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EA D Organização do Conhecimento 4 1. OBJETIVOS • Conhecer e refletir sobre a codificação e a organização do conhecimento. • Compreender a importância da utilização das normas e padrões na organização e recuperação do conhecimento. 2. CONTEÚDOS • Tipologia e codificação do conhecimento. • Comunicação formal e informal. • Normas para a organização do conhecimento. • Tecnologia e publicação – hipermídia. • Controle bibliográfico. • Proteção do conhecimento. • Estudo de caso I: Revista Ciência da Informação. © Gestão do Conhecimento142 • Estudo de caso II: Proteção do conhecimento tecnológico pela GEOX. 3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que você leia as orientações a seguir: 1) Aproveite as discussões da unidade para gerar insights sobre sua futura atuação profissional (tente responder: Quais oportunidades de atuação a Gestão do Conheci- mento pode proporcionar a você?), uma forma interes- sante para analisar e consolidar os conceitos que serão apresentados. Como uma dica essencial para comple- mentar sua formação, procure ir além dos conhecimen- tos disponibilizados neste material, explore sua curiosi- dade na busca por novas informações. 2) Para conhecer a Plataforma Lattes, acesse ao link dispo- nível em: <http://lattes.cnpq.br/index.htm>. Acesso em: 31 maio 2011. 3) A revista Ciência da Informação é uma publicação qua- drimestral de trabalhos inéditos relacionados com a Ciência da Informação ou que apresentem resultados de estudos e pesquisas sobre as atividades do setor de informação em Ciência e Tecnologia. Para conhecer melhor esse processo, acesse ao site da revista dispo- nível em: <http://revista.ibict.br/ciinf/index.php/ciinf>. Acesso em: 31 maio 2011. Você pode, também, entrar em contato diretamente com a organização responsável pela sua distribuição. 4) Para saber mais sobre thesaurus específicos, consulte, por exemplo, o Tesauro da Ciência da Informação dis- ponível em: <http://www.inf.pucminas.br/ci/tci/index. php?option=com_frontpage&Itemid=1>. Acesso em: 31 maio 2011. 5) Cadastre-se no site do Comut (Comutação Bibliográfica) para conhecer seus serviços gratuitos, como periódicos, teses, anais de congressos, trechos de documentos, dis- 143 Claretiano - Centro Universitário © U4 – Organização do Conhecimento ponível em: <http://comut.ibict.br/comut/help/ajuda. jsp?link=ajuda.html%23_Toc59336939>. Acesso em: 31 maio 2011. 6) Visite, também, o Catálogo Coletivo Nacional de Publica- ções Seriadas (CCN), por meio do qual você terá acesso a várias produções científicas – disponível em: <http:// www.ibict.br/secao.php?cat=ccn>. Acesso em: 31 maio 2011. 7) Para saber sobre bases de dados, navegue pelas abas e consulte os vários materiais de apoio do portal de aces- so livre da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) disponível em: <http://acesso- livre.capes.gov.br/>. Acesso em: 31 maio 2011. 8) O FAPESP.INDICA tem como objetivo disponibilizar um conjunto de informações indispensáveis à produção e/ ou análise de indicadores de ciência, tecnologia e ino- vação. Disponível em: <http://www.indicadores.fapesp. br/>. Acesso em: 31 maio 2011. 9) A primeira base de dados de patentes disponível na inter- net foi a brasileira Braspat, disponível no site do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) <http://www. inpi.gov.br>. Acesso em: 5 set. 2011. Para acessar paten- tes na íntegra, consulte os sites: <http://ep.espacenet. com> (Escritório Europeu de Patentes) e <http://www. uspto.gov> (Escritório de Patentes dos Estados Unidos). Acesso em: 31 maio 2011. Caso a patente não esteja disponível nos sites mencionados, é possível entrar em contato com o INPI, que tem um acervo de patentes do mundo todo. 10) O serviço de informação Dialog tem excelentes bases de dados de patentes na íntegra, disponível em: <http:// www.dialogweb.com. Acesso em: 31 maio 2011. 11) A Derwent Innovation Index está disponível gratuita- mente para usuários de universidades públicas brasilei- ras pelo site: <http://dii.derwent.com>. Acesso em: 30 maio 2011. © Gestão do Conhecimento144 4. INTRODUÇÃO À UNIDADE Agora que você já detém os conhecimentos básicos sobre a Gestão do Conhecimento, vamos apresentar o ciclo do conheci- mento. Em outras palavras, iremos investigar o percurso que ele realiza: da sua produção até o seu consumo. Após a apresentação desse ciclo, você poderá traçar estra- tégias para a recuperação do conhecimento demandado para sua graduação e para sua atuação profissional. 5. TIPOLOGIA E CODIFICAÇÃO DO CONHECIMENTO Como estudamos nas unidades anteriores, as modalidades do conhecimento compreendem desde aquele conhecimento complexo e acumulado individualmente pelas pessoas (tácito) – e, portanto, parcial ou amplamente inexprimível – até os conheci- mentos mais claros e estruturados (explícitos). Nesse sentido, o objetivo da codificação é apresentar o co- nhecimento em uma forma (ou formato) que o torne acessível àqueles que precisam dele. A codificação transforma, literalmente, o conhecimento em códigos, a fim de que fique inteligível e o mais claro, portátil e or- ganizado possível, facilitando o acesso ao conhecimento desejado. Codificando o conhecimento tácito O conhecimento tácito é desenvolvido pelo conhecedor no decorrer de um longo período de tempo. Segundo Nonaka e Takeuchi (1997, p. 7), o conhecimento tácito "incorpora tanto aprendizado acumulado e enraizado, que pode ser impossível separar as regras desse conhecimento do modo de agir do indivíduo". 145 Claretiano - Centro Universitário © U4 – Organização do Conhecimento Esse tipo de conhecimento pode ser descrito, por exemplo, na situação que apresentamos na Unidade 1, em que a habilidade de Pelé dificilmente pode ser descrita em palavras e, menos ainda, exteriorizada, de forma que permita que outros joguem futebol como ele. Você já imaginou se ele pudesse formular um conjunto de regras para decidir onde chutar a bola no momento de fazer um gol ou o momento de aplicar determinado drible? Como você pode perceber, simplesmente, alguns conheci- mentos não podem ser representados efetivamente fora da mente humana, uma vez que não seria possível – no caso do exemplo anterior, apreender o conhecimento, o preparo, a especialização, o entendimento, a paixão e a vibração do Pelé como jogador de futebol. Agora, convidamos você a fazer um exercício. Tente des- crever como você dirige seu carro. Como sabe qual é o momento de mudar a marcha? Como sobre uma rampa sem deixar o carro "morrer"? Com esse exercício, você pode perceber a dificuldade para codificar o conhecimento tácito. Colocando pessoas que têm um problema diante daquelas que podem resolvê-lo O processo de codificação de determinado conhecimento tá- cito nas organizações é geralmente limitado a localizar alguém que possua esse conhecimento, a encaminhar o interessado para essa pessoa e a incentivar a interação de ambos. O acesso a pessoas possuidoras de conhecimento tácito é uma medida mais eficiente do que apreender e codificar aquele conhecimento por meio eletrônico ou impresso. O sistema tradi- cional de treinamento de aprendizes, tão bem-sucedido na trans- ferência de habilidades na área industrial, corrobora com essas verdades (DAVENPORT; PRUSAK, 1998). Apesar da dificuldade existente para codificar o conheci- mento tácito, seu valor substancial compensa o esforço. É possível © Gestão do Conhecimento146 identificar nas organizações diversas iniciativas nesse sentido. Por exemplo, o mapeamento de "quem sabe o quê" na organização – o resultado dessa iniciativa acaba sendo um inventário da essência do conhecimento na organização, porém, a iniciativa nada contri- bui para garantir a disponibilidadedaquele conhecimento em re- gime contínuo para a organização. Outra iniciativa são os esforços da Gestão do Conhecimen- to em disseminar ao máximo o conhecimento por intermédio dos processos de aprendizagem e, dessa forma, os conhecimentos tá- citos não se concentram somente em uma única pessoa. Para isso, os recursos hipermídia ampliam a captura de, pelo menos, uma fração significativa do conhecimento de um determi- nado especialista, pois a tecnologia hipermídia permite a utilização de várias mídias, como áudio, imagem, vídeo, textos, entre outras, de forma conjunta e sincronizada, aliada à aplicação de hiperlinks. Como você pode notar, essa tecnologia está muito próxima a você na internet, por meio da Web 2.0. Ressaltamos que uma potencial solução para tornar dispo- nível o conhecimento na organização é a construção de mapas de conhecimento, os quais indicam o conhecimento, porém não o contém. Trata-se, pois, de um guia, e não de um repositório. O desenvolvimento de um mapa do conhecimento envolve localizar os conhecimentos importantes para a organização e, de- pois, publicar algum tipo de lista que mostre onde localizá-los – ti- picamente, aponta para pessoas e documentos. Sua principal fina- lidade é mostrar para as pessoas da organização aonde ir quando necessitarem do conhecimento. Além disso, pode ser utilizado como ferramenta de diagnós- tico para avaliar o estoque de conhecimento corporativo, revelan- do os pontos fortes a serem explorados e as lacunas a serem pre- enchidas. 147 Claretiano - Centro Universitário © U4 – Organização do Conhecimento Existem várias soluções em Tecnologia da Informação (TI) para inventariar conhecimentos. Por exemplo, ao longo de nossa carreira, podemos ter contato com algumas dessas soluções muito interessantes: Aris IDS Share, SAP, Ancorarh, entre outras. Apesar desses recursos úteis, a tecnologia por si só não pode garantir que o mapa do conhecimento seja efetivamente usado na organização. Logo, clareza de propósito, relevância, disponibilida- de e facilidade de uso são fatores essenciais de um bom mapa do conhecimento. Se o conhecimento for genuinamente importante dentro da orga- nização e aqueles que o possuem forem reconhecidos e recompen- sados, o mapa do conhecimento será tanto um retrato de sucesso e de status como um localizador do conhecimento. (SOUZA, 2008, p. 4-5) Codificando o conhecimento explícito Conhecimento explícito é aquele que pode ser armazenado. É aquele formal, regrado, claro, fácil de ser comunicado. Em relação ao conhecimento explícito, podemos citar, por exemplo, as patentes, que são uma forma do conhecimento já co- dificado, ou seja: [...] uma representação em texto de um processo ou produto de- senvolvido através do conhecimento especializado de cientistas e/ ou inventores [...] representa o conhecimento que é protegido atra- vés da sua descrição pública e da vinculação com seu proprietário. Da mesma forma relatórios e outros documentos estruturados são exemplos de conhecimento já tornado explícito. Mas o conhecimento estruturado e explícito de patentes e relató- rios não se torna utilizável simplesmente em decorrência de sua codificação. Ele precisa ser avaliado e tornado acessível a pessoas que possam fazer algo com ele e beneficiar a organização. (DAVEN- PORT; PRUSAK, 1998, s.p.) A codificação do conhecimento é um desafio. Podemos di- zer que é um processo de redução e conversão que implica sua transformação em informação. Esse processo possibilita que a transmissão, o tratamento, o armazenamento e a reprodução do conhecimento se tornem relativamente simples. © Gestão do Conhecimento148 Davenport e Prusak (1998, p. 101) endossam o seguinte: Codificar o conhecimento é fundamental para incrementar seu valor dentro da organização. A codificação dá permanência para o conhecimento que, de outra forma, existiria apenas na mente das pessoas. Ela representa ou insere conhecimentos em formatos que podem ser compartilhados, armazenados, combinados e manipu- lados numa variedade de maneiras. Um outro exemplo de conhecimento explícito é a montagem de um cronograma, em que é necessário definir as atividades, suas sequências e suas durações. Em geral, quem realiza este levanta- mento é uma pessoa que já teve experiências nesta área técnica, ou então adquire estes conhecimentos em livros específicos que informam as durações e sequências das atividades, por exemplo, a quantidade de homens/hora para a construção de uma parede. (CARNEVAL; NASCIMENTO; PEREIRA, 2005). 6. COMUNICAÇÃO FORMAL E INFORMAL Para compreendermos a importância da codificação e da or- ganização do conhecimento, que buscam garantir a recuperação rápida e fácil do conhecimento desejado, por meio de sistemas de classificação e armazenagem efetivos, faz-se necessário entender como o conhecimento é "comunicado". A comunicação do conhecimento humano (de todo conhe- cimento) processa-se por meio de dois tipos de canais básicos: os formais e os informais. Os primeiros são representados pelas publicações primárias, se- cundárias, terciárias e pelos centros/serviços de informação/docu- mentação e bibliotecas. Os segundos são representados por dife- rentes modalidades de intercâmbio interpessoal, como conversas, correspondência, telefonemas e reuniões de caráter restrito. (GAR- CIA, 1980, p. 42) Observe, na Figura 1, o ciclo do conhecimento. 149 Claretiano - Centro Universitário © U4 – Organização do Conhecimento Monografia Figura 1 Ciclo do conhecimento. Nesse contexto, devemos salientar que a busca do conheci- mento se inicia com uma determinada necessidade – aqui, você poderia pensar, por exemplo, em uma pesquisa sobre o conceito de qualidade aplicado a sistemas de informação com base em TI. Em outras palavras, iniciaremos o percurso pelo ciclo da informa- ção com uma questão de pesquisa. No início do ciclo do conhecimento, há duas opções para a recuperação do conhecimento que atendem à questão de pesqui- sa: fontes informais ou fontes formais. A comunicação informal (contatos interpessoais entre pares) é muito importante para todos os indivíduos. Pelos canais infor- mais, por exemplo, cientistas e especialistas podem descobrir ra- pidamente se eles e seus parceiros estão falando sobre o mesmo problema e sobre as mesmas variáveis e situações. Você pode usar esses canais de comunicação para discutir uma infinidade de assuntos, uma vez que não há um limite rígido para as interações. © Gestão do Conhecimento150 Dessa forma, os canais informais são reconhecidamente fo- mentadores da inovação, pois sua atuação na geração de novas ideias é muito eficaz, e eles favorecem a formação de redes inter- pessoais para troca de informações entre pares. Podemos identificar dois tipos de redes interpessoais na Fi- gura 1: colégio invisível e gatekeepers (porteiros). Eles podem ser caracterizados da seguinte forma: • Colégio invisível: constituído por indivíduos com interes- se comum, trocando correspondência e notícias sobre novas publicações, pesquisas e citando-se mutuamente. A participação do indivíduo viabiliza sua atualização so- bre as novidades da área. Os pesquisadores mantêm-se a par dos trabalhos de seus parceiros por meio da par- ticipação de eventos, visitas, e-mails, telefonemas, entre outras formas, com frequente troca de informações, rea- lizada de modo informal, sobre pesquisa que ainda serão publicadas. • Gatekeepers (porteiros): constituído por indivíduos que controlam o fluxo de informações vindas de fora da or- ganização, pois estão em contato permanente com mui- tas pessoas, tanto externo quanto interno à organização, com o objetivo de disseminar informações e conhecimen- tos entre seus pares. Você pode contar com um importante mecanismo de iden- tificação de pesquisadores e instituições, denominado Plataforma Lattes, que: [...] representa a experiência do CNPq na integração de bases de dadosde currículos e de instituições da área de ciência e tecnologia em um único Sistema de Informações, cuja importância atual se estende não só às atividades operacionais de fomento do CNPq, como também às ações de fomento de outras agências federais e estaduais (LATTES, 2011). As informações constantes na Plataforma Lattes podem ser utilizadas tanto no apoio a atividades de gestão quanto no apoio à formulação de políticas para a área de Ciência e Tecnologia. 151 Claretiano - Centro Universitário © U4 – Organização do Conhecimento É nessa plataforma que encontramos o Currículo Lattes, o qual registra a vida pregressa e atual dos pesquisadores, sendo um elemento indispensável à análise de mérito e competências deles. Além disso, o Currículo Lattes pode servir como uma impor- tante fonte de conhecimento, uma vez que permite a você identi- ficar potenciais parceiros em seu tema de pesquisa. Por exemplo, ao pesquisar um determinado assunto em uma base de dados, dificilmente você recupera menos de dez resulta- dos. Assim, caso esses resultados sejam artigos e, consequente- mente, precisem ser analisados em um curto espaço de tempo, a leitura de todo esse material seria inviável. Dessa forma, para tornar essa tarefa menos árdua, você poderá utilizar as informa- ções do Currículo Lattes para identificar os pesquisadores mais relevantes para seu tema de pesquisa. Em outras palavras, sua lei- tura obrigatória. Convidamos você a realizar uma busca no Currículo Lattes com a seguinte expressão: "Qualidade de sistemas de informação". Ou, então, você pode procurar, nessa plataforma, pelo currículo de um de seus professores e tutores. O resultado dessa busca será o acesso a uma descrição sobre a atuação de pessoas envolvidas em Ciência e Tecnologia. Logo, a Plataforma Lattes funciona como um mapa do conhecimento dos pesquisadores brasileiros. 7. NORMAS PARA A ORGANIZAÇÃO DO CONHECI- MENTO Pesquisadores e especialistas (geradores do conhecimento científico e tecnológico) e usuários do conhecimento precisam de mecanismos padronizados para tornar a comunicação do conhecimento humano o mais difundida possível. O conhecimento, do mesmo modo, necessita de estruturação na sua codificação, ou melhor dizendo, o processo formal de comunicação compreende a utilização de normas para facilitar seu © Gestão do Conhecimento152 intercâmbio e maximizar sua qualidade. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o órgão responsável pela normalização técnica no país, fornecendo a base necessária ao desenvolvimento tecnológico brasileiro. Prepara e publica as normas utilizadas para a elaboração de um documento (trabalho acadêmico, relatório técnico, entre outros), visando assegurar um padrão nacional que auxilia na compreensão do conteúdo do texto e facilita sua circulação e disseminação pela sociedade. A aplicação dessas normas ocorre no momento da formalização do conhecimento, conforme é visualizado na Figura 2. Monografia Figura 2 Formalização do conhecimento e aplicação das normas de documentação. Por meio dessa figura, conseguimos entender que normalizar um documento significa dar-lhe todas as condições de ser recuperado por outras pessoas que se interessem por seu conteúdo (conhecimento) temático. Periodicamente, a ABNT promove revisões nas normas, portanto, antes de concluir qualquer trabalho, torna-se importante verificar se as mesmas sofreram algum tipo de alteração. Para tanto, 153 Claretiano - Centro Universitário © U4 – Organização do Conhecimento consulte a própria ABNT ou o bibliotecário da sua instituição; ele saberá informar se houve qualquer modificação (GOMES, 2010, p. 13). O Comitê Brasileiro (ABNT/CB-14) – Informação e Documen- tação, assim denominado desde o início de 2003 por ocasião do desmembramento do antigo CB-14, se intitulava Comitê Brasileiro de Finanças, Bancos, Seguros, Comércio, Administração e Docu- mentação. Na atualidade, o CB-14 está organizado em quatro Comis- sões de Estudo: CE 14:000.01 – Documentação; CE 4:000.02 – Es- tatística e Avaliação de Desempenho; CE 14:000.03 – Identificação e Descrição; CE 14:000.04 – Gestão de Documentos Arquivísticos. Portanto, o comitê que cuida das normas de informação e docu- mentação é o ABNT/CB-14 − âmbito de atuação/normalização no campo de finanças, bancos, seguros, comércio, administração e documentação, compreendendo práticas adotadas em bibliote- cas, centros de documentação e de informações, no que concerne a terminologia, requisitos, serviços e generalidades. Agora, conheça algumas normas para documentação: 1) NBR-6023: informação e documentação; referências; elaboração. 2) NBR-10520: informação e documentação; citação em documentos; apresentação. 3) NBR-6027: informação e documentação; sumário; apre- sentação. 4) NBR-10719: informação e documentação; relatório téc- nico científico; apresentação. 5) NBR-6028: informação e documentação; resumo; proce- dimentos. Como você pode perceber, todo trabalho científico precisa estar documentado ou registrado em um tipo de suporte, pois, além de obter credibilidade dessa forma, ele completa o ciclo pro- dução-divulgação-absorção-novo conhecimento, conforme visto na Figura 2, anterior. © Gestão do Conhecimento154 Não é necessário, contudo, decorar as normas brasileiras de documentação. Elas existem para ser consultadas e você poderá acessá-las diretamente pelo site da ABNT (mediante pagamento) ou consultá-las na biblioteca de sua instituição. Vale lembrar, po- rém, que algumas bibliotecas não disponibilizam a norma com- pleta, nesses casos elas disponibilizam diversos guias práticos que você poderá fazer uso com grande facilidade para normatizar suas produções. 8. TECNOLOGIA E PUBLICAÇÃO – HIPERMÍDIA Há algumas décadas, o conhecimento só era disponível no formato de papel; em seguida, passou a ser híbrido, apresentan- do-se tanto em papel quanto na forma digital. Atualmente, o co- nhecimento pode ser encontrado em formato digital e em hiper- mídia, ou seja, com a utilização simultânea de diversas mídias por meio de hiperlinks. A evolução das mídias eletrônicas (publicação digital) pro- vocou várias alterações na comunicação do conhecimento, desde a redação até a publicação, interferindo também na relação entre autor e usuários: 1) Editoração eletrônica para gerar versão impressa. 2) Distribuição do texto na forma eletrônica equivalente com a versão impressa. 3) Distribuição somente na forma eletrônica. 4) Geração de novas publicações que exploram a capacida- de da hipermídia. Contudo, o último estágio ainda não se realizou completamente, o momento atual é o da coexistência: forma impressa (em papel) e forma eletrônica (digital). A Figura 3, a seguir, representa a presença da hipermídia no ciclo do conhecimento. 155 Claretiano - Centro Universitário © U4 – Organização do Conhecimento Monografia Figura 3 Influência da hipermídia no ciclo do conhecimento. Considerando a Figura 3 exposta, citamos alguns benefícios da publicação eletrônica (digital): 1) Custo de produção e distribuição. 2) Acesso. 3) Rapidez. 4) Estocagem da informação. As publicações impressas, embora consagradas, exigem um processo convencionalmente demorado e incômodo para grande parte de escritores (MOUTINHO, 2002, p. 81). Pode demorar até três anos a disponibilização de uma publicação para o público, por causa da defasagem provocada pelo processo da publicação im- pressa, que envolve a: 1) Avaliação pelo corpo editorial (que pode demorar um ano). 2) Submissão do trabalho. 3) Avaliação pelo corpo editorial. 4) Impressão do exemplar. © Gestão do Conhecimento156 Essas observações feitas sobre o processo de publicação, desde a produção da obra até a exibição ou publicação propria- mente dita, nos faz avaliar arelação entre autor e usuário do co- nhecimento. A esse respeito, uma primeira e notória observação a ser re- alizada é quanto ao aumento do número de documentos disponi- bilizados na web, facilmente acessíveis por usuários. Além disso, o usuário também pode ter uma relação mais estreita com o autor, que pode ser contatado por e-mail. Desse modo, o uso da tecnologia possibilitou, além de um aumento exponencial de publicações eletrônicas em texto com- pleto, outras formas de interação entre autor e leitor. O texto eletrônico, disponível no ambiente web por intermé- dio das mais variadas plataformas interativas, pode ser editado, revisado, publicado e atualizado em um mesmo suporte, caracte- rizando-se como de estrutura aberta. Esse tipo de texto pode man- ter-se disponível a estabelecer relações e enlaces com outros tex- tos (que podem ser palavras, imagens, gráficos etc.), constituindo o hipertexto, que é um tipo de texto repleto de "nós" (hiperlinks). Ao incorporar vídeos, imagens ou áudio ao hipertexto, damos ori- gem à hipermídia, que proporciona aos leitores a experiência da leitura não linear e interativa. Os progressos no pensamento científico e tecnológico fa- zem-se de forma cada vez mais rápida. Trata-se do "calcanhar de Aquiles" da publicação impressa (MOUTINHO, 2002, p. 81). Dessa forma, as ferramentas de TI ajudam a superar os obstáculos da publicação. O usuário ajuda o autor a escrever o texto Para Moutinho, Cunha Filho e Lima (2002, p. 82-83): 157 Claretiano - Centro Universitário © U4 – Organização do Conhecimento Em certos tipos de obras, esta característica do texto eletrônico faz- -se notar pela participação contínua dos usuários, que interferem na definição do texto não somente pela decisão de que "nós" aces- sar, mas na construção de uma espécie de "texto cooperativo", no qual a intervenção dos usuários é requerida pelo autor. Como exemplo desses textos, podemos citar os blogs, con- siderados como um mecanismo de promoção da qualidade por meio da crítica permanente. Atualmente, os autores precisam pensar duas vezes antes de submeter a uma determinada revista um trabalho vulnerável, ain- da imaturo e pouco fundamentado, pois: O risco agora não é mais o de não ser publicado, mas o de ficar exposto a uma crítica fulminante. Assim, o elemento diferencial da publicação eletrônica passa a ser outro: ele não está simplesmente na difusão mais rápida dos artigos e na facilidade de busca instantâ- nea (search) em toda a literatura científica e tecnológica disponível. (MOUTINHO; CUNHA FILHO; LIMA, 2002, p. 83) A essência do meio eletrônico reside na opinião imediata, na estrutura bidirecional e na consequente possibilidade de diálogo, ou seja, na potencialidade de comunicação. A revista Ciência da Informação, por exemplo, utiliza o Siste- ma Eletrônico de Editoração de Revistas (SEER), que gerencia todo o processo de editoração. O Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBCT) disponibiliza o software (código aber- to) e aplica treinamento visando ao desenvolvimento de compe- tências nas instituições interessadas. 9. CONTROLE BIBLIOGRÁFICO Segundo Campello e Magalhães (1997, [s.p.]), o controle bi- bliográfico "pressupõe um domínio completo sobre os materiais que registram o conhecimento, objetivando sua identificação, lo- calização e obtenção.". O conhecimento explícito pode ser disponibilizado em uma diversidade de suportes, como livros, periódicos, revistas, CDs, © Gestão do Conhecimento158 DVDs, microfilmes, partituras, entre outros, ou seja, em todo ele- mento capaz de armazenar informação. Na Figura 4, apresentamos algumas ferramentas aplicadas à organização do conhecimento por meio do controle bibliográfico. Monografia Figura 4 Ferramentas aplicadas à organização do conhecimento. São utilizadas várias ferramentas para realizar o controle bibliográfico: • Para a descrição física da fonte do conhecimento, é uti- lizado um conjunto de regras denominado AACR2 (Códi- go Anglo-Americano de Catalogação). O código ajuda nos procedimentos de descrição do livro, por exemplo, na identificação dos autores, título, editora, número de pági- nas, se o livro possui ilustrações, sua tipologia (dicionário ou tese), entre outros. • Para a classificação dos conteúdos abordados pelas fon- tes de conhecimento, são utilizadas as linguagens docu- mentárias, as mais utilizadas são: a Classificação Decimal de Dewey (CDD) e a Classificação Decimal Universal (CDU), pois permitem classificar as fontes de conhecimento por áreas do conhecimento humano. Essas áreas são dividi- 159 Claretiano - Centro Universitário © U4 – Organização do Conhecimento das em dez classes e cada uma delas é subdividida, o que possibilita a aplicação de um nível de especificidade à fonte, do mais geral ao mais específico. • Pode parecer a você que estamos falando em "grego", mas quando for a uma biblioteca para retirar livros, você se orientará por essas classificações, pela série de núme- ros que fica na etiqueta presente na lombada do livro. Imagine: se elas não existissem, como seria a organização da Biblioteca do Claretiano, por exemplo, que conta com mais de 50 mil exemplares, espalhados por todas as áreas do conhecimento humano? • Para indexar os conteúdos das fontes de conhecimento, são utilizados os vocabulários controlados, que são con- juntos de palavras padronizadas que dão conta de deter- minado conteúdo. • Por exemplo, quando você busca por "qualidade" no Goo- gle, você encontra essa palavra relacionada com "qualida- de total", "gerenciamento da qualidade", "Total Quality Management (TQM)", "gestão da qualidade", entre ou- tras expressões. • O uso do vocabulário controlado permite padronizar o uso de uma determinada palavra para representar o con- teúdo da fonte. Você poderia padronizar a utilização da expressão "gestão da qualidade" para todos os assuntos relacionados com qualidade. • O uso de thesaurus (vocabulário controlado com níveis de relacionamento entre os termos) permitirá a você, quan- do buscar pelo termo "qualidade", recuperar todas as va- riações do termo presentes no thesaurus. Não fique assustado com o Controle Bibliográfico, pois você faz uso dele e, muitas vezes, nem percebe. Outro exemplo é o catálogo da biblioteca, que é o resulta- do da aplicação no acervo da biblioteca, visto que ele possibilita a organização e a recuperação das fontes de conhecimento com grande facilidade. Esse controle é também realizado pelas bases de dados que disponibilizam dados referenciais ou textos completos (que será o © Gestão do Conhecimento160 tema da próxima unidade). Os vocabulários controlados são repre- sentados pelos índices das bases de dados ou dos catálogos. Outro exemplo de controle bibliográfico que você utiliza é o site da Biblioteca do Claretiano; portanto, acesse-o e explore o seu catálogo on-line – nele, você encontrará as fontes de conhecimento classificadas pelas áreas do conhecimento humano e indexadas de acordo com o vocabulário controlado da Instituição, possibilitando que você realize buscas por termos pré-selecionados por meio da utilização de um índice. Para ilustrar melhor, utilizamos o índice do catálogo da Biblioteca do Claretiano para recuperar as fontes de conhecimento relacionadas à "Gestão do Conhecimento". Assim, observe, na Figura 5, a interface gráfica do catálogo da Biblioteca do Claretiano com os resultados da expressão buscada. Figura 5 Adaptação da interface gráfica do catálogo da Biblioteca do Claretiano com os resultados da expressão de busca "Gestão do Conhecimento". 161 Claretiano - Centro Universitário © U4 – Organização do Conhecimento Já que estamos falando sobre o catálogo da biblioteca, tente responder: O que podemos encontrar em uma biblioteca? Por meio de um catálogo, podemos identificar quais fontes de conhecimentocompõem seu acervo, como você observará na Figura 6. As fontes poderão ser encontradas em vários tipos de suporte, conforme visto anteriormente. Atualmente, as bibliotecas universitárias contam com repo- sitórios institucionais para disponibilizar, em formato digital, as pu- blicações técnicas e científicas da sua comunidade. Nesse sentido, podemos citar como exemplo a Biblioteca Comunitária da UFSCar, que disponibiliza em texto completo os trabalhos de conclusão de cursos de pós-graduação de mestrado e doutorado. A Universi- dade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), entre outras universidades, também possuem essas iniciativas. Além das fontes de informações, uma série de outros servi- ços é disponibilizada pela Biblioteca do Claretiano, como o serviço de comutação bibliográfica ou empréstimo entre bibliotecas. É virtualmente impossível que uma biblioteca, por maior que seja e possua recursos ao seu dispor, consiga acompanhar o fluxo crescente das publicações ou adquirir todas as obras que são necessárias para abranger todos os campos do conhecimento. O controle bibliográfico, realizado por meio dos catálogos on-line, tem permitido uma maior cobertura dos documentos e assegurado um acesso mais rápido e eficaz às referências biblio- gráficas. Atualmente, a Tecnologia da Informação permite acesso às bases de dados nacionais e internacionais e constitui-se em impor- tante fator para a produção de novas ferramentas bibliográficas. Entretanto, o acesso ao documento primário não se encontra na mesma situação, já que as pressões econômicas têm obrigado as bibliotecas a reduzirem suas aquisições. Foi nesse estágio que o © Gestão do Conhecimento162 compartilhamento de acervo, por intermédio de iniciativas como o empréstimo entre bibliotecas, comutação bibliográfica e aquisição cooperativa de coleções, começaram a adquirir maior importân- cia. A experiência tem indicado que a única solução plausível é a de uma determinada biblioteca apoiar-se nos recursos de outras. Figura 6 Tipologias de fontes de conhecimento de página de busca do Claretiano disponíveis na biblioteca. No Brasil, temos uma iniciativa muito bem-sucedida de co- mutação bibliográfica: o serviço disponibilizado pelo Instituto Bra- sileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), denominado Comut (Programa de Comutação Bibliográfica), que é um sistema cooperativo que permite a localização e a recuperação de docu- mentos não existentes no acervo das bibliotecas conveniadas e tem como objetivos: [...] facilitar o acesso ao documento requerido nas tarefas de pes- quisa, ensino e gerenciamento independentemente de sua locali- zação, sob a égide de um sistema de comutação bibliográfica des- centralizado, desburocratizar o processo administrativo e contábil nas transações de compra e venda de cópias de documentos, con- tribuir para o aperfeiçoamento do ensino e da pesquisa, criando condições para a transferência e uso cooperativos de informações interdisciplinares armazenadas nas instituições depositárias dos acervos bibliográficos. (COMUT, 2011) 163 Claretiano - Centro Universitário © U4 – Organização do Conhecimento O Comut pode ser utilizado de duas formas: ou a bibliote- ca poderá intermediar a aquisição das fontes de informação, ou você, pessoalmente, localiza o material desejado e o solicita, por meio do Comut, à biblioteca que o possui. Para a localização do material, você deverá utilizar o Catálogo Coletivo Nacional (CCN), disponibilizado pelo Ibict. Você se lembra de tudo que dissemos sobre o "controle bi- bliográfico", não lembra? Esse catálogo é constituído com as infor- mações referenciais sobre periódicos que fazem parte do acervo das bibliotecas nacionais. Com isso, é possível localizar qual biblio- teca brasileira possui em seu acervo o periódico de que necessita. Contudo, caso não encontre em nenhuma biblioteca brasi- leira o material desejado, o Comut possui um serviço denominado "busca monitorada", que permite a consulta em bibliotecas ameri- canas nas quais você pode encontrar o material desejado. Outra forma de comutação é o empréstimo entre bibliote- cas; para utilizar esse serviço, é necessário identificar quais são as bibliotecas parceiras, qual delas possui o material desejado e quais são as condições de empréstimo: custo de correio, tempo de empréstimo, tipologia da fonte, entre outras. Conforme é possível visualizar no ciclo do conhecimento, as bases de dados tornam-se uma opção muito interessante para a disseminação do conhecimento. Os avanços tecnológicos em in- formática proporcionam a disponibilização de dois tipos de dados: • Textos completos: nesse tipo, você tem acesso ao docu- mento na íntegra. Exemplos: Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Biblioteca Digital de Teses e Disserta- ções (BDTD) – ambas com acesso livre. • Textos referenciais: nesse, você encontra informações referenciais sobre a fonte de informação desejada, como título, autor, data, entre outras. Ou seja, você só tem refe- rências da fonte. Entre as mais utilizadas, podemos citar a Web of Science (acesso restrito, mediante o pagamento) © Gestão do Conhecimento164 e a BVS – Biblioteca Virtual da Saúde (acesso livre). To- davia, com o avanço tecnológico, essas bases, além dos dados referenciais, trazem links que permitem ao usuá- rio encontrar o material desejado em formato completo, caso ele exista e esteja vinculado à base. Há uma iniciativa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), denominada Portal Periódicos Capes, que disponibiliza esses dois tipos de bases de dados (com- pleto e referencial). Professores, pesquisadores, alunos e funcionários de 194 instituições de ensino superior e de pesquisa em todo o país têm acesso imediato à produção científica mundial atualizada por meio desse serviço. O uso do portal é livre e gratuito para os usuários das insti- tuições participantes, e o acesso é realizado a partir de qualquer terminal ligado à internet e que esteja localizado nas instituições, ou seja, por elas autorizado. Como o ciclo apresentado na Figura 4 não trata exclusivamen- te de fontes de conhecimento organizacionais, vamos apresentar a você algumas fontes citadas por Davenport e Prusak (1998): • Fontes internas de conhecimento na organização: espe- cialistas, clientes, fornecedores, sistemas de gestão da organização, simulação e modelagem de processos, polí- ticas, práticas e procedimentos, treinamentos, estratégia da organização, planejamento orçamentário e operacio- nal, documentação dos processos, caixa de sugestões dos trabalhadores, entre outras. • Fontes externas à organização: destacam-se publicações, serviços de consultoria, sistemas especialistas, banco de dados comerciais, conferências e congressos, treinamentos e seminários, relacionamento com clientes e fornecedores, novos trabalhadores, pesquisa acadêmica, 165 Claretiano - Centro Universitário © U4 – Organização do Conhecimento benchmarking, parcerias, alianças estratégicas e joint ventures, mídias diversas e inúmeras outras. Recursos necessários aos usuários para ter acesso ao conhecimento Para acessar o conhecimento disponível, é necessário que você considere os recursos, como poderá visualizar na Figura 7. Monografia Figura 7 Recursos necessários aos usuários para ter acesso ao conhecimento. Quando falamos em recursos dos usuários, nos referimos às suas competências informacionais. É de suma importância conhecer todos os conceitos básicos que este estudo compreende (especialmente, os apresentados na Unidade 1). Você deverá ter a capacidade de identificar sua necessidade e selecionar a informação mais adequada a ela. Entretanto, para fazer isso, também deverá contar com alguns recursos, como no caso das publicações eletrônicas, que envolvem a utilizaçãode microcomputador e acesso à internet. Esses recursos © Gestão do Conhecimento166 deverão ser compatíveis com os serviços disponibilizados. Algumas bases possuem interfaces gráficas "pesadas", o que torna inviável sua navegação por uma conexão discada. Na Figura 8, é possível visualizar algumas aplicações dos conhecimentos em Ciência e Tecnologia (C&T). Esses conhecimentos podem apoiar a inovação, a competitividade e a capacitação tecnológica das organizações brasileiras e viabilizar a construção de barreiras de entrada (dificultar o acesso a determinados mercados/indústria) de concorrentes ou providenciar meios para as organizações ultrapassarem as barreiras já existentes. Em pesquisa e desenvolvimento (P&D), podem, por exemplo, evitar que as organizações redescubram a "roda" e permitir que utilizem conhecimentos de outros indivíduos ou organizações para dar apoio às novas descobertas. A organização das fontes de conhecimento por meio do controle bibliográfico viabiliza a construção de indicadores sobre C&T, por exemplo: quem são os pesquisadores brasileiros envolvidos com pesquisas sobre biocombustíveis? Quais, dentre eles, possuem maior visibilidade internacional? Vários outros exemplos de indicadores em C&T poderão ser encontrados e acessados no site da Fapesp. 167 Claretiano - Centro Universitário © U4 – Organização do Conhecimento Monografia Figura 8 Aplicações dos conhecimentos em Ciência e Tecnologia. O valor do conhecimento Antes de acessar uma fonte de conhecimento, é importante que se leve em conta o custo disso, pois determinadas fontes possuem acesso restrito, ou seja, só são possíveis mediante pagamento. Tal situação poderá inviabilizar sua aplicação para solucionar uma determinada necessidade. O Brasil tem avançado na estruturação e na disseminação do conhecimento científico e tecnológico. Podemos citar várias iniciativas nesse sentido: SciELO, BDTD, CCN, BVS, DECs, Portal do Conhecimento, Banco de Teses da CAPES, Prossiga, entre outras. Seu papel no ciclo do conhecimento A atuação dos profissionais de gestão de TI é muito variada. A tendência é que trabalhem no desenvolvimento e na gestão de novas tecnologias, sistemas ou outros recursos de informação, comunicação e computação, para facilitar a vida das pessoas, ou para tornar as organizações mais eficientes e lucrativas. © Gestão do Conhecimento168 Portanto, os profissionais formados em gestão de TI poderão atuar como pesquisadores em universidades, como colaboradores de empresas ou criando suas próprias empresas. 10. PROTEÇÃO DO CONHECIMENTO Vamos abordar uma temática muito importante para a com- petitividade das organizações brasileiras: a proteção do conheci- mento tecnológico em processos e produtos por intermédio do uso de patentes, um documento que celebra a troca entre o esta- do e o inventor. Uso de patentes De acordo com o Instituto Nacional da Propriedade Indus- trial (INPI) (2011): Patente é um título de propriedade temporária sobre uma inven- ção ou modelo de utilidade, outorgados pelo Estado aos invento- res ou autores ou outras pessoas físicas ou jurídicas detentoras de direitos sobre a criação. Em contrapartida, o inventor se obriga a revelar detalhadamente todo o conteúdo técnico da matéria pro- tegida pela patente. O inventor torna público todo o conhecimento tecnológico relevante sobre o seu invento, o que facilita o desenvolvimento de novos inventos mais avançados por outras pessoas ou organizações. O estado, por sua vez, concede ao inventor o direito de ex- plorar comercialmente com exclusividade seu invento por um pe- ríodo de 20 anos. Isso quer dizer que o inventor tem o mercado cativo por esse período, ou seja, vale a pena patentear. É só analisarmos o quanto vale ser o único a poder produzir e vender determinado remédio ou material ou aparelho no Brasil. Para patentear um produto ou serviço o inventor deve fazer um relatório descritivo de sua invenção e contratar um escritório especializado para a redação e encaminhamento do pedido de patente. 169 Claretiano - Centro Universitário © U4 – Organização do Conhecimento O pedido deve conter: 1) título; 2) introdução (explicar para que serve o invento); 3) dados bibliográficos; 4) estado da técnica (o que existe de mais avançado hoje na área em que se enquadra o invento); 5) descrição da invenção (como é, como funciona, o que tem de novidade em relação ao estado da técnica); 6) reivindicações de privilégio (aspectos do invento que o inventor pretende ter o privilégio de explorar com exclu- sividade); 7) desenhos técnicos (os desenhos ajudam a descrição do invento); e 8) resumo. O inventor pode fazer o pedido de patente sem a ajuda de um escritório especializado, mas isso não é recomendável, pois em geral a patente fica mais vulnerável. O pedido de patente deve ser depositado pessoalmente ou por procurador na sede do INPI no Rio de Janeiro. O pedido é pu- blicado e examinado por um profissional do INPI que decide se concede ou não a patente. O examinador pode pedir esclarecimentos ou detalhamen- tos sobre o invento. E empresas ou pessoas interessadas em que a patente não seja concedida podem questionar o pedido. Os prazos e as exigências do examinador devem ser rigorosa- mente cumpridos para que a patente não seja perdida. Infelizmente, o procedimento no INPI entre o depósito do pedido e a decisão final sobre concessão ou não do pedido geral- mente demora alguns anos, o que tem contribuído para o desinte- resse das organizações brasileiras no processo de patenteamento. Em outros países, porém, como Japão e Estados Unidos, o proces- so de patenteamento é muito mais rápido e menos burocrático. © Gestão do Conhecimento170 Quanto à fiscalização das patentes, primeiro, é preciso lem- brar que cada país é soberano para decidir sobre a concessão ou não de patentes válidas em seu território. Para ter uma patente válida no Brasil, nos Estados Unidos e na Argentina é preciso pedir a patente nesses três países, que são soberanos para decidir se concedem ou não a patente. Um pode conceder e outro não. Em cada país há um instituto ou escritório de propriedade industrial. No Brasil, há o INPI, no Rio de Janeiro, que controla a concessão e o uso de patentes. Vejamos como é o procedimento para o pedido de patente- amento. Imagine que você tem um produto e deseja patenteá-lo no Brasil e no Mercado Comum do Sul (Mercosul). Qual é o proce- dimento? No Brasil, o pedido de patenteamento pode ser realizado de duas maneiras: • Pode ser feito um pedido independente no Brasil, na Ar- gentina, no Paraguai e no Uruguai. Um procurador ou o próprio inventor vai aos escritórios de propriedade indus- trial desses países e faz os pedidos. • Pode ser feito um pedido do tipo Patent Cooperation Tre- aty (PCT), em português Tratado de Cooperação em Ma- téria de Patentes, especificando que se pretende ter pa- tentes nos quatro países. O PCT simplifica o pedido, que pode ser feito no Brasil, valendo para os quatro países. Mas o processo de exame e concessão continua indepen- dente nos quatro países. O PCT funciona para quase to- dos os países, não só para o Mercosul. Se o produto já foi patenteado no Brasil, pode ser feito um pedido de extensão de patente para os países do Mercosul a par- tir da patente já existente no Brasil. Os dois procedimentos antes mencionados são válidos, contudo há uma ressalva: após o pri- meiro depósito (que no caso, foi feito no Brasil), o inventor tem, no máximo, um ano para pedir a extensão da patente para outros países. 171 Claretiano - Centro Universitário © U4 – Organização do Conhecimento Após vencer esse prazo, a patente torna-se de domínio pú- blico nos países em que não foi patenteada: qualquer pessoa ou empresa pode explorar comercialmente o invento e ninguém (nem o inventor)pode patenteá-la. É importante lembrar que o período é de um ano a partir da data do primeiro depósito da patente (data de prioridade da patente) e não da data de concessão da patente. O Brasil respeita todas as convenções internacionais sobre propriedade industrial (CUP – Convenção Universal de Paris, TRIPS e outras). Nem todos os países seguem essas convenções, como é o caso dos Estados Unidos. Até 1996, o Brasil era criticado por não aceitar patentes em algumas áreas, como medicamentos. Recentemente a lei de pa- tentes brasileira foi criticada pelos Estados Unidos por permitir a quebra de patentes (o estado passa a ter direito de explorar a pa- tente para outra empresa ou pessoa que não o inventor) em caso de necessidade nacional, como o caso de epidemias ou o trata- mento de Aids. A lei brasileira foi contestada na Organização Mun- dial do Comércio (OMC), mas acabou sendo reconhecida. Quanto ao uso do documento de patente pelos brasileiros podemos observar que as patentes ainda são pouco conhecidas no Brasil. Muitas patentes são desrespeitadas, talvez mais por ig- norância da sua existência do que por má intenção, e, também, em razão de os brasileiros utilizarem muito pouco o conhecimento tecnológico contido nas patentes. As patentes que foram depositadas em outros países e não no Brasil são de domínio público e podem ser exploradas comer- cialmente por qualquer pessoa ou empresa no Brasil. Cerca de apenas 1% de todas as patentes do mundo são con- cedidas no Brasil, o que quer dizer que os outros 99% são de do- mínio público no país. © Gestão do Conhecimento172 Além de utilizar a patente na fabricação de produtos e na prestação de serviços, é possível identificar outras aplicações para as patentes. Por exemplo, o Núcleo de Informação Tecnológica em Materiais da UFSCar (NIT/Materiais) utiliza as patentes para estu- dos de inteligência competitiva e prospecção tecnológica. As patentes podem ser utilizadas para a construção de indi- cadores sobre como determinadas tecnologias ou áreas tecnológi- cas estão evoluindo. Podem também servir de parâmetros para comparação de concorrentes quanto a capacidade de inovação, domínio de mer- cados, domínio sobre tecnologias, potencial para aquisição ou for- mação de alianças e outros aspectos. O NIT/Materiais faz análise automatizada de grande quanti- dade de patentes com o auxílio de softwares bibliométricos e es- tatísticos, como Vantagepoint e Windams. O acesso aos documentos de patente pode ser realizado por intermédio de base de dados disponíveis no ambiente web, por exemplo, a Derwent Innovation Index, disponível gratuitamente para usuários da UFSCar e outras universidades públicas brasileiras (a disponibilização da base de dados foi paga pela Fapesp e pela Capes), outros indivíduos e organizações interessados nas infor- mações de patentes precisam pagar pelo acesso à base Derwent Innovation Index, que fornece apenas os registros bibliográficos de patentes. O serviço de informação Dialog tem excelentes bases de da- dos de patentes na íntegra, como a Derwent World Patents Index, embora nesse caso o acesso seja pago. Quanto à completude das informações contidas em um do- cumento de patente, podemos observar que, na teoria, fornecer toda a informação sobre o invento é a parte do inventor na troca feita com o estado pelo direito à exclusividade da sua exploração comercial. Contudo, como os inventores não têm interesse que 173 Claretiano - Centro Universitário © U4 – Organização do Conhecimento outros entendam como seus inventos funcionam (o que permite o desenvolvimento de inventos concorrentes melhores), as patentes são escritas em uma linguagem rebuscada de forma que a infor- mação esteja presente na patente, mas seja difícil de compreen- der. Escrever de forma complexa é o papel do escritório de advo- gados contratado pelo inventor. Fazer com que toda a informação relevante sobre o evento esteja contida na patente de forma minimamente clara é o papel do examinador de patentes do INPI. A linguagem complexa do documento de patente pode li- mitar seus usuários, ou seja, é provável que um microempresário brasileiro não consiga compreender uma patente. 11. ESTUDO DE CASO I: REVISTA CIÊNCIA DA INFOR- MAÇÃO A revista Ciência da Informação utiliza o Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas (SEER/OJS) – conforme exemplificamos anteriormente –, que é um grande aliado para facilitar o trabalho dos editores e demais profissionais envolvidos na redação de uma revista científica. Tal sistema foi desenvolvido pela Public Knowlegde Project da Universidade British Columbia, em 2003, e chegou ao Brasil em versão traduzida pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict). Assim, é por meio do SEER/OJS que a Ciência da Informação gerencia todo o processo de submissão e avaliação dos artigos científicos nela publicados. O SEER/OJS permite aos usuários a submissão eletrônica dos artigos; desse modo, o próprio usuário encarrega-se de cadastrar os dados necessários ao controle bibliográfico do artigo, ou seja, preencher os metadados do artigo. © Gestão do Conhecimento174 Por ser uma tecnologia que trabalha com a arquitetura de "arquivos abertos", possibilita, também, o acesso a todo o conteú- do da revista, aos dados referenciais e ao texto completo. O conteúdo da revista é indexado por várias bases de dados internacionais, inclusive pelo Google; com isso, a produção cientí- fica publicada ganha visibilidade internacional. É importante res- saltar que esse sistema é gratuito e de acesso livre, tendo em vista que o Ibict oferece toda a infraestrutura de apoio aos interessados pelo SEER/OJS. Figura 9 Interface gráfica da revista "Ciência da Informação". 12. ESTUDO DE CASO II: PROTEÇÃO DO CONHECI- MENTO TECNOLÓGICO PELA GEOX A fabricante de calçados italiana Geox Spa é uma das líderes mundiais em inovação em sua área de atuação. Criada em 1995, tem sua origem ligada a uma caminhada de seu fundador, Mario Moretti Polegato, pelo deserto de Nevada, nos Estados Unidos. 175 Claretiano - Centro Universitário © U4 – Organização do Conhecimento Durante uma caminhada, o Sr. Polegato, incomodado com o calor nos pés, teve a inspiração de perfurar a sola dos sapatos para permitir a ventilação e, assim, descobriu uma maneira eficiente de diminuir o calor dos pés (GEOX.BIZ, 2011). A partir da ideia original, muito trabalho de pesquisa e desenvolvimento foi necessário para aperfeiçoar o efeito de ventilação dos calçados. Também foi preciso desenvolver tecnologia apropriada para solucionar um efeito colateral óbvio e bastante indesejável dos furos na sola dos calçados: a entrada de água. Os furos teriam que permitir a saída do ar quente e do vapor de água proveniente da transpiração, mas precisariam evitar que a umidade do ambiente entrasse no calçado e molhasse meias e pés (GEOX.BIZ, 2011). A solução encontrada foi inspirada na tecnologia usada pela Nasa nas roupas dos astronautas. À sola de borracha perfurada foi incorporada uma membrana de teflon dotada de canais microscópicos que permite a saída do ar e do vapor de água, mas impede a entrada de água e poeira (MUNDODASMARCAS, 2011). A Figura 10 ilustra a tecnologia desenvolvida pela Geox e seu efeito sobre o resfriamento do calçado. Fonte: GEOX (2010). Figura 10 Sistema Geox Breathes (respira). Destaque para: a) a sola microperfurada; b) a membrana microporosa; e c) o resfriamento decorrente da circulação de ar. © Gestão do Conhecimento176 A solução tecnológica composta por microfuros associados à membrana microporosa transformou-se em plataforma para ou- tros produtos inovadores, como sapatos de sola de couro resis- tentes à umidade e roupas que facilitam a eliminação da umidade resultante da transpiração. A necessidade de aperfeiçoamento do calçadoque respira levou à formação de uma equipe própria de pesquisa e desenvolvi- mento que conta atualmente com 15 profissionais entre engenhei- ros, físicos e químicos. Também foi importante o estabelecimento de colaborações com outras empresas e universidades. O esfor- ço dedicado à evolução de seus produtos transformou a Geox em uma das empresas mais inovadoras do momento. Na base da estratégia de negócios da Geox, está a tecnologia do calçado que respira. Essa tecnologia tem sido explorada princi- palmente de duas formas: A primeira é a apresentação de seus calçados como um pro- duto diferenciado, que proporciona aos consumidores uma expe- riência de conforto única, não encontrada nos produtos dos con- correntes. A segunda é a associação de seus produtos a uma imagem de inovação, alta tecnologia, superioridade de desempenho. A associação de tecnologias que trazem benefícios aos consumi- dores com a imagem inovadora tem permitido enorme sucesso de vendas à Geox. Em 2005, ela teve faturamento de US$ 573 milhões, graças à venda de 13 milhões de pares de sapatos com a etiqueta Geox nas versões infantil, masculino e feminino. Nes- se mesmo ano, a empresa ficou em terceiro lugar no mercado mundial de sapatos para caminhadas, atrás apenas da america- na Clarks e da dinamarquesa Ecco. Uma empresa cuja estratégia de negócio está baseada na geração e aproveitamento de novos conhecimentos para lançamento de produtos inovadores tem de estar atenta para a proteção de seu patrimônio intangível representado, entre outros 177 Claretiano - Centro Universitário © U4 – Organização do Conhecimento fatores, por suas tecnologias, sua imagem e sua reputação. A Geox tem usado de maneira bastante eficiente os instrumentos de propriedade intelectual, tais como o depósito de patentes, o registro de marca e os direitos autorais, para proteção do conhecimento (GEOX.BIZ, 2011). Na Figura 11, é possível visualizar uma patente da Geox sobre a sola respirável e impermeável para calçados em nome do seu fundador, Mario Moretti Polegato, que deposita o sucesso de sua empresa no processo de patenteamento, pois este se consolida como um procedimento eficaz para proteger o conhecimento tecnológico da Geox dos seus concorrentes. Fonte: SPACENET (2010). Figura 11 Patente da Geox sobre sola respirável e impermeável para calçados. Na Figura 12, é possível verificar que a prática de patente- amento pela Geox tem aumentado. No Brasil, poucas empresas do setor calçadista protegem seu conhecimento tecnológico por intermédio do uso de patentes. Por exemplo, a empresa, Anatomic Gel, cuida de sua marca, mas não protege sua tecnologia, um con- traponto com a Geox, que reconhece a importância da proteção de seu conhecimento tecnológico. © Gestão do Conhecimento178 Fonte: Dewerent (2010). Figura 12 Evolução do número de patentes da empresa Geox. A Geox possui várias iniciativas que têm como finalidade for- talecer sua marca; no Brasil, a Geox já tem marca registrada no INPI. A empresa também possui iniciativas que visam à constru- ção de imagem de uma empresa inovadora, por exemplo, em 2011 a marca Geox fez parte do circuito da Fórmula 1 como patroci- nadora e patrocinou também uma equipe muito competitiva de ciclismo, que conta com a participação de nomes mediáticos como Denis Menchov. A marca estaria disposta a investir 10 milhões de euros por temporada, durante os próximos cinco anos, na equipe de ciclismo. Essas notícias mostram que ela quer associar a sua marca a inovação, esporte, alta tecnologia etc. De acordo com a Agência Reuters, o presidente e fundador da Geox, Mario Moretti Polegato, acredita que a eventual ligação à F1 possibilitará a pesquisa de novos materiais e tecnologias a utilizar em seus produtos (REUTERS, 2011). Esse estudo de caso foi elaborado a partir das referências: REUTERS (2011), MUNDODASMARCAS (2011) e GEOX.BIZ (2011). 179 Claretiano - Centro Universitário © U4 – Organização do Conhecimento 13. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS A seguir, responda às questões propostas a fim de conferir seu desempenho no estudo desta unidade: 1) Qual é o objetivo dos processos de codificação e organização do conheci- mento? 2) Por que devemos utilizar normas para a organização do conhecimento? 3) Cite e descreva brevemente cinco fontes internas de conhecimento para uma organização. 4) Cite e descreva brevemente cinco fontes externas de conhecimento para uma organização. 5) Qual é a diferença das bases de dados de texto completo e referencial? 6) Qual é a importância do registro das melhores práticas para a organização? 7) Qual é a influência da Tecnologia da Informação e Comunicação no ciclo do conhecimento? 8) Reflita sobre a sua atuação no ciclo do conhecimento. 9) Qual é a importância da discussão, proposta nessa unidade, para a sua for- mação? 10) Faça um mapa conceitual para esta unidade. 14. CONSIDERAÇÕES Com estudo desta unidade, foi possível compreender que, para que o conhecimento possa ser utilizado adequadamente, ele deve ser formalizado, explicitado, codificado e organizado. O ob- jetivo desse processo é garantir a recuperação rápida e fácil do conhecimento desejado por meio de sistemas de classificação e de armazenagem efetivos. Assim, quanto mais formalizamos o co- nhecimento, mais eficaz será o processo de organização e armaze- nagem. © Gestão do Conhecimento180 Ainda, pudemos perceber que o crescimento da produção intelectual nos diversos suportes físicos intensificou a necessidade do estabelecimento de uma uniformidade de diretrizes e normas para garantir o reconhecimento e o atendimento desses supor- tes em nível internacional. Padronizaram-se, então, as formas de apresentação dos resultados das pesquisas e novos conceitos, fa- cilitando a transmissão dos conhecimentos de forma organizada. Quanto ao controle bibliográfico, você verificou que ele cumpre um importante papel na organização e na recuperação do conhecimento. Para tal, faz uso de algumas ferramentas e procedi- mentos, como descrição do documento (física, conteúdo), indexa- ção do conhecimento, uso de vocabulário controlado ou tesauros, uso de sistemas de classificação do conhecimento e aplicação de normas na formalização do conhecimento. Ou seja, o controle bi- bliográfico harmoniza, sem homogeneizar, o conhecimento. Por fim, vimos que as bases de dados de textos referenciais e completos permitem localizar o conhecimento que necessita para a resolução do seu problema. Na próxima unidade, estudaremos a vantagem competitiva e, também, como a Gestão do Conhecimento pode se beneficiar. Para isso, veremos um modelo de Gestão do Conhecimento com algumas iniciativas brasileiras, e descobriremos quais são as me- lhores práticas nesse ramo. 15. E-REFERÊNCIAS Lista de figuras Figura 5 Adaptado da interface gráfica do catálogo da Biblioteca do Claretiano com os resultados da expressão de busca "Gestão do Conhecimento". Disponível em: <http:// biblioteca.claretiano.edu.br/pergamum/biblioteca/>. Acesso em: 31 maio 2011. 181 Claretiano - Centro Universitário © U4 – Organização do Conhecimento Figura 6 Tipologias de fontes de conhecimento de página de busca do Claretiano disponíveis na biblioteca. Disponível em: <http://biblioteca.claretiano.edu.br/pergamum/ biblioteca/index.php?resolution2=1024_1&tipo_pesquisa=&filtro_bibliotecas=&filtro_ obras=&termo=&tipo_obra_selecionados=>. Acesso em: 28 fev. 2012. Figura 9 Interface gráfica da revista Ciência da Informação. Disponível em: <http:// revista.ibict.br/ciinf/index.php/ciinf>. Acesso em: 31 maio 2011. Figura 10 Sistema Geox Breathes (respira). Destaque para: a) a sola microperfurada; b) a membrana microporosa; e c) o resfriamento decorrente da circulação de ar. Disponível em: <http://www.geoxusa.info/>. Acesso em: 31 maio 2011. Figura11 Patente da Geox sobre sola respirável e impermeável para calçados. Disponível em: <http://www.spacenet.com/>. Acesso em: 31 maio 2011. Figura 12 Evolução do número de patentes da empresa Geox. Disponível em: <http:// www.geoxusa.info/>. Acesso em: 31 maio 2011. Sites pesquisados ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Homepage. Disponível em: <http:// www.abnt.org.br/>. Acesso em: 31 maio 2011. CARNEVAL, P. P. O.; NASCIMENTO, W. R.; PEREIRA, Y. A. H. Gestão do Conhecimento aplicada ao gerenciamento de projetos. 2005. Disponível em: <http://www.labceo. com.br/bibliografia/archive/files/tcc_gpr1_gest%C3%A3o_conhecimento_x_ gerenciamento_projetos_b73fa3ab34.pdf>. Acesso em: 31 maio 2011. CENTRO UNIVERSITÁRIO CLARETIANO. Homepage. Disponível em: <http://www. claretiano.edu.br/>. Acesso em: 31 maio 2011. COMUT. Programa de Comutação Bibliográfica. Homepage. 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Conhecimento empresarial: como as organizações gerenciam seu capital intelectual. Tradução de Lenke Peres. Rio de Janeiro: Campus, 1998. GARCIA, M. L. A. A informação científica e tecnológica no Brasil. Ciência da Informação, Brasília, v. 9, n. 1/2, p. 41-81, 1980. MOUTINHO, K.; CUNHA FILHO, P. C.; LIMA, A. M. Liber: alternativa para publicação eletrônica. Ciência da Informação, Brasília, v. 31, n. 2, p. 80-85, maio/ago. 2002. SOUZA, J. R. Gestão do Conhecimento. Brasília: Faculdade Brasília, 2008. STOLLENWERK, M. F. L. Gestão do Conhecimento: conceitos e modelos. In: TARAPANOFF, K. (Org.). Inteligência organizacional e competitiva. Brasília: Ed. UnB, 2001.
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