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CAMUNDONGOS ESCRITO

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Universidade Federal Rural de Pernambuco
Departamento de Zootecnia
Bacharelado em Zootecnia
Animais de Biotério
8º período – Tarde
Uso de Camundongos como Animais de Biotério
Discentes: Ana Carolina Costa Pinto Lima;
Thayná Milano Assis Atroch
Docente: Helena Emília Cavalcanti da Costa Cordeiro Manso
Recife-2018
Universidade Federal Rural de Pernambuco
Departamento de Zootecnia
Bacharelado em Zootecnia
Animais de Biotério
8º período – Tarde
Uso de Camundongos como Animais de Biotério
Este trabalho aborda a utilização de camundongos como animais utilizados em biotérios, bem como seus dados biológicos comportamentais e tipos de pesquisas utilizadas para a espécie. O Trabalho foi realizado sob orientação da professora Helena Emília Cavalcanti da Costa Cordeiro Manso, pela disciplina Animais de Biotério.
Recife-2018
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO- UFRPE	Comment by Ana Carolina Lima: Coloquei essa capa e contracapa de acordo com a regra da ABNT, ai tu escolhe se vai deitar a que tu fez ou essa.
DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA
BACHARELADO EM ZOOTECNIA
ANA CAROLINA COSTA PINTO LIMA
THAYNÁ MILANO ASSIS ATROCH
USO DE CAMUNDONGOS COMO ANIMAIS DE BIOTÉRIO
Recife, PE
2018
ANA CAROLINA COSTA PINTO LIMA
THAYNÁ MILANO ASSIS ATROCH
USO DE CAMUNDONGOS COMO ANIMAIS DE BIOTÉRIO
Trabalho apresentado para a disciplina Animais de Biotério, pelo Curso de bacharelado em zootecnia da Universidade Federal Rural de Pernambuco, ministrada pela professora Helena Emília Cavalcanti da Costa Cordeiro Manso.
Recife, PE
2018
Sumário
1.	INTRODUÇÃO	1
2.	CLASSIFICAÇÃO ZOOLÓGICA E DADOS GERAIS	2
3.	USO COMO ANIMAIS DE BIOTÉRIO	4
3.1. Sistemas de criação	5
3.2 Habitação, Alimentação e Manejo	6
4.	TÉCNICAS DE SEGURANÇA NA EXPERIMENTAÇÃO COM CAMUNDONGOS	10
5.	CONCLUSÃO	11
REFERÊNCIAS	12
1. INTRODUÇÃO 
 A utilização de animais em experimentos se apresenta como algo de uma importância enorme para as pesquisas cientificas, pois contribui para o desenvolvimento da ciência e tecnologia. De acordo com Chorilli, Michelin e Salgado (2017), essas pesquisas têm dado uma contribuição em diferentes campos científicos e promovem ao longo dos anos a descoberta de medidas que podem ser tomadas para inúmeras enfermidades que acometem os seres vivos. 
Segundo Chorilli, Michelin e Salgado (2017), a ideia de utilização de animais em pesquisas surgiu, principalmente, por questões econômicas. Mesmo com o progresso de métodos alternativos nos últimos anos (estudos in vitro, culturas de células, etc.), os modelos animais ainda apresentam como principal vantagem o fornecimento de informações sobre o organismo como um todo, fato que não é conseguido com outros métodos (apud Heywood, 1987; Ribeiro et al., 1995; Salén, 1995; Snitkoff, 2004).
 Sendo assim, a utilização de animais para experimentações for se ampliando, porém, os critérios que eram usados para seleção dos animais não eram bem estabelecidos. Dessa maneira seletividade decorreu do numero de trabalhos que eram realizados e da identificação dos animais com os temas estudados. (Corbin, 1974; Baker et al., 1979; CCAC, 1984; Chorilli, Michelin e Salgado,2017). Sendo assim, vários animais de diversas espécies vêm sendo utilizados durantes os últimos anos para o desenvolvimento científico.
Dentre os diversos animais utilizados como modelos experimentais de pesquisas e testes laboratoriais, o camundongo (Mus musculus) é o mais utilizado. Este pequeno animal, acompanha o homem desde os primórdios da civilização, sendo encontrados registros destes animais há mais de 4 mil anos e até mesmo na bíblia. Normalmente, é associado a doenças e ao fato de invadir locais onde há estocagem de alimentos, mas também já foi encarado como um animal sagrado em algumas civilizações.
Sua introdução como animal de laboratório se deve ao fato de ser um animal pequeno, altamente prolífero, ter um período gestacional curto, apresentar docilidade e ser de fácil domesticação e manutenção. Devido essas atribuições, atualmente, é o mamífero mais utilizado na experimentação mundial.
De acordo com Printz (2004), o camundongo, embora seja tratado, muitas vezes, como um "tubo de ensaio" para experimento molecular ou bioquímico, deve ser tratado como organismo vivo complexo em quaisquer experimentações a que for submetido.
O presente trabalho teve como objetivo abordar a utilização de camundongos como animais utilizados em biotérios, bem como seus dados biológicos comportamentais e tipos de pesquisas utilizadas para a espécie.
2. CLASSIFICAÇÃO ZOOLÓGICA E DADOS GERAIS
O camundongo usado em biotérios é um mamífero da família Muridae, sub-família Murinae, da ordem Rodentia e gênero Mus, sendo conhecido cientificamente pelo nome Mus musculus. 
De acordo com Santos (2002b), o camundongo se caracteriza por ser uma espécie encontrada em todas as partes do mundo e adaptada a uma grande variedade de condições ambientais. É um animal de hábitos noturnos que se acomoda em qualquer local de tamanho apropriado às suas necessidades. Além disso, esse animal apresenta um corpo fusiforme e flexível, que permite a sua passagem em pequenos espaços.
Geralmente, nasce desprovido de pêlos, com exceção das vibrissas, com corpo avermelhado, olhos fechados, pavilhão auricular fechado e aderido à cabeça, pesando em média um grama (Santos, 2002b).
 Em relação aos seus pelos, Chorilli, Michelin e Salgado (2017) citam, que sua coloração natural é marrom escura no dorso, com um ventre mais claro e cinzento, porém sua pele vai clareando ou escurecendo de acordo com a coloração da linhagem, sendo que os pêlos começam a aparecer apenas por volta do terceiro ao quarto dia de vida. Os pelos são geralmente finos, retos e com padrão de distribuição uniforme por todo o corpo. Já a cauda e orelhas, são relativamente grandes e permanecem descobertas de pelos durante toda a sua vida. 
Esse animal não possue glândulas sudoríparas, possue uma audição bastante apurada, sendo capaz de ouvir diferentes frequências sonoras. Apresenta também, dois pares de incisivos e músculos mandibulares fortes e bem definidos, o que os torna roedores poderosos. O seu olfato é bastante desenvolvido, podendo ser utilizado para encontrar alimento, predadores, e determinar sinais comportamentais, e a sua visão é pobre, pois não conseguem distinguir cores, uma vez que sua retina apresenta poucos cones. (Bauck & Bihun, 1997; Franco, 2006; Chorilli, Michelin, Salgado, 2017)
	
	
	
De maneira geral, o seu pequeno tamanho e sua área de superfície por grama de peso corpóreo relativamente grande suscetibilizam o animal as alterações das condições ambientais. A temperatura corporal (35,2 a 37,9ºC) é facilmente afetada por pequenas oscilações, modificando gravemente a fisiologia do animal. Também possui maior sensibilidade à perda de água e desidratação devido ao seu alto metabolismo (batimentos cardíacos: 500 a 780 bpm, em atividade; frequência respiratória de 163 por minuto) e o mecanismo de regulação térmica. Sua expectativa de vida média, dois anos, pode chegar a alguns casos até quatro anos.
Seu ciclo estral possui duração média de 4-5 dias, podendo ser afetado por diversos fatores ambientais, tais como as condições da gaiola, temperatura, dieta, etc. A gestação dura, em média 19-21 dias. A partir dos 10 dias já é possível observar um aumento do abdômen. A média de filhotes/parto é de 5-10 filhotes, a depender do seu tipo de linhagem.
Em relação ao comportamento social, pode-se dizer que depende da densidade populacional, pois esse animal pode viver bem adaptado tanto solitariamente quanto em grandes colônias, com padrões de hierarquia muito bem estabelecidos (Bauck & Bihun, 1997).
Já quanto a classificação genética, pode-se dividir os camundongos em duas linhagens, inbred, também chamados de isogênicos, que são resultados de cruzamentos entre irmãos. E outbred, também chamados heterogenéticos, resultados de acasalamentos ao acaso.	Comment by Ana Carolina Lima: Não coloquei as referencias desses
Camundongos inbred são obtidospor acasalamentos mínimos de 20 gerações consanguíneas a partir de um único casal, de forma que se resulte num coeficiente de endogamia de 98,6%. As principais características das linhagens isogênicas são: isogenicidade, homozigose, uniformidade fenotípica e estabilidade genética em longo prazo. Esses animais possuem grande valor, pois permitem a realização de experimentos, eliminando a variabilidade de origem genética, permitindo, então, a utilização de um número menor de animais na experimentação, para que se obtenha as estatísticas necessárias. Atualmente, aproximadamente 90% dos trabalhos realizados em laboratórios utiliza linhagens inbred.
Os cruzados aleatoriamente, outbred, formam lotes não padronizados, ou seja, não definidos geneticamente. Estes são mais fáceis de criar, em função do vigor híbrido, apresentando frequência de acasalamentos produtivos próxima a 100%. Estas colônias são úteis em pesquisas onde o genótipo do animal não precisa ser conhecido.
3. USO COMO ANIMAIS DE BIOTÉRIO
O histórico do camundongo com o homem é bastante antigo, sendo encontrados registros desta relação com mais de 4 mil anos, inclusive em citações bíblicas. Apesar de usualmente ser encarado como um animal sujo e estar associado com doenças, já chegou a ser adorado em civilizações antigas. 
A partir de 1900, passou a ser utilizado como modelo experimental de análises laboratoriais de estudos genéticos. Como alguns avanços, temos que, de 1950 a 1960, passou a ser utilizado em pesquisas, junto com ratos, e a partir daí houveram descobertas com relação ao DNA. De 1960 a 1970, passou-se a desenvolver fármacos e antidepressivos a partir de pesquisas com estes animais. E de 1980 a 1990, camundongos foram utilizados no desenvolvimento de anticorpos monoclonais e o incremento da terapia genética.
Desta forma, ao longo da história, modelos experimentais não-humanos vêm sendo utilizados com sucesso em descobertas na medicina, parasitologia e farmacologia. Pesquisas envolvendo câncer, produção de vacinas, doenças cardiovasculares, transplantes de órgãos, descoberta de medicamentos, entre outros não seriam possíveis sem a ciência de animais de laboratório (Oliveira et. al., 2010).
Atualmente, o camundongo é o modelo experimental mais utilizado em pesquisas laboratoriais, representando cerca de 54% do percentual de animais utilizados em pesquisas científicas (CEC, 2005). Isto se deve ao fato de apresentar vantajosas características, sendo animais pequenos, dóceis, de fácil manejo e manutenção, extremamente prolíficos e de curto período gestacional (Guénet, 2003). Além disso, estes animais possuem características genéticas, fisiológicas e anatômicas muito bem definidas, o que faz com que possuam a capacidade de reproduzir os aspectos patológicos das doenças de forma semelhante aos seres humanos. Desta forma, tem-se a necessidade de desenvolver métodos de diagnóstico e tratamentos semelhantes ao ser utilizado no ser humano (Chumbinho et. al., 2012). Ainda assim, Oliveira (2013), ressalta que, devido seu pequeno tamanho, o camundongo é extremamente susceptível a mudanças nas condições ambientais, sendo facilmente afetados por alterações na temperatura, podendo mudar suas respostas fisiológicas.
3.1. Sistemas de criação
 De acordo com Chorilli, Michelin e Salgado (2017), o sistema de criação adotado depende das facilidade que estão disponíveis e também do camundongo que vai ser produzido, podendo ser criado a partir de pares monogâmicos ou haréns, onde os pares monogâmicos consistem em manter uma fêmea e um macho juntos de forma permanente, sendo esse um método que facilita o registro das informações que estão relacionadas ao par, porém mesmo ajudando também no aproveitamento do estro que existe logo após o parto, acaba por utilizar muito espaço, trabalho e matérias. 
Já no sistema tipo harém, de acordo com Andrade (2006), coloca-se um macho junto com duas ou mais fêmeas, o que apresenta a vantagem de economizar machos, porém dificulta os registros dos animais utilizados. 
Para que seja estabelecido uma colônia em um biotério, algumas se levar em consideração alguns fatores, entre ele se tem o estabelecimento das colônias, que apresentam três diferentes tipos: colônia de fundação, colônia de produção e colônia de expansão. 
A colônia de fundação, conhecida também como produtora de matrizes, apresenta acasalamentos monogâmicos permanentes, com o intuito de selecionar os futuros reprodutores, além de estabelecer parâmetros para a seleção e o descarte zootécnico. 
Para o estabelecimento de uma colônia outbred, o número de casais deve ser relativamente grande, assegurando a heterozigose e a freqüência gênica. Logo, os acasalamentos devem ser monogâmicos e permanentes, com cada casal contribuindo somente com um novo casal para a geração seguinte. Isto torna a colônia "fechada", evitando desta forma a introdução de novos animais na mesma, os quais podem modificar a freqüência gênica e a heterozigose. Já para o estabelecimento de colônias inbred é necessário pequeno número de casais (15-20) os quais devem remontar a um ancestral comum, sendo os acasalamentos monogâmicos e cada casal contribuindo com quantos casais forem necessários para a próxima geração (Santos, 2002b).
Já a colônia de expansão deve ser a segunda colônia a ser formada, porém somente se tiver animais consanguíneos. Essa colônia tem como objetivo aumentar a produção da colônia de fundação. Essa colônia é constituída por animais de vem da colônia de fundação, porém também produzem os seus próprios casais caso haja necessidade de reposição de animais, sempre de forma monogâmica. E por fim a colônia de produção, que tem como objetivo principal a produção de animais suficientes para atender a demanda do biotério, de acordo com suas especificações, ocorrendo acasalamentos monogâmicos ou tipo haréns, ou seja, poligâmicos, de formas que podem ser permanentes ou temporários, dependendo dos animais a serem produzidos. Os acasalamentos são realizados ao acaso, sendo que nenhum animal originário dessa colônia é usado como reprodutor. 
3.2 Habitação, Alimentação e Manejo
Com relação a habitação, pode- se levar em consideração a citação feito por Chorilli, Michelin e Salgado (2017), um biotério é o local onde os animais vivem e as pessoas apenas trabalham. Esses animais que vivem em biotério tem uma realidade não natural e mesmo em condições adequadas de forma que os mesmo se apresentam protegidos de qualquer dano a que estariam expostos na natureza, esses animais dependem totalmente do homem para todas as sus necessidades e sua bem-estar. Onde de acordo com Andrade (2006), fatores como temperatura, umidade, ruídos, ventilação e qualidade do ar, devem ser controlados da melhor e maior maneira possível. 
Para manutenção dos camundongos são usados alguns tipos de gaiolas, porém de acordo com por Chorilli, Michelin e Salgado (2017), a mais as mais indicadas são as de policarbonato ou polipropileno, por serem feitas de material autoclavável. 
Andrade (2006) cita que, de maneira getal os camungondos devem dispor de uma área de no minimo 65cm2 por individuo quando em grupos, já um femea com sua ninhada deve dispor de uma área de aproximadamente no mino 650 cm2. 
Para maior conforto dos camundongos em gaiolas, o piso deve ser coberto por cama, tornando assim o ambiente mais confortável, para que os mesmos possam formar seus ninhos da melhor forma e também para que se tenha a absorção da umidade das excretas desses animais. A cama pode ser qualquer material que atenda o objetivo, desde que seja macia, inodora, tenha alta capacidade de absorção, seja constituída de parques pequenas e finas, insta de resíduos químicos, de fácil obtenção e não poluentes. São muitos matérias que podem ser usados, entre eles a palha de arroz, e o papel absorvente em folhas que em geral é colocado em gaiolas de arame ou aço inox com piso suspenso. Esse material pode requerer trocas mais frequentes, porém permite melhor observação do desperdício de ração e melhor exame das características das fezes e urina,porém o mais adequado é a maravalha de pinus. (Chorilli, Michelin e Salgado, 2017; Passos et al., 2006; Andrade, 2006)
Em relação a alimentação, os camundongos normalmente se alimentam de dietas padronizadas especificas para animais de laboratório. De acordo com Andrade (2006), em geral essa dieta é apresentada em forma de pellets, o que ajuda a reduzir o desperdício e torna assim o alimento fácil de ser oferecido devido a facilidade de manuseio. Essas rações quando armazenadas, devem ser mantidas em local frio, seco, escuro, limpo e bem ventilado. A água é fornecida aos animais através de bebedouros ou de sistemas automáticos usando válvulas. 
Os camundongos apresentam um bom desenvolvimento quando recebem dietas padronizadas para animais de laboratório. Em geral essa dieta é apresentada na forma de "pellets" o que reduz o desperdício e torna o alimento fácil de ser manuseado e oferecido em comedouros localizados nas tampas das gaiolas. Deve-se ressaltar o cuidado na estocagem desse tipo de alimento. Antes de ser apresentada ao animal, a ração deve ser mantida em local frio, seco, escuro, bem ventilado e limpo. A água deve ser oferecida em bebedouros ou através de sistema automático usando válvulas (Andrade, 2006). Sendo importante ressaltar que os camundongos apresentam o habito natural da coprofagia, podendo assim ter a alterações no efeito das dietas que os mesmos são submetidos quando em experimento relacionados a nutrição. Uma das explicações para esse comportamento é o uso de dietas deficientes, porém ocorrem casos de em uso de dietas adequadas ocorrer esse tipo de comportamento, pois esse comportamento é natural dos roedores. 
Já o manejo de maneira geral, deve ser feito de maneira firme, mas que de toda maneira seja evitado estresses desnecessários. De acordo com Andrade (2006), os camundongos são animais de pequeno porte, ágeis e ativos. Os camundongos adultos podem ser levantados pela base da cauda, mas o seu peso deve ser suportado pelas mãos do manipulador ou por outra superfície, o mais rápido possível. Caso ao manejar o camundongo e o mesmo for levantado por qualquer outra parte da cauda que não seja a base, o mesmo poderá atacar o manipulador. 
O manejo de sexagem dos camundongos adultos é baseado por meia da visualização dos testículos. Já nos camundongos mais jovens, quando os órgãos sexuais não são tão obviamente diferentes, a distância ano-genital é o principal critério para a diferenciação. Nesses casos, existe uma clara separação entre o ânus e o pênis dos machos enquanto que a distância entre o ânus e a abertura genital nas fêmeas é bem menos evidente (Santos, 2002b).
Segundo Chorilli, Michelin e Salgado (2017), para uma total imobilização do camundongo, segura-se a pele da nuca com o polegar e o indicador, virando-se a mão de maneira que ele fique com o abdômen voltado para cima, prende-se então a cauda entre o terceiro e quarto dedo (apud Garvey et al., 1977).
Ainda de acordo com Segundo Chorilli, Michelin e Salgado (2017), outro manejos são importantes, como a coleta de sangue. Prática essa necessária para uma grande variedade de estudos científicos e há uma grande diversidade de métodos disponíveis. Onde deve-se ter atenção pois pode resultar em estresse ao animal, podendo interferir nos dados da pesquisa. 
São descritas na literatura técnicas que não requerem anestesia para coleta de sangue, técnicas que precisam de anestesia e procedimentos terminais. Dentre as técnicas que não requerem anestesia, destaca-se a coleta de sangue da veia safena e da veia dorsal pedal. Exemplo de coleta que requer anestesia é a técnica de retirada de sangue da veia jugular, além de procedimentos terminais, como punção cardíaca (Hoff, 2000; Bronstad, 2001; (Segundo Chorilli, Michelin e Salgado, 2017). A escolha correta do local em que o sangue será coletado, bem como a técnica empregada para tal fim, é de extrema importância. 
Van Herck et al. (1998) citam, que a coleta de sangue dos sinos orbitais pode resultar em problemas irreversíveis como ulcerações oculares. Hoff (2000) cita uma série de fatores que devem ser considerados na escolha da técnica e do local de coleta de sangue em camundongos, como a frequência da coleta, uso de anestésicos, efeito nos parâmetros sanguíneos, volume requerido, dentre outros, com o objetivo de se obter dados mais confiáveis, de forma a estressar de maneira menos intensa os animais empregados nos estudos.
Já em relação as formas de administração de substancias, de acordo com Neves, Mancini Filho e Menezes (2013), pode-se dizer que os meios podem ser vários, porém as principais são via oral, método esse mais simples para a administração, pois consiste em dar a substância misturada à comida ou à água potável. A quantidade de alimento e água que o animal ingere deve ser conhecida, para calcular a substância a ser misturada. Outro método muito utilizado é a administração subcutânea, método esse de manejo fácil e raramente dolorosa. A velocidade de absorção é inferior em comparação às vias intraperitoneais e intramusculares. Essa administração de substancias é geralmente realizada na pele solta das áreas dorsolaterais do pescoço, do ombro e dos flancos. Nesse procedimento, o animal é contido manualmente e, então, apoiado sobre uma toalha ou superfície limpa, a agulha é inserida sob a pele solta, apreendida com o polegar e o indicado, e, em seguida, injeta-se a substância. E por fim entre os métodos mais utilizados se tem as administração intramuscular, administração endovenosa e administração intraperitoneal. 
A administração intramuscular é usada para pequenos volumes, pois o músculo dos ratos e camundongos é de pequeno porte. A substância é injetada no músculo da porção posterior das patas traseiras, devendo ser direcionada para longe do fêmur e nervo ciático. Quando o animal está anestesiado ou manualmente contido, a ponta da agulha é inserida através da pele e no músculo.
A administração endovenosa é a administração de substância diretamente na corrente sanguínea do animal. A vantagem dessa via sobre as outras e que podem ser administradas soluções com pH alto ou baixo, e são absorvidas mais rapidamente. A administração geralmente é lenta, evitando-se que a solução extravase para fora da veia. Essa técnica, apesar de parecer simples, exige conhecimento e habilidade do operador. As veias laterais dos camundongos são facilmente visualizadas, porém são de pequeno diâmetro. Se não for utilizada anestesia, deve-se utilizar um dispositivo artificial de contenção. A cauda é então aquecida com lâmpada ou toalha quente ou até mesmo imersa em água morna (40 °C). Para dilatar os vasos, limpar a cauda com álcool 70% em uma gaze ou cotonete. 
E por fim a administração intraperitoneal, onde o animal deve ser contido pelo dorso o animal é posicionado com a sua face ventral voltada para cima. Normalmente, a injeção é aplicada no quadrante posterior do abdome, do lado direito do animal e do esquerdo do operador. A substância é injetada na cavidade peritoneal entre os órgãos abdominais. Algumas limitações da via intraperitoneal são a sensibilidade do tecido a substâncias irritantes e menos tolerância a soluções de pH não fisiológicos, contudo é uma via que suporta grandes volumes
4. TÉCNICAS DE SEGURANÇA NA EXPERIMENTAÇÃO COM CAMUNDONGOS
Como já citado anteriormente, são muitos os animais que podem ser usados em experimentos de pesquisas e didáticos, e os cuidados necessários nesses experimentos são bastantes rigorosos para que sejam evitados acidentes.
De acordo com Chorilli, Michelin e Salgado (2017; apud Marona, 2003), na utilização dos camundongos em experimentos é exigido a necessidade de profissionais qualificado que consigam atender as exigências dos procedimentos realizados nos experimentos realizados para fins didáticos/científicos, para que se tenha melhores resultados e desenvolvimentos/inovações tecnológicas.
Quando se tem o uso de camundongos, é necessário se ter em mente que a proteção tanto dos animais como do pesquisador é fundamental, evitando assim a ocorrênciade problemas acidentais como mordidas e arranhões, entre outros que podem ocorrer. Dessa forma, são determinados procedimentos e cuidados obrigatórios para utilização dos animais, como o uso de EPIs, e quando necessário EPCs.
5. CONCLUSÃO
Cada vez mais tem sido buscado técnicas que otimizem as os experimentos científicos/didáticos e que estejam em conformidade com a práticas de bem-estar animal. Sendo assim, é importante destacar o grande uso dos camundongos para essas técnicas e devido a semelhança genética entre esses animais e a espécie humana, sendo assim usados para buscar a cura de doenças e desenvolvimento cientifico sem que ocorra estresses desnecessários a esses animais, pois caso o bem-estar animal não esteja sendo proporcionado, se é necessário o uso de técnicas alternativas que substituam a utilização animal para o experimento. 
Sendo assim, relevante ressaltar a importância da zootecnia em relação aos dados biológicos do animal em questão, a analise do tipo de experimento a ser realizado, o local, a alimentação que será fornecida, entre outros, sempre visando a garantia do bem-estar e a redução de acidentes e erros que podem ocorrer.
REFERÊNCIAS
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