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Liana Ribeiro Hiperadrenocorticism� e� cãe� ● Humana: adrenal fica acima dos rins = supra renal; ● Cães e gatos: lateral aos rins - medialmente aos rins; Cães: ● Esquerda: formato alongado; ● Direita: formato de vírgula; ● 2 a 3 cm x 0,5 cm de largura; ● Largura do polo caudal: até 0,75 cm (melhor sensibilidade e especificidade); Constituição: ● Córtex: 80% - dividido em zona glomerulosa, fasciculada e reticular; ○ Glomerulosa: aldosterona - angiotensinogênio atua na zona glomerulosa para fazer a síntese de aldosterona, que vai atuar no TC para aumentar a pressão sanguínea; ○ Fasciculada e reticular: glicocorticóides e hormônios sexuais - eixo hipotálamo - hipofisário adrenal; ● Medula: 20% - liberação de adrenalina e noradrenalina; ● Excesso de cortisol: sinalização para o hipotálamo diminuir a produção de CRH e hipófise, ACTH; ● Baixa de cortisol: sinalização para o hipotálamo produzir CRH e hipófise, ACTH; ● ACTH estimula as adrenais a captarem colesterol → pregnenolona → transformado em cortisol por várias modificações pela ação enzimática; ● Pregnenolona é sintetizada até estradiol e diidrotestosterona; ● Zona fasciculada: cortisol, estradiol e dihidrotestosterona; ● Glomerulosa - controle pelo SRAA: a partir da captação do Liana Ribeiro colesterol, vão ocorrendo transformações até a síntese de aldosterona; Efeitos biológicos do colesterol: ● Metabolismo: carboidratos, proteínas e lipídios; ● Diminuição da sensibilidade à insulina → diminui glicogênese → aumenta gliconeogênese = hiperglicemiante - maior disponibilização de glicose na c.s; ● Diminui a síntese proteica → aumenta catabolismo protéico, principalmente em musculatura; ● Aumento da lipólise, mobilizando ácidos graxos do tecido adiposo para a circulação → aumenta [ ] de ácidos graxos livres no plasma; ● Regulação hidroeletrolítica: aumenta retenção de Na e perda de K (cortisol atua em receptores de mineralocorticoides bloqueando sua ação); ● Metabolismo do cálcio e colágeno: tendência a produzir um balanço energético negativo de cálcio; ○ Diminui absorção de Ca no TGI; ○ Aumenta eliminação renal de cálcio; ○ Aumenta ação do PTH que retira cálcio dos ossos; ○ Diminui a atividade dos osteoblastos e dos osteoclastos (tendência à osteopenia); ○ Diminui a atividade de fibroblastos (por menor produção de colágeno); ● Atividade anti-inflamatória e imunossupressora: ○ Diminui produção de PGls; ○ Diminuição da produção de citocina devido a inibição da transcrição gênica; ○ Diminuição da liberação de histamina pelos basófilos; ○ Diminuição do óxido nítrico, levando a vasodilatação; ○ Diminuição na produção de de IGgs; Hiperadrenocorticismo: ● Alterações clínicas e químicas que resultam da exposição crônica a concentrações excessivas de glicocorticóides endógenos ou exógenos; ● HAC, cushing (humanos), hipercortisolismo; 1. HAC hipófise dependente: espontâneo; ● Microadenoma hipofisário: menos que 3 mm de diâmetro, que produz ACTH; ● Macroadenoma hipofisário: mais que 1 cm de diâmetro (30% causam sinais clínicos neurológicos); 2. HAC adrenal dependente: espontâneo; ● Adenoma de adrenal: produtor de cortisol - maioria dos tumores - < 3 mm de diâmetro - diferenciada de incidentaloma (sem sinais clínicos) e feocromocitoma (tumor medular - células cromafins da medula - produtor de catecolaminas); ● Carcinoma de adrenal: produtor de cortisol - 1 a 6 cm de diâmetro, com potencial metastático no fígado, baço, rins, veia cava e pulmões; 3. HAC iatrogênico: provocado; Liana Ribeiro ● Excesso crônico de glicocorticóides exógenos; ● Hipófise dependente: ambas adrenais vão estar aumentadas e regulares; ○ Excesso de produção de cortisol em resposta ao excesso de secreção de cortisol sem ACTH = HIPERPLASIA ADRENAL BILATERAL; ● Tumor de adrenal: uma vai estar aumentada, e a outra diminuída e por vezes, irregular; ○ Excesso de produção de cortisol pelo tumor adrenal = glândula adrenal tumoral aumenta de tamanho pela presença do tumor, e a contralateral, atrofia; ● HAC iatrogênico: muito cortisol na corrente sanguínea, inibindo a ação do ACTH na hipófise = adrenais vão estar atrofiadas; ○ Administração de medicamentos corticoides, por isso, após 5 dias de uso, é preciso fazer a redução gradativa; HAC ENDÓGENO: ● Cães de meia idade (> 6 anos); ● Sexo: fêmeas parecem ser mais predispostas; ● Raças: cerca de 75% dos cães com HAC tem peso ‹ de 20 kg) - Poodle, Dachshund, Beagle, Yorkshire, Pinscher, Lhasa Apso, ShihTzu, Maltês, Boxer, Pastor Alemão, Labrador Retriever, Rottweiler; Manifestações clínicas: ● Poliúria (pelo bloqueio que o cortisol faz na ação do ADH); ● Polidipsia; ● Polifagia; ● Abdômen abaulado e pendular (gordura visceral); ● Taquipneia e respiração ofegante (hipertensão pulmonar causada pela hiperviscosidade sanguínea); ● Letargia e intolerância ao exercício; ● Atrofia/fraqueza muscular (cortisol é depressor de proteína); ● Hepatomegalia (esteatose hepática); ● Manifestações dermatológicas; ○ Alopecia endócrina bilateral e simétrica; ○ Atrofia epidérmica; ○ Hipotonicidade; ○ Perda da elasticidade cutânea; ○ Estrias cutâneas; ○ Vascularização visível na região ventral (telangiectasia); ○ Piodermite 2ª recorrente; ○ Hiperpigmentação; ○ Comedos: restos de queratina e glândula sebácea; ○ Calcinose cutânea (cortisol estimula PTH que retira cálcio dos ossos e deposita na pele); Liana Ribeiro Complicações: ● Tromboembolismo pulmonar: quadro agudo de dispneia/taquipneia; ○ Ocorre por: acúmulo de triglicerídeos e colesterol circulantes, diminuição de antitrombina III, aumento do hematócrito, hipertensão pulmonar; ● Síndrome macroadenoma hipofisária: geralmente os sinais neurológicos se apresentam meses ou anos após o diagnóstico de HAC; ○ Ocorre por compressão do hipotálamo e tálamo; ○ Sinais clínicos: ataxia, andar em círculos, andar compulsivo, head pressing, alteração do estado mental; ● Diabetes mellitus: cortisol é hiperglicemiante; ● Hipertensão arterial sistêmica: cortisol ↑ sensibilidade células endoteliais vasculares às catecolaminas e ↓ PGls vasodilatadoras vasculares; ● Glomerulopatia com perda de proteína: lesão glomerular por hipertensão; ● Cistite recorrente: imunossupressão; ● Pancreatite/colestase/colelitíase; ● Miotonia/flacidez ligamentar/osteopenia; Diagnóstico: ● Anamnese / exame físico; ● Exames laboratoriais; ● Imagem; ● Testes hormonais específicos; 1. Hemograma: leucograma de estresse; ● Leucocitose com neutrofilia sem desvio à esquerda, eosinopenia e linfopenia; ● Pode haver policitemia discreta e trombocitose discreta; 2. Bioquímica sérica: ● Aumento de FA!! ● ALT: normal a aumentada; ● Hipertrigliceridemia pela lipase; ● Hipercolesterolemia pela lipólise e aumento da demanda para síntese hormonal; ● Hiperglicemia: cortisol é contra regulatório, não deixando a glicose agir; 3. Urinálise: ● Proteinúria; ● Densidade variável; ● Glicosúria; ● Bacteriúria; ● Urocultura: cistite associada; 4. US abdominal: ● Hepatomegalia; ● Trombos; ● Metástases abdominais; ● Calcificação distrófica; ● Alterações em adrenais; 5. RX: visualização de calcificação; 6. Ressonância magnética: em casos de sinais neurológicos - deve ser diferenciado da síndrome da disfunção cognitiva; 7. Tomografia computadorizada de abdômen: indicado no pré-cirúrgico de adrenalectomia Liana Ribeiro para avaliar extensão/invasão tumoral; 8. Teste de supressão com dexametasona em dose baixa: padrão ouro - sensibilidade de 95% e especificidade de 44 a 73%; ● Coleta de sangue do paciente SEM ADMINISTRAÇÃO, e após coleta, administrar dexametasona na dose de 0,01 mg/kg IV (pode diluir com solução fisiológica), e coleta sangue 8 horas depois = avaliação das 2 amostras de sangue com avaliação de cortisol; ● Cortisol basal e sobre estímulo, para ver se houve alteração; ● Dexa age no hipotálamo diminuindo o cortisol em animais normais; ● Em gatos: dose alta 0,1; 9. Teste de estimulação com ACTH: sensibilidade de 80% e especificidade de 64 a 86%; ● Coletar sangue no momentoinicial para dosar cortisol basal; ● Adm ACTH sintético na dose de 5 ug/kg IV (synacthen diluído no soro!!); ● Coletar sangue 1 hora após administração para dosar cortisol; ● Sensibilidade: detecta o hiperadreno; ● Especificidade: detectar outras doenças que cursam com aumento do cortisol; 10. Iatrogênico: redução progressiva seguida de interrupção do tratamento com glicocorticóides; Tratamento: ● HAC adrenal dependente: adrenalectomia com retirada de tumor quando for UNILATERAL; ○ BILATERAL: lisodren; HAC hipofisário: ● Mitotano: causa necrose progressiva da zona fasciculada e reticular; ● Fornecer com alimentos; ● Indução - 25 a 50mg/kg/dividido BID VO até supressão cortisol (mais ou menos 10 dias com sinais de vômito e diarreia); ● Manutenção: 50 mg/kg CID 7 dias ou 25 mg/kg 2x/ semana QUANDO INICIAR VÔMITO E DIARREIA; ● Utilizado em HAC hipófise dependente e adrenal dependente; ● Efeitos adversos: vômito, diarreia, hipotensão, hiporexia, tremor muscular = sinais de hipoadreno; Liana Ribeiro ● Monitoramento da resposta ao tratamento com mitotano: sinais clínicos + teste de estimulação com ACTH; ● Teste de estimulação com ACTH - monitoramento do MITOTANO; Trilostano (vetoryl): ● Dose 2,0 a 10 mg/kg/VO SID ou BID; ● Controle costuma ser prolongado; ● Eficácia de 80%; ● Utilização pro resto da vida em casos de hipófise dependente ou adrenal dependente pelo tumor BILATERAL; ● Inibe ação hormonal - bloqueia enzima 3B HSD; ● Monitorar sinais clínicos, SÓDIO E POTÁSSIO - bloqueia ● Teste de estimulação com ACTH (4 a 6 horas após adm do trilostano); ● Resultado após estimulação: ● Efeitos adversos: gastrintestinais, crise de privação esteroidal, diminuição da TFG, alteração eletrolítica; ● Cetoconazol: hepatotóxico; ● Selegilina (L-deprenil): 1 - 2 mg/kg/24h VO SID; ○ Diminuição da secreção de ACTH; ○ Pode associar com o trilostano; Tratamento da hiperlipidemia: ● Dieta rica em fibra e pobre em gordura - ração low fat; ● Suplementação com ômega 3; ● Atividade física; ● Medicamentos quando o triglicerídeo está acima de 350 mg/dL: ○ Bezafibrato: 2,5 mg/kg BID ou 5 mg/kg SID; ○ Sinvastatina: colesterol alto 0,9 a 18 mg/kg SID; Prognóstico: ● HAC hipófise dependente: tratamento com mitotano ou trilostano - sobrevida de 30 meses ou 10 anos; ● HAC adrenal dependente: após adrenalectomia com sobrevida de 36 meses;
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