Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Esquizofrenia e os sintomas psicóticos Deteriorização mental em jovens – decadência no funcionamento Fase terminal “dissolução psíquica” e evolução progressiva 4 As – Associação de ideias, Autismo, Ambivalencia e Afeto Transtorno mental grave caracterizado por: - Perda de contato com a realidade (perda do juízo – no leigo e na realidade) - Comportamentos anormais (desorganizados), causando prejuízos sociais e funcionais - Comumente associado a comorbidades clinicas e psiquiátricas – geralmente não se cuidam É crônico, a partir do momento que inicia com crises psicóticas, a tendência é cornificar e so tende a piorar com o decorrer do tempo se não for tratado com medicamentos Usualmente aparece na fase mais tardia da adolescência ou no inicio da idade adulta (20 anos), mas como é uma doença de caráter crônico. É incomum ter o primeiro episodio psicótico na fase idosa, mas acontece. Apesar do avanço no tratamento, ainda representa uma enorme sobrecarga para os pacientes e seus familiares. Tem prejuízo das funções ocupacionais e sociais, pois são pessoas que não conseguem trabalhar e se sustentar Apresentam sintomas diferentes em múltiplos domínios, de forma muito heterogênea em diferentes indivíduos Etiologia Fatores ambientais pré e perinatais – complicações obstétricas (infecção viral, CMV, toxoplasmose, inanição, processos autoimunes) Fatores ambientais pós-natais – traumas, estresses, violências, abuso, uso de drogas OBS: Uso de substancias psicoativas e psicodélicos causam uma vulnerabilidade maior, principalmente na adolescência, para os primeiros episódios psicóticos Genéticos – risco proporcional ao grau de parentesco Fisiopatologia – a hipótese dopaminérgica Os sintomas psicóticos estão associados à hiperatividade dopaminérgicas em regiões cerebrais especificas – Davies, 1991 1- A eficácia e a potencia da maioria dos antipsicoticos – antagonistas dos receptores de dopamina D2 2- Os agentes que aumentam a atividade dopaminérgica (ex: anfetamina), são psicotomiméticos 3- Clorpromazina produzia efeitos neurológicos semelhantes à doença de Parkinson. Em altas doses ela não melhorava o parkinson, ela piorava o Parkinson Existem uma serie de vias dopaminérgicas: Via mesolímbica – sai da área tegmentar ventral no mesencéfalo e vai para o sistema límbico, nos núcleos da base (Nucleus Accumbens) – na esquizofrenia tem um hiperfuncionamento (dopamina de sobra) dessa via, gerando os sintomas positivos, alucinações e delírios, principalmente Via mesocortical - sai da área tegmentar ventral no mesencéfalo e vai ate o córtex pré-frontal (2 partes – dorso lateral e ventro medial) – na esquizofrenia tem uma ausência de dopamina, gerando sintomas negativos, que podem ser cognitivos (conhecimento, aprendizado, memoria) e sintomas afetivos VIAS DE EFEITOS COLATERAIS: Via nigroestriatal – sai da substancia nigra no mesencéfalo e vai ate a parte estriado, que são nucelos da base. Substancia negra tem a ver com movimento, ou seja, as medicações psicóticas vao causar como efeito colateral distúrbios do movimento Via túberoinfundibular – sai do hipotálamo e vai ate a adeno hipófise. Na adeno- hipofise, vai haver uma alteração no metabolismo de prolactina Neurotransmissores A dopamina é o principal receptor de neurotransmissor atrelado a esquizofrenia Serotonina – antagonistas de receptores 5HT 2ª no córtex pré-frontal melhoram sintomas alucinógenos Glutamato – antagonismo influi na gerencia de disponibilidade de dopamina em locus específicos, ou seja, quando mais glutamato na via, mais dopamina nessa mesma via GABA – interligação importante entre vias dopaminérgicas e glutamatergicas Psicopatologia Positivos – sintomas que estariam ausentes na normalidade, - alucinação, delírios, agitação psicomotora e alterações comportamentais em geral (violência, agressividade) ... Negativos – ausência de manifestações psíquicas que deveriam estar presentes – embotamento afetivo, apatia (movimentação mais econômica), anedonia, alogia... Os sintomas positivos são mais visíveis e notórios para os avaliadores do que os negativos. Mas o observador tem que ter uma sensibilidade maior para identificar, tem que ser procurados e avaliados de maneira mais proativa Prejuízos cognitivos são alterações primarias da esquizofrenia Sintomas positivos – representam uma grave distorção na apreensão da realidade, impedindo o indivíduo de se relacionar de forma apropriada com o meio externo - Alucinação: falsa percepção sensorial sem estimulo externo real, como vozes que comentam ou que conversam entre si, uma voz externa ao corpo. OBS: Alucinação é diferente de ilusão. Ilusão é uma alteração da interpretação, mas o objeto está presente Ex: Você viu um filme de terror de bicho, ver o cabideiro se mexendo e sente medo pensando que é o bicho no cabideiro - Delírios: alteração no juízo de realidade, certeza irremovível (tem convicção completa que aquilo faz sentido e a argumentação não muda a interpretação). O delírio mais comum é o persecutório (perseguição), mas tem outros como o de referência (tem 4 pessoas conversando e elas estão falando sobre você), influencia (alguém manda nela por chip, por wifi) e delírio de ciúmes Ex: Ver um gato preto e tem certeza que alguém vai morrer Ex: Coloca na cabeça que a pessoa que está usando preto vai mata-la OBS: Se a pessoa consegue ser convencida do fato real e do possível delírio, pode ser apenas um erro. Mas se a pessoa tiver uma certeza irremovível de algo que não faz sentido, deve pensar em delírio e delírio so é removido com medicamento - Comportamento: desorganização, bizarros, atitude estranhas, vestes estranhas, agitação psicomotora - Discurso: pobreza, desconexo, incoerência, falta de logica, neologismos (palavras e/ou expressões que so ele entende – pode desenvolver línguas que so ele entende, muitas vezes relacionado com religiosidade) Sintomas negativos - Embotamento afetivo – expressão facial inalterada, diminuição dos movimentos espontâneos, pobreza de gestos expressivos, pouco contato visual, diminuição ou ausência de resposta afetiva, falta de modulação vocal Abulia-apatia – deficiência nos cuidados pessoais e na higiene, falta de persistência no trabalho ou nos estudos, anergia física Alogia – pobreza de fala, pobreza de conteúdo da fala, bloqueio de pensamento e maior latência de resposta Anedonia – poucos interesses, poucas atividades recreativas, comprometimento das relações afetivas e poucos relacionamentos com amigos OBS: Anedonia é comum em depressão, mas também aparece em esquizofrenia Características clinicas – curso e evolução A história natural costuma ter algumas alterações de comportamento durante a infância/adolescência (isolamento social, prejuízos escolares, diminuição da funcionalidade, comportamentos estranhos, etc) mas é depois do final da adolescência e depois dos 20 anos mais ou menos que começa a ter episódios psicóticos, e a medida que os episódios psicóticos acontecem, vai ocorrendo a perda de cognição e funcionamento e os sintomas negativos ficam mais prevalentes depois de muitos episódios, sendo menos comuns as alucinações e delírios da velhice de pessoas que vários episódios psicóticos na vida adulta O objetivo do tratamento é para evitar os momentos psicóticos e preservar mais a cognição Esquizofrenia paranoide – subtipo do CID 10 Atrelada aos sintomas positivos – alucinações, delírios, agitação e paranoia Esquizofrenia hebefrenica Indivíduos que adoecem no final da infância e inicio da adolescência, indivíduos mais jovens Apatia, desorganização, discurso pobre e isolamento social – prognostico reservado Esquizofrenia catatônica Relacionado com alterações de movimento Negativismo ativo, estupor, flexibilidade cerácea (pessoas queconseguem passar minutos e ate hora na mesma atitude, chega ate a opstotono – imitando a tetania) – é raro Esquizofrenia residual Pobreza, pouco discurso, isolamento, negativos e crônicos Esquizofrênico que envelhece, é chamado de esquizofrênico residual, praticamente não produzem mais sintomas – demência precoce, chega na idade de 40-50 anos Fisiopatologia Atrofia cerebral (límbico, frontal, temporal) – aumento de ventrículos, sulcos e giros, alteração dos núcleos da base. Diminui a parte branca e cinzenta que é a matéria cerebral e neuronal, parece muito com demência Estudos de neuroimagem funcional – funcionamento de glicose no cérebro Hiperatividade em regiões temporais e límbicas + Hipoatividade no córtex frontal e pré frontal - Diagnósticos diferenciais EM PSIQUIATRIA - Transtorno bipolar de humor – também podem ter sintomas psicóticos em mania. Mas no paciente bipolar o humor é que chama mais atenção (taquilalicos, não dormem, energia demais, delírio relacionado a GRANDIOSIDADE). E na depressão é ao contrario, são depressões relacionadas a negativismo, morte - Episodio depressivo grave com sintomas psicóticos - Transtorno delirante persistente – delírios persistente por mais de 2 anos, sem psicose - Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) – o pensamento intrusivo repetitivo pode ser tao grave que beira a psicose NA CLINICA MEDICA Delirium Substancias psicoativas – abstinência alcoolica, intoxicação por cocaína, psicodélicos Epilepsia do lobo temporal Neurossifilis OBS: Pacientes psicóticos é principalmente auditivas. Normalmente a alucinação de pacientes não psiquiátricos é uma ilusão ou alucinação visual Tratamento Recaída é bastante comum, e como a medicação pode ser tomada varias vezes ao dia pode ocorrer o uso inconstante da medicação, principalmente em episódios psicóticos Reconhecer prodromos Educar sobre as razoes do uso da medicação – explicar o tratamento, ver as condições do paciente, comunicar efeito adverso, educar o acompanhante Monoterapia - evitar associações e respeitar histórico pregresso Alguns efeitos colaterais estão ligados à não adesão ao tratamento correto Antipsicoticos típicos (1ª geração) Antipsicoticos típicos visam o bloqueio de receptores D2 dopaminergicos, pós-sinapticos, nas regiões mesolímbica e mesocortical. - Eficácia em sintomas positivos - Pouco efeito em sintomas negativos - Associados a efeitos extrapiramidais OBS: São ótimos para delírio, alucinação e agitação Haloperidol, Periciazina, Pimozina, Clorpromazina, Levomepromazina, Tioridazina Haloperidol – comprimido de 1 e 5 mg Dose habitual é 5-10 mg – 1 ou 2 cp por dia Ampola de 5 mg/ml – para uso de sala de emergência para agitação psicomotora Ampola de deposito (injeção – ajuda na adesão) 70,52 mg a cada 15 ou 21 dias Efeitos colaterais: - Distonia aguda: contrações musculares intensas após a introdução do antipsicotico, principalmente nos olhos, língua, pescoço e pulsos Tratamento de distonia é com anticolinérgicos (biperideno) IM ou EV - Parkinsonismo: distúrbio de movimento que mimetiza o Parkinson, com rigidez muscular, tremores, caminhada pequena e sinal da roda denteada Tratamento do parkinsonismo é com anticolinérgicos (biperideno) IM ou EV - Acatisia: sensação subjetiva intensa de inquietude interna (da vontade de sair correndo louca), irritabilidade ou disforia. É um bloqueio dopaminérgico nas vias dopaninergicas mesolimbicas e mesocorticais Tratamento da acatisia é com betabloqueadores de ação central (Propanolol) ou benzodiazepínicos OBS: Plasil também causa acatisia - Hiperprolactinemia: pode causar ginecomastia em homens, galactorreia e amenorreia Antipsicoticos atípicos (2ª geração) Antipsicoticos atípicos que bloqueiam os receptores serotoninérgicos pré-sinapticos (5HT2) e a ação antagonista D2 seletiva - Eficácia em sintomas positivos - Eficácia em sintomas negativos e cognitivos - Pouco associados a efeitos extrapiramidais Risperidona (dose de 2-6 mg), Olanzapina (5-20 mg) e Quetiapina (200-300 mg de liberação prolongada) OBS: Quetiapina de 25 e 100 mg (liberação rápida) é para sedação. A dose terapêutica para psicose 200-300 mg, ou seja, doses altas de quetiapina tem que ser administradas com liberação prolongada, para que não promovam sedação profunda nesses pacientes por causa da dose alta Efeitos colaterais – relacionados a risco cardiovascular, aumentam cintura abdominal, peso, triglicerídeos e glicemia
Compartilhar