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Intervenções de enfermagem à pessoa com distúrbios musculoesqueléticos Dr. Vinícius Mengal REVISÃO ANATÔMICA E FISIOLÓGICA • A saúde e o funcionamento adequado do sistema musculoesquelético são interdependentes dos outros sistemas corporais, embora tenha funções importantes. ESTRUTURA E FUNÇÃO - ESQUELETO • Os ossos são definidos como peças rijas, de número, coloração e forma variáveis e que, em conjunto formam o esqueleto. • Pode-se definir ESQUELETO como sendo o conjunto de ossos, cartilagens e ligamentos que se interligam para formar o arcabouço do corpo do animal e desempenhar várias funções. • Funções do Esqueleto: → Proteção; → Sustentação e Conformação do Corpo; → Locais de armazenamento de íons (Cálcio e Fosfato); → Sistema de Alavancas; → Produção de certas células do Sangue; • O esqueleto adulto tem 206 ossos. • Divide-se em axial (ossos da cabeça e do tronco) e apendicular (ossos dos membros). • Os ossos são também estruturas vivas, constituído na forma sólida de tecido conjuntivo cuja principal característica é a mineralização de sua matriz óssea. ESTRUTURA E FUNÇÃO - ESQUELETO SUBSTÂNCIA ÓSSEA →Substância Óssea Compacta: Possui lamínulas fortemente unidas, sem espaço livre interposto, caracterizando-se de forma mais densa e rígida. →Substância Óssea Esponjosa: Possui lamínulas mais irregulares em forma e tamanho, se arranjando de forma a deixar lacunas que se comunicam entre si. • O estudo microscópico do tecido ósseo, distingue dois tipos diferentes de tecidos: FORMAÇÃO DO TECIDO ÓSSEO CONSOLIDAÇÃO ÓSSEA • O processo de consolidação de fraturas se dá em seis estágios, cada um deles estimulado pela liberação e ativação de reguladores biológicos e moléculas sinalizadoras. 1) Hematoma e Inflamação; 2) Angiogênese e Formação de Cartilagem; 3) Calcificação da Cartilagem; 4) Remoção da Cartilagem; 5) Formação de Osso; 6) Remodelagem; • Radiografias seriadas são usadas para monitorar a evolução da consolidação óssea. O tipo de osso fraturado, a adequação do suprimento sanguíneo o contato superficial dos fragmentos, idade e estado geral do paciente influenciam na rapidez da consolidação de fraturas, assim como a devida imobilização. Processo de Consolidação da Fratura: Fase Inflamatória CONSOLIDAÇÃO ÓSSEA Processo de Consolidação da Fratura: Fase do Calo Ósseo Mole CONSOLIDAÇÃO ÓSSEA Processo de Consolidação da Fratura: Fase do Calo Ósseo Duro CONSOLIDAÇÃO ÓSSEA Processo de Consolidação da Fratura: Fase de Remodelação Óssea CONSOLIDAÇÃO ÓSSEA Consolidação Clínica da Fratura: Formação do Calo Ósseo Duro Neste Estágio da consolidação da fratura já se observa a formação do calo ósseo duro e firme o suficiente para evitar a mobilidade no foco de fratura. Ao examinar a fratura não se detecta mais mobilidade no foco de fratura. Entretanto o Osso ainda não recuperou sua resistência original, é um Osso Primitivo. No Raio X observa-se ainda o traço de fratura com evidência de osso no calo ósseo. O Tempo da Consolidação Clínica do Fratura vai Depender de Vários Fatores. CONSOLIDAÇÃO ÓSSEA ✓ Idade do Paciente ✓ Qual o Osso Fraturado ✓ Região do Osso Fraturada ✓ Tipo de Osso Fraturado ✓ Configuração da Fratura ✓ Desvio da Fratura ✓ Suprimento Sangüíneo no Foco de Fratura ✓ Mobilidade no Foco de Fratura CONSOLIDAÇÃO ÓSSEA Tipos de Consolidação da Fratura: • Consolidação Óssea Primária: A Fratura se consolida a partir do tratamento cirúrgico quando é realizada uma redução anatômica da fratura e associada à uma fixação rígida dos fragmentos fraturários com placa e parafusos. • Consolidação Óssea Secundária: A Fratura se consolida através do tratamento conservador. CONSOLIDAÇÃO ÓSSEA Tipos de Consolidação da Fratura: ✓ Consolidação Óssea Primária: Tipos de Consolidação da Fratura: ✓ Consolidação Óssea Primária com falha de implante: CONSOLIDAÇÃO ÓSSEA Complicações no Processo de Consolidação da Fratura: -Consolidação Anormal das Fraturas ✓ Consolidação Viciosa: A Fratura consolida no prazo normalmente esperado, porém em uma posição insatisfatória, resultando em uma deformidade óssea residual. CONSOLIDAÇÃO ÓSSEA CONSOLIDAÇÃO ÓSSEA Complicações no Processo de Consolidação da Fratura: -Consolidação Anormal das Fraturas ✓ Retardo de Consolidação: A fratura pode eventualmente consolidar, mas leva consideravelmente mais tempo do que o normalmente esperado para faze-lo. CONSOLIDAÇÃO ÓSSEA Complicações no Processo de Consolidação da Fratura: -Consolidação Anormal das Fraturas ✓ Ausência de Consolidação - Pseudo-artrose: A fratura falha completamente na sua consolidação, não havendo a formação de tecido ósseo, resultando em uma união fibrosa ou originando uma falsa articulação (Pseudo-artrose). A Fratura se caracteriza no Raio X por não apresentar sinais de consolidação óssea e clinicamente apresenta mobilidade no foco de fratura com ausência de dor. Complicações no Processo de Consolidação da Fratura: ✓ Ausência de Consolidação - Pseudo-artrose: Hipertrófica “Pata de Elefante” Normotrófica “Pata de Cavalo” Atrófica “Ponta de Lápis” Aporte Sanguíneo Excelente Mobilidade no foco de fratura Aporte Sangüíneo Bom Mobilidade no foco de fratura Aporte Sanguíneo Insuficiente Mobilidade no foco de fratura CONSOLIDAÇÃO ÓSSEA Atrófica “Ponta de Lápis” Aporte Sanguíneo Insuficiente Mobilidade no foco de fratura Complicações no Processo de Consolidação da Fratura: ✓ Ausência de Consolidação - Pseudo-artrose: CONSOLIDAÇÃO ÓSSEA Complicações no Processo de Consolidação da Fratura: -Consolidação Anormal das Fraturas ✓ Pseudo-artrose Infectada: A mais temida de todas as complicações sendo mais frequente no tratamento cirúrgico da fratura. É uma pseudo-artrose associada coma infecção bacteriana do tecido ósseo no Foco da Fratura. CONSOLIDAÇÃO ÓSSEA Complicações no Processo de Consolidação da Fratura: ✓ Pseudo-artrose Infectada: CONSOLIDAÇÃO ÓSSEA OSTEOPOROSE • Quando se manifesta os ossos se tornam progressivamente mais porosos, quebradiços e frágeis; se fraturam facilmente a estresses que não quebrariam um osso normal. • Acarreta frequentemente : →Fraturas compressivas da Coluna Torácica e Lombar; →Fraturas do Colo e de região intertrocantérica do fêmur; →Fraturas de Colles no punho; OSTEOPOROSE Prevenção • A identificação precoce de adolescentes e adultos jovens em risco, • Ingestão aumentada de Cálcio, • Participação em exercícios regulares de sustentação de peso e • Modificação no estilo de vida, • Identificação de fatores mórbidos e medicações de risco, constituem fatores que diminuem o risco de osteoporose. OSTEOPOROSE Fisiopatologia • A perda de massa óssea é um fenômeno universal associada ao envelhecimento. • Há uma diminuição da calcitonina, que inibe a reabsorção óssea e formação do osso. O próprio estrogênio (que inibe a decomposição do osso) está reduzido. Por outro lado o hormônio paratireóideo (PTH) eleva-se com o envelhecimento, aumentando a renovação e reabsorção óssea. → Perda efetiva de massa óssea com o tempo. OSTEOPOROSE Fisiopatologia OSTEOPOROSE Histórico e Achados Diagnósticos • Pode não ser detectada em radiografias de rotina até que 25 a 40% de desmineralização tenha ocorrido. É diagnosticada pela absorciometria de raios X de dupla energia (DEXA) que fornece informações sobre a densidade mineral óssea (DMO). Os estudos da DMO são uteis para a identificação de ossos osteopênicos e osteoporóticos e avaliação da resposta à terapia. OSTEOPOROSE Tratamento Uma dieta rica em Cálcio e em vitamina D durante toda a vida. Exercícios regulares de sustentação de peso. Reposição de Estrogênio. Bisfosfanatos (Fosamax – Alendronato; Actonel – Residronato e Calcitinia); OSTEOMIELITE • É uma infecção dos ossos. O osso torna-se infectado por: →Extensão de uma infecção dos tecidos moles (úlceras de pressão ou vasculares infectadas,infecção incisional); →Contaminação direta do osso por cirurgia óssea, fratura aberta ou lesão traumática (PAF); →Disseminação hematogênica a partir de outros locais de infecção. • Dentre os pacientes em alto risco incluem-se os desnutridos, os idosos ou obesos, alterações do sistema imune, doenças crônicas e em terapia de corticóides ou drogas imunossupressoras. OSTEOMIELITE Fisiopatologia • Entre 70 a 80% das infecções ósseas são causadas por Staphylococus aureus. Outros organismos patogênicos podem ser encontrados incluindo espécies de Proteus e Pseudomonas e Escherichia coli. • A resposta inicial à infecção consiste em inflamação, aumento da vascularização e edema. Pode se estender da cavidade medular para o periósteo sendo disseminada à tecidos moles. OSTEOMIELITE Manifestações Clínicas • Quando a infecção é hematogênica observa- se manifestações de septicemia (cala frios, febre alta, pulso rápido, mal estar geral). • A área infectada se torna dolorida, tumefeita e extremamente hipersensível. • Em infecções crônicas, pode se perceber um trato fistuloso drenando secreção continuamente com períodos recorrentes de dor, inflamação, tumefação e drenagem de secreção. OSTEOMIELITE Manifestações Clínicas OSTEOMIELITE Manifestações Clínicas CASO CLÍNICO Paciente de 25 anos, masculino, de 1,97m de altura, natural de Belo Horizonte, residente em Serra, sofreu acidente em que colidiu com sua motocicleta contra uma árvore. Chegou ao hospital com dor em membros e impossibilidade de deambular. Apresentava várias escoriações, deformação anatômica em membros inferiores e ferimento aberto em região lateral da coxa direita. Havia lesão no pé direito, sem alteração da perfusão, e preservação da sensibilidade distal e da amplitude de movimento. O diagnóstico inicial foi de fratura exposta em coxa direita e lesão trocantérica em membro esquerdo. O estudo radiográfico evidenciou fraturas diafisária e epifisária exposta no fêmur direito e fratura trocantérica no esquerdo seguindo de cirurgia para implante de fixador externo. Dr. Vinícius Mengal
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