Buscar

Tutoria SP2 - UCT XII

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
1. Conceituar: 
a. Tolerância 
Tolerância: fenômeno ocorrido por meio de modulações biológicas no organismo em que a mesma quantidade da substância usada anteriormente já não produz os mesmos efeitos, ou quantidades maiores da substância precisam ser usadas para obtenção dos mesmos efeitos.
b. Abstinência 
Síndrome de abstinência: síndrome específica para cada substância ocorrida pela cessação ou redução abrupta do uso contínuo e intenso, em que surgem sintomas físicos e psíquicos que impactam o funcionamento do indivíduo.
A ocorrência da síndrome de abstinência quando a administração da substância é interrompida é a única evidência objetiva de dependência física. O tipo de sintoma de abstinência depende da classe farmacológica da substância que causou dependência. Desse modo, a interrupção do uso de uma substância estimulante causa sedação durante a síndrome de abstinência. A abstinência de um opioide causa um desejo incontrolável de usar a substância e também sintomas físicos, como náusea, vômitos e diarreia, que são os efeitos contrários dos opioides.
c. Dependência
Dependência física é um estado que se desenvolve em consequência da adaptação (tolerância) produzida pelo reajuste dos mecanismos homeostáticos em resposta ao uso repetido de uma substância. Nesse estado de adaptação ou dependência física, o indivíduo necessita da administração contínua da substância para manter suas funções normais. Quando a administração da substância é interrompida subitamente, instala-se outro desequilíbrio e os sistemas afetados precisam readaptar-se a um novo equilíbrio sem a substância.
2. Construir uma tabela na qual as linhas são as drogas (heroína, LSD, cocaína, MD, ecstasy, crack, merla, chá de ayahuasca, cannabis) e as colunas suas respectivas características (nome social, fórmula química, mecanismo de toxicidade, vias de administração e síndromes).
MACONHA 
A maconha consiste em folhas e flores da planta Cannabis sativa. Ela normalmente é fumada em cigarros (“baseado” ou back) ou cachimbos ou adicionada aos alimentos (geralmente biscoitos, brownies ou chá). A resina da planta pode ser desidratada e comprimida em blocos chamados de haxixe. A maconha contém vários canabinoides; o primário psicoativo é o delta-9-tetra-hidrocanabinol (THC). O THC também encontra-se disponível por prescrição médica sob a forma de cápsulas (dronabinol [Marinol]*). Ele é usado clinicamente como estimulante do apetite no caso de pacientes com, por exemplo, anorexia relacionada com a aids; também é usado como tratamento para o vômito associado à quimioterapia do câncer, para a dor crônica e para a esclerose múltipla, o glaucoma e outros distúrbios.
I.	Mecanismo de toxicidade . O THC, que se liga aos receptores de anandamida no cérebro, pode apresentar atividades estimulatória, sedativa ou alucinógena, dependendo da dose e do tempo decorrido após o consumo. Tanto a liberação de catecolaminas (que levam à taquicardia) quanto a inibição dos reflexos simpáticos (que levam à hipotensão ortostática) podem ser observadas.
.
Apresentação clínica. Efeitos subjetivos após fumar um cigarro de maconha incluem euforia, palpitações, consciência sensorial aumentada e percepção alterada do tempo, seguidas, após aproximadamente 30 minutos, por sedação. Uma intoxicação mais séria poderá levar à ansiedade, com prometimento da memória de curto prazo, despersonalização, alucinações visuais e psicose paranoide aguda. O uso de Cannabis pode precipitar ou exacerbar a psicose em indivíduos com esquizofrenia ou transtorno bipolar. Ocasionalmente, mesmo com baixas doses de THC, os efeitos subjetivos podem precipitar uma reação de pânico. A intoxicação aguda por Cannabis poderá comprometer o ato de dirigir e gerar acidentes automobilísticos. A dependência da Cannabis, tanto comportamental quanto física, ocorre em 7 a 10% dos usuários.
B. Achados físicos podem incluir: hipotensão ortostática, injeção conjuntival,falta de coordenação, fala arrastada e ataxia. Foram observados estupor com palidez, conjuntivite, tremor leve e ataxia em crianças, após terem ingerido biscoitos com maconha.
C. Outros problemas de saúde. O uso da maconha tem sido associado à precipitação do infarto agudo do miocárdio, geralmente em indivíduos com doença coronária básica, porém algumas vezes também naqueles que não a possuem, bem como arritmias, incluindo taquicardia sinusal marcante, fibrilação atrial e taquicardia e fibrilação ventricular..
IV. O diagnóstico é obtido com base na história e em achados típicos, como taquicardia 
B. Outras análises laboratoriais úteis incluem eletrólitos e glicose. V. Tratamento
Fármacos específicos e antídotos. Não existem antídotos específicos. C. Descontaminação após ingestão . Administrar carvão ativado VO, caso as condições sejam apropriadas 
Cocaína e crack
A cocaína é um estimulante e anestésico local, utilizada principalmente por via intranasal, injetável ou pulmonar (crack). A cocaína estimula o sistema nervoso central (SNC) por meio do bloqueio da recaptação de dopamina, norepinefrina e serotonina (com intensidade decrescente nos respectivos sistemas de neurotransmissão) nas sinapses.
A via escolhida interfere na quantidade e na qualidade dos efeitos provocados, assim como no potencial para causar dependência e nos riscos relacionados ao modo de consumo.
Quanto mais rápida a disponibilidade da droga em seu local de ação, maior o potencial de dependência. Dessa forma, os usos injetável e pulmonar têm maior potencial de dependência do que o intranasal. 
A cocaína é extraída das folhas da planta de coca, e geralmente é preparada como um pó hidrossolúvel, o hidrocloreto de cocaína. Vendida nas ruas, ela é livremente diluída com pó de talco, lactose ou outras substâncias de aspecto similar. A cocaína pode ser aspirada ou dissolvida em água e injetada subcutânea ou intravenosamente.
A cristalização do alcaloide puro produz as pedras de “crack”, assim chamado em função do barulho
(estalidos) que faz quando a cocaína é aquecida para produzir os vapores que são inalados. As ações farmacológicas da cocaína e do crack são idênticas. Tem valor de comercialização baixo e alto potencial dependógeno. Seu consumo aumentou consideravelmente nos últimos 20 anos por todas as classes, tendo uma grande prevalência junto à população em situação de rua e está muito associado a comportamentos de risco e situações de violência.
Os efeitos agudos e crônicos da cocaína em vários sistemas e órgãos são os seguintes:
• Efeitos cardiovasculares: Os efeitos físicos mais sérios da cocaína estão relacionados à sua ação aguda no sistema cardiovascular, onde se comporta como um agente simpatomimético (Figura 2).
Facilita a neurotransmissão tanto no SNC, onde bloqueia a recaptação de dopamina, quanto nas terminações nervosas adrenérgicas, onde bloqueia a recaptação tanto da adrenalina quanto da noradrenalina, enquanto estimula a liberação pré-sináptica da noradrenalina. O efeito final é o acúmulo desses dois neurotransmissores nas sinapses, resultando em estimulação excessiva, manifestada por taquicardia, hipertensão e vasoconstrição periférica.
A cocaína também pode provocar isquemia miocárdica, por causar vasoconstrição arterial coronária e aumento da agregação plaquetária com formação de trombos. O tabagismo potencializa o vasospasmo coronariano induzido pela cocaína. Dessa forma, o duplo efeito da cocaína, causando um aumento na demanda de oxigênio para o miocárdio através da sua ação simpatomimética, e ao mesmo tempo reduzindo o fluxo sanguíneo coronariano, monta o cenário para uma isquemia miocárdica, podendo levar ao infarto do
miocárdio.
A cocaína também pode precipitar arritmias letais pelo aumento da atividade simpática, bem como por interromper o transporte normal de íons (K+, Ca2+, Na+) no miocárdio. Esses efeitos tóxicos não estão necessariamente dose-dependentes, e um evento fatal pode ocorrer em um indivíduo que usa cocaínapela primeira vez, com o que é tipicamente uma dose que altera o humor.
• SNC: Os efeitos agudos mais comuns no SNC são hiperpirexia (aumento da temperatura) (provavelmente causada por alteração das vias dopaminérgicas que controlam a temperatura corporal) e convulsões.
O uso crônico da cocaína pode causar: (1) perfuração do septo nasal em usuários que fazem administração nasal; (2) redução na capacidade de difusão pulmonar em usuários que inalam a fumaça; e (3) o desenvolvimento de cardiomiopatia dilatada.
As complicações psiquiátricas são as que mais levam os usuários de cocaína à atenção médica, como ataques de pânico, transtorno depressivo, disforia, irritabilidade, ideação paranoide e alucinações; dores torácicas agudas em pacientes jovens também são causas frequentes.
A síndrome de abstinência de cocaína e crack não é potencialmente fatal, mas causa intenso desconforto.
Ela pode ser descrita como trifásica, sendo a primeira após meia hora depois da parada do uso, podendo prolongar-se por até 3 ou 4 dias; caracteriza-se por humor depressivo, hipersonia, esgotamento físico e arrependimento pelo uso. O desejo por retomar o uso pode apresentar-se nessa fase, em geral após alguns dias. A fase seguinte é chamada de fase disfórica tardia e pode durar de duas semanas a 3 ou 4 meses; caracteriza-se por irritabilidade que se alterna com humor depressivo, anedonia, insônia e intensificação do desejo de uso. Essa sintomatologia constitui uma barreira importante para a manutenção da abstinência. A fase seguinte pode durar meses ou anos e
é conhecida como extinção, em que tende a reduzir a compulsão pelo uso, mas ainda permanecem alguns sintomas de anedonia, dificuldade de planejamento e assertividade. Não existe evidência de resposta desses sintomas de abstinência com o uso de antidepressivos.
MERLA
A merla é uma droga derivada da cocaína, estimuladora do sistema nervoso central, de ação rápida e mais poderosa que a cocaína hidroclorídrica (pó). É considerada uma variante da pasta básica da cocaína, uma vez que é obtida por um novo processamento desta última através do acréscimo de mais reagentes químicos. As características físicas da merla são semelhantes às da pasta de coca, e seus efeitos, semelhantes aos provocados pela pasta básica e pelo crack.
A merla pode aparecer como droga de iniciação ou como consequência do poliuso e da escalada para drogas cada vez mais duras. É uma das drogas de maior preferência entre os adolescentes.
https://www.revistas.ufg.br/interacao/article/view/1511/1497
Heroína 
A heroína é um opioide derivado da planta da papoula, que causa dependência e está intimamente relacionado com a morfina. Seus efeitos são ainda mais prejudiciais do que os da cocaína. 
Quando vendida nas ruas, a heroína está misturada (diluída) com um adulterante (em geral, talco ou quinina); assim, a quantidade em cada dose não somente é variável, mas também desconhecida pelo comprador em muitas das vezes. A heroína, juntamente com quaisquer substâncias contaminantes, geralmente é autoadministrada por via intravenosa ou subcutânea. Os efeitos são variados e incluem euforia, alucinações, sonolência e sedação. A heroína apresenta ampla variedade de efeitos físicos adversos que podem ser categorizados de acordo com sua origem em (1) ação farmacológica do agente, (2) reações aos “agentes de corte” ou contaminantes misturados, (3) reações de hipersensibilidade à droga ou aos seus adulterantes e (4) doenças contraídas através de agulhas compartilhadas. A seguir estão alguns dos efeitos adversos mais importantes da heroína:
 • Morte súbita. A morte súbita, geralmente relacionada com overdose, é um risco sempre presente porque a pureza da droga geralmente é desconhecida e pode variar de 2% a 90%. Nos Estados Unidos, estima-se que a incidência anual de morte súbita entre os usuários crônicos esteja entre 1% e 3%. Às vezes, a morte súbita ocorre devido à perda de tolerância à droga, após um período de encarceramento (prisão), por exemplo. Os mecanismos da morte incluem depressão respiratória profunda, arritmia, parada cardíaca e edema pulmonar. 
• Doença pulmonar. As complicações pulmonares incluem edema, embolia séptica, abscesso pulmonar, infecções oportunistas e granulomas de corpo estranho, oriundos do talco e outros adulterantes. Embora os granulomas ocorram principalmente nos pulmões, estes também podem ser encontrados no baço, fígado e linfonodos que drenam os membros superiores. O exame sob luz polarizada muitas vezes destaca os cristais de talco, às vezes englobados pelas células gigantes do tipo corpo estranho.
 • Infecções. As complicações infecciosas são comuns. Os locais mais comumente afetados são a pele e o tecido subcutâneo, válvulas cardíacas, fígado e pulmões. Em uma série de pacientes dependentes internados em um hospital, mais de 10% tinham endocardite, que muitas vezes se apresenta de forma peculiar, envolvendo as válvulas cardíacas do lado direito, particularmente a tricúspide. A maioria dos casos é causada por Staphylococcus aureus, porém fungos e uma multiplicidade de outros organismos também têm sido implicados. A hepatite viral é a infecção mais comum entre os dependentes e é adquirida através do compartilhamento de agulhas infectadas. Nos Estados Unidos, essa prática conduziu também a uma incidência muito alta de infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) em usuários de drogas intravenosas.
 • Lesões de pele. As lesões cutâneas são provavelmente o sinal revelador mais frequente do vício em heroína. As alterações agudas incluem abscessos, celulite e ulcerações devido às injeções subcutâneas. As cicatrizes nos locais da injeção, a hiperpigmentação sobre as veias comumente utilizadas e veias trombosadas são as sequelas usuais de repetidas inoculações intravenosas. 
• Problemas renais. A doença renal é um perigo relativamente comum. As duas formas mais frequentemente encontradas são a amiloidose (geralmente secundária a infecções cutâneas) e a glomeruloesclerose focal, as quais induzem uma proteinúria elevada e a síndrome nefrótica.
Chá da Ayahuasca
O chá da Ayahuasca consiste da infusão do cipó Banisteriopsis caapi e as folhas do arbusto Psycotria viridis. 
Do ponto de vista toxicológico, o uso do chá pode trazer efeitos nocivos ao organismo como: desidratação, por conta das náuseas, vômito e diarréia comumente relatadas, e a síndrome serotoninérgica, sendo que a última é a conseqüência mais grave desta utilização
Como são inibidoras da monoaminoxidase (MAO), as b-carbolinas podem aumentar os níveis de serotonina no cérebro e os efeitos primários de altas doses dessas substâncias é a sedação provocada pelo bloqueio da desaminação da serotonina. No chá da Ayahuasca, as b-carbolinas inibem a MAO, protegendo o DMT da degradação pela mesma.
Os principais efeitos da Ayahuasca
Os efeitos subjetivos são visão de imagens com os olhos fechados, delírios parecidos com sonhos e sensação de vigilância e estimulação. É comum ocorrer hipertensão, palpitação, taquicardia, tremores, midríase, euforia e excitação agressiva (Cazenave, 2000). Náuseas, vômitos e diarréia são comuns e podem estar associadas à ação no receptor 5-HT2.
https://www.scielo.br/j/rpc/a/f3VKrzpFRRqBSST4VdbyX3j/?lang=pt
ANFETAMINAS
A dextroanfetamina (Dexedrine)* e o metilfenidato (Ritalina)* são usados para o tratamento da narcolepsia e para os distúrbios de déficit de atenção em crianças. A metanfetamina (crank**, speed), a 3,4-metileno- dioximetanfetamina (MDMA; ecstasy), a parametoxianfetamina (PMA) e diversos outros derivados da anfetamina. Alguns fármacos relacionados à anfetamina (benzfetamina, dietilpropiona, fendimetrazina, fenmetrazina e fentermina) são comercializados como medicamentos anoréxicos, prescritos como redutores de peSO.
Mecanismo de toxicidade 
A.	Anfetaminas e fármacos relacionados ativam o sistema nervoso simpático via estimulação do SNC, liberação periférica de catecolaminas, inibição da recaptação neuronal de catecolaminas e inibição da monoaminoxidase. As anfetaminas,sobretudo MDMA, PMA, fenfluramina e dexfenfluramina, também causam a liberação de serotonérgica e bloqueiam a sua captação neuronal. Os vários fármacos desse grupo apresentam diferentes perfis de ação sobre a cate- colamina e a serotonérgica, originando níveis distintos de estímulos periférico e sobre o SNC.
Apresentação clínica 
A. Efeitos agudos da intoxicação sobre o SNC incluem euforia, loquacidade, ansiedade, ausência de repouso, agitação, psicose, choque e coma. Poderá ocorrer hemorragia intracraniana devido à hipertensão ou à vasculite cerebral. 
B. Manifestações periféricas agudas incluem sudorese, tremor, fasciculação e rigidez muscular, taquicardia, hipertensão, isquemia aguda do miocárdio e infarto (mesmo na presença de artérias coronárias normais). A injeção inadvertida intra-arterial poderá causar vasospasmo e consequente gangrena; esse fato também ocorreu com o uso oral de DOB (2,5-dimetóxi-4- -bromoanfetamina; ver “Dietilamida do ácido lisérgico [LSD] e outros alucinógenos”, p. 215). 
C. O óbito pode ser causado por arritmia ventricular, estado epilético, hemorragia intracraniana ou hipertermia. A hipertermia resulta frequentemente de convulsões e hiperatividade muscu- lar e poderá causar lesão cerebral, rabdomiólise e insuficiência renal mioglobinúrica (p. 21). 
D. Efeitos crônicos do abuso da anfetamina incluem perda de peso, cardiomiopatia, hiper- tensão pulmonar, alterações dentárias, comportamento estereotípico (p. ex., beliscar a pele), paranoia e psicose paranoide. Distúrbios psiquiátricos poderão persistir por dias ou semanas. Após a interrupção do uso habitual, pacientes poderão experimentar fadiga, hipersonia, hiper- fagia e depressão por vários dias. 
LSD
Mecanismo de toxicidade
Apesar de várias teorias intrigantes e de pesquisa mais atuais, o mecanismo bioquímico das alucinações não é conhecido. O LSD afeta os receptores 5-HT2 e acredita-se que muitos outros agentes alterem a atividade da serotonérgica e da dopamina no cérebro. O estímulo simpático central e periférico pode contribuir para alguns dos efeitos colaterais, como ansiedade, psicose, pupilas dilatadas e hipertermia. 
Dose tóxica
A dose tóxica é altamente variável, dependendo das circunstâncias. O LSD é um alucinógeno altamente potente. Em geral, os efeitos entactogênicos não parecem estar relacionados à dose; portanto aumentar a dose não intensifica os efeitos desejados. Da mesma forma, a paranoia ou os ataques de pânico podem ocorrer com qualquer dose e dependerá do contexto e do estado emocional atual do paciente. Já as alucinações, as ilusões visuais e os efeitos colaterais sim- patomiméticos estão relacionados à dose.
Apresentação clínica 
A. Intoxicação branda a moderada
1. Um indivíduo que está experimentando uma reação de pânico ou “viagem ruim” mostra-se consciente, coerente e orientado, porém ansioso e medroso, e poderá apresentar comportamento paranoico ou bizarro. O paciente também poderá estar choroso, combativo ou autodestrutivo. Poderão ocorrer flashbacks intermitentes retardados após o desaparecimento dos efeitos agudos e são geralmente precipitados pelo uso de outra substância que altere a mente.
2. Um indivíduo com efeitos colaterais simpatomiméticos relacionados com a dose também poderá apresentar taquicardia, midríase (pupilas dilatadas), diaforese, bruxismo, período de curta atenção, tremor, hiper-reflexia, hipertensão e febre.
B. Toxicidade potencialmente fatal O estímulo simpatomimético intenso pode causar convulsão, hipertermia grave, hiper-tensão, hemorragia intracraniana e arritmias cardíacas. Pacientes hipertérmicos normalmente estão enfraquecidos, agitados ou incontroláveis, diaforéticos e hiper-refléxicos.
	DROGA
	NOME SOCIAL
	FÓRMULA QUÍMICA
	MECANISMO DE TOXICIDADE
	VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
	SÍNDROME
	 COCAÍNA
CRACK
MERLA
	Coca
X
X
	Benzoilmetilecgonina
 
Benzoilmetilecgonina + outros compostos químicos
	Inibe a liberação de acetilcolina, glutamato, GABA, dopamina e
noradrenalina
	Nasal, injetável e pulmonar
	Síndrome adrenérgica - midríase não fotorreagente,
sudorese, taquicardia e hipertensão
	LSD
	Doce
	Ácido lisérgico
	O LSD afeta os receptores 5-HT2 e acredita-se que muitos outros agentes alterem a atividade da serotonérgica e da dopamina no cérebro.
	Oral e transdérmico
	Síndrome adrenérgica -Taquicardia, hipertensão, tremor midríase, hipertermia, alucinações
	ECSTASY 	MD
	Bala
	3,4-metilenodioximetanfetamina
(MDA)
	Ativam o sistema nervoso simpático via estimulação
do SNC, liberação periférica de catecolaminas, inibição da recaptação neuronal de catecolaminas e inibição da monoaminoxidase
	Oral
	Síndrome serotoninérgica – disfunção
autonômica, alteração do nível de consciência e atividade muscular anormal.
MDMA
SIMPATOMIMÉTICA
	HEROÍNA
	X
	Diacetilmorfina 
Opiáceo
	Atua principalmente interferindo nas vias dopaminérgicas
	Injetável, fumo e inalável 
	Síndrome opioide - Euforia, alucinações, sonolência e sedação
	CHÁ DE Ayahuasca
	X
	Cipó - Banisteriopsis caapi
Arbusto - Psycotria viridis
	Inibidoras da monoaminoxidase (MAO), as b-carbolinas podem aumentar os níveis de serotonina
	Oral
	Delírios, hipertensão, palpitação, taquicardia, tremores, midríase, euforia, excitação agressiva, náusea, vômito e diarreia
	CANNABIS
	Maconha
	Delta-9-tetraidrocanabinol (THC)
	Receptores CB1 se localizam no sistema
nervoso central e sua estimulação inibe a liberação de acetilcolina, glutamato, GABA, dopamina e
noradrenalina, gerando efeitos psicoativos;
	Pulmonar e oral
	Hiperemia conjuntival, boca seca,
aumento do apetite,midríase, taquipneia e fala pastosa.
3. Apresentar dados epidemiológicos acerca do uso de drogas e a principal faixa etária de uso Sanar
O cenário epidemiológico atual nacional indica que, além de uma alta prevalência do consumo de bebidas alcoólicas, há também um aumento da utilização de substâncias ilícitas, como maconha, cocaína, crack e ecstasy. A experimentação ocorre cada vez mais precocemente, trazendo mais danos físicos e psíquicos, com envolvimento em acidentes de trânsito, atos de violência e exposição sexual de risco.
No Brasil, o consumo de opioides é inexpressivo. Em 2012, foi realizado o segundo Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (LENAD) pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Políticas Públicas do Álcool e Outras Drogas (INPAD). Esse estudo teve abrangência nacional, com representatividade de toda a população maior de 14 anos, um avanço em relação aos levantamentos anteriores, que focavam apenas nas cidades com mais de 200 mil habitantes.
Os resultados mostram que a droga ilícita mais utilizada é a maconha, com 6,8% de uso no decorrer da vida e 2,5% de uso no último ano em adultos e 4,3% de uso no decorrer da vida e 3,4% de uso no último ano em adolescentes. A cocaína foi consumida por 3,8% dos adultos em algum momento da vida, sendo que 1,7% fez uso no último ano. Entre os adolescentes, os números foram de 2,3% na vida e 1,6% no último ano. Quanto ao uso de crack, 1,4% dos adultos usou em algum momento da vida, sendo que 1% fez uso no último ano e 1% dos adolescentes fez uso em sua vida e 0,2% o fez no último ano.
É importante ressaltar que esse levantamento foi feito com base domiciliar, não abordando a população em situação de rua, o que pode apontar para um número menor de usuários do que o real. Segundo a pesquisa nacional sobre o uso de crack, em um levantamento da Fiocruz, publicado em 2014, cerca de 40% dos usuários de crack estavam em situação de rua nos 30 dias antes da pesquisa.
Ainda segundo o LENAD, o uso de solventes no decorrer da vida foi de 2,2%, e no último ano, 0,5%; de estimulantes, 2,7% na vida, e 1,4% no último ano, e de opioides, 1% na vida e 0,8% no último ano entre adultos.
A pesquisa ainda mostra que a grande maioria das pessoas que fazia uso de alguma droga ilícita também fazia uso de outras, sendo as correlações mais frequentes entre drogas ilícitas ouso de maconha e cocaína associadas. A idade de experimentação de cocaína foi antes dos 18 anos em 45% dos casos, e de maconha, 62% dos casos. De todos os casos de uso no curso da vida de cocaína, 50% fizeram uso no último ano, e desses, 48% apresentavam quadro de dependência.
Crack → subnotificação, tem muito mais do que imagina. 
4. Discutir o uso medicinal da cannabis (indicações, dosagens e legislação)
CANABIDIOL
O CBD é um dos principais fitocanabinoides presentes na Cannabis sativa , sendo responsável pela maioria dos possíveis benefícios terapêuticos da planta. 
Em relação à farmacodinâmica, observa-se que o CBD tem diversas ações – analgésica, anticonvulsivante, relaxante muscular, ansiolítica, neuroprotetora, antioxidante e antipsicótica. Essa grande variedade de efeitos provavelmente ocorre devido a seus complexos mecanismos farmacológicos. O CBD apresenta uma baixa afinidade aos receptores canabinoides do tipo 1 (CB1) e do tipo 2 (CB2) do sistema endocanabinoide, atuando como antagonista indireto desses receptores. Há evidências, também, de que ativa o receptor serotoninérgico 5-HT1A, atuando como agonista parcial. Atua, ainda, nos receptores de potencial transitório vaniloide 1 e 2 (TRPV1 e TRPV2), antagoniza os receptores α 1-adrenérgicos e µ-opioides, inibe a recaptação de norepinefrina, dopamina, serotonina, ácido gama-aminobutírico (GABA) e, principalmente, anandamida (AEA), que é o endocanabinoide principal. Além disso, o CBD atua nos estoques de cálcio (Ca+2) das mitocôndrias, bloqueia os canais de Ca+2 ativados por baixa voltagem (tipo T), estimula a atividade do receptor inibidor da glicina e inibe a atividade da amida hidrolase de ácidos graxos (FAAH), bem como se mostra um antagonista conhecido do GPR55, o receptor acoplado à proteína G presente no núcleo caudado e no putame
Efeitos do CBD
· Antipsicótico
· Analgésico
· Antiprocinético intestinal
· Neuroprotetor
· Antiproliferativo/Anticâncer
· Anti-isquêmico
· Vasodilatador
· Ansiolítico
· Anti-inflamatório
· Anticonvulsivante
INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS DO CANABIDIOL
· Epilepsia refratária ao tratamento
· Dor crônica
· Esclerose múltipla
· Náuseas e vômitos por quimioterapia
· Doenças psiquiátricas
https://www.cannabisesaude.com.br/canabidiol-dose/#:~:text=Com%20um%20%C3%B3leo%20a%2030,kg%2C%20com%20m%C3%A1ximo%20de%2040mg.
LEGISLAÇÃO
No final de 2014 o Conselho Federal de Medicina liberou o uso de seus compostos, e em 2015 a Anvisa retirou o Canabidiol de sua lista de substâncias proibidas. O novo regulamento permite que os produtos possam ser comercializados em farmácias mediante a apresentação de prescrições por profissionais da saúde, dispõe também sobre autorização para fabricação dos derivados, importação desses produtos, fiscalização e transporte.
A Maconha vem sendo descriminalizada ao longo dos anos e provando seus benefícios medicinais, atualmente no Brasil o seu uso é liberado em alguns tratamentos de doenças crônicas, porém o preconceito na área da saúde e da população em geral ainda é grande
http://www.computacao.unitri.edu.br/erac/index.php/e-rac/article/view/1757/1218
5. Descrever as especificações dos exames toxicológicos (cabelo, urina, sangue)
A análise de drogas de abuso tem por finalidade detectar indícios de exposição ou consumo de substâncias tóxicas, existindo dois tipos de testes laboratoriais: os baseados em fluídos corporais e em amostras de queratina (cabelos ou pêlos). 
Os fluídos corporais possuem uma janela de detecção muito pequena, em média 2 a 3 dias dependendo da droga analisada, com exceção da maconha que pode chegar a 20 dias. 
Já as amostras de queratina possuem uma janela de detecção mais longa, podendo chegar a 6 meses.
Detecção após exposição Urina:
Anfetaminas → de 3 horas até 2 dias
Canabinoides → após exposição aguda de 1 até 3 dias Cocaína → de 4 horas até 4 dias
Opiaceos → de 1 até 3 dias
Heroína → - No laboratório é dosado a morfina-3-glicuronídeo
Cocaína → dosado a benzoilecgonina na urina 
- Consumir bebidas alcoólicas junto com cocaína produz consequências mais graves do que o uso separadamente das mesmas, pois o álcool aumenta a fissura pela cocaína, podendo causar intoxicação grave, aumentando o risco de morte súbita
**COCAETILENO → Coca + álcool metabólito 
↳ ATIVO DE ALTA TOXICIDADE
6. Apresentar as políticas públicas sobre dependência química no Brasil
Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) nas suas diferentes modalidades são pontos de atenção estratégicos da RAPS (rede de atenção psicossoical): serviços de saúde de caráter aberto e comunitário constituídos por equipe multiprofissional que atua sob a ótica interdisciplinar e realiza prioritariamente atendimento às pessoas com transtornos mentais graves e persistentes e às pessoas com sofrimento ou transtorno mental em geral, incluindo aquelas com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, em sua área territorial, seja em situações de crise ou nos processos de reabilitação psicossocial (Brasil, 2011) e são substitutivos ao modelo asilar. Nessa perspectiva, o CAPS opera nos territórios, compreendidos não apenas como espaços geográficos, mas territórios de pessoas, de instituições, dos cenários nos quais se desenvolve a vida cotidiana de usuários e familiares (Brasil, 2005) e constituem-se como um “lugar” na comunidade. Lugar de referência e de cuidado, promotor de vida, que tem a missão de garantir o exercício da cidadania e a inclusão social de usuários e de familiares.
Os CAPS têm papel estratégico na articulação da RAPS, tanto no que se refere à atenção direta visando à promoção da vida comunitária e da autonomia dos usuários, quanto na ordenação do cuidado, trabalhando em conjunto com as Equipes de Saúde da Família e Agentes Comunitários de Saúde, articulando e ativando os recursos existentes em outras redes, assim como nos territórios.
CAPS AD: Atende pessoas de todas as faixas etárias que apresentam intenso sofrimento psíquico decorrente do uso de crack, álcool e outras drogas. Proporciona serviços de atenção contínua, com funcionamento vinte e quatro horas, incluindo feriados e finais de semana, ofertando retaguarda clínica e acolhimento noturno. Indicado para Municípios ou regiões de saúde com população acima de cento e cinquenta mil habitantes.
Atende adultos, crianças e adolescentes.
REFORMA PSIQUIÁTRICA
Entende-se Reforma psiquiátrica como um conjunto de transformações de práticas, saberes, valores culturais e sociais, é no cotidiano da vida das instituições, dos serviços e das relações interpessoais que este processo da Reforma Psiquiátrica avança, marcado por impasses, tensões, conflitos e desafios.
A substituição progressiva dos manicômios por outras práticas terapêuticas e a cidadania do doente mental vêm sendo objeto de discussão não só entre os profissionais de saúde, mas também em toda a sociedade
http://189.28.128.100/dab/docs/sistemas/sismob/manual_ambientes_caps_ua.pdf
http://seer.unirio.br/index.php/cuidadofundamental/article/view/1122
7. Exames de imagem úteis para avaliação de pacientes com intoxicações exógenas
História da exposição
Utiliza-se a estratégia dos “5 Ws”, isto é, deve-se obter os dados relacionados ao paciente (Who? - Quem?), à substância utilizada (What? - O quê?), horário da exposição (When? - Quando?), local da ocorrência (Where? - Onde?) e motivo da exposição (Why? - Por quê?). Atentar para o fato de que muitas informações podem ser distorcidas ou omitidas, principalmente quando há tentativas de suicídio ou homicídio envolvidas, uso de drogas ilícitas, abortamento ou maus tratos.
Exame Físico:
Busca identificar as medidas imediatas necessárias para estabilizar o indivíduo, evitar a piora clínica e estabelecer os diagnósticos diferenciais, especialmente nos casos em que a história de exposição é confusa ou impossível de ser obtida pela perda da consciência.
Portanto, neste momento, é de fundamental importância checar: 
• Sinais vitais; 
• Nível e estado de consciência; 
• Pupilas (diâmetro e reatividade à luz); 
• Temperatura e umidade da pele;• Oximetria de pulso; 
• Procurar sinais de trauma, infecção, marcas de agulha ou edema de extremidades.
Após a coleta de todas essas informações e da adequada monitorização dos pacientes, deve-se determinar os exames de imagem que serão úteis para afastar os possíveis diagnósticos diferenciais que, em geral, estarão relacionados aos sistemas respiratório e nervoso central, já que a hipóxia, dispneia e alterações neurológicas são manifestações muito frequentes em quadros de intoxicação.
O uso com parcimônia e responsabilidades dos recursos diagnósticos por imagem nesses casos é fundamental, já que a solicitação de exames desnecessários, retardam e prejudicam o tratamento específico das intoxicações quando existem agentes antagonistas disponíveis.
Nesse sentido, os exames mais comumente utilizados são RX de tórax para afastar traumas de tórax, pneumotórax e derrame pleural, RX de crânio para afastar possível TCE, TC de crânio para afastar a possibilidade de AVE, TCE ou outras alterações neurológicas.
Emergência → sempre utilizar tomografia de crânio SEM contrastes.

Continue navegando