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CASOS CLÍNICOS Lara Camila | 4º Semestre CASO 1 A.M.N, sexo feminino, 54 anos, cabeleireira. QP: dor em ombro direito (dominante) há 6 meses com piora há 4 semanas; HMA: refere dor mesmo no repouso, há 2 dias apresentou alívio parcial da dor e incapacidade de elevar o MSD. Exame físico: dor à palpação do ombro, limitação do ADM, incapacidade de elevar o MSD. Testes específicos: Neer + / Jobe + Perguntas importantes para o caso: há cicatriz cirúrgica na região? A dor irradia? Qual a intensidade da dor? Possui carteira assinada? ➢ Já tomou medicação para a dor? Paciente relata que fez uso de AINES, mas não melhorou. ➢ Possui algum histórico de trauma? Se sim, foi trauma recente? Paciente relatou não ter tido história de trauma recente. Nega febre, comorbidades e não realiza atividades físicas. A incapacidade de elevar o MSD acontece devido à perda da força ou pela dor intensa? Hipótese diagnóstica: bursite, tendinite da SE (síndrome do impacto), lesão do ligamento clavicular (sem histórico de trauma... mais difícil de ser), natureza infecciosa, osteomielite crônica não diagnosticada, reumatismo associado, artrite gotosa, LES, tumor provocando compressão. Em lesões ligamentares o paciente sabe o dia e a hora em que ocorreu pois escuta o barulho da lesão. A limitação é aguda. Sintomas sistêmicos com acometimento articular são mais esperados em pessoas com o sistema imune deprimido e em crianças; Manobra de Neer: é uma manobra passiva no ombro do paciente. A manobra é positiva quando o paciente relata dor. ➢ É um sinal sensível, mas não específico. Manobra de Jobe: é uma manobra ativa; o examinador exerce uma resistência em relação ao movimento do paciente (abdução dos braços com uma elevação do ombro). A RM não mostra achados mais específicos de gravidade dura; a parte branca mostra o edema/descontinuidade ligamentar. Tratamento: pode ser iniciado o tratamento conservador. No entanto, nesse caso, a cirurgia pode favorecer uma reabilitação precoce á paciente (o que é bom se ela for trabalhadora informal) que apresenta limitação dos movimentos. SÍNDROME DO IMPACTO Síndrome dolorosa, de natureza microtraumática ou degenerativa, associada ou não à perda de força, caracterizada por tendinite do manguito rotador (MR), com ou sem ruptura parcial ou total de um ou mais tendões, dependendo da fase clínica da doença. ➢ Por ser uma cabelereira, a síndrome pode ser tanto degenerativa quanto devido à pequenos traumas pela atividade do trabalho. Etiologia: multifatorial • Artrose acrômio-clavicular; • Osteófito subacromial; • Formato do acrômio; GRAU DE LESÃO GRAU I • Lesão aguda; • Edema e hemorragia no MR; • Pacientes < 30 anos; GRAU II • Lesão crônica; • Degeneração e fibrose no MR; • Pacientes de 30-50 anos; • RX/US/RNM: degeneração; GRAU III • Dor noturna; • Limitação funcional; • Hipotrofia do supra e infraespinhais; • Ruptura do MR/ruptura do bíceps; • Rx/US/RNM/Artro RNM: ruptura do tendão. Exames complementares 1- Radiografias AP verdadeiro (RE e RI); Axilar; Oblíqua aplical; específica para acromioclavicular Túnel do supra-espinhal 2- Ultrassonografia 3- Ressonância magnética Tratamento conservador Melhores resultados em mulheres, bom nível escolar, abdução ativa e força na elevação frontal; Piores resultados em homens, com atrofia do supra e infra, discinesia escapulotorácica; ➢ Pacientes < 60 ou 60-70 anos com sintomas limitantes para atividades diárias = cirurgia precoce. Tratamento cirúrgico Bom custo/benefício; Aberto x Artroscópico; Objetivo: reparo deve resistir à tensão até a cicatrização; Indicações: falha no tratamento conservador, em atletas com sobrecarga com lesão maior que 30-50% e em atletas sem sobrecarga com lesão maior que 75%. ➢ Cirurgia precoce em pacientes com perda importante de força e função; CASO 2 A.M.C, sexo masculino, 51 anos, pedreiro. QP: dor em cotovelo direito (dominante) há 3 meses com piora há 2 semanas; HMA: refere dor ao girar o antebraço e ao elevar peso; Exame físico: dor à palpação do epicôndilo lateral do cotovelo, limitação da ADM, incapacidade de carregar peso em pronação do antebraço. Testes específicos: Cozen + / Mill + Perguntas importantes para o caso: teve trauma? Tem comorbidades? Faz uso de medicação de uso contínuo? Possui carteira assinada? Realiza atividades de impacto? Realiza atividade física? ATENÇÃO!!! Atividade de impacto no ombro não está relacionada com o peso; impacto está relacionado ao fato de o paciente elevar o cotovelo acima do ombro, porque assim o osso aperta o tendão. Exames complementares: Radiografia e USG; se for caso de planejamento cirúrgico, pedir RM. EPICONDILITE LATERAL Afecção degenerativa que afeta o cotovelo, situada na origem dos extensores e na sua aponeurose (ERCC); Doença autolimitada – resolução em 70% a 80% dos casos em 1 ano. 1-3% da população (40-60 anos) acomete o membro dominante; Associada ao exercício ocupacional devido à extensão ou pronação forçadas. OBS: lesões traumáticas não podem ser epicondilite. Clínica: dor insidiosa, localizada ou irradiada para antebraço e dorso da mão. ➢ Na dor neurológica há uma irradiação, mas na dor tendínea a dor não costuma irradiar. Testes/manobras 1- Teste de Cozen 2- Teste de Mill 3- Teste da cadeira 4- Teste da xícara de café 5- Teste de Maudsley CASO 3 A.M.C, sexo feminino, 24 anos, atendente de telemarketing. QP: dor em borda lateral do punho direito (dominante) há 3 semanas com piora há 3 dias; HMA: dor pior ao digitar no computador e celular; Exame físico: dor à palpação da região da estilóide radial; Testes específicos: Filkestein + Perguntas importantes para o caso: caracterizar a dor, histórico familiar de doenças reumatoides? Há quanto tempo trabalha nessa profissão? Quantas horas em frente ao computador? Ergonomia do ambiente de trabalho? Há dor associada à coluna cervical? Comorbidades? Realiza alguma atividade física? Crossfit? Tempo de uso no celular? ➢ Hipóteses diagnósticas: inflamatórias, metabólica, reumatológicas, infecciosas, neoplásicas e traumáticas. Diagnóstico diferencial: artrite gotosa, cisto ósseo, Chikungunya. Na Chikungunya o sintoma febril não aparece comumente nos pacientes, surgindo apenas como um estado subfebril devido à defesa do organismo. A essa patologia estão mais associados os sinais de edema articular e mãos com rigidez. TENDINITE DE QUERVAIN Predominância feminina; Tendão abdutor longo e extensor curto do polegar -> próximo à estilóide do rádio. Lesão por esforço repetitivo; Dor na região da estilóide radial com diminuição da força de “pinça” entre o polegar e o indicador; Manobra de Finkeltein: patognomônica; Finkeltein positivo é próprio da tendinite de Quervain; o teste é positivo quando o movimento do polegar e do pulso torna-se doloroso devido à inflamação que faz com que a região ao redor do tendão inche e aumente. Diagnóstico diferencial: Rizartrose ➢ Rizartrose causa sintomas de dor na mesma região. No entanto, é uma artrose que atinge a articulação da base do polegar – punho. CASO 4 A.M.C, sexo feminino, 32 anos, dona de casa. QP: dor e formigamento em mãos e dedos das mãos, sendo pior à direita (dominante); HMA: refere rigidez e dor que a acorda durante à noite e piora após atividades na cozinha; Exame físico: disestesia em polegar e indicador; Testes específicos: Tinell + / Phalen + / Durkan + Questionamentos importantes para o caso: ➢ Paciente nega ter histórico de doença reumática e traumas;➢ Em repouso a dor melhora e piora quando realiza o movimento de cozinhar/mexer as panelas; ➢ Não é diabética; ➢ A dormência é maior no primeiro e segundo quirodáctilos; sente falta de firmeza ao segurar os objetos. Exames complementares: USG, ENM (eletroneuromiografia) MMSS. A ENM irá servir para identificar o nível de compressão do nervo e sua degeneração. No entanto, esse exame não é confiável (mais sensível que específico) e, por isso, é necessário pedir uma RM para avaliar a imagem para um tratamento cirúrgico. Teste de Tinel: percussão do punho (nervo mediano); positivo quando o paciente relata choque. Teste de Phalen: hiperflexão do punho; positivo quando o paciente relata choque. Teste de Durkan: compressão do nervo mediano. SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO Neuropatia periférica mais comum; 2M:1H – meia idade (40 a 60 anos); Dor e parestesias na mão no território do nervo mediano que acordam o paciente à noite; Piora com uso da pinça; Fraqueza e atrofia na região tenar; Dores associadas no ombro e antebraço são comuns; ➢ Pode ocorre devido a uma hipertrofia do nervo mediano, ou o nervo mediano pode ser comprimido por alguma estrutura. Quando uma pessoa tem lesão no nervo mediano (Síndrome do Túnel do Carpo), a região tenar fica atrofiada; Ja na região hipotenar a hipotrofia ocorre devido à lesão do nervo ulnar. Causas 1- Anatômicas Acromegalia, anormalidades ósseas, tumores, hipertrofia muscular, sinovite. 2- Patológicas Neuropáticas: diabetes, alcoolismo, amiloidose, infecção, gota, tenossinovite. 3- Fisiológicas Alteração no balanço de fluídos: gravidez, contraceptivos, hipotireoidismo, hemodiálise. 4- Ocupacionais Repetidas flexão e extensão do punho associada aos dedos com carga sobre o túnel do cargo, uso de bengalas ou muletas; Diagnóstico diferencial: síndrome do desfiladeiro torácico e compressão das raízes; Tratamento conservador Imobilização + infiltração com corticoide; Ativo temporário em 80% dos casos; Redução dos esforços repetitivos; Grávidas: órtese noturna; melhora em média 6 semanas após o parto; Tratamento cirúrgico Indicado quando há falha no tratamento conservador, e em casos graves com comprometimento funcional e na qualidade de vida. FIBROMIALGIA Síndrome clínica que se manifesta com dor no corpo todo, principalmente na musculatura. Associada a dor, há: fadiga, sono não reparador, alterações de memória e atenção, ansiedade, depressão e alterações intestinais. Pessoas com fibromialgia apresentam grande sensibilidade ao toque e à compressão da musculatura. ➢ Acomete mais mulheres; ➢ 30-60 anos; ➢ Diagnóstico clínico e não há exames que a comprovem. Os médicos pedem exames para afastar outros problemas que simulam a síndrome. O paciente tem dificuldade de definir como começou a dor; a dor piora ao final do dia; Devido à sensibilidade ao toque, muitos pacientes não toleram ser abraçados; Não há inchaço nas articulações, pois não há inflamação nas articulações. Alguns pacientes referem Síndrome das Pernas Inquietas -> desconforto nas pernas ao deitar-se na cama, com necessidade de esticá-las, mexê-las ou sair andando para aliviar o desconforto. Alguns pacientes apresentar a Síndrome da Apneia do Sono e param de respirar durante a noite – o que prejudica a qualidade do sono. As alterações na memória e atenção ocorrem devido á dor crônica – isso porque o cérebro dedica energia ligando com a dor e, assim, tarefas como memória e atenção ficam prejudicadas. Ou seja, não há lesão cerebral grave. MUCOPOLISSACARIDOSES São doenças metabólicas causadas por erro inato do metabolismo. Erros inatos levam á formação inadequada de enzimas e, assim, essas enzimas ficam nos lisossomos. No entanto, pacientes com MPS possuem lisossomos que não conseguem digerir grandes moléculas para serem utilizadas ou reutilizadas, ou seja, não exercem sua função. O nome dessas moléculas mal digeridas é glisocaminoglicanos (GAGs), responsáveis pela lubrificação e união entre os tecidos. Os GAGs se acumulam no lisossomo fazendo essas células crescerem, e outra parte é eliminada pela urina. Com isso, ocorre o acúmulo de GAGs em órgãos como a pele, fígado e baço. ➢ GAGs são consideradas doenças de depósito lisossômico. As MPS têm origem genética e hereditária; herança de caráter autossômico recessivo; Há um comprometimento dos ossos e articulações, vias respiratórias, sistema cardiovascular e funções cognitivas; Pode haver o engrossamento das feições, opacificação das córneas, aumento de fígado e baço, acometimento das válvulas cardíacas, rigidez nas articulações e alterações no crescimento.
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