteamento.	
Em	outros	países,	porém,	como	Japão	e	Estados	Unidos,	o	proces-
so	de	patenteamento	é	muito	mais	rápido	e	menos	burocrático.
© Gestão do Conhecimento170
Quanto	à	fiscalização	das	patentes,	primeiro,	é	preciso	lem-
brar	que	cada	país	é	soberano	para	decidir	sobre	a	concessão	ou	
não	de	patentes	válidas	em	seu	território.
Para	ter	uma	patente	válida	no	Brasil,	nos	Estados	Unidos	e	
na	Argentina	é	preciso	pedir	a	patente	nesses	três	países,	que	são	
soberanos	para	decidir	se	concedem	ou	não	a	patente.	Um	pode	
conceder	e	outro	não.	Em	cada	país	há	um	instituto	ou	escritório	
de	propriedade	industrial.	No	Brasil,	há	o	INPI,	no	Rio	de	Janeiro,	
que	controla	a	concessão	e	o	uso	de	patentes.
Vejamos	como	é	o	procedimento	para	o	pedido	de	patente-
amento.	Imagine	que	você	tem	um	produto	e	deseja	patenteá-lo	
no	Brasil	e	no	Mercado	Comum	do	Sul	(Mercosul).	Qual	é	o	proce-
dimento?	
No	Brasil,	o	pedido	de	patenteamento	pode	ser	realizado	de	
duas	maneiras:
•	 Pode	ser	feito	um	pedido	independente	no	Brasil,	na	Ar-
gentina,	no	Paraguai	e	no	Uruguai.	Um	procurador	ou	o	
próprio	inventor	vai	aos	escritórios	de	propriedade	indus-
trial	desses	países	e	faz	os	pedidos.
•	 Pode	ser	feito	um	pedido	do	tipo	Patent Cooperation Tre-
aty	(PCT),	em	português	Tratado	de	Cooperação	em	Ma-
téria	de	Patentes, especificando	que	se	pretende	ter	pa-
tentes	nos	quatro	países.	O	PCT	simplifica	o	pedido,	que	
pode	ser	 feito	no	Brasil,	 valendo	para	os	quatro	países.	
Mas	o	processo	de	exame	e	concessão	continua	indepen-
dente	nos	quatro	países.	O	PCT	funciona	para	quase	to-
dos	os	países,	não	só	para	o	Mercosul.
Se	o	produto	já	foi	patenteado	no	Brasil,	pode	ser	feito	um	
pedido	de	extensão	de	patente	para	os	países	do	Mercosul	a	par-
tir	da	patente	já	existente	no	Brasil.	Os	dois	procedimentos	antes	
mencionados	 são	 válidos,	 contudo	 há	 uma	 ressalva:	 após	 o	 pri-
meiro	depósito	(que	no	caso,	foi	feito	no	Brasil),	o	inventor	tem,	
no	máximo,	um	ano	para	pedir	a	extensão	da	patente	para	outros	
países.
171
Claretiano - Centro Universitário
© U4 – Organização do Conhecimento
Após	vencer	esse	prazo,	a	patente	torna-se	de	domínio	pú-
blico	nos	países	em	que	não	foi	patenteada:	qualquer	pessoa	ou	
empresa	pode	explorar	comercialmente	o	invento	e	ninguém	(nem	
o	inventor)pode	patenteá-la.
É	 importante	 lembrar	que	o	período	é	de	um	ano	a	partir	
da	data	do	primeiro	depósito	da	patente	 (data	de	prioridade	da	
patente)	e	não	da	data	de	concessão	da	patente.
O	Brasil	 respeita	 todas	as	convenções	 internacionais	 sobre	
propriedade	industrial	(CUP	–	Convenção	Universal	de	Paris,	TRIPS	
e	outras).	Nem	todos	os	países	seguem	essas	convenções,	como	é	
o	caso	dos	Estados	Unidos.
Até	1996,	o	Brasil	era	criticado	por	não	aceitar	patentes	em	
algumas	áreas,	 como	medicamentos.	Recentemente	a	 lei	de	pa-
tentes	brasileira	foi	criticada	pelos	Estados	Unidos	por	permitir	a	
quebra	de	patentes	(o	estado	passa	a	ter	direito	de	explorar	a	pa-
tente	para	outra	empresa	ou	pessoa	que	não	o	inventor)	em	caso	
de	necessidade	nacional,	 como	o	caso	de	epidemias	ou	o	 trata-
mento	de	Aids.	A	lei	brasileira	foi	contestada	na	Organização	Mun-
dial	do	Comércio	(OMC),	mas	acabou	sendo	reconhecida.
Quanto	ao	uso	do	documento	de	patente	pelos	brasileiros	
podemos	observar	que	as	patentes	ainda	são	pouco	conhecidas	
no	Brasil.	Muitas	patentes	são	desrespeitadas,	talvez	mais	por	ig-
norância	da	sua	existência	do	que	por	má	 intenção,	e,	 também,	
em	razão	de	os	brasileiros	utilizarem	muito	pouco	o	conhecimento	
tecnológico	contido	nas	patentes.
As	patentes	que	foram	depositadas	em	outros	países	e	não	
no	Brasil	são	de	domínio	público	e	podem	ser	exploradas	comer-
cialmente	por	qualquer	pessoa	ou	empresa	no	Brasil.
Cerca	de	apenas	1%	de	todas	as	patentes	do	mundo	são	con-
cedidas	no	Brasil,	o	que	quer	dizer	que	os	outros	99%	são	de	do-
mínio	público	no	país.
© Gestão do Conhecimento172
Além	de	utilizar	a	patente	na	 fabricação	de	produtos	e	na	
prestação	de	serviços,	é	possível	identificar	outras	aplicações	para	
as	patentes.	Por	exemplo,	o	Núcleo	de	Informação	Tecnológica	em	
Materiais	da	UFSCar	(NIT/Materiais)	utiliza	as	patentes	para	estu-
dos	de	inteligência	competitiva	e	prospecção	tecnológica.
As	patentes	podem	ser	utilizadas	para	a	construção	de	indi-
cadores	sobre	como	determinadas	tecnologias	ou	áreas	tecnológi-
cas	estão	evoluindo.
Podem	também	servir	de	parâmetros	para	comparação	de	
concorrentes	quanto	a	capacidade	de	inovação,	domínio	de	mer-
cados,	domínio	sobre	tecnologias,	potencial	para	aquisição	ou	for-
mação	de	alianças	e	outros	aspectos.
O	NIT/Materiais	faz	análise	automatizada	de	grande	quanti-
dade	de	patentes	com	o	auxílio	de	softwares	bibliométricos	e	es-
tatísticos,	como	Vantagepoint	e	Windams.
O	acesso	aos	documentos	de	patente	pode	ser	realizado	por	
intermédio	de	base	de	dados	disponíveis	no	ambiente	web,	por	
exemplo,	 a	 Derwent	 Innovation	 Index,	 disponível	 gratuitamente	
para	usuários	da	UFSCar	e	outras	universidades	públicas	brasileiras	
(a	disponibilização	da	base	de	dados	foi	paga	pela	Fapesp	e	pela	
Capes),	 outros	 indivíduos	 e	 organizações	 interessados	 nas	 infor-
mações	de	patentes	precisam	pagar	pelo	acesso	à	base	Derwent	
Innovation	 Index,	 que	 fornece	 apenas	 os	 registros	 bibliográficos	
de	patentes.	
O	serviço	de	informação	Dialog	tem	excelentes	bases	de	da-
dos	de	patentes	na	íntegra,	como	a	Derwent	World	Patents	Index,	
embora	nesse	caso	o	acesso	seja	pago.
Quanto	à	completude	das	informações	contidas	em	um	do-
cumento	de	patente,	podemos	observar	que,	na	teoria,	fornecer	
toda	a	informação	sobre	o	invento	é	a	parte	do	inventor	na	troca	
feita	com	o	estado	pelo	direito	à	exclusividade	da	sua	exploração	
comercial.	 Contudo,	 como	 os	 inventores	 não	 têm	 interesse	 que	
173
Claretiano - Centro Universitário
© U4 – Organização do Conhecimento
outros	entendam	como	seus	inventos	funcionam	(o	que	permite	o	
desenvolvimento	de	inventos	concorrentes	melhores),	as	patentes	
são	escritas	em	uma	linguagem	rebuscada	de	forma	que	a	infor-
mação	esteja	presente	na	patente,	mas	seja	difícil	de	compreen-
der.	Escrever	de	forma	complexa	é	o	papel	do	escritório	de	advo-
gados	contratado	pelo	inventor.
Fazer	com	que	toda	a	informação	relevante	sobre	o	evento	
esteja	contida	na	patente	de	forma	minimamente	clara	é	o	papel	
do	examinador	de	patentes	do	INPI.
A	 linguagem	 complexa	 do	 documento	 de	 patente	 pode	 li-
mitar	seus	usuários,	ou	seja,	é	provável	que	um	microempresário	
brasileiro	não	consiga	compreender	uma	patente.
11. ESTUDO DE CASO I: REVISTA CIÊNCIA DA INFOR-
MAÇÃO
A	revista	Ciência da Informação	utiliza	o	Sistema	Eletrônico	
de	Editoração	de	Revistas	(SEER/OJS)	–	conforme	exemplificamos	
anteriormente	–,	que	é	um	grande	aliado	para	facilitar	o	trabalho	
dos	editores	e	demais	profissionais	envolvidos	na	redação	de	uma	
revista	científica.
Tal	sistema	foi	desenvolvido	pela	Public Knowlegde Project	
da	 Universidade	 British	 Columbia,	 em	 2003,	 e	 chegou	 ao	 Brasil	
em	 versão	 traduzida	 pelo	 Instituto	 Brasileiro	 de	 Informação	 em	
Ciência	e	Tecnologia	(Ibict).	Assim,	é	por	meio	do	SEER/OJS	que	a	
Ciência da Informação	gerencia	todo	o	processo	de	submissão	e	
avaliação	dos	artigos	científicos	nela	publicados.
O	SEER/OJS	permite	aos	usuários	a	submissão	eletrônica	dos	
artigos;	desse	modo,	o	próprio	usuário	encarrega-se	de	cadastrar	
os	dados	necessários	ao	controle	bibliográfico	do	artigo,	ou	seja,	
preencher	os	metadados	do	artigo.
© Gestão do Conhecimento174
Por	ser	uma	tecnologia	que	trabalha	com	a	arquitetura	de	
"arquivos	abertos",	possibilita,	também,	o	acesso	a	todo	o	conteú-
do	da	revista,	aos	dados	referenciais	e	ao	texto	completo.
O	conteúdo	da	revista	é	indexado	por	várias	bases	de	dados	
internacionais,	inclusive	pelo	Google;	com	isso,	a	produção	cientí-
fica	publicada	ganha	visibilidade	internacional.	É	 importante	res-
saltar	que	esse	sistema	é	gratuito	e	de	acesso	livre,	tendo	em	vista	
que	o	Ibict	oferece	toda	a	infraestrutura	de	apoio	aos	interessados	
pelo	SEER/OJS.
Figura	9	Interface gráfica da revista "Ciência da Informação".
12. ESTUDO DE CASO II: PROTEÇÃO DO CONHECI-
MENTO TECNOLÓGICO PELA GEOX
A	fabricante	de	calçados	italiana	Geox	Spa	é	uma	das	líderes	
mundiais	em	inovação	em	sua	área	de	atuação.	Criada	em	1995,	
tem	sua	origem	ligada	a	uma	caminhada	de	seu	fundador,	Mario	
Moretti	 Polegato,	 pelo	 deserto	 de	Nevada,	 nos	 Estados	Unidos.	
175
Claretiano - Centro Universitário
© U4 – Organização do Conhecimento
Durante	uma	caminhada,	o	Sr.	Polegato,	incomodado	com	o	calor	
nos	 pés,	 teve	 a	 inspiração	 de	 perfurar	 a	 sola	 dos	 sapatos	 para	
permitir	a	ventilação	e,	assim,	descobriu	uma	maneira	eficiente	de	
diminuir	o	calor	dos	pés	(GEOX.BIZ,	2011).
A	 partir	 da	 ideia	 original,	 muito	 trabalho	 de	 pesquisa	
e	 desenvolvimento	 foi	 necessário	 para	 aperfeiçoar	 o	 efeito	
de	 ventilação	 dos	 calçados.	 Também	 foi	 preciso	 desenvolver	
tecnologia	apropriada	para	solucionar	um	efeito	colateral	óbvio	e	
bastante	indesejável	dos	furos	na	sola	dos	calçados:	a	entrada	de	
água.	Os	furos	teriam	que	permitir	a	saída	do	ar	quente	e	do	vapor	
de	água	proveniente	da	transpiração,	mas	precisariam	evitar	que	a	
umidade	do	ambiente	entrasse	no	calçado	e	molhasse	meias	e	pés	
(GEOX.BIZ,	2011).
A	solução	encontrada	foi	inspirada	na	tecnologia	usada	pela	
Nasa	nas	 roupas	dos	 astronautas.	À	 sola	 de	borracha	perfurada	
foi	 incorporada	 uma	 membrana	 de	 teflon	 dotada	 de	 canais	
microscópicos	que	permite	a	saída	do	ar	e	do	vapor	de	água,	mas	
impede	a	entrada	de	água	e	poeira	(MUNDODASMARCAS,	2011).	
A	Figura	10	ilustra	a	tecnologia	desenvolvida	pela	Geox	e	seu	efeito	
sobre	o	resfriamento	do	calçado.
Fonte:	GEOX	(2010).
Figura	10	Sistema Geox Breathes (respira). Destaque para: a) a sola microperfurada; b) a 
membrana microporosa; e c) o resfriamento decorrente da circulação de ar.
© Gestão do Conhecimento176
A	solução	tecnológica	composta	por	microfuros	associados	
à	membrana	microporosa	transformou-se	em	plataforma	para	ou-
tros	 produtos	 inovadores,	 como	 sapatos	 de	 sola	 de	 couro	 resis-
tentes	à	umidade	e	roupas	que	facilitam	a	eliminação	da	umidade	
resultante	da	transpiração.
A	necessidade	de	aperfeiçoamento	do	calçadoque	 respira	
levou	à	formação	de	uma	equipe	própria	de	pesquisa	e	desenvolvi-
mento	que	conta	atualmente	com	15	profissionais	entre	engenhei-
ros,	físicos	e	químicos.	Também	foi	importante	o	estabelecimento	
de	 colaborações	 com	outras	empresas	e	universidades.	O	esfor-
ço	dedicado	à	evolução	de	seus	produtos	transformou	a	Geox	em	
uma	das	empresas	mais	inovadoras	do	momento.
Na	base	da	estratégia	de	negócios	da	Geox,	está	a	tecnologia	
do	calçado	que	respira.	Essa	tecnologia	tem	sido	explorada	princi-
palmente	de	duas	formas:
A	primeira	é	a	apresentação	de	seus	calçados	como	um	pro-
duto	diferenciado,	que	proporciona	aos	consumidores	uma	expe-
riência	de	conforto	única,	não	encontrada	nos	produtos	dos	con-
correntes.
A	segunda	é	a	associação	de	seus	produtos	a	uma	imagem	
de	inovação,	alta	tecnologia,	superioridade	de	desempenho.	A	
associação	de	tecnologias	que	trazem	benefícios	aos	consumi-
dores	com	a	imagem	inovadora	tem	permitido	enorme	sucesso	
de	vendas	à	Geox.	Em	2005,	ela	teve	faturamento	de	US$	573	
milhões,	graças	à	venda	de	13	milhões	de	pares	de	sapatos	com	
a	etiqueta	Geox	nas	versões	infantil,	masculino	e	feminino.	Nes-
se	mesmo	ano,	a	empresa	ficou	em	terceiro	 lugar	no	mercado	
mundial	de	sapatos	para	caminhadas,	atrás	apenas	da	america-
na	Clarks	e	da	dinamarquesa	Ecco.
Uma	 empresa	 cuja	 estratégia	 de	 negócio	 está	 baseada	
na	 geração	 e	 aproveitamento	 de	 novos	 conhecimentos	 para	
lançamento	de	produtos	 inovadores	 tem	de	estar	 atenta	para	 a	
proteção	de	seu	patrimônio	intangível	representado,	entre	outros	
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fatores,	 por	 suas	 tecnologias,	 sua	 imagem	 e	 sua	 reputação.	 A	
Geox	 tem	usado	de	maneira	 bastante	 eficiente	os	 instrumentos	
de	 propriedade	 intelectual,	 tais	 como	 o	 depósito	 de	 patentes,	
o	 registro	 de	 marca	 e	 os	 direitos	 autorais,	 para	 proteção	 do	
conhecimento	(GEOX.BIZ,	2011).
Na	Figura	11,	é	possível	visualizar	uma	patente	da	Geox	sobre	
a	 sola	 respirável	 e	 impermeável	para	 calçados	em	nome	do	 seu	
fundador,	Mario	Moretti	Polegato,	que	deposita	o	sucesso	de	sua	
empresa	no	processo	de	patenteamento,	 pois	 este	 se	 consolida	
como	 um	 procedimento	 eficaz	 para	 proteger	 o	 conhecimento	
tecnológico	da	Geox	dos	seus	concorrentes.
Fonte:	SPACENET	(2010).
Figura	11	Patente da Geox sobre sola respirável e impermeável para calçados.
Na	Figura	12,	é	possível	verificar	que	a	prática	de	patente-
amento	pela	Geox	 tem	aumentado.	No	Brasil,	 poucas	 empresas	
do	setor	calçadista	protegem	seu	conhecimento	 tecnológico	por	
intermédio	do	uso	de	patentes.	Por	exemplo,	a	empresa,	Anatomic	
Gel,	cuida	de	sua	marca,	mas	não	protege	sua	tecnologia,	um	con-
traponto	com	a	Geox,	que	reconhece	a	 importância	da	proteção	
de	seu	conhecimento	tecnológico.
© Gestão do Conhecimento178
Fonte:	Dewerent	(2010).
Figura	12	Evolução do número de patentes da empresa Geox.
A	Geox	possui	várias	iniciativas	que	têm	como	finalidade	for-
talecer	 sua	marca;	no	Brasil,	 a	Geox	 já	 tem	marca	 registrada	no	
INPI.
A	empresa	também	possui	 iniciativas	que	visam	à	constru-
ção	de	imagem	de	uma	empresa	inovadora,	por	exemplo,	em	2011	
a	marca	Geox	 fez	 parte	 do	 circuito	 da	 Fórmula	 1	 como	patroci-
nadora	e	patrocinou	 também	uma	equipe	muito	competitiva	de	
ciclismo,	que	conta	com	a	participação	de	nomes	mediáticos	como	
Denis	Menchov.	A	marca	estaria	disposta	a	investir	10	milhões	de	
euros	por	temporada,	durante	os	próximos	cinco	anos,	na	equipe	
de	 ciclismo.	Essas	notícias	mostram	que	ela	quer	associar	 a	 sua	
marca	a	inovação,	esporte,	alta	tecnologia	etc.	
De	acordo	com	a	Agência	Reuters,	o	presidente	e	fundador	
da	Geox,	Mario	Moretti	Polegato,	acredita	que	a	eventual	ligação	
à	 F1	possibilitará	 a	 pesquisa	de	novos	materiais	 e	 tecnologias	 a	
utilizar	em	seus	produtos	(REUTERS,	2011).
Esse	estudo	de	caso	foi	elaborado	a	partir	das	referências:	
REUTERS	(2011),	MUNDODASMARCAS	(2011)	e	GEOX.BIZ	(2011).
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13. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A	seguir,	responda	às	questões	propostas	a	fim	de	conferir	
seu	desempenho	no	estudo	desta	unidade:
1)	 Qual	é	o	objetivo	dos	processos	de	codificação	e	organização	do	conheci-
mento?
2)	 Por	que	devemos	utilizar	normas	para	a	organização	do	conhecimento?
3)	 Cite	 e	 descreva	 brevemente	 cinco	 fontes	 internas	 de	 conhecimento	 para	
uma	organização.
4)	 Cite	 e	 descreva	 brevemente	 cinco	 fontes	 externas	 de	 conhecimento	 para	
uma	organização.
5)	 Qual	é	a	diferença	das	bases	de	dados	de	texto	completo	e	referencial?
6)	 Qual	é	a	importância	do	registro	das	melhores	práticas	para	a	organização?
7)	 Qual	é	a	influência	da	Tecnologia	da	Informação	e	Comunicação	no	ciclo	do	
conhecimento?
8)	 Reflita	sobre	a	sua	atuação	no	ciclo	do	conhecimento.
9)	 Qual	é	a	importância	da	discussão,	proposta	nessa	unidade,	para	a	sua	for-
mação?
10)	Faça	um	mapa	conceitual	para	esta	unidade.
14. CONSIDERAÇÕES
Com	estudo	desta	unidade,	 foi	possível	 compreender	que,	
para	que	o	conhecimento	possa	ser	utilizado	adequadamente,	ele	
deve	ser	formalizado,	explicitado,	codificado	e	organizado.	O	ob-
jetivo	 desse	 processo	 é	 garantir	 a	 recuperação	 rápida	 e	 fácil	 do	
conhecimento	desejado	por	meio	de	 sistemas	de	classificação	e	
de	armazenagem	efetivos.	Assim,	quanto	mais	formalizamos	o	co-
nhecimento,	mais	eficaz	será	o	processo	de	organização	e	armaze-
nagem.
© Gestão do Conhecimento180
Ainda,	pudemos	perceber	que	o	 crescimento	da	produção	
intelectual	nos	diversos	suportes	físicos	intensificou	a	necessidade	
do	estabelecimento	de	uma	uniformidade	de	diretrizes	e	normas	
para	 garantir	 o	 reconhecimento	 e	 o	 atendimento	 desses	 supor-
tes	em	nível	internacional.	Padronizaram-se,	então,	as	formas	de	
apresentação	dos	resultados	das	pesquisas	e	novos	conceitos,	fa-
cilitando	a	transmissão	dos	conhecimentos	de	forma	organizada.
Quanto	 ao	 controle	 bibliográfico,	 você	 verificou	 que	 ele	
cumpre	um	importante	papel	na	organização	e	na	recuperação	do	
conhecimento.	Para	tal,	faz	uso	de	algumas	ferramentas	e	procedi-
mentos,	como	descrição	do	documento	(física,	conteúdo),	indexa-
ção	do	conhecimento,	uso	de	vocabulário	controlado	ou	tesauros,	
uso	de	sistemas	de	classificação	do	conhecimento	e	aplicação	de	
normas	na	formalização	do	conhecimento.	Ou	seja,	o	controle	bi-
bliográfico	harmoniza,	sem	homogeneizar,	o	conhecimento.
Por	fim,	vimos	que	as	bases	de	dados	de	textos	referenciais	e	
completos	permitem	localizar	o	conhecimento	que	necessita	para	
a	resolução	do	seu	problema.
Na	próxima	unidade,	estudaremos	a	vantagem	competitiva	
e,	também,	como	a	Gestão	do	Conhecimento	pode	se	beneficiar.	
Para	isso,	veremos	um	modelo	de	Gestão	do	Conhecimento	com	
algumas	iniciativas	brasileiras,	e	descobriremos	quais	são	as	me-
lhores	práticas	nesse	ramo.
15. E-REFERÊNCIAS
Lista de figuras
Figura 5	Adaptado da interface gráfica do catálogo da Biblioteca do Claretiano com os 
resultados da expressão de busca "Gestão do Conhecimento".	Disponível	em:	<http://
biblioteca.claretiano.edu.br/pergamum/biblioteca/>.	Acesso	em:	31	maio	2011.
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Figura 6	 Tipologias de fontes de conhecimento de página de busca do Claretiano 
disponíveis na biblioteca.	Disponível	em:	<http://biblioteca.claretiano.edu.br/pergamum/
biblioteca/index.php?resolution2=1024_1&tipo_pesquisa=&filtro_bibliotecas=&filtro_
obras=&termo=&tipo_obra_selecionados=>.	Acesso	em:	28	fev.	2012.
Figura 9	 Interface gráfica da revista Ciência	 da	 Informação.	 Disponível	 em:	 <http://
revista.ibict.br/ciinf/index.php/ciinf>.	Acesso	em:	31	maio	2011.
Figura 10	Sistema Geox Breathes (respira). Destaque para: a) a sola microperfurada; b) 
a membrana microporosa; e c) o resfriamento decorrente da circulação de ar.	Disponível	
em:	<http://www.geoxusa.info/>.	Acesso	em:	31	maio	2011. 
Figura11	Patente da Geox sobre sola respirável e impermeável para calçados.	Disponível	
em:	<http://www.spacenet.com/>.	Acesso	em:	31	maio	2011.
Figura 12	Evolução do número de patentes da empresa Geox.	Disponível	em:	<http://
www.geoxusa.info/>.	Acesso	em:	31	maio	2011.
Sites pesquisados
ABNT.	 Associação	 Brasileira	 de	 Normas	 Técnicas.	Homepage.	 Disponível	 em:	 <http://
www.abnt.org.br/>. Acesso	em:	31	maio	2011.
CARNEVAL,	 P.	 P.	 O.;	 NASCIMENTO,	W.	 R.;	 PEREIRA,	 Y.	 A.	 H.	Gestão do Conhecimento 
aplicada ao gerenciamento de projetos.	 2005.	 Disponível	 em:	 <http://www.labceo.
com.br/bibliografia/archive/files/tcc_gpr1_gest%C3%A3o_conhecimento_x_
gerenciamento_projetos_b73fa3ab34.pdf>.	Acesso	em:	31	maio	2011.
CENTRO	 UNIVERSITÁRIO	 CLARETIANO.	 Homepage.	 Disponível	 em:	 <http://www.
claretiano.edu.br/>.	Acesso	em:	31	maio	2011.
COMUT.	 Programa	 de	 Comutação	 Bibliográfica.	 Homepage.	 Disponível	 em:	 <http://
comut.ibict.br/comut/help/ajuda.jsp?link=ajuda.html%23_Toc59336939>.	 Acesso	 em:	
31	maio	2011.
GOMES,	H.	F.	Normas Brasileiras:	informação	e	documentação	–	referências	–	elaboração	
(NBR-6023/2002/ABNT).	 Disponível	 em:	 <http://www.gerenciamento.ufba.br/
Disciplinas_arquivos/Módulo%20XV%20Metodologia%20II/Norma%20referência.pdf>.	
Acesso	em:	31	maio	2011.
LATTES.	Homepage.	 Disponível	 em:	 <http://lattes.cnpq.br/index.htm>.	 Acesso	 em:	 31	
maio	2011.
GEOX.BIZ.	 Homepage.	 Disponível	 em:	 <http://www.geox.biz/english/inn_r_s.asp>.	
Acesso	em:	31	maio	2011.
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REUTERS.	Homepage.	Disponível	em:	<http://www.reuters.com/>.	Acesso	em:	31	maio	2011.
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16. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAMPELLO,	B.	S.;	MAGALHÃES,	M.	H.	A.	 Introdução ao controle bibliográfico.	Brasília:	
Briquet	de	Lemos	Livros,	1997.
DAVENPORT,	 T.	 H.;	 PRUSAK,	 L.	 Conhecimento empresarial:	 como	 as	 organizações	
gerenciam	 seu	 capital	 intelectual.	 Tradução	 de	 Lenke	 Peres.	 Rio	 de	 Janeiro:	 Campus,	
1998.
GARCIA,	M.	L.	A.	A	informação	científica	e	tecnológica	no	Brasil.	Ciência da Informação,	
Brasília,	v.	9,	n.	1/2,	p.	41-81,	1980.
MOUTINHO,	 K.;	 CUNHA	 FILHO,	 P.	 C.;	 LIMA,	 A.	 M.	 Liber:	 alternativa	 para	 publicação	
eletrônica.	Ciência da Informação,	Brasília,	v.	31,	n.	2,	p.	80-85,	maio/ago.	2002.
SOUZA,	J.	R.	Gestão do Conhecimento.	Brasília:	Faculdade	Brasília,	2008.
STOLLENWERK,	M.	F.	L.	Gestão	do	Conhecimento:	conceitos	e	modelos.	In:	TARAPANOFF,	
K.	(Org.).	Inteligência organizacional e competitiva.	Brasília:	Ed.	UnB,	2001.

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