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CASO CLÍNICO ▪ Paciente com dispneia (SaO2 = 92%), em hiperventilação (25 irpm). Gasometria arterial: pH 7,38; PO2 = 71 mmHg; PCO2 = 27 mmHg) – diminuição PO2 e PCO2 = paciente está tentando compensar a queda do O2 com hiperventilação, com consequente queda do PCO2. Rx tórax evidenciando aumento da trama vascular bilateral ▪ Evolução: Pneumonia a esclarecer (PNM a/e) 2°DIH: eco (sem aumento de VE, FE = 59%) Gasometria arterial: PO2 = 80 mmHg, PCO2 = 20 mmHg, pH = 7,36 com FiO2 100% em máscara de Venturi – dentro da normalidade Rx tórax: comprometimento bilateral importante (infiltrado difuso). Fase 3 (asa de borboleta) IOT e UTI. 4° DIH sem melhora do quadro 6° DIH: gasometria arterial (pH = 7,19, PO2 = 50%, PCO2 = 50% com FiO2 = 0,8) = acidose, retenção de CO2. Rx tórax: infiltrado pulmonar difuso bilateral (grau 5) 7° DIH: ECMO 10° DIH: saída da ECMO 15° DIH: extubado 25° DIH: alta hospitalar INTRODUÇÃO ▪ IRA: condição clínica na qual o sistema respiratório não consegue manter níveis normais de PaO2 e PaCO2 para determinada demanda metabólica, havendo, portanto, um comprometimento da troca gasosa. Para ocorrer OU PaO2 < 60 mmHg OU PaCO2 > 50 mmHg. - PaO2 < 60 mmHg = hipoxemia - PaCO2 > 50 mmHg = hipercarbia ▪ Classificação 1. Aguda Minutos ou horas Pacientes sem doença respiratória 2. Aguda em paciente crônico – crônico agudizada Horas Deterioração aguda em paciente com doença respiratória prévia 3. Crônica Ao longo de vários dias – já fez mecanismo renal compensatório ▪ Respiração - Objetivo: troca gasosa (fornece O2, retira CO2) - Divide-se em: ventilação, regulação da ventilação, perfusão, difusão (entre os alvéolos e o sangue), transporte de O2 e CO2 ▪ Ventilação - Definição: somatório de todos os volumes gasosos expirados em 1 minuto - Vmin = FR x Vcorrente - Vmin adulto = 5 L/min - Valveolar = FR x (Vt – Vd) → Vt = volume corrente (6 mL/Kg); VD = volume do espaço morto fisiológico (2 mL/Kg) – geralmente 1/3 do Vd; Vd/Vt = 33% ▪ Controle da respiração - Controle voluntário: situado no córtex cerebral – envia impulsos para neurônios motores respiratórios através de vias corticoespinhais - Automático/autonômico bulbo e ponte – grupo respiratório dorsal, ventral, centro pneumotáxico, apnêustico ▪ Controle químico da respiração - Quimiorreceptores tronco cerebral e medula: alterações hidroeletrolíticas (CO2 e H+); ativado pela alteração do pH liquórico - Hipercapnia, acidose e hipóxia: aumento da ventilação ▪ Trocas gasosas - Ventilação: processo cíclico responsável pela renovação do gás alveolar. Centro respiratório (SNC) vias nervosas caixa torácica pulmões - Perfusão: circulação pulmonar; capilares: atividade funcional; sistema hidráulico de baixa pressão e de baixa resistência (pressão que chega na circulação pulmonar é muito menor do que a que chega na circulação sistêmica) ▪ Relação ventilação/perfusão (V/Q) - Valores de PaO2 e PCO2 dependem da ventilação alveolar e do fluxo sanguíneo - Situações (ótima relação V/Q) A. Ideal: ventilação é adequada à perfusão B. Espaço morto: alvéolos bem ventilados, mas mal perfundidos. TEP e hipertensão pulmonar C. Shunt: alvéolos mal ventilados, mas bem perfundidos. Pneumonia, SDAR, atelectasia ▪ Espaço morto (1/3 da ventilação fornecida ao paciente = não faz trocas gasosas = espaço de transição) - Anatômico A. Volume de gás contido em VA calibrosa B. Boca, faringe, laringe, traqueia e brônquios C. Não participam da troca gasosa - Alveolar: Alvéolos não perfundidos - Fisiológico: anatômico + alveolar - Mecânico: tubos e circuitos respiratórios ▪ Espaço morto (Vd) - 20-30% do Vt - Vd/Vt = PaCO2 – PeCO2 / PaCO2 - PeCO2 = CO2 expirado final ▪ Proporção V/Q - Ventilação alveolar (V) – 4 L/min - Perfusão pulmonar (V) – 5 L/min - V/Q = 0,8 (0,3-3) – situação ótima - V/Q = 0 – shunt – pouca ventilação, muita perfusão - V/Q = infinito – espaço morto – ventilação muito grande, perfusão zero ▪ Difusão - Definição: quantidade de gás transferida por minuto, através da membrana alveolocapilar -Afetam difusão: - Pressão parcial do gás (P) - Solubilidade do gás no líquido (S) - Área de contato (A) - Distância através da qual o gás tem de se difundir (d) - Peso molecular do gás (PM) - Temperatura - D = ΔP x A x S / d x √PM - Dificuldade de fazer a troca: deposição de líquido ou outras substâncias na membrana alveolocapilar (processo inflamatório, EAP, SDRA) ▪ Transporte - Função cardiovascular: DO2 = CaO2 x DC x 10 DO2 = oferta de O2; CaCO2 = concentração arterial de O2; DC = débito cardíaco - Níveis de Hb: CaCO2 = 1,34 x Hb x SatO2 x 0,031 x PaO2 Se tiver algum problema no transporte: será por bomba (DC) ou Hb (anemia) ▪ Hb - O2 ligação tênue com heme. A. Quando PaO2 elevada: capilares pulmonares, O2 liga-se à Hb B. Quando PaO2 baixa: capilares teciduais, O2 se dissocia da Hb - Relação entre PaO2 e saturação: curva de dissociação da Hb ▪ Curva de dissociação da Hb Fatores que desviam a curva para a direita: 1. Aumento da concentração de H+ (situações que levam à acidose, exercício físico) 2. Aumento de CO2 (exercício físico) 3. Aumento da temperatura (exercício físico) 4. Aumento de DPG ▪ Gradiente alvéolo arterial - Diferença entre a pressão de oxigênio do alvéolo (PAO2) e a pressão de oxigênio arterial (PaO2). P(A – a)O2 - Normal: entre 5-10 mmHg - Aumentado: IR ▪ Relação PaO2/FiO2 - >400 mmHg: normal - 300-400: déficit de oxigenação - <300: IR (infiltrado bilateral = lesão pulmonar aguda) - <200: IR grave (infiltrado bilateral em paciente dispneico = SDRA) INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA ▪ Classificação Tipo 1 - Hipoxêmica - Ventilação mantida - Queda PaO2 e VN PaCO2 - Vasos, alvéolos e interstício pulmonar - Causas: SARA, PNM, atelectasia, edema pulmonar, embolia pulmonar, quase afogamento, DPOC em exacerbação, asma grave, pneumotórax Tipo 2: hipercarbia - Falência ventilatória - Aumento de CO2 - Pulmão normal - Depressão SNC - Doenças musculares - Causas: fotoooooo Tipo 3 - Patologias que envolvem a redução do número de alvéolos ventilados - Redução da capacidade residual funcional Tipo 4 - Estados hipoperfusionais - Choque, hipovolemia ▪ Quadro clínico - Dispneia - Aumento de FC e FR - Cianose (Hb reduzida > 5 g/dL) - Aumento hipoxemia ou aumento agudo de CO2 manifestações neurológicas: A. Diminuição função cognitiva B. Diminuição da capacidade de julgamento C. Agressividade D. Incoordenação motora - Hipoxemia crônica: sonolência, apatia - Hipercapnia crônica = Hipoxemia crônica - As manifestações cardiovasculares da hipoxemia e hipercarbia: A. Aumento FC, DC B. Vasodilatação arterial difusão C. Depressão miocárdica, bradicardia, choque circulatório, arritmia e parada cardíaca EM RESUMO... - Geral: descorado, uso musculatura acessória, sudorese - Tórax: MV alterado, sibilos, creptações, B3 - SNC: ansiedade, cefaleia, papiledema, convulsões, RNC - Extremidades: Cianose, má perfusão, tremores ▪ Dx Anamnese - QP: falta de ar - Sintomas semelhantes prévios, doenças de base, medicações Exame físico - Exame de tórax detalhado: percussão, ausculta, cornagem, tiragem, FR Exames - Oximetria de pulso, gasometria arterial, Rx tórax perfil e PA, outros (fibroscopia, ECG, ECO, TC tórax, culturas) “Paciente que não se move ganha MOV) SÍNDROME DO DESCONFORTO RESPIRATÓRIO AGUDO - SDRA ▪ Critérios - Lesão pulmonar de instalação aguda - Infiltrado radiológico difuso bilateral – edema pulmonar não cardiogênico - PAO2/FiO2 < 200 - Ausência clínica ou ECO de disfunção de VE Tto: VMI. VC = 6 mL/Kg, pressão de VA < 35 mmHg, PEEP: 10 cmH2O ▪ Tríade definidora da SDRA 1. Sintomático (dispneia) 2. Achado de infiltrado ao Rx tórax 3. Relação PaO2/FiO2 diminuída ▪ Tto Manutenção VA - Manobra de desobstrução da VA - Cânulas - IOT A. Obstrução aguda B. Secreção C. Prevenção de aspiração D. Ventilação mecânica - Oxigenioterapia - Suporte ventilatório ▪ Insuficiência respiratória aguda - Emergência médica comum - Maior risco em pacientes idosos com doença cardíaca ou pulmonar - Causas: PNM, DPOC, IC, infecção ▪ Sala vermelha/grande sala AbordagemABCDE - Avaliação rápida e tto de qualquer problema que acarrete risco de vida - Avaliação da IR Gerenciamento geral - Monitorização - Dispneia - Posicionamento do paciente, Oxigenioterapia, ventilação assistida - Asma, DPOC?? - Salbutamol nebulizado, adrenalina EV, esteroides EV História clínica detalhada Exame físico Exames: Rx tórax e gasometria arterial Contínua gestão do caso Dispositivos de intubação não invasivos IOT ▪ Oxigenioterapia - Objetivo: saturação de Hb > 90% - O2: 30-100% Emergências 100% Curtos períodos Complicações: desnitrogenação alveolar, toxicidade alveolar, atelectasia, piora V/P - Tipos A. Baixo fluxo Não atende demanda, misturar com ar ambiente Cateter de O2 B. Alto fluxo Fluxo e reservatório de O2 são suficientes para atender a demanda do paciente Sem mistura Venturi ▪ Ventilação não invasiva (VNI) - Suporte respiratório com pressão positiva - Paciente em respiração espontânea - Não requer VA artificial ou (tudo traqueal, ML) - Vantagens: Menor dificuldade de desmame Permite a tosse Reduz necessidade de sedação e relaxamento muscular Paciente pode se alimentar e se comunicar - Complicações: PNM por aspiração Distensão gástrica (+f) Vômitos Lesão de pressão, feridas Vasamento do dispositivo Intolerância do paciente Assincronia com ventilador - Modo ventilatório Modo de administração de fluxo de gás CPAP e BIPAP CPAP - Pressão positiva constante nas VA - Durante expiração e inspiração - Paciente em respiração espontânea: fornece drive de respiração subjacente - Melhor relação V/Q, melhora oxigenação - Diminuição do retorno venoso e estresse sobre a parede do VE - Aumento do DC: importante em EAP cardiogênico - Não há definição de pressão inicial recomendada – gravidade BIPAP - Dois níveis de pressão positiva nas VA - Pressão inspiratória e exploratória pré-definidos - Modo assistido ou controlado - Pressão inspiratória: inicial – 10 cmH2O; aumentada – 2-5 cmH2O - Pressão expiratória: 4-5 cmH2O - Isso em outros casos pulmonares (choque não cardiogênico) ▪ IOT - Avaliação prévia da VA - Teste do equipamento - Técnica de IOT - Drogas Avaliação de VA - L – Look: características, circunferência do pescoço - E – Evaluate: 3, 3, 4: abertura da boca, distância hioide-mandíbula, tireomento - M – Mallampatti - O – Obstruction - N – Neck mobility Tentativa ótima de laringoscopia - Anestesiologista experiente - Ausência de hipertonia muscular - Posição olfativa otimizada - Compressão laríngea e terna (BURP) - Material adequado Drogas: fotoooooo Ventilação mecânica Ajuste - Modo: controlada, assistido-controlada ou mandatória intermitente - Volume corrente de 8-10 mL/Kg - FR: 12-14 irpm - FiO2: 30-100% - Relação tempo inspiratório/expiratório: ½ a 1/3 - Fluxo: 0,7 L/Kg de peso corporal - PEEP: iniciando com 5 cmH2O e elevando conforme necessidade ▪ ECMO - Técnica de circulação extracorpórea usada para fornecer suporte de oxigênio para coração e pulmões em pacientes nos quais estes órgãos estão com a função muito prejudicada - Depuração de CO2 e oxigenação do sangue de forma independente do pulmão ativo - Muito utilizado em pediatra INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA
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