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Por GEOVANNA COSTA Bloco GASTROINTESTINAL Estômago e suas patologias ➱ É um tubo oco com lúmen de diâmetro variável, circundado por uma parede formada por 4 CAMADAS DISTINTAS. ➱ SECREÇÃO: - HCl através das CÉLULAS PARIETAIS. - Além de PEPSINOGÊNIO e LIPASE GÁSTRICA através das CÉLULAS PRINCIPAIS. - MUCO e BICARBONATO através das CÉLULAS MUCOSAS SUPERFICIAIS - GASTRINA através das CÉLULAS G - HISTAMINA através das CÉLULAS ECL ➱DIGESTÃO: de PROTÍNAS e GORDURAS (mínimas) ➱ABSORÇÃO: de SUBSTÂNCIAS LIPOSSOLÚVEIS, como o álcool e ácido acetilsalicílico ➱ MOTILIDADE: através da mistura PERISTÁLTICA e PROPULSÃO ANATOMIA ESTÔMAGO ➱Estomago localizando abaixo do diafragma, no QUADRANTE SUPERIOR ESQUERDO (piloro na direita), no hipocôndrio esquerdo na região do epigástrico. Protegidos por COSTELAS. Anatomia EXTERNA Faces: superfícies da víscera em contato com outra estrutura Face HEPÁTICA: encostado no fígado Face FRÊNICA: encostado no diafragma Face EPIGÁSTRICA Face ESPLÊNICA DIVISÕES ANATOMICAS Esôfago abdominal: passa do hiato esofágico até a abertura do estomago Abertura do estomago: chamada de CÁRDIA, é o que envolve – chamado de ostio cárdico Em torno do ostio cárdico é a CÁRDIA FUNDO DO ESTÔMAGO: parte superior do estomago – utilizado quando se come muito, também localizado as bolhas gástricas →Entre a cardia e o fundo, tem uma incisura, chamada de INCISURA CARDIAL ou cárdica. →Parte final do estomago, chamada de PARTE PILÓRICA DO ESTOMAGO – com algumas divisões: ANTRO PILORICO área mais dilatada e o CANAL PILÓRICO área mais estreita. - O conteúdo gástrico é conduzido, o quimo passa do antro para o canal e em seguida para o ORIFÍCIO PILÓRICO ou ÓSTIO PILÓIRIDO QUIMO: antro pilórico → canal pilórico → ostio pilórico → duodeno - ENTRADA: ÓSTIO CÁRDICO - SAÍDA: ÓSTIO PILÓRICO - Curvatura MENOR: côncava (fixado o omento menor – pregar do peritônio) - Curvatura MAIOR: convexa (fixado o omento maior) Anatomia INTERNA →INCISURA ANGULAR: entre o corpo do estomago e a parte pilórica do estomago, no final da curvatura menor →PREGAS GÁSTRICAS: costumam estar mais evidentes com o estomago vazio – cheio menos evidentes Elas são importantes pois aumentam a superfície de contato, auxiliam o direcionamento do quimo para o duodeno DIGESTÃO MECÂNICA X DIGESTÃO QUÍMICA ➱DIGESTÃO MECÂNICA pelo peristaltismo – possível pois tem 3 túnicas musculares – Camada EXTERNA LONGITUDINAL (dilatação) - Camada MÉDIA CIRCULAR (constrição) - Camada INTERNA de fibras obliquas. *Para que o estomago possa fazer os movimentos peristálticos, de dilatação e contração, favorecendo a digestão MECÂNICA (formação do quimo direcionado ao duodeno) *O estomago se adapta as grandes ingestas, porém tem um limite, por isso a necessidade de intervenções cirúrgicas. ➱DIGESTÃO QUÍMICA realizada pelo suco gástrico (dependendo do biótipo, estomago pode ser mais próximo do diafragma, mais próximo da pelve – variações anatômicas. Moore) VASCULARIZAÇÃO ➱Da aorta abdominal, vai para o tronco celíaco, sai e vai para a artéria GÁSTRICA ESQUERDA – em sentido a curvatura menor esquerda. Emite RAMOS ESOFÁGICOS, suprindo parte abdominal do esôfago. ➱Originando diretamente do tronco celíaco, a ARTÉRIA ESPLÊNICA; dela se originam as ARTÉRIAS GÁSTRICAS CURTAS, suprem o fundo do estomago e ARTÉRIA GASTRO-MENTAL ESQUERDA, na curvatura maior do estomago e também ARTÉRIA GÁSTRICA POSTERIOR. ➱Tronco celíaco: se originam a. hepática comum, A. esplênica e a. gástrica esquerda. ➱ARTÉRIA HEPÁTICA COMUM; se divide em 2 artérias: - ARTERIA HEPÁTICA PRÓPRIA - ARTÉRIA GASTRO DUEODENAL ➱ARTÉRIA GASTRO MENTAL DIREITA: se origina da artéria da gastro doodenal ➱ARTÉRIA GASTRICA DIREITA; um ramo da artéria hepática própria - podendo ocorrer uma variação anatômica, pois está muito próxima da hepática própria podendo ser este ramo direto * Artéria gástrica esquerda e direita se anastomosam, artéria gastromental também Aorta abdominal → Tronco celíaco → A. hepática comum → divide-se em A. Hepática Própria e em A. gastroduodenal. A. Gastroduodenal → A. gastromental direita DRENAGEM ➱veia GASTRICA ESQUERDA e DIREITA; drenam direto para a VEIA PORTA DO FÍGADO. ➱Varizes no estomago podem ocorrer, no esôfago também, mas o problema é no fígado – repercute no estomago – preocupante, se rompe, causa grande sangramento podendo levar a óbito ➱VEIAS GASTRICAS CURTAS e VEIA GASTRO MENTAL ESQUERDA; drenam para a VEIA ESPLENICA ➱VEIA ESPLENICA; segue seu trajeto ate a VEIA PORTA DO FIGADO ➱VEIA GASTRO MENTAL ESQUERDA; drena para a VEIA MESENTÉRICA SUPERIOR ➱VEIA MESENTÉRICA SUPERIOR drena para a VEIA PORTA DO FÍGADO ➱VEIA PORTA DO FÍGADO: formada por VEIA ESPLENICA E VEIA MESENTÉRICA SUPERIOR ➱VEIA MESENTÉRICA INFERIOR HISTOLOGIA ESTÔMAGO 4 camadas ➱MUCOSA ➱SUBMUCOSA ➱MUSCULAR ➱SEROSA ou ADVENTÍCIA - Superfície gástrica e fosseta recobertos por EPITÉLIO COLUNAR SIMPLES SECRETOR DE MUCO ALCALINO - REGIÃO DE ABERTURA DAS GLÂNDULAS → FOSSETAS ou FOVÉOLAS GÁSTRICAS GLÂNDULAS TUBULARES RAMIFICADAS Porção da CÁRDIA ➱É uma região estreita, logo depois do esôfago Transição de epitélio estratificado pavimentoso para epitélio gástrico TÚNICA MUCOSA - FOSSETA GÁSTRICA A1. Epitélio colunar simples A2. Glândula gástrica A3. Muscular da mucosa – músculo liso (bem fina) GLÂNDULAS CÁRDICAS TÚNICA SUBMUCOSA B1. Tecido conjuntivo TÚNICA MUSCULAR C1. Músculo liso Porção do CORPO E FUNDO ➱Camada MUCOSA: mais espessa - Maior parte do estômago, entre cárdia e piloro FOSSETA GÁSTRICA A1. Epitélio colunar simples A2. Glândula gástrica 2a – Célula parietal ou oxíntica (eosinófila); produz pepsinogênio – ao entrar com HCL vira --- 2b – Célula principal ou zimogênicas (basófila); principal produtora do ácido clorídrico A3. Muscular da mucosa – músculo liso EPITÉLIO GLANDULAR COM TRÊS REGIÕES DISTINTAS - ISTMO: Células mucosas, células-tronco e células parietais (oxínticas) - COLO: células-tronco, mucosas do colo, células parietais e células enteroendócrinas - BASE: Células parietais (pouco numerosas), zimogênicas (principais) e células enteroendócrinas Fator intrínseco: absorção da Vitamina B12 CÉLULAS PIRAMIDAIS OU ARREDONDADAS, com NÚCLEO ESFÉRICO e CENTRAL, com o CITOPLASMA INTENSAMENTE EOSINOFÍLICO CÉLULAS BASÓFILAS NA REGIÃO BASAL, com GRÂNULOS CITOPLASMÁTICOS APICAIS e presença de PEPSINOGÊNIO e LIPASE Porção do ANTRO TÚNICA MUCOSA FOSSETA GÁSTRICA A1. Epitélio colunar simples A2. Glândula gástrica A3. Muscular da mucosa – músculo liso REGULAÇÃO DA PRODUÇÃO DE ÁCIDO CLORÍDRICO Ação da GASTRINA, ACETILCOLINA e própria SISTEMA NERVOSO ENTÉRICO, faz com que as células produzam ácido clorídrico. Histamina estimula diretamente nas células parietais É necessário um MUCO para agir na proteção com o contato desse ácido, é um muco ALCALINO, naquela região onde tem células epiteliais revestidas, tem um tamponamento e não tem ácido clorídrico degradando as células. Faz proteção FISICA e QUÍMICA, pois tem bicarbonato de sódio na sua composição. Submucosa: nutrição, chega vasos sanguíneos. Esses vasos são fundamentais, pois caso um pouco de HCL passar, os vasos sanguíneos dessa região absorvem e retiram, não são digeridos por HCl. Vasos = limpeza casa HCL invada a camada de muco protetor FATORES PROTETORES DA MUCOSA GÁSTRICA ➱PROTEÇÃO FÍSICA: forma um TAMPÃO DE MUCO (MUCINA + FOSFOLIPÍDEOS) ➱PROTEÇÃO QUÍMICA: através da SECREÇÃO DE BICARBONATO FLUXO SANGUÍNEO PROSTAGLANDINAS E2 e I2 • Renovaçãodo epitélio • Produção de muco • Secreção de bicarbonato • Aumenta o fluxo sanguíneo • Diminui secreção ácida - LUZ GÁSTRICA pH próximo de 1 - AMBIENTE HOSTIL QUE CONTRIBUI PARA A DIGESTÃO - MECANISMOS DE DEFESA TEM FUNÇÃO DE DEFENDER A MUCOSA GÁSTRICA - MUCINA secretada pelas células da superfície = camada de MUCO e FOSFOLIPÍDEOS - Evitar o contato entre alimento e epitélio - Proteger a mucosa = pH neutro devido a secreção de bicarbonato pelas células epiteliais - Células epiteliais = barreira física, necessária uma boa capacidade regenerativa - Rico suprimento vascular= oxigênio, bicarbonato e nutrientes ➱É uma INFLAMAÇÃO DA MUCOSA GÁSTRICA (parede do estomago) - Ocorre um desbalanço entre os mecanismos que agridem e protegem a mucosa. Inflamação começa na mucosa, mas pode ocorrer nas outras camadas. ➱É um processo TRANSITÓRIO, precisa acontecer e cessar rapidamente. SINTOMAS ➱Pode ser ASSINTOMÁTICO ou provocar graus variáveis de DOR EPIGÁSTRICA, NÁUSEAS E VÔMITOS. (mais comum assintomáticos, relacionando o mal- estar com um alimento específico ou álcool e não a inflamação propriamente dita) ➱Em casos mais graves pode haver EROSÃO DA MUCOSA, ULCERAÇÃO, HEMORRAGIA, HEMATÊMESE, MELENA ou, raramente, perda maciça de sangue. (exemplo, soda cáustica PATOGENIA ➱Nada mais são do que a PERDA DE MECANISMOS PROTETORES ➱Ocorre uma REDUÇÃO DA SECREÇÃO DE MUCINA E BICARBONATO, acarretando um AUMENTO DA SUSCETIBILIDADE EM PACIENTES MAIS VELHOS ➱Ocorrem DANOS CELULARES DIRETOS - Através da INGESTÃO DE QUÍMICOS, USO EXCESSIVO DE ÁLCOOL, AINES, TERAPIA RADIOATIVA E QUIMIOTERAPIA ➱1º MECANISMO: USO DE ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS (AINEs) - INIBEM a síntese de PROSTAGLANDINAS E2 E I2 dependente da CICLO-OXIGENASE (COX); impedindo que a COX faça sua função - Lesa o epitélio gastrito pois não tem a produção de prostaglandinas necessárias para fazer a defesa que esse epitélio precisa ➱2º MECANISMO: CIGARRO E ÁLCOOL CIGARRO: A NICOTINA É UM VASOCONSTRITOR, é preciso um fluxo na submucosa consistente, para que tenha liberação de bicarbonato se sódio pelas células e remoção de HCl que possa atravessar a barreira mucosa. Logo diminui fluxo sanguíneo, diminui bicarbonato de sódio (responsável pelo tamponamento – deixando alcalino), sem sua liberação o pH fica ÁCIDO – o muco não fica alcalino, ficando com pH 5 DIMINUIÇÃO DO PH ! acidificação do muco! não é eficiente e as células começam a sofrer degradação ALCOOL: causa lesão direta a célula epitelial, pois ele DISOLVE O MUCO – a proteção mecânica física, não acontece. MORFOLOGIA EXAME HISTOLÓGICO - EDEMA e FENÔMENOS DEGENERATIVOS DO EPITÉLIO - INFILTRADO INFLAMATÓRIO INTENSO E DIFUSO - FORMAÇÃO DE MICROABCESSOS DE CRIPTA, EROSÃO, ou PERDA DO EPITÉLIO ➱INFLAMAÇÃO MAIS INTENSA NA MUCOSA ANTRAL (INÍCIO), podendo alcançar a MUCOSA DO CORPO E DO FUNDO após alguns dias. - Com o passar do tempo, o INFILTRADO TORNA-SE LINFOPLASMOCITÁRIO e aumenta progressivamente. ➱Os casos de gastrite aguda por H. pylori tratados com antibióticos mostram regressão das lesões e cura clínica dos pacientes. ➱GASTRITE HEMORRÁGICA EROSIVA AGUDA= Casos específicos onde ocorre EROSÃO e HEMORRAGIA ➱É a FORMA MAIS COMUM DE INFLAMAÇÃO GÁSTRICA, é a PERSISTENCIA do agente agressor. Ocorre lesão e reparo ao mesmo tempo. É uma resposta inflamatória mais BRANDA em relação a aguda. CLASSIFICADAS SEGUNDO TOPOGRAFIA, MORFOLOGIA E ETIOLOGIA - H. pylori CAUSA MAIS COMUM!!! - AUTOIMUNE SINTOMAS São menos graves e mais persistentes náusea, desconforto abdominal superior e vômito, hematêmese é incomum É uma gastrite crônica na maioria dos casos! EPIDEMIOLOGIA - MUNDIALMENTE = VARIAÇÃO 10% A MAIS DE 80% - Em áreas de alta prevalência, a infecção geralmente é adquirida na infância e persiste por décadas. - INCIDÊNCIA CORRELACIONA-SE MAIS ESTREITAMENTE COM SANEAMENTO E HIGIENE DURANTE A INFÂNCIA DE UM INDIVÍDUO. *Se contamina geralmente na infância, relacionado a higiene, passado por saliva, ter o H. pylori não significa que vai ter uma inflamação – tem a presença da bactéria, mas não causa inflamação, assintomáticas, não se manifesta SINTOMAS ➱A INFECÇÃO AGUDA por H. pylori não produz sintomas suficientes ➱90% dos pacientes com GASTRITE CRÔNICA que afeta o ANTRO ➱O aumento da secreção ácida que ocorre na gastrite por H. pylori pode resultar em doença de úlcera péptica do estômago ou duodeno e risco aumentado de câncer gástrico. BACTERIA H. PYLORI GLÂNDULAS: células mucosa, de revestimento, parietais, regenerativas e enteroendócrinas Pode se apresentar de forma ANTRAL predominantemente antral); ou no ANTRO E CORPO. Os fatores que determinam a evolução para uma ou outra forma não são conhecidos completamente, devendo depender de características tanto do hospedeiro como do microrganismo. H. PYLORI ➱BACILOS em forma espiral ou curvados, gram – ➱Presença de 2 a 6 flagelos; essencial para que a bactéria se movimente entre a camada do muco. ➱Consegue produzir enzima UREASE; tem a a capacidade em converter a URÉRIA presente no suco gástrico em CO2 e AMÔNIA (serve como um guarda-chuva para o h. pulori) ➱H. pylori adaptaram-se ao nicho ecológico fornecido pelo muco gástrico • FLAGELOS, que possibilitam que as bactérias sejam móveis no muco viscoso • UREASE, que gera amônia a partir de uréia, ↑ o pH gástrico em torno de microrganismos; amônia fica em volta da bactéria protegendo do suco gástrico, sobrevivendo e consegue chegar perto da célula epitelial – se não tivesse essa amônia, o suco gástrico daria conta e destruiria (mecanismo de fuga do suco gástrico) FATORES DE VIRULENCIA DA BACTÉRIA ➱ Além disso, a H. pylori adaptaram-se ao nicho ecológico fornecido pelo muco gástrico • ADESINAS, que aumentam a aderência bacteriana à superfície das células foveolares - como a cagA - Apresentam PROTEINAS capazes de se ligar a célula epitelial hospedeira e faz uma ANCORAGEM, chamada de caGA (se a pessoa for infectada por uma bactéria h. pilory sem a caGA, é de uma forma mais branda pois não tem essa ancoragem) • TOXINAS que podem estar envolvidas no desenvolvimento de úlcera ou câncer – como a vacA - Além disso EXOTOXINA, chamada de CITOTOXINA VACUOLISANTE A vaCA; dano direto a mucosa gástrica, faz com que a célula tenha vacúolos e não consegue produzir o muco necessário. - Escava tanto que extravasa suco gástrico para fora do estomago. PATOGENIA ➱As lesões caracterizam-se por graus variáveis de inflamação, atividade (e formação de folículos linfoides – 50% dos casos), aumento da proliferação celular (que volta ao normal após erradicação do microrganismo), alterações degenerativas, edema, hiperemia e erosões. Após décadas de infecção, a mucosa gástrica apresenta hipotrofia de intensidade variada e surgem focos de metaplasia intestinal. Tais alterações correlacionam-se fortemente com a idade dos pacientes, indicando evolução do processo, embora sua intensidade e sua topografia dependam também da cepa infectante e das características do hospedeiro ➱Indivíduos infectados por cepas virulentas, que expressam o gene CagA (marcador da ilha de patogenicidade Cag), têm inflamação mais intensa e com maior dano celular. Taiscepas aderem mais fortemente ao epitélio gástrico (o microrganismo não invade a mucosa) e desencadeiam liberação de grande quantidade de citocinas, sobretudo IL-8, IL-1β, e resposta inflamatória mais intensa. ➱Além disso, a proteína CagA interfere no ciclo celular, estimulando a proliferação epitelial. Maior dano é encontrado também em indivíduos infectados com cepas que produzem a citotoxina VacA.De outro lado, o papel do hospedeiro também é fundamental na gênese da inflamação e no aparecimento de alterações funcionais. ➱Alguns polimorfismos em genes que codificam certas citocinas pró-inflamatórias (p. ex., IL-1β, TNF- α) associam-se a maior grau de inflamação. Da interação de fatores do hospedeiro com os da bactéria podem surgir quadros de hiper, hipo ou normocloridria MORFOLOGIA Quanto mais crônico fica, mais linfócitos vai ter: Presença de células caliciformes, ocorre uma metaplasia intestinal: Foveolo encurtado (parecendo cardia): CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS ➱TESTES DE DIAGNÓSTICO NÃO INVASIVOS - Teste sorológico de anticorpos anti-H. pylori, - Detecção de bactérias fecais - Teste respiratório da ureia (geração de amônia pela urease bacteriana) ➱BIÓPSIAS GÁSTRICAS - Podem ser analisadas pelo teste de urease rápido, - Cultura bacteriana PCR para DNA bacteriano. ➱< 10% DOS CASOS DE GASTRITE CRÔNICA ➱A gastrite autoimune tipicamente INDUZ HIPERGASTRINEMIA (ou seja, muita gastrina, que são produzidas pelas células G – resultando em muito HCl) PATOGENIA - A gastrite autoimune é CARACTERIZADA por: - Geralmente correlacionada com outra doença autoimune, assim então ela produz: • ANTICORPOS PARA AS CÉLULAS PARIETAIS (consequência redução de HCl – logo hipergastrinemia) e neutralizando o FATOR INTRÍNSECO (ficando ineficiente) • Redução dos níveis séricos de pepsinogênio I • Hiperplasia das células endócrinas antrais • Vitamina B12 deficiente • Secreção deficiente de ácido gástrico (acloridria) *célula parietal: produz HCl e fator intrínseco. Se não tem fator intrínseco não tem absorção de B12, causando uma ANEMIA PERNICIOSA Com a diminuição da quantidade de células parietais, consequentemente tem uma diminuição de HCL, logo a célula G estimula a produção de gastrina, uma situação de HIPERGASTRINEMIA. Células parietais também param de produzir fator intrínseco, pois a célula parietal foi destruída e tem anticorpos anti-fator intrínseco, logo não tem absorção de B12, caindo os níveis de b12, o paciente apresenta anemia perniciosa ou megaloblástica MORFOLOGIA ➱DANO DIFUSOS DA MUCOSA OXÍNTICA – acontece no CORPO E FUNDO GÁSTRICO (pois tem maior quantidade de células parietais) - ATROFIA DA MUCOSA = PERDA DAS PREGAS RUGAIS, aspecto ressecado, encolhida - RESPOSTA INFLAMATÓRIA PROFUNDA - INFILTRADO DE LINFOCITOS e MACRÓFAGOS - Para se proteger PODE HAVER METAPLASIA INTESTINAL (ficam indiferenciadas e ficam diferenciadas em células intestinais, logo para obter mais células caliciformes a fim de secretar muco), - TIPICAMENTE SEM LESÕES AO ANTRO E CÁRDIA; podem aparecer pólipos, pois células G sofrem hiperplasia para produzir mais gastrita, pode ter um crescimento células descontrolado, logo ocorre no antro. Corante principalmente absorvido pelas células caliciformes, pois elas absorvem esse corante e ficam com aspecto azulado – guia de biopsia. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS ➱ANTICORPOS CONTRA CÉLULAS PARIETAIS E FATOR INTRÍNSECO ESTÃO PRESENTES NO INÍCIO DA DOENÇA ➱ANEMIA PERNICIOSA/ MEGALOBLÁSTICA; decorrente da diminuição de absorção de B12 ➱IDADE MÉDIA 60 ANOS ➱PREDOMINÂNCIA FEMININA ➱ASSOCIAÇÃO COM OUTRAS DOENÇAS IMUNES Associada ao ANTRO PILORICO, menos células epiteliais, menos acido GASTRITES CRÔNICAS Característ ica Localização H. PYLORI AUTOIMUNE ANTRO CORPO Infiltrado inflamatóri o Neutrofilos, plasmócitos subepiteliais Linfócitos e macrófagos Produção de ácido Aumentada a ligeiramente reduzida Reduzida Gastrinas Normal a reduzida Aumentada Outras lesões Pólipos hiperplásicos/inflam atórios Hiperplasia neuroendócrina Sorologia Anticorpos para o H. pylori Anticorpos para células parietais Sequelas Úlcera péptica, adenocarcinoma, linfoma Atrofia, anemia perniciosa, adenocarcinoma, tumor carcinoide Associaçõ es Baixo estado socioeconômico, pobreza, resistência em áreas rurais Doença autoimune, tireoide, diabetes melitos, doença de graves ANTRO ANTRO E CORPO - INFLAMAÇÃO DIFUSA POR TODO ANTRO - ATROFIA E METAPLASIA INTESTINAL - EVOLUÇÃO MAIS RÁPIDA PARA ATROFIA E METAPLASIA INTESTINAL - ASSOCIAÇÃO ÚLCERA PÉPTICA DUODENAL (CEPAS CAGA POSITIVAS - HIPOCLORIDRIA - ASSOCIAÇÃO ÚLCERA PÉPTICA GÁSTRICA Começo de uma úlcera Quadro erosivo Já foi corroída a mucosa ➱Está associada na maioria dos casos com infecção por H. PYLORI ou uso AINES ➱É um desequilíbrio de defesa das mucosas desenvolvimento casos de gastrite crônica ➱ > 70% casos de DUP associados a h. pylori. - Apenas 5- 10% casos h. pylori desenvolvem úlceras ➱DUP pode ocorrer em todo trato gastrintestinal exposto a sucos gástricos ácidos antro gástrico e primeira porção do duodeno ➱ úlcera péptica causa frequente de consultas médicas - Tratamento de mais de três milhões de pessoas, 190.000 hospitalizações e 5.000 mortes nos usa/ ano PATOGENIA ➱UP resulta da DIGESTÃO DA MUCOSA PELA SECREÇÃO ACIDOPÉPTICA, que ocorre quando se rompe o equilíbrio entre as DEFESAS DA MUCOSA E A AÇÃO AGRESSIVA DO SUCO GÁSTRICO ➱Em princípio, a ruptura do equilíbrio entre esses dois fatores ocorre em três condições: - Queda das defesas locais; - Aumento da agressão; - Associação desses dois elementos ➱HIPERACIDEZ GÁSTRICA - H. PYLORI - HIPERPLASIA de CÉLULAS PARIETAIS - RESPOSTA SECRETÓRIA EXCESSIVA - INIBIÇÃO de MECANISMOS ESTIMULADORES (LIBERAÇÃO DE GASTRINA) ➱COFATORES ULCERAÇÃO - USO CRÔNICO AINEs - TABAGISMO = FLUXO SANGUÍNEO E CICATRIZAÇÃO PREJUDICADAS - CORTICOSTERÓIDES = SUPRESSÃO SÍNTESE PROSTAGLANDINAS - CIRROSE ALCOÓLICA - DPOC - INSUFICIÊNCIA RENAL -HIPERPARATIREOIDISMO (HIPERCALCEMIA ESTIMULA A PRODUÇÃO DE GASTRINA) MORFOLOGIA ➱4x mais comum no DUODENO do que no ESTÔMAGO ➱MUITO próximas da VÁLVULA PILÓRICA, PAREDE ANTERIOR DUODENO ➱úlceras pépticas gástricas predominantemente INTERFACE CORPO E ANTRO (na curvatura maior) e são SOLITÁRIAS EM 80% DOS PACIENTES Classificada quanto ao número de camadas danificadas: Mucosa, Submucosa e até na parte muscular LESÕES < 0,3 cm = SUPERFICIAIS LESÕES > 0,6 cm = PROBABILIDADE DE SER MAIS PROFUNDA - LESÃO EM SACA-BOCADO (instrumento realizado para fazer a retirada para a biopsia – belisca e arranca o tecido) pode ser REDONDA a OVAL - LISA E LIMPA como resultado da DIGESTÃO PÉPTICA DE EXSUDATO - SANGRAMENTO CONTÍNUO pode causar hemorragia CLASSIFICAÇÃO DE FORRESTER 1. ÚLCERA SANGRANTE ATIVA (sangrando o tempo todo) 1a: sangramento importante (esguichando) 1b: sangramento menor (babando) 2. ÚLCERA SEM SANGRAMENTO ATIVO 2a: vaso visível não sangrante (super funda) 2b: úlcera com coágulo aderido 2c: úlcera com marcas ou mancha vermelhas ou escuras 3. ÚLCERA COM BASE LIMPA Ainda não atingiu nenhum vaso sanguíneo CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E SINTOMAS ➱Frequentemente em ADULTOS DE MEIA-IDADE A IDOSOS ➱PRINCIPAIS QUEIXAS do paciente: dor em queimação ou dor epigástrica ➱A dor tende a ocorrer 1-3 horas após as refeições, piora noturna e aliviada por álcalis ou alimentos. ➱Náuseas, vômitos, distensão abdominal e eructações ➱Alguns pacientes apresentam COMPLICAÇÕES: - Anemia ferropriva, hemorragia ou perfuração. TRATAMENTO ➱ABORDAGENS CIRÚRGICAS eram utilizadas para tratar DUP, mas ATUALMENTE são destinadas à ERRADICAÇÃO DE H. pylori e NEUTRALIZAÇÃO DO ÁCIDO GÁSTRICO, reduzindo acentuadamente a necessidade de manejo por cirurgia, que é reservada principalmente para o tratamento de sangramento ou úlceras perfuradas. ➱A DUPcausa muito mais MORBIDADE do que MORTALIDADE; condição de vida ruim, mas não morre GASTRITE AGUDA X CRÔNICA CASO CLÍNICO 1 Julieta Severo, 38 anos procurou o pronto- atendimento após nos últimos 3 dias apresentar vômito com algumas manchas de coloração marrom-avermelhadas, que ela considerou que poderia ser sangue. Durante a anamnese, além do episódio de hematêmese (presença de sangue no vomito) paciente relatou que já há algum tempo tem percebido perda de apetite, desconforto abdominal e náuseas. E que esses sintomas aumentaram de intensidade nos últimos meses devido a vida super estressante que ela tem levado por conta a pandemia. Foi solicitado um hemograma completo e Julieta Severo foi encaminhada para um GASTROENTEROLOGISTA Durante a consulta com o especialista, Julieta informou que sente mal-estar após as refeições a bastante tempo, como sua alimentação não é muito saudável sempre acreditou que poderia ser essa a razão. Ela relatou também que faz uso de antiácidos quando preciso e não faz uso de nenhum medicamento de uso contínuo. Não fuma e bebe socialmente (vinho aos finais de semana). EXAME FÍSICO BEG, corada, hidratada, anictérica, acianótica. PA: 120/70 mmHg. FC: 90 bpm. Aparelho respiratório: MV+, sem RA. Aparelho cardiovascular: 2BRNF, sem sopros. Trato gastrintestinal: plano, flácido, dor discreta à palpação de epigástrio, sem visceromegalias e massas palpáveis HEMOGRAMA O médico solicitou alguns exames complementares e uma endoscopia digestiva alta. EXAMES LABORATORIAIS COMPLEMENTARES - ANTI-FATOR INTRÍNSECO: NÃO REAGENTE - APC (ANTI-MUCOSA GÁSTRICA/ANTICORPOS ANTI-CÉLULAS PARIETAIS): NÃO REAGENTE - SOROLOGIA PARA Helicobacter pylori POSITIVA EDA A endoscopia digestiva demonstrou úlcera em duodeno não sangrante, com coágulo aderido, sem outras lesões. EXAMES HISTOPATOLÓGICOS DIAGNÓSTICO Trata-se de uma úlcera sem sangramento ativo (2) com coágulo aderido (2b). Uma infecção por h. pylori, uma gastrite crônica, com uma resposta inflamatória mais a lesão com vacuolisação, com a presença da vacA citotoxina – de ancoragem, agindo nas células da mucosa, que ficam mais expostas ao ácido clorídrico. Corroendo o epitélio, essa corrosão caracteriza a úlcera. Se a paciente não faz um tratamento para eliminar o h. pylori, pode sofrer uma metaplasia, e displasia e futuramente uma neoplasia por ação da bactéria ➱Pólipo é uma LESÃO originada na MUCOSA e constituída pela proliferação de seus componentes. ➱Os pólipos gástricos são pouco comuns, geralmente não dão manifestações clínicas e são achados incidentais de endoscopias - Resultado de HIPERPLASIA de células epiteliais e estromais, inflamação, ectopia ou neoplasia. ➱O pólipo pode ser SÉSSIL ou PEDICULADO ● Mais recorrente em 50-60 anos ● São os mais comuns (75% a 90%) ● Múltiplos ● Tipicamente < 1.5cm – MUITO PEQUENOS ● Ocorrem em mucosa doente (85%) – Gastrite crônica atrófica – Gastrite relacionada ao H. pylori – Gastropatia química *É necessário ocorrer uma alteração na mucosa, em que o reparo é necessário, assim há um crescimento desordenado. *Baixo potencial de malignidade MORFOLOGIA Glândulas modificadas, foveolas ou fossetas ficam irregulares (alongadas, parecendo um cisto), lâmina própria fica maior (edemaciada, apresenta um infiltrado com célula poli ou mononucleares) •Glândulas foveolares irregulares, cisticamente dilatadas e alongadas. • Lâmina própria é tipicamente edematosa, com graus variáveis de inflamação aguda e crônica • Erosões superficiais podem estar presentes. •Pólipos são ovoides na forma e têm uma superfície lisa •Menores do que 1 cm de diâmetro •Cobertos por uma superfície lisa. ● São lesões sésseis de 2-3 cm no corpo e no fundo, mais comumente em mucosa gástrica saudável ● Polipose adenomatosa familiar (PAF) ● Não neoplásicos e sem potencial maligno ● São esporádicos na maioria das vezes ● Múltiplos ● acidez reduzida e hiperplasia glandular impulsionada pela gastrina. (por conta de medicamentos antiácidos) - Pode ser assintomático; mas geralmente apresenta náuseas - Composto por glândulas cisticamente dilatadas, revestidas por células foveolares, parietais e principais - Característica principal: GLÂNDULAS DILATADAS, mal da pra ver foveolo ● 10% dos pólipos gástricos ● Lesão única séssil ou com pequeno pedículo ● Mais frequente no ANTRO, em mucosa com gastrite crônica atrófica e metaplasia intestinal ● Neoplasia epitelial benigna com potencial de transformação maligna * O risco para o desenvolvimento de adenocarcinoma em adenomas gástricos está relacionado com o tamanho da lesão e é particularmente elevado com lesões maiores do que 2 cm de diâmetro. MORFOLOGIA Baixo grau alargamento, alongamento e hipercromasia de núcleos de células epiteliais, aglomeração epitelial e pseudoestratificaçã o. Baixo grau atipia citológica mais grave e arquitetura irregular, como brotamento glandular Pode ter de 4 a 5 cm Único ou múltiplo CÂNCER DE ESTÔMAGO - BRASIL: Mais frequentes em homens do que mulheres. - MUNDIAL: Predominante na ÁSIA (devido a menos higiene alimentar e o uso alimentos condimentados, com muito sal por exemplo, além da diminuição do pH nessa região) 48,4%, na américa 21% e Europa 23,4% - ADENOCARCINOMA 90 – 95% - LINFOMA MALT 3% - TUMORES DO ESTROMA GASTROINTESTINAL - TUMOR CARCINOIDE EPIDEMIOLOGIA - A neoplasia mais frequente e importante do estômago; - MULTIFATORIAL que resulta da interação de fatores ambientais e do indivíduo; - Doença em que CÉLULAS MALIGNAS (câncer) se formam no revestimento do estômago. - Mais comum em homens (2:1) SINTOMAS O AG é doença geralmente assintomática ou com manifestações inespecíficas, diagnosticada quase sempre na fase avançada, quando surgem perda de peso, anorexia, intolerância a carne, dor, anemia, hemorragia digestiva e vômitos. CLASSIFICAÇÃO DE LAURÉN TIPO INTESTINAL TIPO DIFUSO Idade Média, 55 anos (60 – 69 anos) Média, 48 anos ( 50 – 59 anos) Gêner o H:M = 1,8 a 2 H:M = 1,2 Mucos a gástric a Gastrite crônica atrófica em 90%; metaplasia intestinal e displasias são muito frequentes Gastrite crônica atrófica em 30%; metaplasia intestinal menos frequente; displasias são raras Epide miolog ia Mais comum nas populações de alto risco; nas últimas décadas, queda da incidência nos países desenvolvidos 50% dos casos em populações de baixo risco; a incidência não se alterou nas últimas décadas Estrutur a geraL Glandular; massas sólidas Células isoladas Estrutur a celular Pleomorfismo, polarização e coesão celulares; secreção escassa de muco Padrão uniforme, despolarização e pouca coesão celular; secreção abundante de muco intracelular Cresci mento Expansivo (Borrmann I e II) Infiltrativo (Borrmann III e IV) Prognó stico Mais favorável Menos favoráve ➱Tipo intestinal – pois ocorreu uma metaplasia ➱Tipo difuso – pois fica mais hiperplásico, padrão de diferenciação em todo o estomago FATORES QUE INFLUENCIAM ➱H. PYLORI (fatores de virulência), presença da proteína de ancoragem com o gene CagA, que alterar o fator vacuolização das células vacA s1/i1 ➱Pode estar ligada a FATORES GENÉTICOS; gerando polimorfismos que com citocinas e receptores de citocinas IL1B, TNF-alfa, IL-10, IL-8 TLR-4, que afetam a APC (polipose adenomatosa coli) ➱ Pode estar ligada a FATORES AMBIENTAIS; como dieta rica em sal, cigarro, carcinógenos n-nitrosos, obesidade e nitratos. HIPÓTESES PATOGENÉTICAS Hipótese etiopatogenética do adenocarcinomagástrico associado a gastrite atrófica. Hipótese etiopatogenética do adenocarcinoma gástrico que surge em mucosa gástrica sem gastrite atrófica: - AG DO TIPO INTESTINAL, admitese que: (1) parte deles desenvolva-se em uma sequência de eventos que incluem as lesões pré-cancerosas, como MI e displasia em epitélio com MI; (2) certo número de casos origina-se na mucosa gástrica sem lesões prévias (neoplasia de novo) ou com displasia em epitélio gástrico não metaplásico. *Esta possibilidade estaria de acordo com observações de diversos estudos de que um subgrupo dessas neoplasias apresenta sinais de diferenciação predominantemente intestinal, enquanto em outras é observada diferenciação predominantemente gástrica. - AG DO TIPO DIFUSO é menos estudado por ser menos comum, mas supõe-se que se origine em epitélio gástrico sem lesões prévias e que fatores genéticos sejam importantes; questiona-se a possibilidade de surgir em lesões de natureza hiperplásica (Figura 22.28). A maioria dos AG do tipo difuso é constituída por células com padrão de diferenciação gástrica CLASSIFICAÇÃO DE LAURÉN Tipo Intestinal: Tipo Intestinal: • Incidência variável associada a fatores ambientais e predisposição genética: ▪ Infecção pelo H. pylori (risco 4-9x >): ▪ Nitritos derivados de nitratos (conservas) ▪ Alimentos salgados ou defumados ▪ Tabaco ▪ Adenomatose poliposa familiar - mutação do gene da wnt/β-catenina e alterações em outros genes (BAX, TGFβRII, p16/INK4a, etc.) • Incidência similar em várias regiões • Patogênese pouco conhecida (mutação no gene CDH1 codificador da E-caderina) • CDH1 mutado em 50% dos casos esporádicos Restante: expressão de E- caderina reduzida por alterações epigenéticas Combina aspectos epidemiológicos, histogenéticos, de comportamento biológico e padrões morfológicos MORFOLOGIA Tipo INTESTINAL ➱São volumosos e são compostos por estruturas glandulares semelhantes a adenocarcinoma esofágico e do cólon ➱Células neoplásicas frequentemente contêm VACÚOLOS APICAIS DE MUCINA, e mucina abundante pode estar presente na luz das glândulas. TIPO DIFUSO ➱Células desconexas com vacúolos grandes de mucina que ampliam o citoplasma e empurram o núcleo para a periferia, criando uma morfologia de célula de anel em sinete. ➱reação desmoplásica que enrijece a parede gástrica e pode causar achatamento rugal difuso e uma parede rígida e espessa que confere aparência de “garrafa de couro” denominada linite plástica. Intestinal Difuso glândulas atípicas justapostas, com células polarizadas, sem secreção de muco e com núcleos acentuadamente hipercromáticos e pleomórficos. células isoladas, de padrão monomórfico, contendo mucina (células em anel de sinete) INVASÃO De acordo com a invasão da parede, o AG pode ser precoce ou avançado: - AG precoce está confinado à mucosa, ou à mucosa e submucosa; - AG avançado é aquele em que existe invasão da camada muscular; CA GÁSTRICO PRECOCE I = protruso; IIa = superficial elevado; IIb = superficial plano; IIc = superficial deprimido; III = escavado ESTADIAMENTO CA GÁSTRICO AVANÇADO O AG avançado é classificado macroscopicamente segundo Borrmann como: (a) tipo I – LESÃO VEGETANTE OU POLIPOIDE, que cresce em direção à luz; (b) tipo II – LESÃO ULCERADA, de bordas elevadas, com crescimento predominantemente expansivo; (c) tipo III – LESÃO ULCEROINFILTRATIVA, com crescimento predominantemente na parede do órgão e limites macroscópicos imprecisos; (d) tipo IV – LESÃO INFILTRATIVA, de limites imprecisos, que cresce difusamente na parede, espessando-a, e que, quando atinge grande extensão ou todo o órgão, é chamada linite plástica (estômago em cantil). →Contiguidade: Fígado, Pâncreas e Peritônio →Metastase: Linfonodo sentinela supraclavicular (nódulo de Virchow) - Pulmão, Fígado e ovário (Tumor de Krukenberg) Região periumbelical – sinal da “Irmã Mary Joseph” ➱Presença de MALT – MALTOMA no trato gastrointestinal, é importante devido as bactérias, pois há contato com muitos microorganismos - São a os linfomas que se originam no tecido linfoide associado a mucosas. - Linfoma B - Linfoma das Células da Marginal - Associado à infecção pelo HP (presente em 90% dos casos) – Agressão linfoepitelial SINTOMAS As manifestações clínicas são inespecíficas; as mais frequentes são dor abdominal, perda de peso, náuseas, vômitos e anorexia. Em 20% dos casos, o tumor ulcera e causa hemorragia. PATOGÊNESE - Na maioria dos pacientes, linfoma MALT no estômago associa-se a infecção por cepas virulentas do H. pylori. - Com a resposta imunitária induzida pela bactéria, surge expansão clonal das células do manto dos folículos linfoides. - Na fase inicial, a proliferação linfoide é antígenodependente e, portanto, o tratamento com antibióticos para erradicação do microrganismo pode resultar no desaparecimento do tumor * Em cerca de 25% dos casos, surgem alterações genômicas RESUMO: - Inflamação crônica de HP, que transforma essas células, células b e t, viram aberrações genéticas como as MALTs, atingindo a P53 e p16. - Se suprime o HP, inibe o linfoma - Aumento de MALT desenfreado causando linfoma MORFOLOGIA - Lesões linfoepiteliais, com linfócitos neoplásticos ao redor e infiltrados nas glândulas gástricas: - Linfoma disseminado no intestino delgado, com diversos nódulos serosos: - PROLIFERAÇÃO de CÉLULAS de zona marginal, semelhantes a LINFÓCITOS PEQUENOS, CENTRÓCITOS ou CÉLULAS MONOCITOIDES, pode haver diferenciação para PLASMÓCITOS. - LESÃO LINFOEPITELIAL - Pode evoluir para LINFOMA de ALTO GRAU • Surgem de componentes difusos do sistema endócrino; - AUMENTO DE CÉLULAS G, logo gera um AUMENTO de GASTRINA, logo um AUMENTO do HCl (ligado a hiperplasia de células endócrinas) • Curso clínico mais indolente do que os carcinomas Glandulares; • Podem estar associados a: hiperplasia de células endócrinas, gastrite atrófica crônica autoimune, Neoplasia endócrina múltipla tipo I e síndrome de Zollinger-Ellison; • O pico na 6ª década, mas eles podem aparecer em qualquer idade. *Presente em todo o trato gastrointestinal, mas sua predominância no JEJUNO E ÍLEO SINTOMAS Gastrite, gastrite autoimune MORFOLOGIA ➱São massas intramurais ou submucosas que criam pequenas lesões polipoides ➱Tendem a ser amarelos ou castanhos e são muito firmes, como consequência de uma reação desmoplásica intensa; ➱Compostos de ilhas, trabéculas, cordões, glândulas ou ninhos de células uniformes, com citoplasma granular rosado escasso e um núcleo pontilhado, de redondo a oval; ➱Positivas em marcadores de grânulos endócrinos, tais como sinaptofisina e cromogranina A • CÉLULAS INTERSTICIAIS DE CAJAL; como se fosse um marca-passo do sistema gastrointestinal, quando essas células começam a se proliferar demais pode causar o GIST • RARO • As proliferações microscópicas que podem representar precursores do GIST estão presentes em 10% a 30% dos estômagos removidos; • Aproximadamente 60 anos; •Fatores: tríade de Carney. - Indivíduos com neurofibromatose tipo 1. PATOGÊNESE •receptor α do fator de crescimento derivado de plaquetas da tirosinacinase, PDGFRA •KIT (75% e 80%) •NF1, BRAF, HRAS, NRAS •succinato-desidrogenase mitocondrial Principal fator de risco associado a tumor de estômago: Infecção por H. pylori ● Pode aumentar o risco em até 3 vezes quando comparado à população geral. ● A via de contaminação é fecal-oral e está associada à contaminação de água e alimentos MORFOLOGIA •Até 30 cm de diâmetro.•Eles geralmente formam uma massa carnosa, bem circunscrita e solitária, •coberta por uma mucosa intacta ou ulcerada, mas também podem se projetar para fora, em direção à serosa. •70% FUSIFORME e 20% EPITÉLIO •10% MISTO e PLEIMÓRFICO ASPECTOS CLÍNICOS • Perda sanguínea • Metade dos indivíduos podem apresentar anemia ou sintomas relacionados. • Os GISTs também podem ser descobertos como achados incidentais. • Uma RESSECÇÃO CIRÚRGICA COMPLETA é o tratamento primário para os GISTs gástricos localizados. • O prognóstico se correlaciona com o tamanho tumoral, o índice mitótico e a localização, com GISTs gástricos sendo menos agressivos do que aqueles que surgem no intestino médio. • Metástase é rara em menores de 5 cm e comum em maiores que 10 cm FATORES DE RISCO •Sexo Masculino • Baixa renda: associada a más condições de saneamento e má conservação de alimentos • Dieta pobre em alimentos frescos • Ingesta aumentada de sal e conservantes • Etilismo e fumo. • A obesidade e a doença do refluxo gastroesofágico; associadas a tumores gástricos proximais e transição esofagogástrica • História familiar de neoplasia gástrica Referências Robbins & Cotran – Bases patológicas 9ª edição Capítulo: 17 Página: 1381 Bogliolo patologia 9ª edição Capítulo: 22 Página: 991
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