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Evelyn Barrozo Caetano Lima
William Alves Notario
Normas e Práticas Contábeis 
© 2016 by Universidade de Uberaba
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser 
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, 
eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de 
sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, 
por escrito, da Universidade de Uberaba.
Universidade de Uberaba
Reitor 
Marcelo Palmério
Pró-Reitor de Educação a Distância
Fernando César Marra e Silva
Editoração
Produção de Materiais Didáticos
Capa
Toninho Cartoon
Edição
Universidade de Uberaba
Av. Nenê Sabino, 1801 – Bairro Universitário
Catalogação elaborada pelo Setor de Referência da Biblioteca Central UNIUBE
Evelyn Barrozo Caetano Lima
Atualmente curso pós-graduação pela Unicesumar - Centro Uni-
versitário Cesumar, em EAD e as Tecnologias Educacionais. Sou 
especialista em Controladoria e Auditoria, pelo Instituto Paranaen-
se de Ensino - IPE; possuo extensão universitária em Metodologia 
e Didática para o Ensino Superior, pela Faculdade Cidade Verde 
- FCV, e graduação em Ciências Contábeis pela Universidade Es-
tadual de Maringá - UEM. Tenho experiência na área contábil e As-
sessoria/Consultoria Empresarial. Fui professor de cursos técnicos 
oferecidos pelo TECPUC - Cursos Técnicos do Grupo Marista, para 
os cursos de Administração e Ciências Contábeis, sendo, inclusive, 
coordenador temporário do curso. Atualmente, sou professor Me-
diador, Formador e Conteudista no NEAD - Núcleo de Educação 
a Distância, da Unicesumar, para o curso de Ciências Contábeis. 
Também sou professor de cursos preparatórios para concursos 
públicos, elaborador de questões para concursos públicos, autor 
de livros e materiais de estudos para graduação e pós-graduação 
na Unicesumar e sócio-proprietário em um escritório de assessoria 
contábil para pequenas e médias empresas, além de professor em 
cursos on-line específicos da área.
Link para acesso ao currículo Lattes: <http://lattes.cnpq.
br/1203900123287109>
Sobre os autores
William Alves Notario
Sou especialista em Administração Tributária pela Universidade 
Castelo Branco - RJ (2007). Possuo graduação com Láurea Aca-
dêmica em Ciências Contábeis pela Universidade Estadual de Ma-
ringá-PR UEM (2006). Atualmente curso pós-graduação em Audi-
toria, Contabilidade e Perícia Contábil pela Unicesumar - Centro 
Universitário Cesumar. Possuo experiência na área contábil e ên-
fase como analista fiscal. Atualmente, sou professora conteudista 
e mediadora do NEAD da Unicesumar - Centro Universitário Ce-
sumar e autora de livros e materiais de estudos para graduação 
e pós-graduação na Unicesumar, além de professora em cursos 
on-line específicos da área.
Link para acesso ao currículo Lattes: http://lattes.cnpq.
br/6508272113068133
Evelyn Barrozo Caetano Lima
Introdução
Introdução ao estudo 
das S.A. e alterações da 
lei 6.404/76
Capítulo
1
Este capítulo é dedicado ao estudo das principais 
características das Sociedades Anônimas, as conhecidas 
S.A, regidas pela Lei nº 6.404/76.
Iremos apresentar sua constituição, conhecer seus principais 
termos, os órgãos que a regulam e estabelecer uma breve 
comparação com esse tipo de sociedade e a sociedade 
limitada.
Após apresentar todos os pontos importantes pertinentes às 
S.A., entraremos no estudo das mudanças na Lei nº 6.404/76, 
ocorridas com as Leis 11.638/2007 e a Lei 11.941/2009. 
Essas leis (11.638/2007 e 11.941/2009) causaram profunda 
mudança na Lei 6.404/76, mais que isso, representam 
a padronização da Contabilidade brasileira às normas 
internacionais de Contabilidade.
A Lei nº 6.404/76 disciplina as demonstrações contábeis e 
tem grande importância no cenário da contabilidade no Brasil, 
daí a relevância e importância do nosso estudo.
Com a convergência às normas internacionais, nosso modo 
de fazer contabilidade mudou! E você precisa saber o que 
mudou e em que isso afeta as demonstrações contábeis, em 
especial, o Balanço Patrimonial.
Sem dúvidas, o Balanço Patrimonial é uma das principais 
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• Aprender as principais características da S.A.
• Compreender algumas obrigatoriedades da S.A.
• Conhecer as principais mudanças na Lei 6.404/76.
1 . Introdução ao Estudo das S.A.
1.1 Constituição da Sociedade Anônima
1.2 Características da Sociedade Anônima
1.3 Tipos de Sociedade Anônima
1.4 Órgãos da S.A.
1.4.1 Assembleia geral
1.4.2 Conselho de Administração
1.4.3 A Diretoria
1.4.4 Conselho Fiscal
1.5 Demonstrações Contábeis
2. A Nova Lei das S.A. – Lei 11.638/2007
Objetivos
Esquema
demonstrações dentro da contabilidade, utilizado por todas 
as empresas e fundamental para indicar se a empresa em 
questão é ou não rentável, se compensa ou não liberar créditos 
para ela, dentre outras informações.
Além do Balanço, veremos todos os pontos de mudança 
oriundos das leis.
Neste capítulo I, iremos pontuar as alterações e, no capítulo 2, 
faremos um estudo mais aprofundado.
Esperamos que assim você consiga criar uma sequência lógica 
de raciocínio, e que nossa explanação possa contribuir com a 
atualização dos seus conhecimentos com a nova contabilidade.
 UNIUBE 11
Introdução ao estudo das S.A.1.1
Uma sociedade com eventos contábeis pode ser qualquer pessoa 
física ou jurídica. Conforme nos traz o artigo 981 do código civil de 
2002: “celebram contrato de sociedade as pessoas que reciproca-
mente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exer-
cício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados”. 
Ou seja, sociedade é a junção de pessoas, com objetivos comuns 
que dividem os resultados do seu negócio.
O código civil tipifica várias formas de sociedade. O nosso objeto 
de estudo é a Sociedade por ações, também chamada de socie-
dade anônima.
A sociedade anônima é disciplinada pela Lei 6.404/76, que foi atu-
alizada pelas Leis 11.638/2007 e 11.941/2009, e que também tem 
aplicações dos artigos 1.088 e 1.089 do Código Civil de 2002, nos 
casos em que a Lei 6.404/76 é omissa.
A Lei 6.404/76 é para a contabilidade a base para regulamentar as 
demonstrações financeiras das sociedades por ações, por isso é 
tão importante no Brasil. Desde sua criação em 1976, somente em 
2007 teve sua primeira alteração. Essa alteração aconteceu para 
adequar a lei às normas internacionais de contabilidade.
RELEMBRANDO
A contabilidade é uma ciência social que tem como objeto de estudo o 
patrimônio, como objetivo, gerar informações acerca desse patrimônio 
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e como finalidade, estudar, gerenciar e contabilizar os fatos desse pa-
trimônio. Ela evolui conforme muda o comportamento da sociedade.
Com a globalização, para facilitar a comunicação, aumentar o nível 
de confiança nos relatórios produzidos pela contabilidade brasilei-
ra, bem como para unificar as normas nas negociações, a contabi-
lidade “mudou” e adotou as normas internacionais.
Essa mudança é um grande marco para a contabilidade no Brasil, 
assim como foi a descoberta do método das partidas dobradas, que 
deu ao Frei Luca Pacioli o título de pai da contabilidade moderna.
Importante destacar que, mesmo com a Lei 11.638/2007, foram 
necessários alguns ajustes para acompanhar as atualizações 
internacionais. Por isso, surgiram a MP 449, convertida na Lei 
11.941/2009, complementado assim as alterações promovidas 
pela lei 11.638/2007.
É sobre essas alterações sofridas na Lei 6.404/76 que iremos tra-
tar. Mas, antes de falarmos das alterações, vamos conhecer um 
pouco mais sobre a sociedade anônima.
DICAS
Indicamos o site do Conselho Federal de Contabilidade – CFC, que 
é uma importante fonte para pesquisas na área contábil: <www.cfc.
org.br>.
Para acompanhar a Lei das S.A., tenha em mãos a Lei 6.404/76.
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1.1.1 Constituição da sociedade anônima
Para serconstituída, a S.A. cumpre algumas formalidades, confor-
me o art. 80 da Lei 6.404/76:
Art. 80. A constituição da companhia depen-
de do cumprimento dos seguintes requisitos 
preliminares:
I - subscrição, pelo menos por 2 (duas) pesso-
as, de todas as ações em que se divide o capital 
social fixado no estatuto;
II - realização, como entrada, de 10% (dez por 
cento), no mínimo, do preço de emissão das 
ações subscritas em dinheiro;
III - depósito, no Banco do Brasil S/A., ou em 
outro estabelecimento bancário autorizado pela 
Comissão de Valores Mobiliários, da parte do ca-
pital realizado em dinheiro.
Parágrafo único. O disposto no número II não se 
aplica às companhias para as quais a lei exige 
realização inicial de parte maior do capital social
 
Para ser constituída, portanto, a S.A. precisa ter ao menos duas 
pessoas. Vale lembrar que há previsão, no novo código civil, de 
sociedade em que há apenas uma pessoa, o que não é o caso das 
sociedades anônimas.
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Fonte: Flazingo Photos.
A constituição da S.A. pode acontecer por subscrição pública, que 
consta do art. 82 da lei 6.404/76, ou por subscrição particular art. 
88 da referida lei.
Na subscrição pública, “depende do prévio registro da emissão na 
Comissão de Valores Mobiliários, e a subscrição somente poderá 
ser efetuada com a intermediação de instituição financeira” (art. 82, 
Lei 6.404/76). Ou seja, nesse tipo de constituição, uma parcela das 
ações é colocada à venda para o público em geral.
Na subscrição particular, “pode fazer-se por deliberação dos subs-
critores em assembléia-geral ou por escritura pública, consideran-
do-se fundadores todos os subscritores” (art. 88, Lei 6.404/76). Ao 
contrário da subscrição pública, aqui os fundadores são 100% do-
nos do capital, não há divisão com o público.
 
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1.1.2 Características da Sociedade Anônima
As principais características da sociedade anônima estão distribuí-
das nos artigos 1º e 3º da lei 6.404/76:
Art. 1º A companhia ou sociedade anônima terá o 
capital dividido em ações, e a responsabilidade 
dos sócios ou acionistas será limitada ao preço de 
emissão das ações subscritas ou adquiridas.
[...]
Art. 3º A sociedade será designada por denomina-
ção acompanhada das expressões “companhia” 
ou “sociedade anônima”, expressas por exten-
so ou abreviadamente, mas vedada a utilização 
da primeira ao final.
§ 1º O nome do fundador, acionista, ou pessoa 
que por qualquer outro modo tenha concorri-
do para o êxito da empresa, poderá figurar na 
denominação.
§ 2º Se a denominação for idêntica ou semelhan-
te a de companhia já existente, assistirá à prejudi-
cada o direito de requerer a modificação, por via 
administrativa (artigo 97) ou em juízo, e deman-
dar as perdas e danos resultantes. (grifos nosso)
Isso nos mostra que, na sociedade anônima, tudo gira em torno 
das ações, já que seu capital social é dividido por ações e os sócios 
têm sua responsabilidade limitada ao seu preço.
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IMPORTANTE!
Chamamos a atenção para o detalhe tratado ao final do artigo 3º 
“mas vedada à utilização da primeira ao final”, ou seja, conforme a 
lei, a palavra Cia. ou companhia não pode ser utilizada no final da 
denominação.
Como exemplo de denominação pode-se ter: Evelyn Caetano S.A. 
ou Cia Evelyn Caetano e não Evelyn Caetano Cia.
1.1.3 Tipos de Sociedade Anônima
Vimos a constituição e as características das S.A, veremos agora 
os tipos de S.A. previstos na Lei 6.404/76.
As S.A. podem ser de capital aberto ou de capital fechado.
São companhias de capital aberto quando os valores de suas ações 
são negociados no mercado de valores mobiliários (bolsa de valo-
res), ao passo que as compainhas de capital fechado não contam 
com essa negociação. Vejamos o artigo 4º da Lei 6.404/76: “Para 
os efeitos desta Lei, a companhia é aberta ou fechada conforme 
os valores mobiliários de sua emissão estejam ou não admitidos à 
negociação no mercado de valores mobiliários”.
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 UNIUBE 17
Parada obrigatória
Você conhece a CVM? A Comissão de Valores Mobiliários 
disciplina todos os assuntos pertinentes ao mercado de va-
lores mobiliários e a sua atuação. Ela tem amplos poderes 
para normalizar e fiscalizar. As negociações na bolsa de valores 
só são realizadas com empresas registradas e autorizadas pela 
CVM. É um importante órgão sem o qual não há movimentação no 
mercado de ações.
Além das sociedades de capital aberto e fechado, temos também a 
sociedade de capital autorizado. Na verdade, o capital autorizado 
“tanto se aplica à S.A. de capital aberto como à de capital fechado” 
(MONTOTO, 2015, p. 510). Nesse tipo de sociedade, há a possibi-
lidade de aumento de capital sem necessidade de reforma estatu-
tária, conforme art. 168 da Lei 6.404/76:
Capital Autorizado
Art. 168. O estatuto pode conter autorização para 
aumento do capital social independentemente de 
reforma estatutária.
§ 1º A autorização deverá especificar:
a) o limite de aumento, em valor do capital ou em 
número de ações, e as espécies e classes das 
ações que poderão ser emitidas;
b) o órgão competente para deliberar sobre as 
emissões, que poderá ser a assembléia-geral ou 
o conselho de administração;
c) as condições a que estiverem sujeitas as 
emissões;
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d) os casos ou as condições em que os acionistas 
terão direito de preferência para subscrição, ou 
de inexistência desse direito (artigo 172).
§ 2º O limite de autorização, quando fixado em 
valor do capital social, será anualmente corrigido 
pela assembléia-geral ordinária, com base nos 
mesmos índices adotados na correção do capital 
social.
§ 3º O estatuto pode prever que a companhia, 
dentro do limite de capital autorizado, e de acor-
do com plano aprovado pela assembléia-geral, 
outorgue opção de compra de ações a seus ad-
ministradores ou empregados, ou a pessoas na-
turais que prestem serviços à companhia ou a so-
ciedade sob seu controle.
Portanto, quando há autorização em Assembleia para que haja au-
mento de capital, até o valor autorizado, e ainda não há sócios 
definidos, temos um caso de capital autorizado.
 
Saiba mais
Indicamos o site da CVM, <http:www.cvm.gov.br>, nele há, entre 
outras informações, toda a legislação pertinente ao mercado de 
ações e as últimas notícias importantes para o investidor/negocia-
dor. Acesse!
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 UNIUBE 19
1.1.4 Órgãos da S.A.
São órgãos da S.A.:
• Assembleia geral
• Conselho de Administração
• Diretoria
• Conselho Fiscal
 
1.1.4.1 Assembleia geral
A Assembleia geral é a reunião dos acionistas, que pode ser con-
vocada por sessão ordinária ou extraordinária. Sua previsão consta 
dos artigos 121 e 126 da lei 6.404/76.
Art. 121. A assembléia-geral, convocada e ins-
talada de acordo com a lei e o estatuto, tem 
poderes para decidir todos os negócios re-
lativos ao objeto da companhia e tomar as re-
soluções que julgar convenientes à sua defesa e 
desenvolvimento.
Art. 126. As pessoas presentes à assembleia de-
verão provar a sua qualidade de acionista, ob-
servadas as seguintes normas:
I - os titulares de ações nominativas exibirão, se 
exigido, documento hábil de sua identidade;
I - os titulares de ações nominativas exibirão, se 
exigido, documento hábil de sua identidade;
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20 UNIUBE
 III - os titulares de ações ao portador exibirão os 
respectivos certificados, ou documento de depó-
sito nos termos do número II;
 IV - os titulares de ações escriturais ou em cus-
tódia nos termos do artigo 41, além do documento 
de identidade, exibirão, ou depositarão na compa-
nhia, se o estatuto o exigir, comprovante expedido 
pela instituição financeira depositária.
A Assembleia geral por sessão ordinária, de acordo com o art. 
132 da lei 6.404/79, deve acontecer nos quatro primeiros meses doano, com a função de aprovar as contas dos administradores, vo-
tar as demonstrações financeiras, destinar os lucros e distribuir os 
dividendos e eleger, se necessário, os administradores e membros 
do seu conselho fiscal.
A Assembleia geral por sessão extraordinária, consta do art. 135 
da lei 6.404/79, é convocada a qualquer momento com a função de 
tratar sobre a reforma do estatuto ou qualquer outro assunto.
 
1.1.4.2 Conselho de Administração
O Conselho de Administração é formado por três membros eleitos 
pela Assembleia Geral, tem a função de representar os sócios e é 
obrigatório para as S.A. de capital aberto e de capital autorizado.
Art. 140. O conselho de administração será com-
posto por, no mínimo, 3 (três) membros, eleitos 
pela assembléia-geral e por ela destituíveis a 
qualquer tempo, devendo o estatuto estabelecer:
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 UNIUBE 21
I - o número de conselheiros, ou o máximo e míni-
mo permitidos, e o processo de escolha e substi-
tuição do presidente do conselho pela assembléia 
ou pelo próprio conselho; (Redação dada pela Lei 
nº 10.303, de 2001)
II - o modo de substituição dos conselheiros;
III - o prazo de gestão, que não poderá ser supe-
rior a 3 (três) anos, permitida a reeleição;
 
1.1.4.3 A Diretoria
A Diretoria da S.A. é formada por ao menos duas pessoas eleitas 
pelo Conselho de Administração:
Art. 143. A Diretoria será composta por 2 (dois) 
ou mais diretores, eleitos e destituíveis a qual-
quer tempo pelo conselho de administração, ou, 
se inexistente, pela assembléia-geral, devendo o 
estatuto estabelecer:
I - o número de diretores, ou o máximo e o mínimo 
permitidos;
II - o modo de sua substituição;
III - o prazo de gestão, que não será superior a 3 
(três) anos, permitida a reeleição;
IV - as atribuições e poderes de cada diretor.
São, portanto, os diretores que administram a sociedade.
 
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22 UNIUBE
1.1.4.4 Conselho Fiscal
A existência do Conselho Fiscal é facultativa e uma das suas prin-
cipais funções é fiscalizar os administradores.
Art. 161. A companhia terá um conselho fiscal e 
o estatuto disporá sobre seu funcionamento, de 
modo permanente ou nos exercícios sociais em 
que for instalado a pedido de acionistas.
§ 1º O conselho fiscal será composto de, no mí-
nimo, 3 (três) e, no máximo, 5 (cinco) membros, 
e suplentes em igual número, acionistas ou não, 
eleitos pela assembléia-geral.
§ 2º O conselho fiscal, quando o funcionamento 
não for permanente, será instalado pela assem-
bléia-geral a pedido de acionistas que represen-
tem, no mínimo, 0,1 (um décimo) das ações com 
direito a voto, ou 5% (cinco por cento) das ações 
sem direito a voto, e cada período de seu funcio-
namento terminará na primeira assembléia-geral 
ordinária após a sua instalação.
§ 3º O pedido de funcionamento do conselho fis-
cal, ainda que a matéria não conste do anúncio de 
convocação, poderá ser formulado em qualquer 
assembléia-geral, que elegerá os seus membros.
Tendo visto os órgãos da S.A., veremos agora os tipos de ações 
existentes. Vale destacar que, em consonância ao artigo 20 da Lei 
6.404/76, todas as ações são nominativas (contém os nomes).
As ações, por natureza, podem ser ordinárias ou preferenciais. As 
ordinárias são aquelas que dão direito a voto, já as preferenciais 
dão preferência na distribuição dos dividendos, mas não dão direito 
a voto.
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 UNIUBE 23
Art. 15. As ações, conforme a natureza dos direi-
tos ou vantagens que confiram a seus titulares, 
são ordinárias, preferenciais, ou de fruição.
§ 1º As ações ordinárias da companhia fechada 
e as ações preferenciais da companhia aberta e 
fechada poderão ser de uma ou mais classes.
§ 2o O número de ações preferenciais sem di-
reito a voto, ou sujeitas a restrição no exercício 
desse direito, não pode ultrapassar 50% (cin-
qüenta por cento) do total das ações emitidas. 
(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)
[...]
Art. 17. As preferências ou vantagens das ações 
preferenciais podem consistir: (Redação dada 
pela Lei nº 10.303, de 2001)
I - em prioridade na distribuição de dividendo, 
fixo ou mínimo;(Redação dada pela Lei nº 10.303, 
de 2001) (grifos nossos).
 
Para visualizar a estrutura da S.A., podemos ter suas caracterís-
ticas dispostas em forma de tabela, comparando esse tipo de so-
ciedade à sociedade limitada – LTDA. muito usada, conforme nos 
apresenta Montoto (2015, p. 506):
24 UNIUBE
Tabela 1: Sociedade por ações versus sociedade limitada
CARACTERÍSTICAS
SOCIEDADE 
ANÔNIMA
SOCIEDADE 
LIMITADA
CAPITAL (subdividido) Ações Quotas
RECOMPRA DE CAPITAL
Ações em 
tesouraria
Quotas liberadas
NOME EMPRESARIAL Denominação
Firma (razão social) 
ou denominação
QUALIFICAÇÃO 
DOS SÓCIOS
Acionistas Quotistas
QUALIDADE DA SOCIEDADE De capital De pessoas
DOCUMENTO DE 
CONSTITUIÇÃO
Estatuto Contrato social
LEGISLAÇÃO Lei nº 6.404/76
Artigos 1.052 e outros 
do Código Comercial
RESPONSABILIDADE 
DOS SÓCIOS
Limitadas ao 
valor das ações
Solidária e limitada ao 
valor do capital social
DISTRIBUIÇÃO DOS 
RESULTADOS
Dividendos Dividendos
Fonte: adaptada Montoto (2015, p.506)
 
1.1.5 Demonstrações Contábeis
Conforme consta da lei 6.404/76, temos quais são as demonstra-
ções contábeis obrigatórias para as empresas:
Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a direto-
ria fará elaborar, com base na escrituração mer-
cantil da companhia, as seguintes demonstrações 
financeiras, que deverão exprimir com clareza a 
situação do patrimônio da companhia e as muta-
ções ocorridas no exercício:
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 UNIUBE 25
I - balanço patrimonial;
II - demonstração dos lucros ou prejuízos 
acumulados;
III - demonstração do resultado do exercício; e
IV – demonstração dos fluxos de caixa; e (Redação 
dada pela Lei nº 11.638,de 2007)
V – se companhia aberta, demonstração do valor 
adicionado. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)
§ 1º As demonstrações de cada exercício serão 
publicadas com a indicação dos valores cor-
respondentes das demonstrações do exercício 
anterior.
 
1.2 a nova lei das S.A. – LEI 11.638/2007
Agora que conhecemos os principais aspectos de uma S.A., va-
mos estudar quais foram as mudanças ocorridas com as Leis 
11.941/2009 e 11.638/2007.
O Balanço Patrimonial foi o mais afetado com as alterações trazi-
das pelas Leis. O Balanço Patrimonial é uma demonstração con-
tábil que apresenta informações resumidas de um dado momento, 
faz parte da estática patrimonial.
A obrigação da empresa em ter que elaborar o Balanço Patrimonial 
encontra previsão legal no artigo 176 da Lei 6.404/76. Pois bem, an-
tes das Leis (quando mencionar as Leis, entenda Lei 11.941/2009 e 
11.638/2007), o Balanço era assim composto:
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Realce
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Realce
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26 UNIUBE
Tabela 2: BALANÇO PATRIMONIAL – Lei 6.404/76 (antes das alterações)
ATIVO PASSIVO
Ativo Circulante Passivo Circulante
Ativo realizável em longo prazo
Passivo exigível em lon-
go prazo (PELP)
Ativo Permanente Resultado de exercícios futuros
Investimento
Imobilizado
Diferido
Patrimônio Líquido
Capital social
Reserva de capital
Reserva de reavaliação
Reservas de lucros
Lucros ou Prejuízos acumulados
Fonte: a autora
Tabela 3: BALANÇO PATRIMONIAL – Lei 11.638/07
ATIVO PASSIVO
Ativo Circulante (AC) Passivo Circulante (PC)
Ativo não Circulante (ANC)
Ativo realizável em longo prazo
Investimentos
Imobilizado
Intangível
Diferido
Passivo Não Circulante (PNC)
Passivo exigível em lon-
go prazo (PELP)
Receita diferida
(-) custo com a receita diferida
Patrimônio Líquido
Capital social
Reservas de capital
(-) ações em tesouraria
Ajustes de avaliação patrimonial
Reservas de lucros
Prejuízos acumulados
Fonte: os autores
 UNIUBE 27
Na segunda tabela do Balanço Patrimonial, destacamos em subli-
nhado e negrito todas as contas e estruturas de grupos que foramafetados com a alteração da Lei 6.404/76.
Vamos ver agora o que mudou em outras demonstrações:
• A DFC – Demonstração do Fluxo de Caixa se tornou obriga-
tória. Exceção de obrigatoriedade para empresas de capital 
fechado com patrimônio líquido menor que R$2.000.000,00.
• A DVA – Demonstração do Valor adicionado se tornou obriga-
tória para a Cia. de capital aberto.
• Na DRE – Demonstração do Resultado do Exercício, a Lei só 
considera como participações as que não se caracterizarem 
como despesa.
Também tivemos uma nova forma de avaliação do Investimento em 
Coligadas e Controladas, em que, para ser considerada coligada, 
a sociedade investidora precisa apenas ter influência significativa, 
isto é, ser titular de 20% (vinte por cento) ou mais do capital votante.
Parada para reflexão
Queremos evoluir, mas somos resistentes à mudança. 
Hoje estamos aprendendo sobre as mudanças sofridas 
pela contabilidade. Seria possível evoluir sem mudar?
Veremos no próximo capítulo as mudanças destacadas no ba-
lanço patrimonial. Antes disso, é fundamental também destacar-
mos que hoje temos na Contabilidade o CPC, que é o Comitê de 
Pronunciamentos Contábeis. Ele foi criado em 2005 para ser o 
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Realce
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Realce
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Realce
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Realce
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28 UNIUBE
único órgão responsável por emitir os pronunciamentos contábeis. 
Dentre outros motivos, isso aconteceu pela necessidade, conforme 
elenca Padoveze (2012, p.124), de:
• convergência internacional das normas contábeis;
• centralização na emissão de normas contábeis;
• representação das instituições nacionais interessadas em 
eventos internacionais.
Nossa ciência caminha a passos largos para evolução. O fato de 
estarmos nos adequando às normas internacionais de contabilida-
de é a maior prova disso.
SINTETIZANDO
A Contabilidade Comercial (empresas privadas) é normatizada pela 
Lei 6.404/76. A Sociedade Anônima é uma modalidade de socieda-
de que pode ter capital aberto ou fechado.
Conhecer as características da S.A é fator importante para poder 
entender o tipo de sociedade que estamos tratando.
Quando das convergências das Normas Brasileiras às Normas 
Internacionais de Contabilidade, foi criada a Lei 11.638/2007 
para regulamentar isso, e também o Comitê de Pronunciamentos 
Contábeis elaborou o CPC – 13, que trata da Adoção Inicial da Lei 
nº 11.638/07 e da Medida Provisória 449/08 (convertida depois na 
Lei 11.941/2009).
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Realce
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 UNIUBE 29
As Leis indicadas provocaram mudanças de estrutura, avaliação e 
critérios para mensuração e formas de elaborar as demonstrações 
contábeis.
E para a prática contábil tais mudanças precisam ser estudadas.
Ampliando o conhecimento
Seguem algumas partes que consideramos importantes do CPC 
– 13 para sua leitura, mas destacamos a importância do conheci-
mento da íntegra do pronunciamento.
 
Comitê de pronunciamentos contábeis
PRONUNCIAMENTO TÉCNICO CPC 13 Adoção Inicial da Lei nº 
11.638/07 e da Medida Provisória no 449/08
[...]
Objetivo
5. Este Pronunciamento tem por objetivo assegurar que as primei-
ras demonstrações contábeis elaboradas de acordo com as novas 
práticas contábeis adotadas no Brasil, bem como as demonstra-
ções contábeis intermediárias, que se refiram à parte do CPC_13 
3 período coberto por essas demonstrações contábeis, contenham 
informações que:
(a) proporcionem um ponto de partida adequado para a contabilidade 
30 UNIUBE
de acordo com as novas práticas contábeis adotadas no Brasil;
(b) sejam transparentes para os usuários;
(c) possam ser geradas a um custo que não supere os benefícios 
para os usuários. As informações intermediárias prestadas pelas 
entidades para fins de cumprimento de normas de órgãos regu-
ladores, como, por exemplo, Informações Trimestrais – ITR ou 
Informações Financeiras Trimestrais – IFT, estão fora do escopo 
deste Pronunciamento, uma vez que os órgãos reguladores já emi-
tiram ou poderão emitir normas e orientações específicas. 
6. Práticas contábeis adotadas no Brasil é uma terminologia que 
abrange a legislação societária brasileira, os Pronunciamentos, as 
Orientações e as Interpretações emitidos pelo CPC homologados 
pelos órgãos reguladores, e práticas adotadas pelas entidades em 
assuntos não regulados, desde que atendam ao Pronunciamento 
Conceitual Básico Estrutura Conceitual para a Elaboração e 
Apresentação das Demonstrações Contábeis emitido por este 
Comitê e, por conseguinte, em consonância com as normas contá-
beis internacionais.
Alcance
7. A entidade deve aplicar este Pronunciamento:
(a) em suas primeiras demonstrações contábeis elaboradas de 
acordo com as novas práticas contábeis adotadas no Brasil; e
(b) em todas as demonstrações contábeis intermediárias, se hou-
ver, relacionadas a período que faça parte de suas primeiras de-
monstrações contábeis elaboradas de acordo com as novas práti-
cas contábeis adotadas no Brasil.
 UNIUBE 31
Práticas contábeis e o balanço patrimonial inicial de acordo com a 
Lei nº. 11.638/07 e Medida Provisória nº 449/08
10. A entidade deve elaborar balanço patrimonial inicial na data 
de transição para as novas práticas contábeis adotadas no Brasil, 
que é o ponto de partida para sua contabilidade de acordo com 
a Lei nº 11.638/07 e Medida Provisória nº 449/08. Esse balanço 
patrimonial inicial deve ser elaborado de acordo com os termos 
deste Pronunciamento. Por exemplo: para uma entidade que tem 
seu exercício social coincidente com o ano-calendário, a data-base 
das primeiras demonstrações contábeis elaboradas de acordo com 
as novas práticas contábeis adotadas no Brasil é 31 de dezembro 
de 2008. Nesse caso, a data de transição dependerá da opção feita 
pela entidade, constante dos itens 3 e 4, considerando que:
(a) se optar por seguir estritamente o § 1º do art. 186 da Lei nº 
6.404/76, a data de transição será a abertura em 1º de janeiro de 
2008 ou o encerramento em 31 de dezembro de 2007;
(b) se optar por reapresentar cifras comparativas ajustadas con-
forme a norma “Práticas Contábeis, Mudanças nas Estimativas 
Contábeis e Correção de Erros”, a data de transição será o início 
do exercício mais antigo apresentado, ou seja, a abertura em 1º de 
janeiro de 2007 ou o encerramento em 31 de dezembro de 2006.
11. A entidade deve utilizar as mesmas práticas contábeis tanto no 
balanço patrimonial de encerramento do exercício em que as no-
vas práticas contábeis introduzidas pela Lei nº 11.638/07 e Medida 
Provisória nº 449/08 forem implementadas (no exemplo do item 
10, em 31 de dezembro de 2008), como no balanço inicial de tran-
sição. Assim, essas práticas contábeis utilizadas devem cumprir 
com todos os requisitos deste e dos demais Pronunciamentos que 
estiverem em vigor na data de autorização para conclusão de suas 
32 UNIUBE
primeiras demonstrações contábeis elaboradas de acordo com a 
Lei nº 11.638/07 e Medida Provisória nº 449/08.
12. Como regra geral e, observado o descrito no item 13 a seguir, 
o presente Pronunciamento requer que a entidade cumpra a Lei nº 
11.638/07 e Medida Provisória nº 449/08 na data da autorização 
para encerramento de suas primeiras demonstrações contábeis 
sob a vigência dessa Lei. Assim, no balanço patrimonial CPC_13 5 
elaborado na data de transição, este Pronunciamento requer que 
a entidade:
(a) reconheça todos os ativos e passivos, cujo reconhecimento é 
exigido pela Lei nº. 11.638/07 e Medida Provisória nº 449/08;
(b) não reconheça itens como ativos ou passivos, se a Lei nº 
11.638/07 e Medida Provisória nº 449/08 não permitirem tal reco-
nhecimento; e
(c) aplique a nova prática contábil brasileira com atendimento inte-
gral à Lei nº. 11.638/07 e Medida Provisória nº 449/08.
Fonte: Comitê… (s./d.)
Considerações finais
Em nosso estudo, vimos as principais características das 
Sociedades Anônimas, tais como a necessidade de ter ao menos 
duas pessoas para que possa ser constituída.
Além disso, uma S.A. tem o seu o capital dividido em ações, e 
a responsabilidade dos sócios ou acionistasé limitada a essas 
 UNIUBE 33
ações. Sendo que as ações podem ser ordinárias, quando dão di-
reito a voto, e preferencias, quando dão preferência à distribuição 
dos dividendos.
A Comissão de Valores Mobiliários – CVM é o órgão responsável 
por regular e normatizar o mercado de ações. As empresas devem 
seguir e obedecer às normas, além de terem que se registrar para 
poder negociar no balcão do mercado de ações.
Ao compararmos uma S.A. a uma empresa LTDA., vimos que a 
principal diferença é que, enquanto na S.A. tudo gira em torno das 
ações, na LTDA., os sócios têm responsabilidade solidária e limita-
da ao valor do capital social, ou seja, tudo gira em torno do capital 
social.
Dentre as principais mudanças na Lei nº 6.404/76, provocadas pe-
las Leis 11.638/2007 e a Lei 11.941/2009, o Balanço Patrimonial foi 
a demonstração mais afetada.
Listamos as mudanças sofridas nas obrigatoriedades da DFC – 
Demonstração do Fluxo de Caixa bem como na Demonstração do 
Valor Adicionado – DVA que se tornaram obrigatórias para a Cia. 
de capital aberto.
Vimos a estrutura antes das mudanças trazidas pela Lei 11.638/2007 
e após a lei no Balanço Patrimonial. Algumas contas foram exclu-
ídas, outras incluídas e há uma nova forma de elencar as contas.
Com isso finalizamos nossos estudos introdutórios das mudanças. 
No próximo capítulo, trabalharemos as contas alteradas que com-
põem o Balanço Patrimonial. 
Evelyn Barrozo Caetano Lima
Introdução
A nova lei das S.A. 
após a lei 11.638/07
Capítulo
2
Neste capítulo, dando continuidade ao capítulo I, iremos 
elencar as contas mais afetadas no Balanço Patrimonial pelas 
mudanças trazidas pelas leis 11.638/2007 e 11.941/2009.
Essas leis (11.638/2007 e 11.941/2009) causaram profunda 
mudança na lei 6.404/76, pois a Contabilidade brasileira 
precisava se adequar às normas internacionais de Contabilidade, 
deixando tudo nos moldes do padrão internacional.
Veremos a nova classificação dos grupos considerados em 
circulante e não circulante, tanto do ativo quanto do passivo. 
Apresentaremos as mudanças de ajuste a valor presente 
para as operações em longo prazo, do ativo e do passivo. 
Conheceremos as regras para que um item seja considerado 
um ativo intangível e veremos quais contas são classificadas 
como tal. Veremos que o subgrupo diferido no ativo não 
existe mais e qual o tratamento que foi dado aos saldos e 
contas que o formavam. Estudaremos ainda que o grupo 
REF – resultado de exercícios futuros classificado no passivo 
deixou de existir, assim, apresentaremos sua nova alocação. 
Acerca do patrimônio liquido, falaremos da extinção das 
contas reservas de avaliação e lucros acumulados.
Este capítulo está recheado de informações importantes, 
vamos conhecer?
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Realce
• Conhecer as mudanças trazidas pela Lei 11.638/07.
• Entender as novas classificações trazidas pela Lei 
11.638/07.
1 Grupos, subgrupos e contas na nova lei das S.A.
1.1 Circulante e não circulante
1.2 Mudanças no Ativo
1.2.1 Realizável em longo prazo
1.2.2 Ativo Permanente
1.2.3 Intangível
1.2.4 Ativo Diferido
1.3 Mudanças no Passivo
1.3.1 Exigível em longo prazo
1.3.2 Resultado de exercícios futuros - REF
1.4 Mudanças no Patrimônio Líquido
1.4.1 Reservas de reavaliação
1.4.2 Lucros ou prejuízos acumulados
Objetivos
Esquema
Grupos, subgrupos e contas na nova lei das S.A.2.1
Iremos agora iniciar nossas análises das contas que sofreram alte-
ração em virtude das mudanças sofridas pela Lei 6.404/76 em ra-
zão Lei 11.638/2007. Trouxemos novamente a estrutura do Balanço 
Patrimonial, antes e a após as mudanças na Lei 6.404/76:
 UNIUBE 37
DICAS
Faça a leitura da Lei 11.638/2007, que é o assunto principal desse 
capítulo.
Quadro 1: BALANÇO PATRIMONIAL – Lei 6.404/76 (antes das alterações)
ATIVO PASSIVO
Ativo Circulante Passivo Circulante
Ativo realizável em longo prazo
Passivo exigível em lon-
go prazo (PELP)
Ativo Permanente Resultado de exercícios futuros
Investimento
Imobilizado
Diferido
Patrimônio Líquido
Capital social
Reserva de capital
Reserva de reavaliação
Reservas de lucros
Lucros ou Prejuízos acumulados
Fonte: a autora
Quadro 2: BALANÇO PATRIMONIAL – Lei 11.638/07
ATIVO PASSIVO
Ativo Circulante (AC) Passivo Circulante (PC)
Ativo não Circulante (ANC)
Ativo realizável em longo prazo
Investimentos
Imobilizado
Intangível
Diferido
Passivo Não Circulante (PNC)
Passivo exigível em longo prazo (PELP)
Receita diferida
(-) custo com a receita diferida
Patrimônio Líquido
Capital social
Reservas de capital
(-) ações em tesouraria
Ajustes de avaliação patrimonial
Reservas de lucros
Prejuízos acumulados
Fonte: a autora
38 UNIUBE
Podemos observar que o ATIVO foi dividido em dois grupos: circu-
lante e não circulante. Antes, tínhamos três grupos: ativo circulante, 
realizável em longo prazo e permanente.
2.1.1 Circulante e não circulante
Antes, a classificação em circulante ou não circulante era baseada 
no curso do exercício. Com a alteração dada pela Lei 11.638/07, 
temos como limite até doze meses da data do balanço.
A nova classificação em não circulante trouxe também uma nova 
maneira de alocarmos os valores no curto e no longo prazo. 
Primeiramente, vamos entender o que são os períodos definidos 
em AC e PC e os em ANC e PNC. Para isso, vamos utilizar a expli-
cação de Montoto (2015, p. 149):
As contas classificadas no Ativo Circulante (AC) 
são aquelas que serão realizadas até o final do 
exercício social seguinte ao da data do fechamen-
to do balanço (até 365 dias da data do fechamen-
to do balanço). As classificadas no subgrupo Ativo 
realizável a longo prazo do Ativo não Circulante 
são os direitos que poderão ser realizados ou 
recebidos depois do exercício social seguinte. O 
mesmo conceito se aplica para as contas agrupa-
das no Passivo Circulante (PC) e no Passivo não 
Circulante (PNC).
Não há associação entre o curto prazo e longo prazo ao ano ca-
lendário, “curto prazo são os direitos e obrigações que temos a 
realizar ou a pagar no exercício seguinte, tendo em vista a data do 
levantamento das demonstrações” (MONTOTO, 2015, p.147).
No Art. 179 da lei 6.404/76, temos que no ativo circulante serão clas-
sificadas as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do 
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 UNIUBE 39
exercício social subsequente e as aplicações de recursos em des-
pesas do exercício seguinte. E o parágrafo único explica que o ciclo 
operacional da empresa que for maior que o exercício social, a clas-
sificação no circulante ou longo prazo terá por base o prazo desse 
ciclo. Exemplo: a empresa tem um ciclo operacional de abril de X1 a 
abril de X2. Como o exercício social considera o ano civil (de Janeiro 
a Dezembro), nesse caso, a empresa vai considerar o período de 
abril a abril (seu ciclo operacional) para classificar em circulante e 
não circulante, e não abril a dezembro (exercício social).
Há também no CPC 26(R1) o item 69 que distingue o Passivo 
Circulante e o Não Circulante:
O passivo deve ser classificado como circulante 
quando satisfizer qualquer dos seguintes critérios:
(a) espera-se que seja liquidado durante o ciclo 
operacional normal da entidade;
(b) está mantido essencialmente para a finalidade 
de ser negociado;
(c) deve ser liquidado no período de até doze 
meses após a data do balanço;
Veremos a seguir as mudanças destacadas no Ativo.
2.1.2 MUDANÇAS NO ATIVO
2.1.2.1 Realizável em longo prazo
O grupo ativo realizável em longo prazo deixou de existir como 
grupo e agora é um subgrupo dentro do grupo não circulante. Ele 
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40 UNIUBE
é composto pelos subgrupos de contas: créditos e valores, investi-
mentos temporários em longo prazo e despesas antecipadas.
Nas contas de longo prazo, o artigo 183 da Lei 6.404/76 está com 
a nova redação dada pela Lei 11.638/07, no inciso VIII: “os elemen-
tos do ativo decorrentes de operações de longo prazo serão ajus-
tados a valor presente, sendoos demais ajustados quando houver 
efeito relevante”. Temos aqui a figura do ajuste a valor presente. 
O Pronunciamento Técnico CPC 12 – Ajuste a Valor presente, no 
item 21 diz:
21. Os elementos integrantes do ativo e do pas-
sivo decorrentes de operações de longo prazo, 
ou de curto prazo quando houver efeito relevante, 
devem ser ajustados a valor presente com base 
em taxas de desconto que reflitam as melhores 
avaliações do mercado quanto ao valor do dinhei-
ro no tempo e os riscos específicos do ativo e do 
passivo em suas datas originais. (grifos nossos).
Para se adequar a esses ajustes, criou-se a conta: juros a apropriar 
ou encargos/receitas financeiras a transcorrer, que é uma conta 
retificadora.
Em suma, esse processo de ajustar ao valor presente serve para 
que operações a prazo sejam diferenciadas das operações à vista, 
fazendo com que os juros presentes em operações a prazo sejam 
de fato tratados como resultado financeiro, daí termos o valor do 
dinheiro no tempo.
O ajuste do valor presente ocorre no início da transação. Vejamos um 
exemplo adaptado, tratado no Manual de Contabilidade Societária.
Em uma venda de mercadorias em longo prazo, o desconto relativo 
ao valor presente deverá ser registrado no mesmo momento em 
c2580
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 UNIUBE 41
que for reconhecida a receita de vendas. Vamos admitir que essa 
venda fosse ao valor de R$10.000,00 para ser recebida daqui a 14 
meses, e que a taxa de juros da operação, conhecida, seja de 2% 
ao mês. Os registros contábeis são os seguintes:
 
Pela venda:
Débito: contas a receber em longo prazo (não circulante)
Crédito: receita de vendas (DRE)................................R$10.000,00
 
Registro do ajuste a valor presente no momento da venda:
Débito: receita de vendas (DRE)
Crédito: A.V.P. – receita financeira comercial a apropriar (reduto-
ra das contas a receber em longo prazo)........................................
R$2.421,25
Para encontrar os R$2.421,25, recorremos à calculadora HP12C
10.000,00 em FV
2 em i
14 em n;
PV = 7.578,75
Portanto, fazendo R$10.000,00 – R$7.578,75 = R$2.421,25.
 
Representando no Balanço Patrimonial, ficaria assim:
Ativo não circulante
Contas a receber longo prazo .................................R$10.000,00
A.V.P. – receita financeira comercial a apropriar.......(R$2.421,25)
A receita financeira comercial será apropriada mês a mês no re-
sultado do período usando a mesma taxa de 2%. Não ocorre a 
42 UNIUBE
apropriação linear dos R$2.421,25, e sim um recálculo do valor 
presente das contas a receber em cada mês. Assim, no segundo 
mês, o valor presente será R$7.730,32, ou seja, 2% sobre o sal-
do líquido de R$7.578,75 = R$151,57 e, assim, sucessivamente. 
Contabilizando, temos:
 
Débito: A.V.P. – receita financeira comercial a apropriar
Crédito: receita financeira comercial (DRE)......................R$ 151,57
Parada para reflexão
Ajustar ao valor presente representa um ganho para de-
monstrar os resultados. Você concorda que os juros de 
operação realizada a prazo devem mesmo ser destacados 
e diferenciados de operações que não tenham esses juros?
2.1.2.2 Ativo Permanente
O grupo ativo permanente deixou de existir e, no seu lugar, além de 
termos o ativo realizável em longo prazo, temos uma nova classifi-
cação de subgrupo o intangível.
 
2.1.2.3 Intangível
No intangível, conforme artigo 179, inciso VI, da lei 6.404/76, temos: 
“os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à 
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 UNIUBE 43
manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, in-
clusive o fundo de comércio adquirido”. Além do tratamento na Lei 
6.404/76, há o CPC 04 (R1), que traz a definição, identificação e 
mensuração do intangível. Como definição para o ativo intangível, 
o item 8 do CPC 04 (R1) traz que: “é um ativo não monetário iden-
tificável sem substância física”. Sua identificação consta do item 12 
do mesmo CPC:
12. Um ativo satisfaz o critério de identificação, 
em termos de definição de um ativo intangível, 
quando:
(a) for separável, ou seja, puder ser separado 
da entidade e vendido, transferido, licenciado, 
alugado ou trocado, individualmente ou junto com 
um contrato, ativo ou passivo relacionado, inde-
pendente da intenção de uso pela entidade; ou
(b) resultar de direitos contratuais ou outros 
direitos legais, independentemente de tais di-
reitos serem transferíveis ou separáveis da 
entidade ou de outros direitos e obrigações. (grifo 
nosso).
Para sua mensuração, devemos observar o item 21 do CPC 04 
(R1):
21. Um ativo intangível deve ser reconhecido ape-
nas se:
(a) for provável que os benefícios econômicos 
futuros esperados atribuíveis ao ativo serão ge-
rados em favor da entidade; e
(b) o custo do ativo possa ser mensurado com 
confiabilidade. (grifos nossos).
 
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44 UNIUBE
Parada obrigatória
O CPC 04 (R1) é um Pronunciamento Técnico que trata 
especificamente do Ativo Intangível. No seu item 12, trata 
dos benefícios econômicos futuros gerados por ativo intan-
gível que podem incluir a receita da venda de produtos ou serviços, 
redução de custos ou outros benefícios resultantes do uso do ativo 
pela entidade. Por exemplo, o uso da propriedade intelectual em 
um processo de produção pode reduzir os custos de produção fu-
turos em vez de aumentar as receitas futuras. 
Como exemplo, Montoto (2015, p. 158) explica o “caso de uma 
concessão de telefonia celular. Sem a concessão, a empresa não 
existiria na região, estado ou município”. E o que se espera é que 
gerem benefícios econômicos futuros.
No ativo intangível, temos as seguintes contas: marcas, softwares, 
licenças e franquias, receitas, protótipos, gastos com desenvolvi-
mento, direitos autorais (IUDÍCIBUS et al., 2010, p. 265).
 
IMPORTANTE
Fundo de comércio (artigo 179, VI, da lei 6.404/76) é o ágio por 
expectativa de rentabilidade futura (Goodwill). Isto é, o goodwill é 
denominado na lei 6.404/76 de fundo de comércio.
 
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 UNIUBE 45
2.1.2.4 Ativo Diferido
A conta ativo diferido deixou de existir, podendo, conforme o artigo 
299-A da lei 11.941/2009, os valores existentes nessa conta ser 
reclassificados em outro grupo de conta (imobilizado ou intangível), 
ficando neles até seu término. Vale destacar que o CPC 13, no seu 
item 20, diz que, caso não seja possível a reclassificação, os itens 
devem ser baixados “mediante o registro do valor contra lucros ou 
prejuízos acumulados, líquido dos efeitos fiscais, nos termos do 
item 55 ou mantidos nesse grupo até sua completa amortização, 
sujeito à análise sobre recuperação”.
 
RELEMBRANDO
No ativo diferido eram classificadas conforme o antigo item V do 
art. 179 da 6.404/76: “as aplicações de recursos em despesas que 
contribuirão para a formação do resultado de mais de um exercí-
cio social, inclusive os juros pagos ou creditados aos acionistas 
durante o período que anteceder o início das operações sociais”. 
Podemos citar como exemplo: gastos com implantação e pré-ope-
racionais, pesquisa e desenvolvimento de produtos etc.
 
2.1.3 MUDANÇAS NO PASSIVO
2.1.3.1 Exigível em longo prazo
O grupo exigível em longo prazo deixou de ser grupo pela lei 
11.941/2009, ficando as obrigações classificadas no Passivo não 
circulante.
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46 UNIUBE
As observações tratadas quando falamos de circulante e não circu-
lante já contemplam o passivo não circulante, por isso, não iremos 
acrescentar novamente aqui.
 
2.1.3.2 Resultado de exercícios futuros - REF
A conta resultado de exercícios futuros (passivo) foi extinta pela 
alteração dada pela lei 11.638/07. Nessa conta, eram classifica-
dos os valores recebidos que, em hipótese alguma, seriam devol-
vidos pela empresa, o maior exemplo eram os aluguéis recebidos 
antecipadamente.
 
2.1.4 MUDANÇAS NO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
2.1.4.1 Reservas de reavaliação
A conta reservas de reavaliação deixou de existir. Como não po-
dem mais serfeitos lançamentos nessa conta, foi criada a conta 
Ajustes de Avaliação Patrimonial: 
com o objetivo de contabilizar variações positivas 
e negativas de instrumentos financeiros ativos e 
passivos que não terão suas variações lançadas 
contra resultado e demais ajustes ativos e passi-
vos que não se caracterizem como reavaliações 
(MONTOTO, 2015, p. 500).
 
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 UNIUBE 47
Saiba mais
Na web, veja o Pronunciamento Técnico CPC 13 acessando <http://
static.cpc.mediagroup.com.br/Documentos/223_CPC_13.pdf>, ob-
serve que os item 38 ao 41 tratam da conta reservas de avaliação.
2.1.4.2 Lucros ou prejuízos acumulados
A conta Lucros Acumulados teve sua extinção do Balanço 
Patrimonial em função da Lei 11.638/2007. É importante observar-
mos que a alteração trazida pela Lei quer dizer que não temos mais 
essa conta demonstrada no Balanço Patrimonial, mas essa conta 
continua existente para a contabilidade.
Conforme o art. 202, § 6º, da lei 6.404/76, “os lucros não destina-
dos nos termos dos arts. 193 a 197 deverão ser distribuídos como 
dividendos.”
Portanto, a contabilidade deve manter a conta Lucros Acumulados 
e contabilizar seu saldo mensalmente para distribuir os lucros ao 
final de período, mas, no Balanço, essa conta tem sempre saldo 
zero ou será prejuízo acumulado.
 
SINTETIZANDO...
Devido ao processo de convergência das Normas Brasileiras às 
Normas Internacionais de Contabilidade, foi criada a lei 11.638/2007 
para regulamentar essa fase de transição e adequar as operações 
contábeis.
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48 UNIUBE
Com isso, o principal demonstrativo contábil afetado foi o balanço 
patrimonial.
Neste capítulo, estudamos as mudanças ocorridas em sua estru-
tura, apontando as principais alterações e trazendo a forma como 
ficou.
AMPLIANDO O CONHECIMENTO
Dada a relevância do Ajuste a Valor Presente, trazemos os princi-
pais pontos do Pronunciamento Técnico CPC 12 - Ajuste a valor 
presente:
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS
PRONUNCIAMENTO TÉCNICO CPC 12
Ajuste a Valor Presente 
Objetivo
1. O objetivo deste Pronunciamento é estabelecer os requisitos bá-
sicos a serem observados quando da apuração do Ajuste a Valor 
Presente de elementos do ativo e do passivo quando da elabo-
ração de demonstrações contábeis, dirimindo algumas questões 
controversas advindas de tal procedimento, do tipo:
(a) se a adoção do ajuste a valor presente é aplicável tão-somente 
a fluxos de caixa contratados ou se porventura seria aplicada tam-
bém a fluxos de caixa estimados ou esperados; 
 UNIUBE 49
(b) em que situações é requerida a adoção do ajuste a valor pre-
sente de ativos e passivos, se no momento de registro inicial de 
ativos e passivos, se na mudança da base de avaliação de ativos e 
passivos, ou se em ambos os momentos; 
(c) se passivos não contratuais, como aqueles decorrentes de obri-
gações não formalizadas ou legais, são alcançados pelo ajuste a 
valor presente;
(d) qual a taxa apropriada de desconto para um ativo ou um passi-
vo e quais os cuidados necessários para se evitarem distorções de 
cômputo e viés; 
(e) qual o método de alocação de descontos (juros) recomendado; 
(f) se o ajuste a valor presente deve ser efetivado líquido de efeitos 
fiscais. 
[...]
Mensuração Diretrizes gerais 
7. A questão mais relevante para a aplicação do conceito de valor 
presente, nos moldes de Pronunciamento baseado em princípios 
como este, não é a enumeração minuciosa de quais ativos ou passi-
vos são abarcados pela norma, mas o estabelecimento de diretrizes 
gerais e de metas a serem alcançadas. Nesse sentido, como diretriz 
geral a ser observada, ativos, passivos e situações que apresenta-
rem uma ou mais das características abaixo devem estar sujeitos 
aos procedimentos de mensuração tratados neste Pronunciamento: 
(a) transação que dá origem a um ativo, a um passivo, a uma re-
ceita ou a uma despesa (conforme definidos no Pronunciamento 
50 UNIUBE
Conceitual Básico Estrutura Conceitual para a Elaboração e 
Apresentação das Demonstrações Contábeis deste CPC) ou outra 
mutação do patrimônio líquido cuja contrapartida é um ativo ou um 
passivo com liquidação financeira (recebimento ou pagamento) em 
data diferente da data do reconhecimento desses elementos; 
(b) reconhecimento periódico de mudanças de valor, utilidade ou 
substância de ativos ou passivos similares emprega método de alo-
cação de descontos; 
(c) conjunto particular de fluxos de caixa estimados claramente as-
sociado a um ativo ou a um passivo;
8. Em termos de meta a ser alcançada, ao se aplicar o conceito 
de valor presente deve-se associar tal procedimento à mensura-
ção de ativos e passivos levando-se em consideração o valor do 
dinheiro no tempo e as incertezas a eles associados. Desse modo, 
as informações prestadas possibilitam a análise e a tomada de 
decisões econômicas que resultam na melhor avaliação e aloca-
ção de recursos escassos. Para tanto, diferenças econômicas en-
tre ativos e passivos precisam ser refletidas adequadamente pela 
Contabilidade a fim de que os agentes econômicos possam definir 
com menor margem de erro os prêmios requeridos em contraparti-
da aos riscos assumidos. 
9. Ativos e passivos monetários com juros implícitos ou explícitos 
embutidos devem ser mensurados pelo seu valor presente quando 
do seu reconhecimento inicial, por ser este o valor de custo origi-
nal dentro da filosofia de valor justo (fair value). Por isso, quando 
aplicável, o custo de ativos não monetários deve ser ajustado em 
contrapartida; ou então a conta de receita, despesa ou outra con-
forme a situação. A esse respeito, uma vez ajustado o item não 
monetário, não deve mais ser submetido a ajustes subseqüentes 
 UNIUBE 51
no que respeita à figura de juros embutidos. Ressalte-se que nem 
todo ativo ou passivo não-monetário está sujeito ao efeito do ajuste 
a valor presente; por exemplo, um item não monetário que, pela 
sua natureza, não está sujeito ao ajuste a valor presente é o adian-
tamento em dinheiro para recebimento ou pagamento em bens e 
serviços. 
[...]
Efeitos fiscais 
29. Para fins de desconto a valor presente de ativos e passivos, a 
taxa a ser aplicada não deve ser líquida de efeitos fiscais, e, sim, 
antes dos impostos. 
30. No tocante às diferenças temporárias observadas entre a base 
contábil e fiscal de ativos e passivos ajustados a valor presente, es-
sas diferenças temporárias devem receber o tratamento requerido 
pelas regras contábeis vigentes para reconhecimento e mensura-
ção de imposto de renda e contribuição social diferidos. 
Fonte: Comitê… (s./d.)
52 UNIUBE
Considerações finais
Neste capítulo, vimos as contas mais afetadas no Balanço 
Patrimonial ocorridas na lei 6.404/76, mudanças que foram promo-
vidas pelas leis 11.638/2007 e 11.941/2009.
Aprendemos que os grupos circulante e não circulante são classi-
ficados conforme o ciclo operacional da empresa, sendo de curto 
prazo aquele cuja extensão é de até 12 meses do fechamento dos 
demonstrativos e de longo prazo aquele cujo período se prolonga 
para além dos 12 meses da data de fechamento dos demonstra-
tivos. Sendo esse entendimento aplicado para o ativo e também 
para o passivo.
Por meio de um exemplo prático, vimos as operações do realizável 
em longo prazo ajustadas a valor presente.
O grupo de contas do intangível que foi criado serve para classificar 
operações como: marcas, softwares, licenças e franquias, ou seja, 
bens incorpóreos.
Os saldos das contas do extinto grupo do ativo diferido têm previ-
são legal para que sejam reclassificados em contas do imobilizado 
ou do novo grupo de intangível.
No patrimônio líquido, a mudança de maior relevância sem dúvi-
das ocorreu na conta Lucros acumulados, que não pode figurar no 
Balanço Patrimonial, mas a conta continua existindo.
Esperamos assim ter cumprido nosso objetivo de atualizar seus 
conhecimentos acerca das principais mudanças sofridas pela Lei 
nº 6.404/76, pois precisamos estar conscientes para bemexercer 
a função de contador.
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William Alves Notario
Introdução
O novo código civil e a 
contabilidade - parte 1
Capítulo
3
A lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, revogou o antigo 
Código Civil e parte do Código Comercial Brasileiro, tendo 
nesse Novo Código Civil uma consolidação das normas do 
direito civil e comercial.
O principal reflexo dessa nova legislação foi o aumento 
significativo das responsabilidades do profissional contábil 
perante as sociedades empresárias, bem como perante 
os sócios e administradores, por exemplo, podendo o 
contabilista responder criminalmente e com bens próprios, 
em casos específicos, se comprovadamente houver falha, 
seja de maneira dolosa, seja de maneira culposa.
Em face dessa “nova” realidade, o presente trabalho tem o 
objetivo de abordar os principais pontos de influência nas 
rotinas do profissional contábil, por exemplo, nas constituições 
de novas empresas, dando embasamento para que o 
contabilista possa orientar os empresários da melhor forma.
Vale lembrar que os temas abordados neste capítulo foram 
os que julgamos mais importantes e cotidianos na profissão 
contábil, uma vez que a referida legislação é extensa e 
complexa ao seu modo, ou seja, os estudos, reflexos e 
influências desse Novo Código Civil na Contabilidade devem 
ser profundamente analisados pelos estudantes.
• Apresentar o Novo Código Civil.
• Compreender as principais alterações no Código Civil 
para os contabilistas.
• Identificar as principais influências do Novo Código Civil 
na profissão contábil.
3.1. O Código Civil Brasileiro
3.2. A Contabilidade e o Profissional Contábil
3.2.1 A Contabilidade
3.2.2 O Profissional Contábil
3.3. O Novo Código Civil e a Contabilidade
3.3.1 Responsabilidade do Contabilista
3.3.2 Empresário
3.3.3 Sociedades
3.3.3.1 Sociedade Não Personificada
3.3.3.1.1 Sociedade em Comum
3.3.3.1.2 Sociedade em Conta de Participação
3.3.3.2 Sociedade Personificada
3.3.3.2.1 Sociedade Simples/Cooperativa
3.3.3.2.2 Sociedade em Nome Coletivo
Objetivos
Esquema
Sendo assim, este capítulo abordará a evolução do Código 
Civil e suas abrangências no mundo dos negócios, tendo 
em vista que as sociedades empresárias e os empresários 
são os principais elementos desse cenário. Na sequência, 
abordaremos a importante e significativa evolução do 
profissional contábil, necessária e quase que um “divisor de 
águas” nos dias atuais. E, por fim, buscamos ligar as duas 
vertentes evolutivas e os seus reflexos, por exemplo, na 
execução dos trabalhos desse profissional contábil.
 UNIUBE 55
O código civil brasileiro3.1
Ao comentarmos sobre o Novo Código Civil Brasileiro, certamente 
nos vem à mente que, para existir o novo, deve ter existido o velho. 
Pois bem, o atual Código Civil Brasileiro está em vigor desde 11 de 
janeiro de 2003, após a sua publicação oficial em 10 de janeiro de 
2002, através da lei nº 10.406, sancionada pelo então Presidente 
da República, o Sr. Fernando Henrique Cardoso. Esse período de 
espera, segundo os juristas da época, foi necessário para uma maior 
compreensão das complexas e árduas mudanças e instituições.
Até essa data, ou seja, anterior à publicação da referida lei nº 
10.406, existia o Código Civil de 1916, o qual, diante dos signifi-
cativos avanços tecnológicos, sociais e científicos, viu-se cair em 
desuso a passos largos, uma vez que as mudanças aconteciam de 
maneira rápida e já involuntárias. Esse Código vigorou por quase 
100 anos, e vale lembrar aqui a sua importância junto à sociedade 
da época, em tempos difíceis de legislar e, até mesmo, de fazê-lo 
cumprir-se.
3.3.3.2.3 Sociedade em Comandita Simples
3.3.3.2.4 Sociedade Limitada
3.3.3.2.4.1 Regência supletiva pela Lei das S/A
3.3.3.2.4.2 Aumento e redução do capital social
3.3.3.2.4.3 Deliberação dos sócios
3.3.3.2.4.4 Administradores
3.3.3.2.4.5 Termo de Posse
3.3.3.2.4.6 Conselho Fiscal
3.3.3.2.4.7 Reunião
3.3.3.2.4.8 Assembleia
3.3.3.2.4.9 Registro no livro de atas
56 UNIUBE
E para a dura missão de refazer o Código Civil, foram eleitos juris-
tas renomados, os quais, mesmo diante de críticas, não se ame-
drontaram. Após inúmeras idas e vindas, considerando as modi-
ficações propostas pelas comissões avaliativas, o documento de 
lei foi aprovado pela Câmara dos deputados, em 1983. Entretanto, 
em razão dos processos da redemocratização do país e da elabo-
ração da Constituição Federal, os trabalhos foram interrompidos 
e caídos no esquecimento da comissão. Mais tarde, em 2001, o 
projeto foi retomado, aprovado, diversas emendas foram criadas 
objetivando adequar o documento à nova realidade, e sancionado 
pelo Presidente da República.
Reflita
O Código Civil de 1916 tinha 1.807 artigos, curtos e com 
poucos parágrafos, contra 2.046 do Novo Código Civil, que 
conta ainda com textos mais longos e bem elaborados. O 
Código Civil de 1916 era um tanto quanto conservador, por exem-
plo, nas regras sobre a família.
O Novo Código Civil tem uma estrutura robusta e que, certamente, 
rende longas horas de estudos para os interessados. Conta com 
duas partes, a primeira é chamada de Parte Geral e a segunda, 
de Parte Especial, as quais detalham de maneira satisfatória todos 
os conteúdos que se julgam importantes para o bom convívio dos 
cidadãos brasileiros, por meio dos seus livros. A seguir, apresen-
ta-se um esquema para entendermos melhor tais partes e seus 
conteúdos.
 UNIUBE 57
Quadro 3: quadro resumo do novo código civil
PARTE GERAL
Livro I: Das Pessoas
Livro II: Dos Bens
Livro III: Dos Fatos Jurídicos
PARTE ESPECIAL
Livro I: Do Direito das Obrigações
Livro II: Do Direito de Empresa
Livro III: Do Direito das Coisas
Livro IV: Do Direito de Família
Livro V: Do Direito das Sucessões
Livro Complementar: Das Disposições Finais e Transitórias
Fonte: o autor.
É importante observar que esse último livro, o qual chamamos de 
Livro Complementar, existe para disciplinar questões genéricas da 
aplicabilidade do Código Civil, bem como as questões relativas à 
fase de transição entre o antigo e novo Código Civil.
Por sua vez, a parte geral, que é composta por três livros, versa 
sobre as Pessoas (naturais e jurídicas), sobre os Bens (quanto à 
classificação) e dos Fatos Jurídicos (negócios jurídicos, atos jurídi-
cos lícitos e ilícitos e da prova). Já a parte especial é composta por 
cinco livros que contemplam o Direito das Obrigações (modalida-
des, transmissões, quitação e extinção das obrigações, inadimple-
mento, contratos em geral, espécies de contratos, atos unilaterais, 
títulos de créditos, responsabilidade civil e preferências e privilé-
gios creditórios), sobre o Direito de Empresa (do empresário, da 
sociedade, do estabelecimento, dos institutos das coisas), sobre o 
Direito das Coisas (posse, direitos reais, propriedade, superfície, 
58 UNIUBE
servidões, usufruto, uso, habitação, direito do promitente compra-
dor, penhor, hipoteca e da anticrese), sobre o Direito de Família 
(direito pessoal, direito patrimonial, da união estável, da tutela e 
da curatela), e sobre Sucessões (sucessões em geral, sucessão 
legítima, sucessão testamentária, inventário e partilha).
De fato, temos aqui um bombardeio de informações importantes, 
sobre o que já foi dito anteriormente, conteúdos relativos ao bom 
convívio dos indivíduos em sociedade. Entretanto, vamos nos ater 
essencialmente aos conteúdos ligados às atividades empresariais 
e/ou comerciais, principalmente aquelas em que temos o exercício 
da função do profissional contábil.
Nesse sentido, por exemplo, temos o Direito de Empresas, um dos 
livros específicos e que regula toda e qualquer forma de empresa 
no país, bem como seus meios de funcionamento e a sua compo-
sição societária.
Temos, ainda, as definições sobre os contratos, o que de fato é 
muito importante no meio empresarial, uma vez que as prestações 
e contratações de serviços no mundo dos negócios são contínuas.
Definitivamente, o Código Civil é um documento muito importante 
e oportunoà nossa vida, tendo em vista que a sua utilização pela 
sociedade é comum e cotidiana. 
 UNIUBE 59
3.2 A contabilidade e o profissional contábil
3.2.1 A contabilidade
Fonte: Pixabay
Como já deve estar instituído em sua mente, a contabilidade é uma 
ciência social que se dedica ao estudo do patrimônio e suas mu-
tações, tendo como objetivo gerar informações para a tomada de 
decisões aos seus usuários, sejam eles internos, sejam eles exter-
nos. Nesse sentido, Marion (2009, p. 28) afirma que:
A Contabilidade é o instrumento que fornece o má-
ximo de informações úteis para a tomada de deci-
sões dentro e fora da empresa. Ela é muito antiga 
e sempre existiu para auxiliar as pessoas a toma-
rem decisões. Com o passar do tempo, o governo 
começa a utilizar-se dela para arrecadar impostos 
e a torna obrigatória para a maioria das empresas.
É nesse sentido que vamos trabalhar, ou seja, sendo a contabilidade 
uma ciência antiga, de maneira nenhuma fugiu da participação do 
processo de evolução e mudanças resultantes do Novo Código Civil.
60 UNIUBE
A contabilidade pode ser aplicada, de um modo geral, para todas 
as empresas ou, ainda, particularizada em alguns segmentos um 
tanto quanto específicos, por exemplo:
• Contabilidade Comercial.
• Contabilidade Industrial.
• Contabilidade Pública.
• Contabilidade Bancária.
• Contabilidade Hospitalar.
• Contabilidade Agropecuária.
• Contabilidade Securitária.
• Contabilidade Imobiliária.
Independentemente desses ou de outros segmentos aos quais a 
contabilidade pode ser aplicada e cumprir seu papel, todos estão 
sob os ordenamentos do Código Civil, o que nos retorna ao estudo 
principal desse capítulo.
IMPORTANTE!
A contabilidade pode ser feita e mantida para pessoa física ou pes-
soa jurídica. Considera-se pessoa, juridicamente falando, todo o 
ser capaz de direitos e obrigações. Quando se faz contabilidade 
para a pessoa física (embora não seja muito comum) ou pessoa 
jurídica, essa pessoa é denominada entidade contábil.
 UNIUBE 61
3.2.2 O profissional contábil
Usualmente, chama-se de técnico em contabilidade aquele que 
cursou contabilidade em nível técnico, também conhecido como 
ensino médio. Após o término do curso superior, ou 3º grau, o pro-
fissional é conhecido então como contador ou bacharel em Ciências 
Contábeis. Ambos os profissionais podem ser chamados de conta-
bilistas, é essa a nomenclatura que o Novo Código Civil faz uso, 
por exemplo, em seu Artigo nº 1.182.
Toda e qualquer organização, visando ao lucro ou não, utiliza re-
cursos diversos, por exemplo, pessoas, materiais, equipamentos e 
área física, entre outros. Dentre esses recursos, alguns podem ser 
emprestados, alugados, comprados à vista ou financiados, e para 
poder trabalhar com todas essas situações, as pessoas ligadas a 
essas organizações precisam constantemente estar informadas a 
respeito dos montantes dos recursos envolvidos e utilizados, da 
situação da dívida contraída e dos resultados econômicos obtidos 
com a utilização desses recursos (CHING et al., 2010).
Atualmente, o profissional contábil deixou de ser meramente um 
gerador de informações para os usuários, ou mais que isso, era 
conhecido antes como o “darfista”, remetendo ao DARF, um do-
cumento/guia de recolhimento das empresas aos cofres públicos. 
Tratando-se da profissão contábil, mais do que emprego garantido, 
podemos apostar em bons salários e/ou honorários, acima até de 
muitas profissões renomadas e clássicas.
O importante papel desse profissional é reforçado em tempos de 
crise, tempos que estamos vivendo atualmente no Brasil. Nesse 
sentido, tendo como base os dados reais da empresa, o contador 
pode ser um parceiro e tanto nas informações gerenciais.
62 UNIUBE
Parada obrigatória
Hoje se espera que o contador esteja em constante evolu-
ção e adaptação aos cenários econômicos, além de todos 
aqueles requisitos utópicos almejados em um profissional 
perfeito. Não é mais possível sobreviver nos dias atuais 
com métodos e sistemas antigos, como eram conhecidos e traba-
lhavam nossos colegas de profissão no passado!
Seguramente, podemos afirmar que estamos diante de uma nova 
etapa da profissão contábil, uma vez que as mudanças de funções, 
trabalho e reconhecimento estão sendo cada vez mais significati-
vas. Pode-se dizer que a fase mecânica deu lugar à fase técnica, a 
qual, por sua vez, está cedendo lugar à fase da informação.
Essas transições afetam diretamente as contratações e as 
demissões!
Não é necessário muito esforço para encontrar, ultimamente, nas 
pesquisas de mercado de reconhecidas fontes, que a contabilida-
de é uma das profissões mais promissoras dos últimos e próximos 
tempos. 
Mas essa contabilidade citada nas pesquisas é uma nova contabi-
lidade, um novo profissional contábil, que domina as informações 
de mercado internacional, tem uma visão geral da gestão da sua 
ou de outra empresa para a qual presta serviços, além de ter uma 
grande visão de negócios.
Entendemos que a contabilidade é uma das únicas áreas que gera 
um leque imenso de oportunidades de atuação profissional, permi-
tindo diversas outras áreas de especialização. No entanto, o em-
basamento deve estar, seguramente, em dois pilares importantes 
e principais:
 UNIUBE 63
• Capacidade técnica; 
• Comportamento ético.
Em outras palavras, apesar das inúmeras vantagens e pontos fa-
voráveis ao desempenho profissional do contabilista, não existem 
segredos para a obtenção do sucesso, nesta ou em outra área, a 
não ser o desenvolvimento equilibrado desses itens: a competên-
cia e a ética.
Relembrando
As informações geradas pela contabilidade devem proporcionar 
aos seus usuários base segura às suas decisões, pela compreen-
são do estado em que se encontra a entidade, seu desempenho, 
sua evolução, riscos e oportunidades que oferece.
Atualmente, espera-se que o contador esteja constantemente em 
mudanças, pois, além de diversos aspectos importantes nas espe-
cializações da profissão contábil, dificilmente um contador à moda 
antiga consegue se adaptar ou até sobreviver no momento atual 
mantendo a mesma postura e desempenho. O mundo dos negó-
cios é um grande filtro!
O contador atual deve se apresentar como um intérprete, além de 
ser quem apura dos dados e informações econômicas e financei-
ras. Muito além do que apenas elaborar as demonstrações e rela-
tórios contábeis, é preciso fazer com o que os gestores (usuários 
das informações) os entendam.
64 UNIUBE
Outro grande paradigma que deve ser quebrado é a figura dos con-
tadores mais antigos, fechados, de difícil comunicação, uma vez 
que o profissional contábil atual deve ser um importante e grande 
comunicador dentro das entidades. Essa comunicação é de extre-
ma importância, pois esse novo profissional contábil deve estar em 
total sintonia com todas as áreas da entidade, por exemplo, finan-
ceiro, compras, vendas, produção etc.
Entre tantos outros pontos a serem discutidos, podemos perceber 
que o profissional contábil tem ao seu lado as excelentes opor-
tunidades de mercado, baixo índice de desemprego, novas chan-
ces sendo criadas e, na maioria das vezes, retorno financeiro 
confortável.
Por outro lado, dificilmente uma profissão caminhará tão próxima 
à corrupção quanto a contabilidade. Por isso, precisa-se das insti-
tuições de ensino e dos órgãos reguladores um maior programa e 
empenho de conscientização dos profissionais, trabalhando o lado 
ético do indivíduo e da profissão, a qual conta com o seu Código 
de Ética específico.
3.3 O novo código civil e a contabilidade
Conforme vimos nos trechos anteriores, o profissional contábil teve 
sua evolução histórica, sofreu e sofre adaptações ao mercado de 
trabalho de igual modo ao Código Civil, que, em sua renovação, 
contribuiu para tais modificações nas rotinas e exigências feitas 
aos contabilistas. Veremos, a seguir, os principais reflexos do Novo 
Código Civil na profissão contábil.
 UNIUBE 65
3.3.1 Responsabilidade do contabilista
Vale lembrarque o profissional contábil tem suas funções e normas 
regidas por órgãos e diretrizes específicas, por exemplo, o Código 
de Ética, criada pela Resolução CFC nº 803/96, posteriormente al-
terada pela Resolução CFC nº 1.307/2010. Porém, com o Novo 
Código Civil, algumas mudanças significativas vieram à tona para 
os profissionais contábeis.
Com o Novo Código Civil, a responsabilidade do contabilista foi severa-
mente ampliada sobre a escrituração contábil das sociedades empre-
sárias ou dos empresários, podendo ele responder, pessoal e solidaria-
mente, perante a empresa e terceiros, inclusive com o patrimônio social.
Saiba mais
Leia no Código Penal, no Artigo nº 18, incisos I e II, sobre os tipos 
de crimes nos quais o contabilista pode ser enquadrado diante do 
Novo Código Civil.
Sendo assim, o contabilista que agir de modo antiético sabe, ou de-
veria saber, exatamente, a gravidade do ato que está praticando e 
seus efeitos. Portanto, inicialmente, não caberá ao contabilista qual-
quer recurso ou alegar que não tinha conhecimento da sua responsa-
bilidade solidária junto aos fatos incorridos na entidade empresarial.
Outra informação importante é que, mediante o que rege o Novo 
Código Civil, quem vai poder exigir a responsabilidade dos contabi-
listas é seu contratante ou o seu credor.
66 UNIUBE
Imagine uma situação, por exemplo, de uma empresa que é autu-
ada por uma fiscalização da Receita Federal ou Estadual, na qual 
não houve o pagamento da multa, o que poderá acarretar em uma 
execução judicial, em que serão utilizados pelo credor, nesse caso, 
o Fisco, os meios legais e os coercitivos para o recebimento do 
crédito.
Provavelmente, é nessa fase em que será constatado se houve 
falha do contabilista, objetivando determinar se ele agiu com culpa 
ou dolo. Agindo com culpa, responderá pessoalmente perante seu 
contratante, ao qual é reservado o direito de ação de reembolso 
daquilo que pagou, a título de penalidade, por culpa do profissional 
da contabilidade.
Da mesma forma que, se for constatado erro em caráter doloso, o 
credor, no nosso exemplo o Fisco, poderá exigir o crédito tributário 
também do contabilista, executando inclusive seu patrimônio pes-
soal, caso a devedora principal não quite o débito.
Isso nos leva a concluir que, de qualquer forma, o contabilista será 
severamente penalizado em qualquer uma das situações, tendo 
em vista que, diante do Novo Código Civil, praticamente nada po-
derá ser alegado a seu favor.
3.3.1.1 O contrato de prestação de serviços
Com base nas diversas alterações propostas pelo Novo Código 
Civil, os contabilistas devem (não que antes não deviam) tomar 
toda e qualquer cautela junto aos seus contratantes, uma vez que 
a responsabilidade por possíveis erros ou fraudes serão comparti-
lhadas entre eles, contratante e contratado.
 UNIUBE 67
Dentre as demais cautelas previstas, por exemplo, no Código de Ética 
Profissional do Contador e também no Novo Código Civil, os trabalhos 
devem ser acompanhados do contrato de prestação de serviços.
Entende-se então que todo e qualquer serviço prestado pelo con-
tabilista deve ser registrado em contrato específico, ainda mais se 
analisarmos o Artigo nº 601 do Novo Código Civil, que traz em sua 
redação que “não sendo o prestador de serviço contratado para 
certo e determinado trabalho, entender-se-á que se obrigou a todo 
e qualquer serviço compatível com as suas forças e condições”. 
Ora, analisando esse trecho da Lei nº 10.406, de 2002, podemos 
perceber a importância de firmar um contrato para todos os serviços 
prestados pelo contabilista, mesmo que tais serviços sejam eventu-
ais e esporádicos, por exemplo, a elaboração e entrega da decla-
ração do imposto de renda à Receita Federal, que ocorre uma vez 
ao ano. Com base nesse trecho da legislação, caso não seja firma-
do contrato específico para tal serviço, o contador se vê obrigado a 
acompanhar o seu processamento, e se porventura essa declaração 
vier a “cair na malha fina”, o profissional contábil deverá fazer as reti-
ficações necessárias e responder por qualquer irregularidade. 
Esse tal contrato de prestação de serviços e suas características 
devem ser em observância, dentre outros, aos Artigos nº 593 e nº 
594, os quais trazem em sua redação que “a prestação de serviço, 
que não estiver sujeita às leis trabalhistas ou à lei especial, será por 
ele regida, de sorte que toda a espécie de serviço ou trabalho lícito, 
material ou imaterial, pode ser contratada mediante retribuição”.
Os demais artigos desse capítulo, que legisla sobre o contrato de 
prestação de serviços, afirma ainda que, caso alguma das partes 
não saiba ler nem escrever, poderá ser assinado a rogo por duas 
testemunhas. Temos também que, caso combinação diferente, a 
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remuneração será feita após o término do serviço contratado, lem-
brando ainda que, a prestação de serviços não poderá ser contra-
tada por mais de quatro anos.
Temos ainda que, havendo a morte de qualquer uma das partes, 
finda-se o contrato de prestação de serviços. Há outras possibi-
lidades de término de contrato, por exemplo, por conclusão dos 
serviços, pela rescisão do contrato respeitando os prazos do aviso 
prévio, por inadimplemento de qualquer uma das partes ou, ainda, 
pela impossibilidade da continuação do contrato. 
3.3.2 Empresário
O Novo Código Civil define sobre empresário em seu Artigo nº 966, 
trazendo a seguinte redação: “considera-se empresário quem exer-
ce profissionalmente atividade econômica organizada para a pro-
dução ou a circulação de bens ou de serviços”. Em continuação ao 
referido artigo, define ainda que não se considera empresário quem 
exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou ar-
tística, ainda que com o concurso de auxiliares ou colaboradores, 
salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.
Com base nesse trecho do novo diploma legal, entende-se aqui o 
Novo Código Civil, basta exercer profissionalmente atividade eco-
nomicamente organizada, com os equipamentos, ferramentas e 
tudo o mais que possa ser preciso e necessário para determinada 
atividade para que possa caracterizar o empresário.
Analisando ainda o que diz o trecho da legislação, o exercício da 
profissão intelectual, de natureza científica, literária e/ou artísti-
ca não caracteriza a qualidade de empresário. Dessa forma, por 
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exemplo, os médicos, engenheiros, cantores, artistas, apresenta-
dores de rádio e/ou televisão, mesmo que precisem de auxiliares e 
estrutura para o desempenho de suas funções, não são considera-
dos empresários. 
Agora, caso esses profissionais mencionados anteriormente regis-
trem em órgãos públicos competentes a instituição de pessoa ju-
rídica, ou seja, constituam empresas, aí, sim, serão considerados 
empresários.
3.3.3 Sociedades
De um modo geral, entende-se sociedade quando, no mínimo, 
duas ou mais pessoas se unem por contrato, com o mesmo objeti-
vo, para criarem uma sociedade empresária, visando explorar qual-
quer atividade lícita com o objetivo do lucro. Vale lembrar aqui que 
existe a possibilidade de uma entidade empresarial ser unipessoal 
pelo prazo de até cento e oitenta dias. No término desse prazo, 
deve-se reconstituir o quadro societário ou pode ser transformada 
no tipo de empresa individual pertinente, em atendimento a deter-
minação legal do Artigo nº 1.033, V, da Lei nº 10.406, de 2002.
3.3.3.1 Sociedade não personificada
Essa sociedade é aquela constituída sem as formalidades legais, 
ou seja, sem o registro nos órgãos competentes ou cujos docu-
mentos regulatórios não foram registrados nos respectivos órgãos. 
Como exemplo desse tipo de sociedade, temos as sociedades em 
comum e em conta de participação.
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3.3.3.1.1 Sociedade em comum
Essa sociedade é aquela na qual os atos constitutivos ainda não 
foram submetidos ao registro. Dessa forma, enquanto permanecer 
nessa condição, será regida pelas normas da sociedade simples.
3.3.3.1.2 Sociedade

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