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Hipospádia

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15. Hipospádia  
 
Conceito 
Caracteriza‐se pela abertura congênita e anormal da uretra na face inferior do pênis ou 
escroto. Esse mal formação pode apresentar um pênis com uma curvatura ventral de 
grau variável, meato uretral localizado desde a base da glande até a região perineal e 
um prepúcio redundante na extremidade dorsal. 
Embriologia 
Resumidamente, notaram que a produção insuficiente do hormônio deidrotestosterona 
ou a  insensibilidade parcial do  tecido para esse hormônio pode  ser um  fator para a 
ocorrência das hipospádias. 
A hipospádia decorre da parada de desenvolvimento embriológico da uretra antes de a 
mesma estar totalmente formada, com a sua abertura localizada mais proximal do que 
a posição normal. 
Já os diferentes graus de encurvamento peniano que acompanham o meato ectópico 
seriam decorrentes do desenvolvimento anormal do corpo esponjoso da uretral distal, 
que se transforma em corda fibrosa. 
Incidência e anomalias e doenças associada 
Cerca de 1 de 300 nascidos vivos do sexo masculino apresenta essa mal formação. 
Anomalias e doenças associada 
As  hipospádias  distais,  que  são  as  mais  frequentes,  são  malformações  somáticas 
isoladas,  sem  causa  conhecida  e  com  baixa  probabilidade  de  se  manifestar  em 
familiares. Entretanto, as proximais, além de uma associação  com malformações do 
trato urinário, apresentam uma maior relação com doenças sistêmicas, principalmente 
as de causa cromossômicas. 
Dessa forma, a grande maioria dos pseudos‐hermafroditas masculinos(pacientes 46X e 
insensibilidade  periférica  parcial  a  testosterona)  apresenta  hipospádia.  Ademais,  os 
hermafroditas verdadeiros podem apresentar‐se com 
genital  bastante  masculinizado  acompanhado  de 
uretra hipospádica. 
Classificação 
Hipospádias  são  classificadas  de  acordo  com  a 
localização  do  meato  uretral,  não  considerando  a 
ocorrência  da  curvatura  peniana.  Apresentando  a 
distribuição  da imagem. 
O grau da curvatura do corpo não é importante para 
a realização da classificação, porem a medição da sua 
intensidade torna‐se necessário para o ato cirúrgico, 
e  é  realizado  durante  a  cirurgia  por meio  de  uma 
ereção artificial(manobra de Gittes) que consiste na 
injeção de solução salina através da glande. 
 
Oportunidade cirúrgica 
O único tratamento é a correção cirúrgica do defeito anatômico. O fato de existirem 
mais de 300 operações diferentes na literatura, atesta que não existe técnica única para 
todas as formas. 
Comentado [A106]: Devido a grande ocorrência de 
malformações no trato urinário (50%) é recomendável 
investigação do trato através de USG, ultrassom, e UCM, 
uretrocistografia. 
O objetivo do tratamento cirúrgico é a reconstrução de um pênis sem curvatura, com 
reposicionamento do meato tópico e aspecto satisfatório da glande, de  forma que o 
fluxo  de  urina  seja  dirigido  para  frente,  o  intercurso  sexual  seja  normal  e  ocorra 
ejaculação apropriada do sêmen. 
 
 
O Quadro 1 mostra as técnicas para o sucesso da correção, podendo ser aplicadas em 
qualquer sequenciamento. 
Pré‐operatório‐ o  urologista pode se deparar com um pênis de tamanho reduzido ou 
glande  hipotrófica  e  lançar mão  da  terapia  hormonal  previa  por meio  de  estimulo 
androgênico utilizando  testosterona  tópica creme a 1% ou a 2%, uma vez ao dia na 
genitália, por 4 a 6 semanas,  também pode ser utilizada por via  intramuscular, duas 
doses  de  25mg  ou  dose  única.  Objetivando  o  aumento  do  tamanho  peniano  e  a 
quantidade de pele prepucial. 
O melhor momento para iniciar a correção cirúrgica é entre os 10 meses e um ano de 
idade.  
 
Tratamento cirúrgico 
A técnica escolhida depende de vários fatores. Os pontos chaves de decisão são o meato 
e placa uretral hipospádica, o grau de curvatura peniana e a pele prepucial. 
Hipospádias glandares e coronais sem curvatura peniana 
São utilizadas as técnicas de Magpi e Snodgrass ou de retalho de prepúcio ventral como 
a de Mathieu 
A  técnica  de Magpi:  inicia‐se  com  uma 
meatotomia  anterior  seguida  de  uma 
secção  circunferencial  da  pele  do 
prepúcio  logo abaixo do sulco coronal. A 
pele  do  prepúcio  é  elevada  na  linha 
media, suturando‐se a mesma por baixo 
criando  um  retalho  que  cobre o meato, 
criando‐se a ilusão de meato normal, mas 
que , na realidade esta apenas encoberto 
pelo avanço da pele 
 
Comentado [A107]: Ortofaloplastia‐ cirurgia de 
reconstrução do pênis 
Comentado [A108]: Meatotomia‐ abertura cirurgia do 
meato uretral 
A  técnica  de  Snodgrass:  consiste  na 
reconstrução  da  uretra  mediante  a 
tubulização  da  placa  uretral,  mesmo 
construindo  uretra  com  calibre 
inicialmente estenosado. No mesmo atoa 
da  reconstrução  realiza‐se  uma 
uretrotomia  posterior,  ficando  a 
superfície  cruenta  em  contato  com  o 
corpo  da  glande  ou  pênis,  alargando‐se, 
com isso, o calibre da uretra aumenta. 
 
Técnica de Mathieu: criação de retalho 
vascularizado de base  superior, que é 
liberado  da  uretra  e  rodado 
cranialmente  sobre  o meato  para  ser 
suturado  a  placa  uretral  previamente 
preparada  mediante  duas  incisões 
paralelas  longitudinais  que  se 
estendem  em  direção  a  glande.  A 
glande  é  reconstruída  com  o  uso  de 
dois  retalhos  laterais  suturados  na 
linha  média.  Um  cateter  de  silicone 
transuretral  deriva  a  urina  por  uma 
semana. 
Hipospádias penianas 
São preferidas as que utilizam de retalhos pediculados de prepúcio dorsais como as de 
Duckett e Relp 
Tecnica de duckett na imagem abaixo. 
 
Hipospádia penoescrotais, escrotais e perineais 
Em geral apresentam uma  curvatura peniana  importante, associa‐se a uma ou mais 
técnica  , o  cirurgião,  também, pode utilizar  enxertos  autógenos de mucosa  bucal e 
vesical. 
 
Comentado [A109]: Uretrotomia‐ procedimento cirúrgico 
para abrir o canal da uretra que está com estenose. 
Resultados e complicações 
O padrão ouro da correção de hipospádia é alcançado quando em uma só intervenção 
se consegue obter um pênis retificado em estado de ereção, apresentando jato urinário 
uniforme,  ejetado em arco através de um meato posicionado no  vértice da glande, 
seguindo de um prepúcio com o mínimo de cicatriz e que seja confundido com um pênis 
circuncisado.  Porém, complicações podem vim a ocorrer. 
Principais complicações 
Relacionado com uretra- fístula, estenose, divertículo e deiscência. 
Relacionada com a haste peniana- persistência da curvatura. 
Relacionada com o prepúcio- retração e cicatrizes.   
A fistula uretral é a complicação mais frequente. 
Tratamento das complicações 
Apenas a fistula não constituem dificuldades de correção, todavia associadas a estenose 
da  uretra  distal  transforma‐se  num  procedimento mais  dificultoso. Nesse  sentido  a 
literatura  recomenda  ‘’recomeçar  do  início’’,  porem  nesses  casos  e  nos  casos  de 
complicações relacionadas a necrose de prepúcio e uretra torna‐se necessário realizar 
enxertos livre de pele ou mucosa bucal que substitui uretras estenosadas quando não 
se dispõe de prepúcio adequado. 
 
16. Referências 
Brandt, C. T. Introdução a Cirurgia Geral da Criança. Pernambuco, Editora UFPE. 2003; 
Maksoud, J. G. Cirurgia Pediátrica, volume I, 2ª edição. São Paulo, Revinter, 2003; 
IMIP Fernando Figueira. Pediatria, 4ª edição. Rio de Janeiro, Medbook, 2011; 
 
 
 
 
 
 
 
Comentado [A110]: Divertículo é uma evaginação, 
semelhante a uma bolsa, produzida em órgão tubular. 
Comentado [A111]: Deiscência é a abertura 
espontânea de suturas cirúrgicas. É uma separação 
das bordas dos tecidos que foram unidos por pontos

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