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AUDITORIA FINANCEIRA(1)

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Auditoria Financeira
1ª edição
2017
Auditoria Financeira
3
Palavras do professor
Olá, seja bem vindo à disciplina de Auditoria Financeira. Mas afinal o que é 
Auditoria Financeira? Qual a importância desta disciplina para a sua atua-
ção cotidiana como profissional?
Ao escolher o curso de Ciências Contábeis cada um de vocês fez esta 
escolha profissional baseado na sua história de vida de cada um de vocês. 
Este desejo que você possui de se tornar um futuro contador ou um 
futuro auditor, o motiva a estar agora lendo este material educativo que 
eu enquanto professor, a partir de conhecimentos adquiridos ao longo de 
minha vida em contato com outros professores ou mediadores, me possi-
bilita disponibiliza-los a vocês.
Esta relação que agora estabelecemos de compartilhar o conhecimento 
se dá cotidianamente dentro e fora do meio acadêmico, mediada presen-
cialmente ou virtualmente, ocorre na nossa relação com a nosso contato 
com profissionais da área contábil e da área de auditoria, sempre estamos 
ora aprendendendo, ora ensinando.
A disciplina Auditoria Financeira que é uma disciplina que os capacitará 
para revisar as demonstrações contábeis, as demonstrações financei-
ras, os registros e as transações de uma empresa, cuja finalidade é a de 
assegurar a segurança das informações e proporcionar credibilidade as 
demonstrações financeiras e contábeis. Você está preparado para este 
desafio? Você consegue se visualizar como um profissional apto para revi-
sar as demonstrações contábeis de uma empresa, elaborando um relató-
rio final para ser apresentado para os gestores da empresa? Então vamos 
lá! ...
Dividida em oito unidades de aprendizagem nesta disciplina vamos refle-
tir sobre o conceito e a função da auditoria nas organizações, sua impor-
tância, seus papéis de trabalho e seu relatório final, de forma que possam 
nos ajudar a melhor exercer a nossa profissão.
Sejam todos bem vindos e bom curso para todos!!!
1
4
Unidade de estudo 1
Conceito e Modalidades de 
Auditoria Financeira e Contábil
Para iniciar seus estudos
A Auditoria é a técnica contábil que visa obter elementos de modo a ter-
-se convicção para julgar as demonstrações contábeis de uma entidade 
foram efetuados conforme os princípios de contabilidade fundamentais 
e se refletem a situação econômico da entidade, o resultado do período 
examinado e as demais situações e informações nele demonstrados.
Objetivos de Aprendizagem
• Conhecer o Conceito e os Tipos de Auditoria.
• Conhecer os Princípios Básicos de Auditoria. 
5
Auditoria Financeira | Unidade de estudo 1 – Conceito e Modalidades de Auditoria Financeira e 
1. Conceito de Auditoria
A palavra auditoria vem de um termo em latim “audire”, que significa “ouvir”. Os primeiros povos a aplicarem a 
auditoria na contabilidade foram os ingleses, que na época utilizavam, como termo a palavra auditing, que nada 
mais eram que procedimentos técnicos contábeis que revisavam a contabilidade, por simples conferência.
Mas se formos analisar na antiguidade, no Egito Antigo, os escribas já possuíam técnica de contabilidade, e revi-
saram as informações relativas aos bens, especialmente no estoque e grãos. Esse método era tão antigo quanto 
a escrita.
Mais adiante, nos séc. XV e XVI, a contabilidade como a conhecemos, foi desenvolvida pelos italianos, sendo que 
o primeiro Colégio de Contadores surgiu em Veneza, no ano de 1581. Os jovens aprendizes nessa época, passa-
vam por um período de 6 anos de aprendizado, e após isso passavam por uma prova, para serem admitidos como 
alunos. 
A auditoria por esse período, se restringia a simples conferência das informações contábeis, e se restringia mais 
a parte operacional.
Com o surgimento da Revolução Industrial, as organizações se tornaram mais complexas, exigindo por isso 
mesmo, um controle patrimonial/financeiro mais aprimorado.
Com o surgimento dos tributos, circulação de capitais, investimento em mão de obra e patrimônio, a contabili-
dade foi se tornando mais complexa, e a auditoria foi se evidenciando como uma técnica contábil mais apurada, 
e um importante recurso para orientar os fatos contábeis, e a estratégia da empresa para obtenção de mercado.
Com a expansão de seus negócios e a globalização, as empresas têm a necessidade de revisar seus controles 
internos e todos os seus procedimentos operacionais, gerenciais, financeiros, bem como; também a necessidade 
de uma pessoa que auxiliasse na administração e na execução destas atividades. Surgiu então o auditor que 
realiza este trabalho de maneira periódica, que pode exigir ou não um certo grau de profundidade. Não neces-
sariamente o papel do auditor, visa somente a área contábil/financeira da empresa, bem como também outras 
áreas não relacionadas com a financeira, principalmente para o fato de verificar-se se as normas internas da 
organização vêm sendo seguidas. 
Então, na atualidade como podemos definir hoje a auditoria? Hoje a auditoria é basicamente a analise sistemática 
das rotinas, procedimentos, informações de uma entidade, através de suas demonstrações financeiras. Sua fun-
ção primordial, é oferecer as pessoas interessadas (sócios, sociedade, fisco, governo) um posicionamento neutro 
sobre esses números tendo como embasamento principal normas e procedimentos contábeis/financeiros.
Então podemos dizer que a Auditoria é um exame analítico de uma determinada operação contábil, ou finan-
ceira, cujo objetivo é atestar sua validade.
6
Auditoria Financeira | Unidade de estudo 1 – Conceito e Modalidades de Auditoria Financeira e 
Figura 1 – Conceito de Auditoria
Legenda: Conceito de Auditoria
Fonte: https://pt.123rf.com
Segundo as Normas Internacionais de Auditoria, a auditoria tem como principal objetivo expressar a opinião 
sobre as demonstrações contábeis e se estas foram elaboradas com adequações e diretrizes referentes aos Prin-
cípios Fundamentais de Contabilidade, as normas da organização auditada, proporcionando credibilidade à Con-
tabilidade.
Ao profissional que é responsável pelos trabalhos de auditoria, dá-se o nome de auditor, e uma de suas prerro-
gativas é ser essencialmente formado no Curso de Ciências Contábeis. 
Figura 2 – O Auditor
Legenda: Profissional responsável pelos trabalhos de Auditoria
Fonte: https://pt.123rf.com
Conforme o Conselho Federal de Contabilidade, quando o auditor assume a responsabilidade pela auditoria de 
uma entidade, tem que se ter conhecimento suficiente desta entidade, de suas normas, de sua atividade, de sua 
atuação, de modo que assim, este profissional entenda todos os procedimentos realizados, e práticas contábeis 
7
Auditoria Financeira | Unidade de estudo 1 – Conceito e Modalidades de Auditoria Financeira e 
efetuadas que são relevantes a situação patrimonial e financeira da empresa, de maneira a atingir os objetivos 
propostos, dentro da legislação.
Em seu aspecto sistêmico, a auditoria não só auxilia a administração da entidade, na tomada de decisões, bem 
como através de seus relatórios, evidencia erros, omissão ou fralde, para salvaguardar o patrimônio da entidade.
Então a Auditoria objetiva, após a aplicação de procedimentos pautados em normas profissionais reconhecidas, 
expressar uma opinião no relatório do auditor sobre as demonstrações financeiras que em resumo abrange as 
práticas adotadas no Brasil, os Princípios Contábeis, as Normas Brasileiras de Contabilidade e a Legislação per-
tinente.
Os Princípios Fundamentais da Contabilidade (Pcs) tiveram sua origem diante da necessidade de realizar um 
procedimento uniforme na prática contábil e por extensão à auditoria. Principalmente pelo fato de elaborar e 
interpretar apropriadamente as demonstrações financeiras/contábeis. Hoje temos no Brasil os princípios contá-
beis apresentados pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) através da Resolução n. 750/1993, e redação 
dada pela Resolução CFC n. 1.282/2010; quais sejam: Princípio da Entidade; Princípio da Continuidade; Princípio 
da Oportunidade; Princípio do Registropelo Valor Original; Princípio da Competência e por último, Princípio da 
Prudência.
Por princípio da entidade podemos entender que o Patrimônio da pessoa do sócio não se pode confundir com o 
Patrimônio da pessoa da empresa, ou seja, cada um possui própria Personalidade e Patrimônio próprios. Desta 
forma, os registros contábeis devem ser elaborados considerando-se o sócio como personalidade autônoma se 
comparado à empresa. Por Princípio da Continuidade “pressupõe-se que a entidade continuará suas atividades 
por tempo indeterminado e, portanto, livre de mensuração de tempo. Esse princípio determina que os registros 
contábeis devem ser feitos tendo como premissa principal que a empresa terá́ vida contínua e não terá fim.
Por princípio da oportunidade pode-se entender como a mensuração e apresentação dos componentes patri-
moniais de modo que produza informações que sejam reais e de confiança. A falta de integridade na divulgação 
das informações contábeis, podem ocasionar perda em sua importância, por isso é necessário equilibrar a relação 
entre a oportunidade e a confiabilidade da informação”. Em resumo, esse princípio menciona que os registros 
contábeis devem ser feitos oportunamente, ou seja, sempre no tempo correto. A escrituração dos fatos contá-
beis deve integra e isenta de erros.
O registro pelo valor original considera que os valores utilizados pela empresa devem ser lançados em moeda 
corrente nacional, e originados das transações que foram realizadas. O custo histórico e variações são conside-
rados como referenciais de mensuração e devem ser utilizadas de diferentes formas. Essas variações do custo 
histórico ocorrem pelos seguintes fatores: 
a. custo corrente (valores na data das demonstrações contábeis); 
b. valor realizável (valor da venda do ativo ou do pagamento do passivo no decurso das operações); 
c. valor presente (valor presente do componente patrimonial); 
d. valor justo (valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liquidado, em uma operação que 
não ocorre favorecimentos); e 
e. atualização monetária (atualização realizada em moeda corrente nacional). O registro pelo valor original 
significa que as transações devem ser registradas pelo seu valor histórico considerando, quando neces-
sário, as variações do custo destas operações.
O Princípio da competência estabelece que “o fato contábil deve ser reconhecido no período que ocorrer, inde-
pendentemente do recebimento ou do pagamento”. Assim, as receitas e despesas, que entendemos como um 
grupo de contas que determinarão o lucro ou o prejuízo de uma empresa, devem ser registradas, no momento 
que ocorrerem (seja no momento da prestação do serviço ou no momento da colocação da mercadoria à dispo-
sição do cliente), e isto entendemos como o fato gerador.
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Auditoria Financeira | Unidade de estudo 1 – Conceito e Modalidades de Auditoria Financeira e 
Por Princípio da prudência entendemos que deve ser adotado o menor valor para os componentes (contas) do 
ativo e de maior valor para os do passivo, por ser um entendimento mais justo, mais prudente. Desse modo, como 
princípio, indica que se houver duas situações idênticas que devam ser registradas na contabilidade, o senso con-
tábil determina que devemos adotar sempre o que é mais prudente, mais sensato. Então adota-se maior despesa 
e menor receita, e valores menores para os bens e direitos (Ativo) e maiores para as obrigações (Passivo).
O auditor também examina e pode avaliar o grau de confiança dos controles internos que a empresa possui, mas 
não se preocupa em identificar fraudes, a não ser que estas afetem as demonstrações contábeis em exame, em 
observância com a Resolução do Conselho Federal de Contabilidade nº 700/91, que aprovou as normas de audi-
toria independente das demonstrações contábeis.
Apesar da Auditoria ser regulamentada no país no início da década de 60 em função da exigência do Mercado 
de Capitais essa atividade nos últimos anos tem sofrido diversas modificações relacionadas a atividade auditorial 
principalmente pelo Conselho Federal de Contabilidade, que está buscando adequar essa atividade as Normas 
Internacionais de Contabilidade.
As Normas Brasileiras de Contabilidade Profissionais (NBC P) definem regras de exercício profissional e classifi-
cam-se em:
• Geral (NBC PG); do Auditor Independente (NBC PA); do Auditor Interno (NBC PI); do Perito (NBC PP)
As Normas Brasileiras de Contabilidade Técnicas (NBC T) definem conceitos doutrinários, regras e procedimentos 
aplicados de Contabilidade e classificam-se em:
• Geral (NBC TG); 
• do Setor Público (NBC TSP); 
• de Auditoria Independente de Informação Contábil Histórica (NBC TA); 
• de Revisão de Informação Contábil Histórica (NBC TR); 
• de Asseguração de Informação Não Histórica (NBC TO); 
• de Serviço Correlato (NBC TSC); 
• de Auditoria Interna (NBC TI); 
• de Perícia (NBC TP); 
• de Auditoria Governamental (NBC TAG).
A Auditoria Contábil, no Brasil, passou por uma reformulação normativa com base nos padrões estabelecidos 
pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC), na condição de membro associado da Internacional Federativo 
of Accounting (IFAC), ou, traduzindo, Federação Internacional de Contadores, devidamente autorizado, e com o 
apoio do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon).
Os auditores privados e públicos do Brasil, não possuem um Código de Ética ainda. Mas no que se refere aos audi-
tores, quanto a obediência de Normas, existem normas de auditoria que trazem alguns preceitos éticos, princi-
palmente a independência, responsabilidade, integridade e sigilo. No que se refere aos auditores públicos, estes 
também não possuem um código com normas éticas, mas há também regras e estudos que mencionam sobre a 
matéria, além dos relevantes preceitos da atual Constituição Federal, aplicados ao Auditor Público, e o Código de 
Ética dos Servidores Públicos do Governo Federal (Decreto n. 1.171de 22.06.94).
Para as demonstrações financeiras/contábeis das Sociedades Anônimas (S/As), é adotado no Brasil, o que deter-
mina a Lei n. 6.404/1976 que estabelece as seguintes demonstrações obrigatórias para este tipo de empresa: 
Balanço Patrimonial, demonstração do resultado do exercício, demonstração dos Lucros ou Prejuízos acumu-
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Auditoria Financeira | Unidade de estudo 1 – Conceito e Modalidades de Auditoria Financeira e 
lados, opcionalmente substituída pela demonstração das mutações do Patrimônio Líquido, demonstração do 
Fluxo de caixa e demonstração do valor adicionado. As S/As, além de serem obrigatoriamente auditadas, devem 
elaborar, a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido.
Segundo as Normas do Conselho Federal de Contabilidade, a Auditoria Independente de Demonstrações Finan-
ceiras tem como principal objetivo, verificar se as demonstrações financeiras e contábeis foram elaboradas de 
acordo com a estrutura de relatório financeiro que é um padrão estabelecido, que, no Brasil, é denominado prá-
ticas contábeis brasileiras e compreendem: 
• legislação societária, 
• Normas Brasileiras de Contabilidade, emitidas pelo Conselho Federal de Contabilidade, 
• pronunciamentos, interpretações e orientações emitidos pelo Comitế de Pronunciamentos Contábeis 
(CPC).
• práticas adotadas pelas entidades em assuntos não regulados, desde que seja atendida à NBC T 1 — 
Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis emitida pelo Con-
selho Federal de Contabilidade.
O foco central dos trabalhos da Auditoria é o exame dessas demonstrações contábeis/financeiras, com o objetivo 
de emitir um relatório sobre sua adequação.
O exame auditorial contábil tem como objetivo considerar a possibilidade de ocorrência de fraudes e erros. Na 
ocorrência relevante das mesmas, é função do auditor fazer observações em seu parecer ou expressar que suas 
análises foram realizadas de acordo com as Normas de Auditoria. Sendo assim, este exame não tem como pro-
pósito descobrir fraudes e erros.
Embora a auditoriacontábil seja um procedimento importante e indispensável para o controle de uma organi-
zação, esta não deve ser considerada como imune a imperfeições ou falhas. A auditoria contábil muitas vezes é 
limitada no momento em que as imperfeições detectadas não assumem mais uma característica contábil, ou 
seja, abrangem, além dos controles patrimoniais, aspectos, como os voltados mais para a área de engenharia de 
produção ou de pesquisa operacional. Assim, a auditoria na área de custos pode detectar situações provenientes 
do conflito entre os custos-padrão com os custos reais, porém, mas não é capaz de identificar se essa divergência 
é decorrente de um desenho de projeto com baixa qualidade ou se é decorrente de uma regulagem de máquinas 
deficiente. Nesse sentido, essas situações, não são de competência da auditoria contábil.
A auditoria confirma a própria finalidade da Contabilidade, avaliando se os registros estão corretos, os confir-
mando aos administrados, ao fisco e até mesmo aos financiadores a fidedignidade das demonstrações contá-
beis. Essa garantia, o da credibilidade, é um dos pontos centrais da auditoria.
O auditor deve analisar essencialmente o controle interno da empresa, que tipo de negócio ele faz, interpretar as 
normas contábeis aplicadas para as principais práticas utilizadas pela empresa. O auditor quer saber essencial-
mente onde estão os maiores problemas da empresa, e para chegar a essa conclusão, a análise dos demonstra-
tivos é essencial, mas não é o único objeto de pesquisa.
Esse levantamento inicial, geralmente é feito porque o auditor solicita para a empresa diversos documentos, 
além das demonstrações financeiras, e geralmente o trabalho do auditor não atinge 100% das documentações 
utilizadas pela empresa. Esse trabalho é feito por amostragem.
Se o auditor identificar uma operação realizada de maneira incorreta, ele deve solicitar que a empresa realize as 
correções necessárias, sob pena de ter essa identificação mencionada nos relatórios finais de auditoria.
Cabe a empresa, então, a não negar o fornecimento de documentações, essenciais a esse trabalho, nem tam-
pouco, oferecer documentos falsos ou omitir a entrega de documentação, de modo a direcionar o trabalho do 
auditor, de maneira incorreta, porque a parte interessada, a empresa será a maior prejudicada, se assim proceder.
10
Auditoria Financeira | Unidade de estudo 1 – Conceito e Modalidades de Auditoria Financeira e 
As possibilidade que o auditor pode atuar são as mais variadas, sendo que as principais relacionadas com seu 
trabalho, se refere a sua atuação em empresas que negociam ações em bolsas de valores, ou aquelas empresas 
que pretendem negociar. 
Estas empresas precisam passar por diversos procedimentos de auditoria.
Os auditores também podem atuar em auditoria de instituições financeiras, em empresas de planos de saúde, e 
em sociedades sem fins lucrativos.
Por fim, o auditor pode atuar também internamente dentro de empresas que realizam trabalhos de auditoria, 
inicialmente como trainee, ou como estagiário.
Nestas empresas, geralmente obedece ao plano de carreira, conforme número de auditorias realizadas, e assim o 
profissional pode até mesmo a ter seu negócio próprio, como sócio de uma empresa de auditoria, e diretamente 
responsável pelas operações da empresa.
E por fim, pode atuar como profissional independente, atuando de forma mais autônoma.
Muitos auditores, após o período de trabalho em empresas de auditoria, respeitados os prazos previstos em lei 
para seu término, atuam mesmo como consultores empresariais; inclusive em empresas que realizaram traba-
lhos de auditoria, por já possuírem notório conhecimento da atividade da empresa, e de sua área de atuação, 
por conhecerem os métodos que a empresa adota no mercado de trabalho e principalmente por conhecerem as 
principais técnicas que a empresa adota, e procedimentos contábeis efetuados.
Figura 3 – Trabalho da Auditoria
Legenda: Auditor realizando seu trabalho
Fonte: https://pt.123rf.com
Geralmente, as pessoas em um primeiro momento, quando se fala em auditoria em uma empresa, tem em 
mente, que será feita uma investigação da empresa, a fim de descobrir pontos obscuros nas operações finan-
ceiras e contábeis, no entanto não é este o ponto chave da auditoria. Na realidade nem o é. Que fique claro que 
a auditoria está inserida dentro de um contexto em que se procura apurar pelo exame de documentos, fatos 
e origens contábeis financeiras, eventuais irregularidades e equívocos realizados, para acertos e correções em 
demonstrações futuras.
A análise das demonstrações financeiras, se são integras e fidedignas; as formas utilizadas para a informação dos 
dados, se os sistemas utilizados pela empresa estão em conformidade com a legislação, se os ativos da empresa 
estão sendo protegidos pelos procedimentos contábeis/financeiros realizados; e se há economia e eficiência 
nestes procedimentos; tais os principais pontos que a auditoria analisa.
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Auditoria Financeira | Unidade de estudo 1 – Conceito e Modalidades de Auditoria Financeira e 
Por isso mesmo, este trabalho, o da auditoria, é um trabalho especialmente técnico, que em grande parte consiste 
em chegar se os procedimentos contábeis estão de acordo com as regras, tanto da empresa, como da legislação.
E quem é responsável pela elaboração das Normas de Auditoria?
Hoje estas normas são discutidas e promulgadas pelo CFC – Conselho Federal de Contabilidade que trabalha 
em conjunto com o Instituto de Auditores Independentes do Brasil (IBRACON), a CVM – Comissão de Valores 
Mobiliários, o Banco Central e a Superintendência de Seguros Privados. Por fim, as Normas são promulgadas pelo 
Conselho Federal de Contabilidade – CFC, através de Resoluções.
Normas Brasileiras de Contabilidade e Auditoria http://www1.cfc.org.br/conteudo.
aspx?codMenu=116
É importante mencionarmos, que não somente os fatos reportados pela contabilidade são objeto de análise 
da Auditoria, mas também outros fatos e situações que ocorrem na empresa, mas que refletirão nas análises e 
demonstrações financeiras da empresa.
Um exemplo disso foi no ano de 2013, quando do aumento das passagens de ônibus na cidade de São Paulo, que 
desencadeou uma onda de protestos. A Prefeitura de São Paulo, na ocasião, contratou os serviços de uma con-
ceituada empresa de Auditoria Independente, para realizar um estudo independente, imparcial e aprofundado, 
tanto nos documentos da prefeitura, como nos documentos das empresas concessionárias do serviço. 
Na ocasião a empresa de auditoria encontrou divergências contábeis apresentados nos documentos das conces-
sionárias, e podemos dizer que com esses dados foi possível ganhar qualidade na prestação destes serviços e com 
isso, uma economia de dinheiro, de modo a refletir no custo destas passagens.
Via de regra, não somente as empresas obrigadas por lei contratam serviços de auditoria. Mas podemos indagar: 
quais os benefícios então de realizar auditoria, em empresas que não são obrigadas a auditar? A resposta a esta 
indagação está no fato de que a auditoria pode ajudar a empresa a aumentar sua credibilidade junto a bancos, 
fornecedores e clientes; sem contar nas oportunidades que podem surgir para a empresa a médio e longo prazo.
Diante disso, podemos dizer que a auditoria é uma ferramenta de gestão estratégica para a empresa porque os 
processos gerenciais passam a ser validados pela orientação dada pela auditoria após o exame de toda situação 
financeira e patrimonial da empresa.
Mas ressalte-se que a auditoria não tem o papel de ser uma ferramenta fiscalizadora, como já dissemos anterior-
mente. O objetivo não é ir atrás de irregularidades e fraudes, mas acompanhar processos, controles e dados; e 
verificar se estes estão refletindo a realidade.
O objetivo é conduzir a empresa por um caminho confiável, para atingir eficiência profissional e leva-la a cumprir 
leis.
Em tempos de crise, podemos afirmar que o papel do auditor e da auditoria como um todo, éde suma importân-
cia, principalmente no fato de que um procedimento de auditoria eficaz, pode levar a empresa a reduzir custos, 
diminuir tempo gasto em processos desnecessários, e levar a empresa a uma economia real em tempos de crise, 
simplesmente com base em observações efetuadas nos relatórios financeiros/contábeis da cia.
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Auditoria Financeira | Unidade de estudo 1 – Conceito e Modalidades de Auditoria Financeira e 
Por isso mesmo o papel do auditor é de sua importância e responsabilidade, mas não menor é o papel da empresa 
como auxiliar neste trabalho, de modo a fornecer para o auditor todos os relatórios e informações necessárias 
para o bom desempenho de seu trabalho.
Nesse sentido, tanto o auditor como a auditoria são solicitados para apurarem a responsabilidade e resguarda-
rem a integridade da empresa, dos diretores e da liquidez das informações; como também para dar as informa-
ções e garantias a todos os entes, s
O auditor externo tem que ter independência absoluta no desempenho de seu trabalho, não deve aceitar quais-
quer condições ou imposições da empresa. O auditor tem um contrato de prestação de serviço para com a 
empresa auditada, ele examina as demonstrações contábeis em por vezes, em alguma área específica ou proce-
dimento específico. 
Sua finalidade é emitir relatório sobre a adequação das demonstrações contábeis em conformidade com as ativi-
dades da empresa e em conformidade com a atividade que a empresa exerce. Este relatório deve ser totalmente 
independente, imparcial, e totalmente transparente. 
Dessa forma, a Auditoria é a peça fundamental na verificação de todas as demonstrações contábeis e relatórios 
gerenciais, sinalizando falhas que possam alertam para a necessidade de possíveis mudanças, ou mesmo de 
práticas adotadas pela empresa no uso de suas atribuições, sejam mercantis, sejam como prestadores de serviço.
1.1 – Modalidades de Auditoria
De acordo com as atividades exercidas pela Auditoria, vamos mencionar a seguir os diversos tipos de modalida-
des de Auditoria, de acordo com a atividade desenvolvida pela Auditoria nas organizações:
Tabela 1 – Tipos de modalidades de Auditoria
Auditoria de Gestão Auditoria cujo objetivo principal é emitir uma 
opinião voltada para a regularidade das contas, que 
averigua a execução de contratos, acordos, convênios 
ou ajustes, e a correta aplicação dos recursos, e 
principalmente, no zelo dos valores e do patrimônio 
das empresas e organizações.
Auditoria Especial O objetivo principal é o de examinar fatos e/ou 
situações que estejam fora dos objetivos da empresa. 
Geralmente é realizada tendo como início fatos 
relevantes, de natureza incomum ou extraordinária, 
sendo realizada a pedido de autoridade competente, 
que podem ser: administração, sócios, acionistas 
entre outros.
Auditoria de Logística Esta auditoria atua na logística da empresa, com 
o objetivo de verificar as principais atividades que 
compõem o negócio.
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Auditoria Financeira | Unidade de estudo 1 – Conceito e Modalidades de Auditoria Financeira e 
Auditoria de Riscos Geralmente é realizada decorrente dos riscos que a 
empresa possui, ou de fatos importantes que podem 
criar situações presentes ou futuras para a empresa, 
que podem até limitar a empresa a atingir seus 
objetivos.
Auditoria de Sistemas Objetiva avaliar a segurança e vulnerabilidade dos 
sistemas (softwares) de uma organização.
Fonte: Attie, William (1992, p. 55)
Nesse sentido a Auditoria vem contribuindo para a melhoria das organizações, pois que seu trabalho realizado 
por profissionais gabaritados, tornam públicos a fidedignidade das demonstrações contábeis da empresa e tra-
zem credibilidade para as demonstrações contábeis. 
Mas podemos dizer que além disso, a auditoria serve para assegurar a observância das políticas da empresa, 
demonstra que a empresa está seguindo a legislação de forma correta, e que suas normas e procedimentos 
estão em conformidade com as Normas contábeis e financeiras, refletindo a solidez da empresa no ambiente de 
negócios.
Podemos concluir diante do que foi estudado, que quanto ao conceito, se analisarmos a auditoria de maneira 
isolada, ela assume um caráter genérico e corresponde a uma análise de um ou mais elementos que caracterizam 
uma situação de uma determinada organização empresarial. Essa análise pode ser feita por uma pessoa interna 
da empresa, chamada de auditor interno, ou então por uma entidade externa a organização, mas independente-
mente de ser uma pessoa interna ou externa, deve assumir um caráter de total independência, e imparcialidade, 
no trabalho a ser executado.
A organização, no qual é objeto do trabalho da auditoria, pode tratar-se de empresa pública e também de 
empresa privada.
O trabalho da auditoria, via de regra, consiste genericamente, em uma análise exaustiva das informações finan-
ceiras destas empresas, efetuadas de forma quantificada e qualificada, e principalmente com o objetivo de refe-
rendar as informações contábeis/financeiras, de forma que traduza fidedignamente os números da empresa, da 
forma mais correta possível.
Estas entidades que realizam o trabalho da auditoria, estão sujeitas a regras especificas, especialmente em sua 
conduta ética.
De fato, as demonstrações financeiras, contábeis e gerenciais, são a principal fonte na tomada de decisão de 
uma organização, pois que auxiliam os financiadores da empresa, os sócios e acionistas, no objetivo traçado 
administrativo da empresa, e informam também os próprios trabalhadores, o Estado, clientes, fornecedores de 
um modo geral.
Neste contexto, o fato da informação ser alvo de uma auditoria, não significa dizer que a entidade está sendo 
objeto de investigação, e que seus números divulgados, não reflitam a realidade; e é justamente o contrário, 
porque significam que seus números estão sendo referenciados por uma empresa, alheia a entidade, sem vínculo 
algum com a empresa.
14
Auditoria Financeira | Unidade de estudo 1 – Conceito e Modalidades de Auditoria Financeira e 
Até que ponto a Auditoria poderá evoluir ainda nas organizações? Diante disso, podemos 
dizer que como ciência, a Auditoria será independente da Contabilidade ou sempre será 
dependente desta como ciência?
Guia de Controle para Empresas de Auditoria http://www1.cfc.org.br/conteudo.
aspx?codMenu=117 
Auditoria: Evolução com Ética, Responsabilidade, Independência, mas sem Bola de 
Cristal. Braulio Vilela - Auditoria e consultoria - http://www.bvauditoria.com.br/artigos03.
html
15
Considerações finais
Nesta Unidade você viu quais os conceitos de Auditoria e suas modalida-
des.
Aprendeu a história da Auditoria e sua importância nas organizações.
A evolução das empresas no mercado interno e externo e a consequente 
competitividade nas diversas áreas do mercado, tornam as empresas 
reféns de informações precisas e reais, capazes de levá-las à eficiente 
tomada de decisão. A Auditoria surge para suprir estas necessidades. 
Nesse sentido, verificamos que a Auditoria como Disciplina complemen-
tar da Contabilidade, assume um interesse de suma importância para as 
organizações como um todo.
Referências bibliográficas
16
AUDITORIA externa independente do Instituto dos Auditores Independen-
tes do Brasil. COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS. CONSELHO FEDERAL 
DE CONTABILIDADE. FIPECAFI. Manual de contabilidade das sociedades 
por ações. São Paulo: Atlas, 1995. IBRACON. Princípios contábeis. 2. ed. 
São Paulo: Atlas, 1994.
LEI DAS SOCIEDADES ANÔNIMAS. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1997 (Manual 
de Legislação Atlas, no 28).
NORMA BRASILEIRA DE CONTABILIDADE – NBCT.
18
2Unidade 2
Importância da Auditoria 
Financeira e Contábil
Para iniciar seus estudos
A Auditoria é um procedimento contábil responsável pela conferência e 
análise dos relatórios contábeis de uma empresa. 
Objetivos de Aprendizagem
• Explanar sobre a aplicação da Auditoria Financeira: usuários 
(público alvo), objeto, objetivo; Papel da Auditoria; Métodos 
de Auditoria; Tipos de Auditoria;Auditoria das Demonstrações 
Financeiras; e, Diferenças de Auditoria Interna e Externa. 
19
Auditoria Financeira | Unidade 2 - Importância da Auditoria Financeira e Contábil
1. Aplicação da Auditoria Financeira
Figura 1– Aplicação da Auditoria
Legenda: Aplicação da Auditoria
Fonte: https://pt.123rf.com/search.php?word=calculadora&srch_lang=pt&imgtype=&Submit=+&t_word=&t_lang=pt&ord
erby=0&sti=niunfztabie6q8g1t5|&mediapopup=49370568
A administração de uma sociedade tem como objetivo principal, apresentar as demonstrações contábeis e divul-
gações necessárias e esclarecedoras à empresa, seja ela privada ou pública. É de suma importância o parecer dos 
auditores sobre os demonstrativos pois, representa confiabilidade às informações fornecidas. 
Todos devemos saber de alguma forma, se as informações sobre os recursos gerados e aplicados, o resultado 
operacional, a variação patrimonial, os números do caixa, se obedeceram aos padrões usuais aceitos pelas nor-
mas contábeis. Como dimensionar se esses controles e técnicas contábeis, estão em obediência às normas regu-
lamentadoras?
A NBC TA 01 – Estrutura Conceitual que define os elementos e os objetivos de um trabalho de asseguração, 
identificando os trabalhos e as Normas Técnicas de Auditoria (NBC TA), Normas Técnicas de Revisão (NBC TR) e 
Normas para Outros Trabalhos de Asseguração (NBC TO). Ela proporciona orientação e referência para:
• profissionais de contabilidade na prática de auditoria;
• outros envolvidos em trabalhos de asseguração, incluindo os usuários previstos do relatório de assegu-
ração; e,
• emissão de normas técnicas (NBC TA, NBC TR e NBC TO) pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC).
As NBC TA, NBC TR e NBC TO descrevem todos os princípios básicos e procedimentos essenciais para orientação 
dos auditores quanto aos trabalhos de asseguração.
É aí neste espaço que a auditoria mostra sua importância. Valendo-se de normas e padrões de natureza téc-
nica e ética claramente determinados, a auditoria torna-se elemento importante no sistema de informações 
da empresa, de aferição de desempenho e prestação de contas da administração. A auditoria não substitui a 
20
Auditoria Financeira | Unidade 2 - Importância da Auditoria Financeira e Contábil
função da administração da empresa; não se deve ter em mente que se há uma estrutura administrativa forte, 
não é necessária a auditoria; ou, ao contrário, se a estrutura organizacional tem auditor é porque sua estrutura 
administrativa é deficiente.
O administrador deve contar com a auditoria para que possa ter à disposição dos usuários e níveis decisórios, 
dados informativos e concisos. E é papel da auditoria realizar uma avaliação independente com relação à posição 
patrimonial e financeira da organização. 
Não há como interpretar que tenha conflitos entre o trabalho do administrador que iniba o trabalho do auditor e 
vice-versa. O que não é possível é assumir a ideia de que as funções são descartáveis entre si. Seria o mesmo que 
um time no qual o atleta acumula também as funções de técnico e de jogador. O administrador é parte do sistema 
contábil e de controle interno; portanto, seu julgamento, discernimento e estratégias são canalizados para certos 
limites, e a avaliação independente dos profissionais de auditoria, juntamente com suas técnicas e experiência.
O contador deve conhecer densamente as técnicas de apresentação das demonstrações contábeis. Já o auditor, 
deve conhecer detalhadamente as técnicas para poder avaliar se essas demonstrações contábeis representam 
coerentemente a posição patrimonial e financeira da organização. 
Claro que a auditoria independente guarda uma relação direta e acentuada com os negócios. Consequente-
mente, o nível de interesse em ter demonstrações contábeis com parecer de auditores depende do método de 
trabalho do empresário, do envolvimento do acionista, da responsabilidade do administradores e sócios. Outro 
aspecto de fundamental importância: quando acompanhado do parecer dos auditores independentes, o grau 
de confiabilidade é outro. Um exemplo característico sobre a confiabilidade das informações está relacionado 
com os dados estatísticos de desempenho das empresas, extraídos de demonstrações contábeis, nem sempre 
(ou quase nunca) submetidas à auditoria. Não queremos dizer que esteja de todo errado, mas não há absoluta 
segurança de que os princípios de contabilidade, que garantem a adequada medição de variação patrimonial, 
foram seguidos. Além do que, o sistema contábil e de controle interno, geralmente é direcionado para assegurar 
com relativa certeza, que as transações contábeis-financeiras, foram corretamente contabilizadas, permitindo 
informações financeiras práticas, confiáveis e úteis.
De certa forma, estamos diante de um processo de conscientização, tanto da parte das empresas, como da parte 
dos contadores, necessários para o trabalho do auditor. O público usuário deve solicitar, e o empresário aceitar, 
que a auditoria, como parte integrante do sistema de informações econômico-financeiras, realize o seu trabalho. 
Devemos insistir. Se necessário, vamos estudar e reformular as normas e aprimorar os princípios fundamentais 
da contabilidade em função da realidade econômica; vamos estabelecer uma linguagem simples, desenvolver 
padrões tecnicamente perfeitos, porém acessíveis.
Em um levantamento feito pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), com base nos demonstrativos financei-
ros das empresas, chegou-se à conclusão que existem situações a serem observadas pelas empresas, principal-
mente as companhias abertas, quanto aos itens mais relevantes do balanço patrimonial destas empresas. O prin-
cipal problema identificado, segundo a CVM, é a omissão de informações relevantes, principalmente nas notas 
explicativas que acompanham os balanços patrimoniais. Esse problema deve-se, talvez, ao fato de os normativos 
exigindo mais transparência, serem uma novidade para as companhias, em função das mudanças contábeis para 
o padrão internacional IFRS. 
A atividade fundamental do auditor independente, é expressar uma opinião sobre as demonstrações contábeis. 
A auditoria é disciplinada pela NBC TA 200 – Objetivos Gerais do Auditor Independente e a Condução da Audi-
toria em Conformidade com Normas de Auditoria. Para fins desta Norma, os termos a seguir possuem os signifi-
cados a eles atribuídos:
• Responsáveis pela governança são os indivíduos que possuem responsabilidade pela supervisão geral das 
empresas. 
• Administração são os indivíduos que possuem responsabilidade executiva mas que não são os sócios da 
empresa.
21
Auditoria Financeira | Unidade 2 - Importância da Auditoria Financeira e Contábil
De acordo com a Resolução 820/1997 do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), por sua natureza, a auditoria 
constitui “o conjunto de procedimentos técnicos que tem por objetivo a emissão de parecer sobre a adequação 
das demonstrações contábeis, consoante os Princípios de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabili-
dade e, no que for pertinente, a legislação específica”.
A auditoria das demonstrações contábeis é um conjunto de procedimentos técnicos que objetiva a emissão de 
relatórios, obedecendo aos Princípios de Contabilidade. Este procedimento previne situações que dê margem a 
fraudes. Também é função da auditoria, resguardar o patrimônio da organização auditada.
O profissional de auditoria surgiu da necessidade que os usuários tinham de obter informações contábeis inde-
pendentes e objetivas da situação econômica e financeira da organização. 
No entanto, com o crescimento da função de auditoria, fez-se também necessário um desenvolvimento pros-
pectivo e mais estrito da norma que regula sua aplicação, com a finalidade de permitir garantias aos usuários de 
uma informação com todas as suas características, desde o ponto de vista das ciências das comunicações, ou 
seja, uma informação clara, acessível, confiável, com conteúdo, formato e que adquira valor quando se faça uso 
dela, devendoser organizada para poder ser ajustada às necessidades daqueles que a utilizam, segundo Con-
senza e Grateron (2003).
A auditoria contábil é aplicada às companhias abertas, sociedades e empresas que integram o sistema de distri-
buição de valores mobiliários, art. 26 da Lei no 6.385/76.
Também terão suas demonstrações auditadas regularmente as empresas que:
• faturarem mais que R$ 300 milhões por ano;
• possuírem ativos superiores a R$ 240 milhões, Lei no 11.638/2007.
Atualmente, não há qualquer imperativo legal nos termos da Lei no 11.638/2007 que obrigue as sociedades 
limitadas de grande porte a publicar suas demonstrações financeiras. Assim, não existe obrigação de cumprir o 
art. 289 da Lei no 6.404/76.
A auditoria independente é obrigatória para entidades filantrópicas que arrecadem mais de R$ 2,4 milhões. A 
Lei Federal no 12.101/2009 define o parâmetro: As entidades filantrópicas que tenham faturamento superior a 
R$ 2,4 milhões por ano, são obrigadas a apresentar suas demonstrações contábeis devidamente auditadas por 
auditor independente, legalmente habilitado nos Conselhos Regionais de Contabilidade e desobrigadas de ter o 
seu registro na CVM, conforme item VIII do art. 29 da Lei no 12.101/2009. Essa lei tomou como base os valores 
previstos na Lei Complementar no 123/2006. O limite estabelecido por essa lei, é o mesmo aplicado para fatu-
ramento-limite das Microempresas e da Empresa de Pequeno Porte. Assim, havendo alterações destes limites, 
automaticamente será alterado o teto de faturamento que torna obrigatória a ação da auditoria independente.
As empresas Sociedades Anônimas (com capital aberto), instituições financeiras (bancos, financeiras, distribuido-
ras, corretoras), companhias de seguro, fundações públicas, fundos de previdência complementar e sociedades de 
grande porte, estão obrigadas a submeter suas demonstrações contábeis ao exame de auditoria independente.
2. O Papel da Auditoria
A auditoria como ciência contábil pode ter objetivos específicos que podem ou não estar relacionados à conta-
bilidade de uma empresa, daí a existência de diferentes usuários e objetivos.
As expectativas da economia, com a enorme variação de preços, taxas de juros que alcançam patamares jamais 
vistos, a perspectiva de um ajuste fiscal, reforma tributária e previdenciária, todas essas tendências são visivel-
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Auditoria Financeira | Unidade 2 - Importância da Auditoria Financeira e Contábil
mente fortes na atual conjuntura de mercado. Nesse sentido, pode ou não haver cortes em despesas; já não 
existem muitas opções para aumento de receitas.
A empresa, utilizando-se disto, pode remodelar-se para adquirir solidez necessária para o início de suas opera-
ções e, principalmente, manter-se no mercado.
Neste caso, o auditor passa a ser de muita utilidade na empresa, pois assegura meios de atrair investidores e 
possíveis acionistas.
Assim, a auditoria como ciência, passou a ter um reconhecimento maior de suas atividades. Porém, muitas 
empresas enxergam a auditoria como um custo para a empresa, e não como um benefício.
A NBC TA 570 – Continuidade Operacional trata da responsabilidade do auditor independente, na auditoria de 
demonstrações contábeis, em relação ao uso do pressuposto de continuidade operacional, pela administração, 
na elaboração das demonstrações contábeis. De acordo com o pressuposto de continuidade operacional, a enti-
dade é vista como continuando em operação em futuro previsível. As demonstrações contábeis, para fins gerais, 
são elaboradas com base na continuidade operacional, a menos que a administração pretenda liquidar a enti-
dade ou interromper as operações, ou não tenha nenhuma alternativa realista além dessas. As demonstrações 
contábeis, para propósitos especiais, podem ou não ser elaboradas de acordo com uma estrutura de relatório 
financeiro para a qual o pressuposto de continuidade operacional é relevante (por exemplo, o pressuposto de 
continuidade operacional, não é relevante para algumas demonstrações contábeis elaboradas para fins fiscais 
em algumas circunstâncias). Quando o uso do pressuposto de continuidade operacional é apropriado, ativos e 
passivos são registrados considerando que a entidade será capaz de realizar seus ativos e liquidar seus passivos 
no curso normal dos negócios.
A responsabilidade do trabalho de auditoria é ampla, e o responsável deve ter total independência. Lembrando 
que existe questões legais envolvidas, que podem gerar, inclusive, a possibilidade de o auditor responder pro-
cesso jurídico, caso cause prejuízos a terceiros, em razão do trabalho ser executado de forma incorreta.
Estas situações, que se espera encontrar em um auditor, tais como independência, confidencialidade, responsa-
bilidade e capacitação profissional, fazem da auditoria uma profissão de destaque e, em função disso, deve ser 
mais devidamente explorada.
O trabalho de auditoria pode ser de grande interesse da empresa, e a conclusão destes trabalhos podem gerar 
um custo-benefício muito importante para a empresa, tais como: assessoria no planejamento estratégico e tri-
butário da empresa, novas práticas no controle de atividades e patrimoniais; podem gerar uma avaliação de 
desempenho novos para as atividades da empresa, e atualização de sistemas de informações e gestão; possíveis 
planos de reorganização societária e, via de regra, pode gerar expansão de atividades.
A ação da auditoria independente faz com que esta profissão deixe de ser vista como um custo para a empresa, 
para assumir uma postura como grande instrumento de apoio à gestão da empresa.
2.1. Métodos de Auditoria
Os métodos aplicados no trabalho de auditoria, podem ser de dois tipos: o de retrospecção e o de análise, pelo 
trabalho técnico a ser realizado.
O trabalho de retrospecção é uma técnica de auditoria em que se verificam fatos passados, que já ocorreram na 
empresa. Já a técnica de análise, o fator predominante é a conduta de trabalho na técnica de auditoria utilizada.
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Auditoria Financeira | Unidade 2 - Importância da Auditoria Financeira e Contábil
Geralmente, as execuções dos trabalhos envolvem: levantamento das rotinas administrativa, financeira e contá-
bil; planejamento do trabalho de auditoria; levantamento das provas documentais; relatório final de auditoria e 
por fim, certificados.
Em cada uma dessas fases, a técnica de auditoria fornece processos de execução que serão devidamente estu-
dados no desenvolver do presente trabalho, constituindo matéria ou objeto da pesquisa e da orientação profis-
sional. A norma é exercer a verificação sobre fatos passados e em todas as verificações usar a decomposição de 
todos os elementos do fato, isto é, sua análise.
2.2. Tipos de Auditoria
Auditoria de demonstrações financeiras
Para entender o conceito de auditoria de demonstrações financeiras é necessário, primeiro, entender sua função. 
As demonstrações contábeis/financeiras, devem observar alguns requisitos, dentre os quais:
• informar aos usuários dos critérios adotados;
• apresentar parecer de terceiros (alheios à empresa), sobre a confiabilidade das demonstrações contábeis.
Para informar aos usuários, são obedecidas as regras conhecidas como princípios e normas de contabilidade, 
com o objetivo de elaborar as demonstrações financeiras e avaliar o patrimônio e sua apresentação.
Quanto à apresentação do relatório de auditoria a terceiros, alheios à empresa, o auditor pode emitir parecer 
técnico sobre sua finalidade.
Auditoria operacional ou de gestão
A auditoria conhecida como auditoria operacional, tem como propósito a análise dos objetivos da empresa, com 
a finalidade de medir a eficiência da gestão operacional da empresa. Geralmente, sua técnica é na medição dos 
métodos adotados pela empresa, com a finalidade de avaliar se os recursos da empresa estão sendo usados de 
forma eficiente e se estão sendo alcançados os objetivos operacionais da empresa. Em resumo, a auditoria ope-
racional é um processo de avaliação de desempenho.
Principaisobjetivos da auditoria de gestão:
• Participação da auditoria em todos os processos da empresa.
• Avaliação de indicadores que buscam estabelecer padrões de excelência na empresa.
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Auditoria Financeira | Unidade 2 - Importância da Auditoria Financeira e Contábil
Tipos de auditoria operacional ou de gestão
As auditorias operacionais podem ser:
a. Revisão limitada: o auditor examina as transações da empresa de modo global ou analítico, porém sem 
ter a necessidade de aplicar as normas de auditoria. Para esse tipo de trabalho, o auditor emite um relató-
rio longo (ressaltando que os serviços não foram executados segundo as normas) comentando como se 
compõem os saldos das contas sem entrar no mérito de examinar ou não, segundo a sua conveniência, os 
respectivos comprovantes hábeis e também sem a obrigatoriedade de observação dos inventários físicos.
b. De caixa: específica para determinar a extensão de fraudes.
c. Parciais: constituindo-se em:
 » auditoria apenas em determinados setores. Exemplos: exame das contas à receber; faturamento e 
cobrança; eficiência do setor de crédito; confirmações etc.;
 » auditoria para determinar responsabilidades contingentes (processos em andamento, cálculos de 
juros, correção e outras obrigações);
 » auditoria de estoques e custos de produção.
d. De fusão ou incorporação de empresas.
e. De avaliação dos negócios para fins de aquisição.
f. De ativos fixos, de investimentos etc.
A auditoria das Demonstrações Financeiras/Contábeis é o único tipo de auditoria que o auditor emite um rela-
tório final.
Natureza
A auditoria interna é um trabalho executado pelo próprio auditor funcionário da empresa, e o objetivo principal 
é melhorar as operações da empresa, de forma a melhorar a atividade em si.
Auditoria tributária
A auditoria tributária objetiva o exame e a avaliação de planejamento tributário quanto ao pagamento e recupe-
ração de impostos.
Auditoria de sistemas
A auditoria de sistemas objetiva aperfeiçoar a utilização de recursos de processamento de dados, e diminuir os 
riscos envolvidos nos processos de geração de informações Objetiva também, o exame e avaliação das estruturas 
lógica, de controle e segurança de sistemas.
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Auditoria Financeira | Unidade 2 - Importância da Auditoria Financeira e Contábil
Auditoria de compliance
Tem como objetivo de trabalho, o cumprimento das normas e procedimentos estabelecidos pela empresa. 
Auditoria ambiental
A auditoria ambiental é um trabalho que revisa as normas da empresa, em relação à sustentabilidade e o meio 
ambiente.
Auditoria na saúde
A auditoria hospitalar geralmente é aplicada nas áreas de saúde.
Auditorias especiais
Os trabalhos de auditoria especial independem de designação formal, devendo, porém, ser objeto de relató-
rio específico circunstanciado dos fatos examinados, elaborado em caráter restrito ou confidencial. Incluem-se 
nesta modalidade os exames de fraudes, irregularidades, desmobilização, aquisição, fusão, cisão e incorporação 
de empresas, contratos especiais de grande vulto, entre outros, conforme Jund (2007).
2.3. Auditoria das Demonstrações Financeiras
O auditor deve conhecer bem o sistema contábil e os controles internos aplicados pela empresa, isso é necessá-
rio para determinar os procedimentos de auditoria a serem realizados, tais como: conhecimento do sistema de 
contabilidade da empresa; confiabilidade das informações do sistema contábil, e por fim, a confiabilidade dos 
controles internos da empresa.
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Auditoria Financeira | Unidade 2 - Importância da Auditoria Financeira e Contábil
Figura 2 – Auditoria das Demonstrações Financeiras
Auditoria das Demonstrações Financeiras
Fonte: https://pt.123rf.com/search.php?word=auditoria&t_word=auditing&t_lang=pt&srch_lang=pt&imgtype=2&searcho
pts=&selectFresh=&num_ppl=&color=&exclude=&mediapopup=45050492
O auditor deve sempre revisar os procedimentos contábeis adotados pela empresa, sejam os aplicados no exer-
cício anterior e naquele exercício em que o trabalho de auditoria está sendo realizado.
O auditor deve verificar os procedimentos contábeis que foram utilizados no exercício anterior, e se o trabalho do exer-
cício anterior foi examinado por outro auditor, deve-se analisar todos os relatórios elaborados por estes auditores.
Caso seja contratada uma nova empresa para a realização da auditoria, esta deve fazer um estudo comparativo, para 
verificar quais foram os critérios adotados no exercício anterior. Se for a primeira vez que a empresa contrata uma 
auditoria, cabe ao auditor responsável, explicar os procedimentos e a metodologia de trabalho a serem adotados.
Quando o auditor verifica que a empresa utilizou de procedimentos contábeis que não atendem aos Princípios 
de Contabilidade e às Normas Brasileiras de Contabilidade vigentes, ele deve conversar a respeito disso com a 
administração da empresa, caso contrário, deve emitir uma ressalva no relatório de auditoria.
2.4. Diferenças de Auditoria Interna e Externa
A auditoria pode ser geral/sintética ou detalhada/analítica.
Nesse sentido, tanto o auditor interno como o auditor externo, deve realizar: um controle cujo objetivo é proteger 
o patrimônio da empresa; e um sistema de contabilidade capaz de fornecer dados para emitir de forma satisfa-
tória as demonstrações contábeis.
Auditoria interna
A auditoria interna não é obrigatória. Geralmente serve como um instrumento de apoio à gestão da empresa.
A auditoria operacional ou interna no pronunciamento NBC T 12 é definida da seguinte maneira: “A auditoria 
interna constitui o conjunto de procedimentos técnicos que tem por objetivo examinar a integridade, adequação 
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Auditoria Financeira | Unidade 2 - Importância da Auditoria Financeira e Contábil
e eficácia dos controles internos e das informações físicas, contábeis, financeiras e operacionais da entidade.” A 
auditoria operacional é um trabalho de avaliação dentro da empresa, que é executada pelo auditor, funcionário 
da empresa, de confiança dos dirigentes.
Seu principal objetivo é auxiliar todos os membros da administração no desempenho efetivo de suas funções e 
responsabilidades.
Este trabalho compreende exames, análise, avaliações e levantamentos metodologicamente estruturados, para 
a avaliação da integridade, adequação e eficácia dos processos.
O auditor interno tem interesse por tudo que ocorre na empresa, para ter uma visão mais abrangente, mais com-
pleta das operações que estão sob sua análise, principalmente:
• À aplicação de controles internos;
• Cumprimento de procedimentos da empresa;
• Proteger e resguardar ativos da empresa; 
• Avaliação da qualidade dos padrões da empresa;
• Melhorias operacionais.
A auditoria interna, portanto, auxilia a administração da empresa, no desempenho da gestão. Por ser empregado 
da empresa, o auditor interno perde sua independência profissional.
As responsabilidades da auditoria interna na empresa devem ser claras e definidas, obedecendo as normas da 
empresa. 
O auditor interno deve informar e assessorar a empresa e coordenar as atividades com outros profissionais liga-
dos à empresa.
No desempenho de seu trabalho, o auditor não tem responsabilidade direta pelas atividades que realiza. 
A independência é fator primordial para a auditoria interna, porque:
• O responsável pelas atividades de auditoria tem que reportar-se a um executivo para que seu trabalho 
seja autorizado e para que os assuntos abordados sejam realmente efetivados.
• A objetividade é essencial à auditoria. O auditor não deve implantar procedimentos, mas pode elencar 
recomendações de padrões de controle para a empresa fazer.
Um dos objetivos do auditor é examinar a eficiência dos controles internos da empresa. 
A principal finalidade do trabalho de auditoria, é avaliar a qualidade das normas da empresa e os procedimentos 
operacionais adotados pela empresa.
A NBC TA 610, que dispõe sobre a utilização do trabalho de auditoria interna, trata da responsabilidade do audi-
tor independente, quando ele utilizao trabalho dos auditores internos. Isso inclui: (a) utilizar o trabalho da função 
de auditoria interna na obtenção de evidência de auditoria; e, (b) utilizar os auditores internos para prestar assis-
tência direta ao auditor independente, fazendo parte da equipe e trabalhando sob a direção, supervisão e revisão 
do auditor independente.
No Brasil não existe nenhum regulamento que proíba que o auditor utilize a assistência direta de auditores inter-
nos da empresa.
O contador deve ter conhecimento profissional e sempre se atualizar quanto às Normas Brasileiras de Contabili-
dade e das técnicas contábeis, assim como na área de auditoria. 
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Auditoria Financeira | Unidade 2 - Importância da Auditoria Financeira e Contábil
O contador deve manter conhecimento profissional e constantes atualizações tanto quanto às Normas Brasilei-
ras de Contabilidade e de técnicas contábeis, bem como na área de auditoria, para que o trabalho de auditoria, 
quando realizado, seja facilitado.
Além disso, deve atuar de maneira imparcial e responsável, limitado à sua atuação. Sua equipe de apoio deve ter 
capacitação profissional. 
Também deve prestar assessoria ao Conselho Fiscal ou órgãos equivalentes, quando solicitado. 
Auditoria externa
Segundo o CFC, a auditoria externa compreende “o conjunto de procedimentos técnicos que têm por objetivo a 
emissão de um parecer sobre sua adequação, consoante os Princípios de Contabilidade e as Normas Brasileiras 
de Contabilidade e no que for pertinente, à legislação específica”. O objetivo da auditoria externa é a emissão de 
relatório final sobre as demonstrações contábeis da empresa.
A auditoria externa é executada por profissionais que não possuem nenhuma ligação com a empresa auditada.
Um exemplo é a auditoria exigida pelo Banco Central, trabalho típico de auditor externo independente. Nela, a 
extensão e a profundidade dos exames devem cingir-se à necessidade de certificar o balanço. Não importa que 
o trabalho alcance eventos detalhados, as mais minuciosas operações se necessário; continua sendo trabalho de 
auditoria externa.
O auditor externo, dada a credibilidade que oferece ao mercado, se constitui numa figura de inestimáveis servi-
ços à empresa.
O auditor independente deve manter uma atitude mental também independente, com competência profissional 
e grau de independência junto à empresa. 
A responsabilidade do auditor independente sobre as demonstrações contábeis vai até o último dia de prestação 
de serviços de auditoria.
A Instrução CVM no 381/2003 dispõe sobre a divulgação, pelas empresas auditadas, de informações sobre a 
prestação, pelo auditor independente, de outros serviços que não sejam de auditoria externa. As empresas audi-
tadas deverão divulgar a política ou procedimentos adotados pela companhia para evitar a existência de conflito 
de interesse, perda de independência ou de objetividade de seus auditores independentes.
A NBC TA – Estrutura Conceitual identifica o relacionamento entre três partes (auditor independente, a parte 
responsável e os usuários previstos) e estabelece mais quatro elementos que necessariamente devem estar pre-
sentes em um trabalho de asseguração executado por um auditor independente, que são: objeto apropriado; 
critérios adequados; evidências apropriadas e suficientes; relatório de asseguração escrito de forma apropriada.
Diferenças entre auditoria externa e interna
Existem diferenças fundamentais entre o auditor interno e o auditor externo, sendo as principais:
• extensão dos trabalhos: o trabalho do auditor interno é determinado pela gerência da empresa, 
enquanto o do auditor externo é determinado pelas normas da empresa ou da legislação;
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Auditoria Financeira | Unidade 2 - Importância da Auditoria Financeira e Contábil
• direção: o auditor interno dirige seus trabalhos para que os controles internos funcionem, o do auditor 
externo, são determinados para que as demonstrações contábeis sejam apresentadas a terceiros;
• responsabilidade: a responsabilidade do auditor interno é para com a empresa, ao passo que a respon-
sabilidade do auditor externo geralmente é mais abrangente;
• métodos: os métodos de trabalho de ambos são os mesmos.
Auditoria interna versus externa
Embora as técnicas sejam semelhantes, auditoria interna e auditoria externa possuem diferenças:
Auditoria externa
• não existe vínculo empregatício com a empresa auditada;
• os exames das operações são feitos principalmente para atender a sócios, acionistas, investidores, e 
demais interessados.
Auditoria interna
• existe vínculo empregatício com a empresa auditada; 
• os exames das operações são feitos principalmente visando aos aspectos de eficiência operacional/
administrativa.
Podemos concluir que a diferença básica entre a auditoria interna e a externa, refere-se ao grau de independên-
cia existente. 
O sucesso do auditor independente, em um mercado altamente sofisticado, deve-se única e exclusivamente, ao 
elevado grau de capacidade e especialização e à independência no exercício de sua atividade.
Isto não menospreza o auditor que, embora subordinado à empresa, mantém também seu grau de indepen-
dência e seu alto grau de conhecimento técnico e sobre as normas internas da empresa, inclusive melhor que o 
auditor externo. Seus relatórios apenas terão menor influência no campo externo, pois são dirigidos à presidência 
da empresa.
Geralmente, os trabalhos que são examinados pelo auditor interno coincidem com os trabalhos examinados pelo 
auditor externo.
O trabalho do auditor interno e do auditor externo consiste no exame de papéis de trabalho, e com isto é reduzido 
o tempo de permanência do auditor externo na empresa e reduzido o custo dos honorários a serem pagos para 
o auditor externo.
O auditor independente executa inúmeros outros serviços, sem que tenha de emitir sua opinião em consonância 
com as normas de auditoria. Ele simplesmente apresenta um relatório longo das observações colhidas sobre o 
trabalho executado. Exemplo: trabalho sobre uma concorrência, cujo relatório não será divulgado ao público. 
Pode ser contratado para analisar a fusão e incorporação de empresas, efetuar levantamento e preparar diag-
nóstico da empresa para fins de aquisição de outras empresas para seus clientes, pode efetuar investigações 
para dimensionar o montante de roubos, fraudes. O controle e fiscalização desses atos é feito pela Comissão de 
Valores Mobiliários (CVM).
A Lei das Sociedades por Ações estabelece os princípios que presidem o mercado de valores mobiliários; à CVM 
compete atuar nesse mercado como agente encarregado de fazer cumprir as normas estabelecidas em favor do 
30
Auditoria Financeira | Unidade 2 - Importância da Auditoria Financeira e Contábil
próprio mercado e de seus intervenientes. A CVM é uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda. No exercício 
de suas atribuições, a CVM poderá examinar registros contábeis, livros de registros contábeis, livros e documentos 
das pessoas sujeitas à sua fiscalização; intimá-las a prestar informações, sob pena de multa; requisitar informações 
de órgãos públicos, autarquias e empresas públicas; determinar às companhias abertas a republicação de demons-
trações financeiras e outros dados; apurar infração mediante inquérito administrativo; e, aplicar penalidades.
A auditoria externa somente é exercida por contador ou bacharel em Ciências Contábeis ou seu equiparado legal, 
registrado no Conselho Regional de Contabilidade. É proibido ao técnico de contabilidade exercer a auditoria externa.
Os objetivos da administração com a auditoria são úteis para a organização e não devem atuar dentro de um 
espírito de fiscalizar; mas sim ajudar na solução de problemas ao invés de criá-los.
Qual o diferencial competitivo de mercado de uma empresa que possui procedimentos de 
auditoria de outra empresa que não o possui?
Técnicas de Amostragem utilizadas nas empresas de Auditoria http://www.scielo.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S1519-70772006000100006
Guia deControle para Empresas de Auditoria
http://www1.cfc.org.br/conteudo.aspx?codMenu=117
31
Considerações finais
Nesta unidade você viu quais as funções da auditoria, seu papel, funcio-
nalidade, objetivo e objeto.
Aprendeu as principais diferenças entre Auditoria Interna e Externa.
Verificou a importância da Auditoria nas Organizações, e os tipos de Audi-
toria existentes.
Referências bibliográficas
32
ALMEIDA, M. C. Auditoria: um curso moderno e completo. 3. ed. São 
Paulo: Saraiva, 1988.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Normas e procedimentos de 
auditoria. 3. ed. Rio de Janeiro: CFC, 1991.
COSENZA, J. P. GRATERON, I. R. G. A auditoria da contabilidade criativa. 
Revista Brasileira de Contabilidade. Brasília – DF, ano 32, n. 143, p. 42-61, 
set./out. 2003.
CREPALDI, S. A. Curso básico de contabilidade. 7. ed. São Paulo: Atlas, 
2012.
FERNANDES, A. M. Auditoria das demonstrações contábeis. 2. ed. Rio 
de Janeiro: FGV, 2011.
FRANCO, H.; MARRA, E. Auditoria contábil. São Paulo: Atlas, 1985.
IBRACON. Princípios contábeis: normas e procedimentos de auditoria. 
São Paulo: Atlas, 1988.
JUND, S. Auditoria. 9. ed. Rio de Janeiro: Impetus/Campus, 2007.
JUND FILHO, S. L. Auditoria: conceitos, normas, técnicas e procedimen-
tos. 6. ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2004.
MAUTZ, R. K. Princípios de auditoria. São Paulo: Atlas, 1985. 2 v.
MOTTA, J. M. Auditoria: princípios e técnicas. São Paulo: Atlas, 1988.
33
Auditoria Financeira | Unidade 2 - Importância da Auditoria Financeira e Contábil
NASI, A. C. Auditoria independente: caminhos percorridos e perspectivas futuras. Revista Brasileira de Contabi-
lidade, Brasília, (84):15-22, set. 1993.
SANTOS, W. A. Características e alcance da auditoria no setor governamental. Revista Brasileira de Contabi-
lidade, Brasília, (79):64-73, jul. 1992.
VAINI, L. C. O auditor do futuro. Revista Brasileira de Contabilidade, Brasília, (81):33-6, dez. 1992.
35
3Unidade 3
Demonstrações Financeiras e 
Contábeis
Para iniciar seus estudos
As Demonstrações Contábeis, também conhecidas como Demonstrações 
Financeiras, são relatórios contábeis necessários para análise econômico-
-financeira de uma organização. 
Para que a análise possa refletir os resultados da empresa, é necessá-
rio que o auditor tenha plena convicção dos números apresentados nas 
Demonstrações, bem como observar se todos os procedimentos reco-
mendados pelas normas vigentes foram seguidos pela empresa. 
Objetivos de Aprendizagem
• Apresentação das demonstrações contábeis mais relevantes para 
uso nos processos de auditoria financeira;
• Balanço Patrimonial (BP);
• Demonstração de Resultado do Exercício (DRE);
• Demonstrações de Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL);
• Demonstrações de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA);
• Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC); e,
• Demonstração do Valor Adicionado (DVA).
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Auditoria Financeira | Unidade 3 - Demonstrações Financeiras e Contábeis
1 – Apresentação das demonstrações contábeis mais 
relevantes para uso nos processos de auditoria financeira
Figura 1 – Demonstrações Financeiras
Demonstrações Financeiras
Fonte: https://pt.123rf.com/search.php?word=financeiro&srch_lang=pt&imgtype=&t_word=financial&t_lang=pt&oriSearc
h=demonstra%E7%E3o+financeira&sti=mqwhcst0b5k4loi7au|&mediapopup=46713412 
As demonstrações financeiras e as Demonstrações Contábeis assim denominadas pela Lei nº 6.404/76, são rela-
tórios elaborados com base na escrituração financeira exercida pela empresa.
Na Resolução do Conselho Federal de Contabilidade nº 1.185/2009, em seu item 9, menciona que “as demonstrações 
contábeis são uma representação estruturada da posição patrimonial e financeira e do desemprenho da entidade”.
O principal objetivo das Demonstrações Financeiras/Contábeis, é proporcionar a um grande número de usuários, 
informação sobre posição Patrimonial e Financeira, bem como posição do Caixa da empresa e seu desempenho.
Também tem como objetivo também, demonstrar como os gestores aplicam os recursos da empresa, e apresen-
tar seu resultado na tomada de decisão, conforme disciplina em seus artigos 176 a 178 da Lei nº 6.404/76.
O artigo 176 da Lei nº 6.404/76 determina que ao fim de cada exercício social, a empresa elabore os seguintes 
relatórios contábeis/financeiros:
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Auditoria Financeira | Unidade 3 - Demonstrações Financeiras e Contábeis
• Balanço Patrimonial;
• Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados (DLPA);
• Demonstração do Resultado do Exercício (DRE);
• Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC); e,
• Demonstração do Valor Adicionado.
No entanto, no artigo 86, parágrafo 2º., dispensa as empresas a elaborar as Demonstrações de Lucros e Prejuízos 
Acumulados (DLPA), caso a empresa elabore o Demonstrativo das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL).
É importante salientarmos também que a Demonstração do Valor Adicionado (DVA), só está obrigatória a 
empresas Sociedades Anônimas que tenham Capital Aberto e também para empresas Companhias com capital 
fechado, mas que tenham Patrimônio Líquido de 2 milhões de Reais. Esta empresa também está dispensada da 
elaboração do Demonstrativo de Fluxo de Caixa (DFC).
A Lei nº 6.404/76 também menciona as seguintes situações quanto as Demonstrações Financeiras/Contábeis:
• As demonstrações de cada exercício serão publicadas e deverão ser indicados também os valores do 
exercício anterior.
• Contas contábeis semelhantes poderão ser agrupadas, pequenos saldos, agregados, desde que seus 
valores não ultrapassem 0,1 (um décimo) do valor do grupo.
• As demonstrações contábeis devem ser acompanhadas por Notas Explicativas.
• As demonstrações contábeis de companhias abertas devem ser auditadas por Auditores Independentes 
registrados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
As demonstrações contábeis, elaboradas em consonância aos princípios de contabilidade aprovados pelo Conselho 
Federal de Contabilidade (CFC), devem especificar natureza, data e período a que se referem. As demonstrações 
financeiras/contábeis devem ainda ser transcritas no livro Diário ou em livro próprio reservado para esse fim.
A Lei nº 6.404/76, ainda determina no artigo 289, que: 
• As Sociedades Anônimas de Capital Aberto são obrigadas a publicar as demonstrações financeiras, anu-
almente, em publicação oficial da União ou do Estado ou do Distrito Federal, conforme a sede da compa-
nhia, ou em outro jornal de grande circulação editado na mesma localidade.
• A CVM poderá́ ainda determinar que as demonstrações financeiras sejam feitas, também publicadas, 
em jornal de grande circulação nas localidades que as ações da companhia estejam sendo negociadas.
• As publicações das demonstrações financeiras deverão ser expressas em Reais.
• Também podem ser disponibilizadas as demonstrações financeiras na internet.
De acordo com o artigo 175 da Lei das Sociedades por Ações, quem define a data de encerramento das Demons-
trações Financeiras, é o estatuto da empresa; contudo, na prática, é adotado o exercício financeiro pela legislação 
fiscal, ou seja, de 1º de janeiro a 31 de dezembro de cada ano.
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Auditoria Financeira | Unidade 3 - Demonstrações Financeiras e Contábeis
Qual a finalidade de termos tantas Demonstrações Contábeis Financeiras obrigatórias para 
as empresas?
2. Balanço Patrimonial
Figura 2 – Balanço Patrimonial
Balanço Patrimonial
Fonte: https://pt.123rf.com/search.php?word=balan%E7o+patrimonial&srch_lang=pt&imgtype=&t_
word=balance+sheet&t_lang=pt&oriSearch=financeiro&sti=loqdpavmy12gysdy6b|&mediapopup=41803661 
O Balanço Patrimonial tem por finalidade demonstrar de forma qualitativa e quantitativa, a situação patrimonial e 
financeira da empresa. Essa demonstração deve ser estruturada de acordo com o art. 178 da Lei nº 6.404/76 e seguindo 
também os Princípios Fundamentais de Contabilidade. Além disso, as companhias abertas e demais entidades devem 
obedecer também o pronunciamento técnico do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) 26 (R1).
O Balanço Patrimonial é uma demonstraçãocontábil, obrigatória, sendo que essencialmente sua apresentação 
é de forma sintética com ordenação de saldos monetários de todos os valores que integram o patrimônio da 
empresa em determinada data.
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Auditoria Financeira | Unidade 3 - Demonstrações Financeiras e Contábeis
No Balanço Patrimonial são apresentadas as contas contábeis que representam o patrimônio da empresa em 
determinado momento com seus respectivos valores, de modo que seja permitido uma análise da situação patri-
monial e financeira da mesma.
No Balanço Patrimonial temos elementos que compõem o Ativo, o Passivo e o Patrimônio Líquido da empresa 
em determinado momento.
2.1. Ativo
Figura 3 – Contas de Ativo
Contas de Ativo
Fonte: https://pt.123rf.com/search.php?word=aplica%E7%E3o+financeira&start=300&t_word=financial%20
application&t_lang=pt&imgtype=&oriSearch=aplica%E7%F5es%20dinheiro&searchopts=&itemsperpage=100&sti=lrlrw1
eqh9g8vw31sm|&mediapopup=46401115 
O Ativo compreende os bens e direitos da empresa, portanto as aplicações. Os componentes do Ativo são com o 
fim a que se destinam, que geralmente varia conforme o objetivo social da empresa.
No Ativo, as contas são elencadas em ordem decrescente de grau de liquidez, classificadas inicialmente neste 
grupo, a conta caixa, por representar a moeda em espécie de posse da empresa e assim sucessivamente para 
as demais contas deste grupo, sempre obedecendo o prazo em que o bem ou direitos se convertem em moeda. 
Liquidez é a facilidade de se converter um item em moeda.
40
Auditoria Financeira | Unidade 3 - Demonstrações Financeiras e Contábeis
2.1.1 Classificação do Ativo:
Segundo o Parágrafo Primeiro do artigo 178 da Lei nº 11.941/09, a conta de Ativo é dividida nos seguintes grupos:
• Ativo Circulante: 
Em síntese, podemos dizer que são classificados no Ativo Circulante o dinheiro e os direitos que podem ser con-
vertidos em dinheiro durante o ciclo operacional da empresa, e também compreende as despesas do exercício 
seguinte (art. 179, I, Lei nº 6.404/76).
O Ativo Circulante possui os seguintes subgrupos:
Disponibilidades, Direitos Realizáveis e Despesas do Exercício Seguinte.
• Ativo Não Circulante
No Ativo Não Circulante são classificados os bens e direitos que não são tão facilmente convertidos em dinheiro 
durante o ciclo operacional da empresa.
O Ativo Não-Circulante possui os seguintes subgrupos:
Realizável a Longo Prazo, Investimentos, Ativo Imobilizado e Ativo Intangível
2.2. Passivo
Figura 4 – Contas de Passivo
Contas de Passivo
Fonte: https://pt.123rf.com/search.php?word=peso+dinheiro&start=200&t_word=weight%20money&t_
lang=pt&imgtype=&oriSearch=homem%20dinheiro&searchopts=&itemsperpage=100&sti=od5y9f32rzuypmw2jw|&med
iapopup=67918124 
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Auditoria Financeira | Unidade 3 - Demonstrações Financeiras e Contábeis
No Passivo representamos as obrigações da empresa, tanto para com terceiros, quanto para os sócios da empresa 
e podemos dizer que nele compreende as origens de recursos.
No Passivo, as contas são dispostas em ordem decrescente de exigibilidade, ou seja, quanto menor o prazo de 
vencimento das obrigações nele contidos, mais no início do grupo do passivo esta conta deve ser classificada. 
Podemos dizer que, segundo o Parágrafo Segundo, do art. 178 da Lei nº 11.941/09, o Passivo é classificado nos 
seguintes grupos:
• Passivo Circulante: Nesse grupo estão classificadas as obrigações da empresa cujo pagamento se espera 
que ocorra dentro do exercício social da empresa.
• Passivo Não Circulante: São classificadas no Passivo Não Circulante as obrigações da empresa cujo venci-
mento do título esteja inserido após o exercício social, ou seja, geralmente se referem aos mesmos itens 
classificados no passivo circulante, mas com vencimento em prazo superior ao exercício seguinte.
• Patrimônio Líquido: O Patrimônio Líquido é representado pela diferença entre o valor do Ativo e do Pas-
sivo, que em resumo, é o valor contábil que pertence à empresa. 
Segundo o Parágrafo Segundo, do art. 179 da Lei nº 11.638/07, o Patrimônio Líquido é dividido nos seguintes 
subgrupos:
• Capital Social, Reservas de Capital, Ajustes de avaliação patrimonial, Reservas de lucros, Ações em tesou-
raria, Lucros ou Prejuízos acumulados.
3. Demonstração do Resultado do Exercício
Para entendermos este demonstrativo temos que passar alguns conceitos do que é nele demonstrado.
O Demonstrativo do Resultado do Exercício representa a diferença entre as receitas recebidas pela empresa, 
menos as despesas em um determinado período assim entendido:
Ocorre Lucro quando as receitas forem maiores que as despesas (R > D)
Ocorre Prejuízo quando as receitas forem menores que as despesas (R < D)
E o resultado é nulo quando as receitas forem iguais as despesas (R = D).
3.1. Diferenças entre Receita e Despesa.
Receita: 
Podemos definir receita conforme o texto que consta no item 4.25 do pronunciamento conceitual básico do CPC (R1): 
“aumentos nos benefícios econômicos durante o período contábil sob a forma de entrada de 
recursos ou aumento de ativos ou diminuição de passivos, que resultam em aumentos do Patri-
mônio Líquido e que não sejam provenientes de aporte dos proprietários da entidade”.
A receita surge no curso das atividades que a empresa exerce geralmente e pode ser designada por uma varie-
dade de nomes, tais como: vendas, honorários, juros, dividendos, royalties e aluguéis.
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Auditoria Financeira | Unidade 3 - Demonstrações Financeiras e Contábeis
Despesa: 
Podemos definir as despesas conforme está expressa na alínea b do item 4.25 do pronunciamento conceitual 
básico do CPC (R1):
“como decréscimos nos benefícios econômicos durante o período contábil sob a forma de saída 
de recursos ou redução de ativos ou incrementos em passivos, que resultam em decréscimo do 
patrimônio líquido e que não sejam provenientes de distribuição aos proprietários da entidade”.
Diante do exposto, podemos dizer que a Demonstração do Resultado do Exercício demonstra como ocorre a 
formação do resultado do exercício, mediante confronto entre as contas de receitas, contra as contas de custos 
e despesas incorridas no exercício.
Essa demonstração deve ser apresentada na posição vertical e discriminando seus componentes de forma orde-
nada. A Demonstração do Resultado do Exercício apresentará as receitas do período, independente se foram 
recebidas ou não; apresentará também as despesas, independente se foram pagas ou não.
 Nas normas brasileiras, pelo CPC, quanto a estrutura da demonstração do resultado do período, nos itens 81 
ao 105 do pronunciamento técnico CPC 26 (R1), que manteve a obrigatoriedade de elaboração e divulgação da 
demonstração do resultado do exercício prevista na legislação societária, mas substituiu do título da demons-
tração para a expressão “do exercício” por “do período”. Assim, esse componente das demonstrações contábeis 
passará a ser denominado de demonstração do resultado do período.
Normas Brasileiras de Contabilidade e Auditoria:
<http://www1.cfc.org.br/conteudo.aspx?codMenu=116> 
De acordo com os itens 82 e 98 do pronunciamento técnico CPC 26 (R1), a demonstração do resultado do perí-
odo deve divulgar, no mínimo, as seguintes operações
• receitas;
• custo dos produtos, das mercadorias ou dos serviços prestados;
• lucro bruto;
• despesas com vendas;
• despesas gerais e administrativas;
• outras despesas e receitas operacionais;
• resultado de investidas pelo método de equivalência patrimonial;
• ganhos e perdas de capital;
• resultados antes das receitas e despesas financeiras; 
• despesas financeiras; 
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Auditoria Financeira | Unidade 3 - Demonstrações Financeiras e Contábeis
• receitas financeiras; 
• resultado antes dos tributos sobre o lucro;
• despesa com tributos sobre o lucro;
• resultado líquido do período.
4. Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL)
A Lei nº 11.638/07 tornou obrigatória a apresentação da DMPL, completando o conjunto de Demonstrações 
Contábeis a serem publicadas pelas

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