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Semiologia Farmacêutica e Anamnese na Avaliação Clínica Prof. André Schmidt Suaiden André Schmidt Suaiden @andresuaiden andresuaiden@usp.br Possui graduação em Farmácia pela UNESP Especialista em Atenção Farmacêutica - Formação Farmácia Clinica Mestrado em Farmacologia pelo ICB/USP Doutorado em Farmacologia pelo ICB/USP Pós Doutorado em Farmacologia Kings College London – Institute Pulmonary Preceptor em Farmácia Clínica Hospital Sírio Libanês Desenvolve pesquisa relacionada à Asma Desenvolve pesquisa em farmácia clínica (acompanhamento farmacoterapêutico, semiologia farmacêutica e clínica farmacêutica no HC/INCOR) Membro titular da comissão de ética (CEUA-USP) Coordenador Geral do Curso de Verão em Farmacologia do ICB/USP Membro da Sociedade Brasileira de Farmacologia e Terapêutica Experimental (SBFTE) Membro da Sociedade Brasileira de Farmácia Comunitária (SBFC) Membro da Comissão Assessora de Farmácia do CRF-SP, CRF-PR, CRF-MG e CRF RO Membro da Associação Brasileira de Ciências Farmacêuticas (ABCF) Membro da Sociedade Brasileira de Farmácia Clínica Professor de Graduação e Pós Graduação na área de Farmacologia, e Farmácia Clínica (Mackenzie, UMC e ICTQ). André Schmidt Suaiden Objetivo da aula • Desenvolver competências que permitam ao Farmacêutico identificar sinais e sintomas apresentados pelo paciente a fim de desenvolver uma análise crítica no processo de cuidado primário a saúde. Além de proporcionar ao Farmacêutico subsídios, para uma avaliação clínica e ferramentas para o processo de anammnse e semiologia . • Conhecimentos técnicos para auxiliar na elaboração de anamneses em atenção farmacêutica e na elaboração e discussão de casos clínicos. •Habilitar profissionais a reconhecer condições potencialmente graves ou que necessitem de atendimento por outros profissionais da saúde. •Saber identificar condições dentro do âmbito da atenção farmacêutica (PRM, por exemplo) e identificar outras condições associadas. Ao final do curso o Farmacêutico estará apto a: •Saber encaminhar um paciente a um serviço de emergência ou de seguimento ambulatorial, se necessário. •Estar preparado para trabalhar em equipe com os demais profissionais de saúde e para discutir condutas com embasamento farmacêutico e baseado em evidências científicas. O QUE SE DEVE FAZER EM UMA FARMÁCIA? A FARMÁCIA– NA FRANÇA ● O farmacêutico francês, atua em um ambiente favorável às práticas integrativas nas farmácias comunitárias, com monopólio de suas atividades comerciais assegurado por lei centenária; ● É na farmácia comunitária que trabalha a maioria dos farmacêuticos franceses; E apenas as sociedades integralmente constituídas por farmacêuticos podem ser proprietários de farmácia. ● As farmácias fecham no período de férias do profissional ou quando este não está presente – ou seja, quando o farmacêutico vai ao banco, ao almoço e etc; ● As farmácias são discretas, identificadas por uma cruz verde, e deixam somente os produtos de higiene, cosméticos e pessoais ao alcance do público. Os medicamentos ficam atrás do balcão. Outro aspecto interessante é que quase todas as farmácias comercializam medicamentos homeopáticos. ● Na França, o farmacêutico efetua serviços de atenção básica e, por meio de consultas com o paciente, prescreve, se necessário, medicamentos isentos de prescrição ou orienta sobre cuidados à saúde; É comum que a população procure seu farmacêutico local para orientação e aconselhamento. ● O farmacêutico é remunerado única e exclusivamente por uma margem fixa e única sobre o preço de venda estabelecido. Os medicamentos são reembolsados pela seguridade social. A FARMÁCIA– NA ESPANHA ● Na Espanha, as farmácias abertas ao público são estabelecimentos sanitários onde se exercem as funções, atividades e serviços de assistência farmacêutica e de saúde pública; ● O farmacêutico se envolve na elaboração e dispensação de medicamentos e fórmulas magistrais; Compete, ainda, ao farmacêutico colaborar na assistência sanitária em matéria de informação de medicamentos, farmacovigilância, promoção da saúde e educação sanitária. ● A farmácia está focada na clínica e na gestão do paciente; Promove a adesão ao tratamento, principalmente para os polimedicados e os pacientes acima de 65 anos. ● Só Farmacêuticos podem ser proprietários de Farmácia; ● A presença de farmacêuticos é obrigatória durante todo o horário de funcionamento da farmácia; No período de férias ou quando o farmacêutico não está presente, as farmácias permanecem fechadas. ● Só se pode abrir uma farmácia com uma distância superior a 500 metros de outra, e quando o número total de farmácias comunitárias para a dispensação de medicamentos em cada município não exceder uma para cada quatro mil habitantes. É obrigatória a residência do farmacêutico na respectiva localidade. ● Há a orientação documentada sobre os MIPs; ● As farmácias normalmente têm espaço reservado para a clínica, com privacidade para o atendimento. Lá é feita a gestão de hipertensão, diabetes, obesidade, nutrição, optometria etc; ● Não há medicamentos fora de farmácias, mesmo os MIPs mais simples. Todos os medicamentos ficam atrás do balcão, até os MIPs; ● A remuneração do farmacêutico é baseada na venda de medicamentos e no pagamento por alguns serviços prestados na farmácia. A FARMÁCIA– NOS EMIRADO ÁRABES ● Apenas a título de curiosidade, vale citar que os Emirados Árabes Unidos (EAU) são formados por uma confederação de monarquias árabes, equivalentes a principados. Os sete emirados são Abu Dhabi, Dubai, Sharjah, Ajman, Umm al- Quwain, Ras al-Khaimah e Fujairah; ● O Farmacêutico tem um salário de alto nível, relativo a R$ 50 mil; ● Todos os países árabes mantêm farmácias como estabelecimentos de saúde; ● Não há a venda de produtos alheios à saúde; Não há medicamentos ao alcance e nem à vista do consumidor. ● A distância de, no mínimo, 2km entre as farmácias; ● Todos os procedimentos de menor complexidade são realizados nas farmácias inicialmente, inclusive a prescrição de antibióticos pelo farmacêutico; O acompanhamento também é bastante eficaz. Assim, somente em casos em que não há melhora do paciente é que é feito o seu encaminhamento aos serviços médicos. ● Há poucos profissionais trabalhando em cada estabelecimento, ou seja, de dois a três farmacêuticos e mais dois assistentes numa farmácia de grande porte. Não há balconistas, como no Brasil; ● As farmácias, nos EAU, são obrigatoriamente de propriedade de farmacêuticos; Existem, na mesma farmácia, bancadas para instrumentos de laboratório, que podem ser utilizados para realizar alguns exames e também para o fracionamento de medicamentos, o que facilita o acesso da população a medicamentos na dose precisa e, com isso, o tratamento acaba sendo mais barato. ● A exigência da presença do farmacêutico em período integral é lei no país, e é cumprida à risca por todos os estabelecimentos; ● Em todos os países árabes, os medicamentos ficam em armários dentro da loja. Não há balcões de atendimento, como se encontram no Brasil. Nas farmácias dos EAU há apenas mesas para o paciente se sentar e conversar com os farmacêuticos. Não é raro encontrar a oferta de café e frutas para o consumo do paciente durante seu atendimento. E no Brasil ? Porquê não fazemos clínica ? Modelo de Farmácia é bom ? Rastreamento de casos suspeitos de Diabetes Mellitus: Novembro Diabetes Azul 2018 MODELO DE FARMÁCIA E FARMACÊUTICO OS CURSOS DE FARMÁCIA ESTÃO MUDANDO Clínica voltado para o paciente FARMÁCIA CLINICA E A TRANSFORMAÇÃO DE UMA PROFISSÃO DÉCADA DE 60 SURGIMENTO FARMÁCIA CLÍNICA NOS HOSPITAIS DÉCADA 80 E 90 Atenção Farmacêutica Farmácia Clínica Atenção Farmacêutica Assistência Farmacêutica Cuidado Farmacêutico Fonte: Serviços Farmacêuticos diretamente destinados ao paciente, à família e à comunidade. Contextualização e arcabouço conceitual. PROFAR. 2016 PORQUE PRECISO DE UMFARMACÊUTICO ? Fonte: Am. J. Hosp. Pharm. 1990; 47:533-543. “Provisão responsável do tratamento farmacológico com o propósito de alcançar resultados concretos que melhorem a qualidade de vida dos pacientes.” Charles Hepler e Linda Strand http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://pcare.com.br/wp-content/uploads/2010/12/linda-strand.jpg&imgrefurl=http://pcare.com.br/2010/12/conferencia-internacional-de-abertura-com-a-dra-linda-strand/&usg=__0vuhrRuioqPkuVhmsDMF-oHxWvs=&h=600&w=800&sz=94&hl=pt-BR&start=6&zoom=1&um=1&itbs=1&tbnid=6XrDLtxkOjHNAM:&tbnh=107&tbnw=143&prev=/search?q=Linda+Strand&um=1&hl=pt-BR&biw=1003&bih=621&tbm=isch&ei=5ugrTsfpM8rpgQe_qfmaCw http://www.harveywhitney.org/images/lecture_images/2010.png PORQUE PRECISO DE UM FARMACÊUTICO ? MORTE POR MEDICAMENTOS Uso incorreto dos medicamentos Falhas de acesso aos medicamentos Interações medicamentosas Medicamentos desnecessários EFETIVIDADE TERAPÊUTICA EVENTOS ADVERSOS Baixa adesão aos medicamentos Auto medicação inadequada Falhas de comunicação da equipe Erros de medicação Falhas de monitorização do paciente POR ONDE COMEÇAR ? O QUE SÃO TRANSTORNOS MENORES ? ACOMPANHAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO E PATOLOGIAS AUTOLIMITADAS GOSTAR DE GENTE ● Paciência; ● Curiosidade; ● Capacidade de Observação; ● Atenção a detalhes; ● Capacidade de Concentração; ● Gosto de pesquisa e estudo. O que o Sr. Tem é um exantema, generalizado, sem prurido, acometendo inclusive as regiões palmar e plantar, e uma micropoliadenopatia generalizada, com predomínio na região cervical porém os gânglios do Sr. estão livres de sinais flogísticos além do mais o Sr. Está com hiperemia intensa do orofaringe com aspecto granuloso mais sem exsudato. O Baço do Sr esta palpável junto à reborda costal esquerda mais vamos tratar. POSTURA PROFISSIONAL ● Apresentação pessoal; ● Postura Profissional; ●Hábitos de Higiene; ● Comunicação não verbal; OBJETIVOS DA COMUNICAÇÃO ● Adequar a linguagem; ● Simples, Clara e Objetiva; ● ATENÇÃO – Termos Técnicos. TIPOS DE COMUNICAÇÃO ● Comunicação escrita: (Ex.: Ler um jornal); ● Comunicação oral/verbal: (Ex.: conversar com as pessoas); ● Comunicação gestual: (Ex.: indicações de gesto de uma policia de transito); ● Comunicação sinais visuais: (Ex.: indicações do semáforos); ● Comunicação corporal: (Ex.: abraço, aperto de mão). Entrevista com o paciente Avaliação da situação Plano de ação Seleção do Tratamento Orientação ao paciente Monitoramento Mais Informações Equipe multiprofissional ANAMNESE FARMACÊUTICA AVALIAÇÃO PRESCRIÇÃO FARMACÊUTICA CONSULTA FARMACÊUTICA Não há modelo definido Adequar-se às necessidades é fundamental Encarar os desafios FIÉIS ESCUDEIROS TRANSIÇÃO DO MODELO DE DECISÃO CLÍNICA HOJE Modelo baseado em opiniões, julgando a concepções (EXPERIÊNCIA) Modelo baseado em evidências científica. Aplicação de EPIDEMIOLOGIA ANTES A B F G FISIOPATOLOGIA Aplicada às necessidades clínicas do paciente. FARMACOTERAPIA Protocolos terapêuticos farmacológicos. Formulações magistrais. TERAPIAS NÃO FARMACOLÓGICAS Práticas terapêuticas não medicamentosas.COMUNICAÇÃOCom o paciente e demais profissionais da saúde. SEMIOLOGIA Avaliação de sinais e sintomas. PLANEJAMENTO Elaboração de plano de cuidado. ANÁLISES CLÍNICAS Solicitação e interpretação de exames clínicos laboratoriais. D CE Modelos de competências clínicas (MILLER) 1 O que sabe (Conhecime nto) 2 O que sabe como fazer (Como resolve casos clínicos teóricos) 3 O que demonstra fazer (Como se sai em simulação) 1 O que se faz (Como se sai em pacientes reais) Só aprendemos o que nos é util Simulação – Objetivo Principal Reproduzir um cenário e situações reais ou aproximadas que resultem em desenvolvimento e ganho de aprendizagem profissional. O elemento central para o desenvolvimento e treino dessas habilidades é na maioria dos casos os paciente. CONSULTA FARMACÊUTICA ● Direcionar para fatos clinicamente relevantes; ● Fatos recentes (atuais) são muito importantes; ● Dar atenção para pequenos fatos. (detalhes); ● Demonstrar interesse, empatia; ● Evitar interrupções; ● Desenvolver vínculo com o paciente e/ou cuidador; ● Validar informação (confirmar história clínica); ● Não subestimar o cuidador e/ou paciente; ● Não Julgar e não discutir; ● Manter Sigilo. Relação Entrevistador - Paciente • Relação que se estabelece entre o farmacêutico (ou outro profissional) e a pessoa que o procura, estando doente ou não • Desde o momento do primeiro encontro, existem expectativas de ambas as partes Expectativas dos pacientes • O desejo de ser ouvido • A expectativa de que o profissional se interesse por ele como um ser humano, e não como uma doença ou uma parte de corpo humano • Competência profissional • Busca de informações claras sobre sua condição de saúde (DivisãodeLoydSmithJr,InSemiologiaClínica,EditoraSarvier,2002,modificadaporLFB) Alguns cuidados e atitudes que o farmacêutico deve tomar ou adotar • Comunicar – se através de uma linguagem adequada –garantir a comunicação • Deixar o paciente falar sem interrupções, permitindo que o mesmo conte sua história em suas próprias palavras • Sigilo absoluto do que será dito, relação de confiança • Ter paciência e usar de abordagem adequada a pessoas com limitações • Deve – se tomar cuidado para não julgar ou desaprovar certos aspectos da história do paciente. • Respeitar as pausas, o silêncio, o choro. • A observação cuidados a das expressões faciais do paciente assim com o dos movimentos corporais pode fornecer indicações não – verbais valiosas Organizando Informações • Identificação do paciente • Anamnese • Alterações identificadas: exame físico (simples, direto e possível) • Exames complementares • Observações Sociais • Impressões e Condutas “Existe sempre um terceiro fator da doença e de como ela se manifesta em determinado paciente: são os aspectos psicológicos, familiares, sociais, de trabalho e econômicos que cercam o indivíduo e sempre são fundamentais para entender a doença e como ela se manifesta em cada um deles” (História Clínica, In Semiologia Clínica, Editora Sarvier, 2002) 1º passo • Apresentação e identificação do profissional • Olhar diretamente para o paciente • Postura • Linguagem e nomes próprios • Revisar dados antes, se possível (prontuário) Quais os objetivos do paciente ? Queixa? Dúvidas? Outras opiniões? Aconselhamento geral? Como chegou até aqui ? • Esclarecer termos e confrontar, se necessário, sempre calmamente Estrutura de anamnese Entrevista clínica, visando obter as informações pertinentes às condições que levaram o paciente a procurar o atendimento, de forma organizada e reprodutível • Divisão por finalidades • Sequência variável para aplicação, padronizar para registro • Data (hora se situação variável) • Identificação do paciente • Fonte do encaminhamento (se houver) motivação, iniciativa da consulta etc • Fonte de história (o próprio paciente, familiar, acompanhante, carta, prontuário) e fidedignidade dos dados • Queixa e duração • História da moléstia atual • Antecedentes pessoais • Hábitos e vícios • Antecedentes familiares • Interrogatório sobre os diversos aparelhos (ISDA) ou Revisão de Sistemas •Exame clínico • Hipótese diagnóstica, Impressões, Conduta Fonte e confiabilidade das informações • Sempre que possível, a história deve ser feita com o próprio paciente • Restrições: crianças pequenas, pessoas com distúrbios de consciência e demênciadas – colher informações do cuidador ou de quem convive diretamente com o paciente • Confiabilidade dos dados: depende de compreensão, escolaridade, memória, confiança no profissional, capacidade de comunicação Narrativa • A atenção deve ser centralizada mais no que a pessoaestá dizendo, e menos na palavra escrita • Deve – se permitir ao paciente contar sua história de seu jeito, porém, direcionando caso necessário Importante! • A história escrita é um documento legal e permanente da saúde do paciente • A informação registrada deve ser precisa e objetiva, legível e compreensível Estrutura da Anamnese • Identificação • Fonte, encaminhamento • Queixa e Duração (QD) • História da Moléstia Atual (HMA) • Antecedentes Pessoais e Familiares •Hábitos e Vícios •ISDA •Exame Clínico •Hipóteses e Condutas Identificação do Paciente • Nome completo; número de registro ou prontuário (se em hospital) • Idade (e/ou data de nascimento) • Sexo • Cor / Raça • Estado civil • Profissão e escolaridade • Nacionalidade/ Naturalidade • Procedência atual e remota • Cuidador, se for o caso Queixa e Duração (QD) – ou Queixa Principal (QP) • Motivo da procura e consulta • Orienta a atenção para o sistema ou aparelho acometido (geralmente) • Usar, se possível, as palavras do paciente • Registro curto • Atenção aos poli queixosos Antecedentes Pessoais • Condições de nascimento e desenvolvimento • Doenças prévias • Acidentes, cirurgias, hospitalizações • Alergias e intolerâncias • Vacinas • História ocupacional e ambiental, riscos domésticos, medidas de segurança Antecedentes Pessoais • Doenças próprias da infância–rubéola, sarampo, caxumba, varicela, etc • Outras doenças infecciosas ou contato com portadores (tuberculose) • Transfusões sangüíneas • Doenças crônicas: hipertensão (HAS), diabetes (DM), insuficiências, doenças respiratórias, doenças endocrinológicas História Psicossocial • Contexto do paciente: quem mora junto, quem prepara ou supervisiona os medicamentos e alimentos, situações de violência familiar e nas redondezas • Atividades da vida diária: mensura a independência do paciente • Crenças e restrições religiosas • Perspectivas do paciente quanto ao futuro Medicamentos • Se possível, cheque os recipientes • Checar tempo de uso, motivo do uso, técnica correta, efeitos colaterais • Checar horários, modo de tomada, regularidade, quem prescreveu • Incluir remédios caseiros, sem prescrição, laxantes, anticoncepcionais. Busca ativa. •Checar o que já usou e porque não usa mais Hábitos e Vícios • Tabagismo (quantidade, tempo, tentativas de cessação e causas do insucesso) –3 minutos de aconselhamento fazem diferença! • Tabagistas passivos • Uso de drogas • Álcool (quantidade, tipo de bebida, tempo) • Exercício (tipo, tempo diário ou semanal) • Sexo seguro • Dieta ou dia alimentar Antecedentes Alimentares Se foi amamentado exclusivo ao seio materno e quanto tempo; Idade do desmame e condições; Qualidade e quantidade dos alimentos ofertados; Número de refeições; Pesquisar intolerância ou alergia alimentar; História Familiar -pesquisar doenças na família; -idade,sexo e estado de saúde dos irmãos; -idade e estado de saúde dos pais; HMA -História da Moléstia Atual (ou HPMA - História Pregressa da Moléstia Atual) • Exploração detalhada das queixas e dos problemas que fizeram o paciente procurar a consulta • Contém a história evolutiva da “doença” (ou condição), desde seu início até o momento da consulta HMA – Dados a questionar • Como se iniciou o problema • As circunstâncias em que ele apareceu • Suas manifestações • Tratamentos prévios •Amplia e põe em ordem cronológica os sintomas e eventos • Explorar as queixas relacionadas ao sistema a que se refere a queixa principal HMA – Dados Preferir perguntas abertas: • Que tipo de problema você está tendo? • Sente dor no estômago? Como é essa dor? • Como era sua saúde antes do infarto? • O que mais o senhor sente quando começa a dor? HMA – Dados Perguntas Abertas: • Pedem ao paciente informações gerais • Permitem que conte sua história espontaneamente • O “divagar” excessivo deve ser controlado de forma sensível, mas firme • Evitar sugestionaras respostas • “Múltiplas escolhas”, quando buscar dados específicos HMA –Sintomas Principais • Descrição das características. Exemplo: DOR Localização: Onde dói? Esta dor se irradia? Caráter ou qualidade: Como é a dor? Quantidade e/ou intensidade: Quanto dói? Até onde incomoda? Dar notas, qualificar, buscar similares, buscar incapacidade Sequência cronológica: Início, duração e frequência, associação com eventos ou períodos HMA – Sintomas Principais • Períodos ou circunstâncias: em que os sintomas ocorrem: movimentos, alimentos, fatores ambientais, atividades pessoais, reações emocionais, etc • Fatores associados: outros sintomas simultâneos • Fatores agravantes ou de alívio: repouso, esforço, mudança de posição, uso de medicamentos, relação com alimentos • Anotar dados negativos relevantes • Repercussão: o quanto afetam vida diária, convívio social, trabalho, auto-imagem História Patológica Pregressa (HPP) Coletar dados sobre as doenças e internações ocorridas anteriormente: - infecções; - doenças próprias da infância; - procedimentos cirúrgicos; - alergias; - uso de medicamentos; Revisão de Sistemas • Perguntas pertinentes, de preferência com um objetivo baseado em raciocínio clínico • Roteiro individualizado • Análise dos sintomas: os pacientes reais “não lêem o livro”! • “Se você não sabe o que procura, não vai saber quando encontrar” (prof. Milton Martins) ISDA -Interrogatório Sobre os Diversos (ou Demais) Aparelhos • Perguntas sobre sintomas específicos ligados aos diversos aparelhos, sistemas e regiões do corpo • Deve ser individualizado devem ser feitas perguntas que o entrevistador considerar necessárias para determinado paciente -busca ativa de sintomas, de acordo com o raciocínio clínico ISDA • Cada um dos sintomas encontrados, se possível, deve ser caracterizado, com relação a intensidade, duração, fatores de melhora e piora, ritmo e periodicidade • Padronizar a busca: por sistemas, por anatomia, por síndromes... ISDA –Sintomas Gerais • Febre • Alterações de apetite • Peso habitual e alterações recentes de peso (ganho ou perda) • Fraqueza, fadiga (cansaço) • Sudorese, calafrios • Tristeza, ansiedade • Padrão de sono ISDA -Sintomas Específicos • Pele e anexos • Cabeça: – olhos, ouvidos, seios paranasais, boca, garganta • Pescoço • Mamas • Sintomas Respiratórios • Sintomas Cardíacos • Sintomas digestivos e urinários • Problemas genitais (masculinos ou femininos) e hormonais • Sintomas musculoesqueléticos e vasculares • Sintomas Neurológicos e Psiquiátricos Situações Especiais • Problemas de comunicação • Crianças • Adolescentes • Idosos • Deficientes visuais ou auditivos Crianças • Incluir na identificação o apelido, os nomes, profissões e horários dos pais e cuidadores, locais de contato • Menores de 5 anos: dependem da observação e das interpretações dos pais ou cuidadores • Usar os nomes, tanto da criança como dos pais, referir-se “ao pai do fulano” e não a “seu marido” Crianças • Após os 5 anos: falar também com a criança reduz o medo e passa mais confiança • Entrevistar as maiores em separado dos pais • De quem é a queixa? Pais, professores, babá, da própria criança? • Às vezes, a queixa principal pode não ser o motivo da procura Crianças • Incluir nos antecedentes a história da gravidez, pré- natal, condições do parto, idade gestacional • Complicações perinatais: desconforto respiratório, infecções, convulsões • Aleitamento, introdução de alimentos outros e suplementos, preferências e aversões • Desenvolvimento e crescimento, rendimento escolar, socialização Adolescentes • Respeito mútuo • Confidencialidade • Focar no paciente e não no “caso” • Entrevistar em separado dos pais • Informalidade sem exagero Idosos • Atenção ao conforto do paciente • Certificar-se de que ele o entenda • Se ele não contactua, ainda assim, não o ignore • Histórias mais longas: planeje mais tempo • Não tente resolver tudo em uma única consulta Deficiências• Auditivas: intérpretes, questões por escrito, falar lentamente em posição adequada e não encobrir o rosto, tabelas de cores • Visuais: apresente-se, toque, não grite, respostas vocais Prolixidade • Deixe falar por 10 minutos e avalie a coerência do discurso: há algum problema psiquiátrico? • Tente dirigir o relato para o que for mais importante • Faça resumos periódicos: “pelo que entendi...” • Se o tempo se esgotou, avise e marque nova entrevista, estabeleça prazos Sintomas múltiplos • Seu paciente tem tudo? • Pode ser verdade, mas procure focar no aspecto psicossocial • Desista de explorar cada sintoma em separado. Peça para escolher -ou escolha uma prioridade, defina metas Hostilidade • Procure saber a causa. Se justificada, reconheça, justifique-se e tente corrigir. • Transferência pelos problemas do paciente ao profissional de saúde • Não se junte a ele contra alguém da equipe • Com tempo, acaba por se resolver Choro • Raramente precisa ser suprimido • Aceite, ofereça um lenço e uma palavra de conforto • Espere a recuperação: geralmente logo o paciente se recupera e retoma o discurso • Se depressão, fale sobre o assunto sem medo ou vergonha Doenças Graves ou Fatais • Frequentemente causam desconforto ao examinador • 5 estágios de reação: negação e isolamento; raiva; barganha; depressão ou mágoa preparatória; aceitação • Deixe o paciente fazer perguntas • Não fale apenas de doença, conheça o paciente Exame Clínico • Inicia-se no momento da chegada do paciente: observe-o enquanto anda, como se veste, o modo como fala, o conteúdo do discurso, o modo como o cumprimenta e se comporta • Inclui o exame psíquico (daí não ser apenas exame Físico) Formulação de Hipóteses • Somando os dados obtidos da entrevista com o exame clínico, deve-se formular hipóteses e, a partir daí, tomar condutas: orientações, investigação, encaminhamentos, tratamentos etc Diagnóstico • Baseia-se na utilização: – Dos dados clínicos (anamnese e exame clínico) –De exames complementares (laboratoriais, radiológicos, outros) Exemplo 1 • ID: M.S., 40 anos, feminina, secretária, casada, 2 filhos, natural e procedente de SP-SP • QP: enjôo há 3 dias • HMA: há 3 dias, vem relatando náuseas após ingerir alimentos gordurosos, junto a dor abdominal em cólica, na porção superior do abdome, sem irradiação. 2 episódios de vômitos no período. Sem alteração do hábito intestinal. Dura cerca de 40 minutos. A dor é de moderada intensidade, mas não chega a impedir seu trabalho. Exemplo 2 • ID: I.S., 33 anos, masculino, balconista em loja de material de construção, natural de Cajamar, em São Paulo há 3 anos, solteiro • QP: está sempre gripado • HMA: relata coriza e espirros frequentes, diários, que pioram sempre que entra no almoxarifado ou manipula objetos empoeirados. Nega febre. Cefaléia frontal eventual. Coriza hialina. Sem tosse ou expectoração. CEFALEIA Localização • Onde você sente a dor? (em que parte da cabeça dói ?) • Esta dor se irradia (anda, espalha) para algum lugar ? Caráter da Dor • Como é a dor? Em pontada, agulhada, latejante (pulsátil), em peso, em queimação ? • É contínua ou intermitente (ela vai e volta)? Intensidade da Dor • Sua dor é fraca, moderada ou forte? • Qual o tipo de efeito que a dor tem sobre seu trabalho? Consegue continuar suas atividades? Cronologia da Dor • Esta dor se repete ou aconteceu uma só vez? Eventualmente ou frequentemente? Com que frequência? • Quando aconteceu pela primeira vez? • Quanto tempo dura uma crise desta dor? • Já notou se a dor ocorre depois de certo tipo de alimento ou bebida alcoólica? Circunstâncias da Dor • A dor ocorre em repouso? E quando cansado? • Você sente a dor quando emocionalmente alterado? • Sua dor ocorre em algum horário preferencial, como no final da tarde, pela manhã, à noite? • Relação com o período menstrual? Sintomas Associados • Você tem náuseas e/ou vômitos associados à dor? • Antes do início da dor, você percebe um gosto ou cheiro estranho? Alguma alteração visual? Outra sensação fora do normal? • Você observou outras alterações que acontecem quando começa a doer? Fatores Agravantes • Há algo que piore a dor? • Claridade e barulho acentuam sua dor? • Piora com o esforço ou atividade física? Alguma posição? Fatores de Melhora • O que você faz para melhorar a dor? • Ficar deitado quieto, num quarto escuro, melhora sua dor? • Usa algum medicamento? O que já tentou fazer para tratar esta dor? Enxaqueca • Localização: Hemicraniana, principalmente frontal ou temporal • Caráter: Pulsátil (latejante) • Intensidade moderada ou intensa, limitando ou impedindo as atividades cotidianas • Seqüência cronológica: Dor crônica, evolui em surtos, freqüência variável e duração de 4 a 72 horas Enxaqueca • Circunstâncias: Relação com ansiedade, período menstrual, privação de sono, determinados alimentos, álcool • Fatores associados: frequentemente com náuseas e/ou vômitos, fotofobia, fonofobia • Fatores agravantes: É agravada por subir degraus ou atividade física rotineira • Fatores de melhora: Melhora após descansar em um quarto escuro, em silêncio “Cada farmacêutico inovador de sucesso iniciou sua mudança na prática com um único paciente. E todos os inovadores de sucesso irão dizer a mesma coisa: não é o dinheiro que agora os mantém fazendo, é a própria sensação de que o que estão fazendo é valioso e tem sentido para os pacientes que estão servindo.” BERGER (2009) Referencia bibliográficas BICKLEY, Lynn S.; HOEKELMAN, Robert A. Bates propedêutica médica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. BENSEÑOR, Isabela M.; ATTA, José Antônio; MARTINS, Mílton de Arruda. Semiologia clínica. São Paulo: Sarvier, 2002. FORBES, Charles D.; JACKSON, William F. Atlas colorido e texto de clínica médica.2. ed. Barueri: Manole, 1997. INICIAÇÃO ao exame clínico. Botucatu: Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina – UNESP, 1994. Texto para alunos da terceira série do curso de Medicina. LOPES, Mário; MEDEIROS, José de Laurentys. Semiologia médica: as bases do diagnóstico clínico. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 1990. PRADO, F. Cintra do; RAMOS, Jairo; VALLE, J. Ribeiro do. Atualização terapêutica. 19. ed. São Paulo: Artes Médicas, 1999. SWARTZ, Mark H. Semiologia: anamnese e exame físico. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1992. ZITELLI, Basil J.; DAVIS, Holly W. Atlas colorido de diagnóstico clínico em pediatria. 2. ed. Barueri: Manole, 1992. Número do slide 1 Número do slide 2 Número do slide 3 Número do slide 4 Número do slide 5 Número do slide 6 O QUE SE DEVE FAZER EM UMA FARMÁCIA? Número do slide 8 Número do slide 9 Número do slide 10 Número do slide 11 Número do slide 12 Número do slide 13 Número do slide 14 Número do slide 15 Número do slide 16 Número do slide 17 Número do slide 18 Número do slide 19 Número do slide 20 Número do slide 21 Número do slide 22 Número do slide 23 Número do slide 24 Número do slide 25 Número do slide 26 Número do slide 27 Número do slide 28 Número do slide 29 Número do slide 30 Número do slide 31 Rastreamento de casos suspeitos de Diabetes Mellitus: Novembro Diabetes Azul 2018 Número do slide 33 Número do slide 34 Número do slide 35 Número do slide 36 Número do slide 37 Número do slide 38 Número do slide 39 Número do slide 40 Clínica voltado para o paciente Número do slide 42 Número do slide 43 Número do slide 44 Número do slide 45 Número do slide 46 Número do slide 47 Número do slide 48 Número do slide 49 Número do slide 50 Número do slide 51 Número do slide 52 Número do slide 53 Número do slide 54 Número do slide 55 Número do slide 56 Número do slide 57 Número do slide 58 Número do slide 59 Número do slide 60 Número do slide 61 Número do slide 62 Número do slide 63 Número do slide 64 Número do slide 65 Número do slide 66 Número do slide 67 Número do slide 68 Número do slide 69 Número do slide 70 Númerodo slide 71 Número do slide 72 Número do slide 73 Número do slide 74 Número do slide 75 Número do slide 76 Número do slide 77 Número do slide 78 Número do slide 79 Número do slide 80 Número do slide 81 Número do slide 82 Número do slide 83 Número do slide 84 Número do slide 85 Número do slide 86 Número do slide 87 Número do slide 88 Número do slide 89 Número do slide 90 Número do slide 91 Número do slide 92 Número do slide 93 Número do slide 94 Número do slide 95 Número do slide 96 Número do slide 97 Número do slide 98 Número do slide 99 Número do slide 100 TRANSIÇÃO DO MODELO DE DECISÃO CLÍNICA Número do slide 102 Número do slide 103 Número do slide 104 Número do slide 105 Número do slide 106 Número do slide 107 Número do slide 108 Número do slide 109 Número do slide 110 Número do slide 111 Número do slide 112 Número do slide 113 Número do slide 114 Número do slide 115 Número do slide 116 Número do slide 117 Número do slide 118 Número do slide 119 Número do slide 120 Número do slide 121 Número do slide 122 Número do slide 123 Número do slide 124 Número do slide 125 Número do slide 126 Número do slide 127 Número do slide 128 Número do slide 129 Número do slide 130 Número do slide 131 Número do slide 132 Número do slide 133 Número do slide 134 Número do slide 135 Número do slide 136 Número do slide 137 Número do slide 138 Número do slide 139 Número do slide 140 Número do slide 141 Número do slide 142 Número do slide 143 Número do slide 144 Número do slide 145 Número do slide 146 Antecedentes Alimentares História Familiar Número do slide 149 Número do slide 150 Número do slide 151 Número do slide 152 Número do slide 153 Número do slide 154 História Patológica Pregressa (HPP) Número do slide 156 Número do slide 157 Número do slide 158 Número do slide 159 Número do slide 160 Número do slide 161 Número do slide 162 Número do slide 163 Número do slide 164 Número do slide 165 Número do slide 166 Número do slide 167 Número do slide 168 Número do slide 169 Número do slide 170 Número do slide 171 Número do slide 172 Número do slide 173 Número do slide 174 Número do slide 175 Número do slide 176 Número do slide 177 Número do slide 178 Número do slide 179 Número do slide 180 Número do slide 181 Número do slide 182 Número do slide 183 Número do slide 184 Número do slide 185 Número do slide 186 Número do slide 187 Número do slide 188 Número do slide 189 Número do slide 190 Número do slide 191 Número do slide 192 Número do slide 193 Número do slide 194 Número do slide 195