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Afecções do trato respiratório superior em pequenos animais

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Resumo por: Yasmin Barros - @idealizavet @yasminbarro.s 
Manifestações clínicas e afecções do sistema respiratório em pequenos animais 
 Anatomia 
Sistema respiratório superior: cavidade 
nasal, faringe e laringe, podendo 
considerar a traqueia cervical nessa 
divisão. 
Sistema respiratório inferior: traqueia 
torácica, brônquios e pulmão. 
 
 
Função: realizar troca gasosa, ou seja, 
inspirar oxigênio e em nível de alvéolo 
pulmonar ocorrer a hematose – 
transposição do oxigênio do meio alveolar 
para a circulação sanguínea. Também em 
nível alveolar haverá a captação de CO2, 
sendo eliminado pro meio externo. Além 
disso o sistema respiratório tem função 
imunológica, já que é uma das vias de 
entrada pro organismo, tendo interleucinas 
e interglobulinas na parte nasal e 
pulmonar. Outra função é o controle do 
equilíbrio ácido base (alcalose e acidose 
respiratória – distúrbios de pH sanguíneo). 
 Frequência de acometimento 
Todo constituinte do sistema respiratório 
pode ser acometido, o que muda é a 
frequência das doenças. 
Os gatos apresentam mais distúrbios de 
cavidade nasal, principalmente as rinites de 
origem infecciosas, como as causadas por 
calicivirus e herpesvírus felino (infecções 
do trato respiratório superior dos felinos) 
quando comparada aos cães. 
Por outro lado, distúrbios traqueais, como 
o colapso traqueal (comum em cães de 
pequeno porte) são mais comum em cães 
do que em gatos. Além disso, pneumonia 
bacteriana e viral são mais comum em 
cães, são raros acometimentos em gatos. 
Vias áreas inferior: em gatos é comum o 
acometimento de asma felina e bronquite. 
Já em cães é mais comum o acometimento 
da bronquite. 
 Diferença anatômica dentro de 
raças 
Cães braquicefálicos: bulldog francês, 
boxer, shih-tzu 
Cães com fucinhos mais alongados: 
Doberman, pastor alemão, fila brasileiro. 
 Manifestações clínicas 
Cavidade nasal: corrimento nasal, espirros, 
deformidade nasal, dispneia inspiratória 
Laringe: dispneia inspiratória, mudanças no 
latido (mais fino ou rouco). 
Traqueia, brônquios, pulmões: tosse 
(receptor de tosse presentes em traqueia e 
brônquios), dispneia expiratória ou mista. 
Se tiver pneumonia só à nível alveolar, o 
animal não tosse, pois não apresenta 
receptor em alvéolos. 
Cavidade pleural: efusão pleural, 
pneumotórax. 
 Enfermidades mais comuns do 
sistema respiratório 
Cavidade nasal: infecção do trato 
respiratório superior dos felinos 
Laringe: paralisia de laringe 
Traqueia: complexo respiratório canino, 
colapso traqueal 
Brônquios: bronquite crônica, asma felina 
Pulmão: pneumonias 
 Corrimento Nasal 
Etiologia: pode ser de origem bacteriana, 
fungica, viral, neoplásica, traumática, 
alérgica. 
 Localização: 
Unilateral: neoplásico, trauma 
Bilateral: provavelmente é um distúrbio 
sistêmico – reação alérgica; infecção de 
trato respiratório inferior (devido ao 
clearance – limpeza ciliar, a secreção sai 
pela narina); edema pulmonar com 
quantidade significativa de edema. 
 Aspecto da secreção 
Seroso: translúcido, um pouco viscoso. 
Pode ser devido à relação alérgica ou no 
início de infecção viral respiratória. Quando 
em pequena quantidade, pode considerar 
normal. 
Mucopurulento: aspecto esverdeado, 
decorrente da morte de neutrófilos, pode 
ser de origem viral ou bacteriana (infecção 
bacteriana primária como rinite é muito 
raro em cães e gatos), sendo assim 
infecção bacteriana de seio e cavidade 
nasal provavelmente será de origem 
secundária (secundária a infecção viral ou à 
neoplasias, decorrente da mudança da 
imunidade local ou ainda secundária à 
corpo estranho). Outras causas são: 
neoplasia (mudança na imunidade local, 
deixando a imunidade mais frágil) ou rinite 
crônica (de cunho idiopático ou autoimune 
em cães e em gatos que tiveram infecção 
de herpes vírus, podendo levar a rinite 
crônica de origem inflamatória). Se fizer 
cultura vai crescer bactérias da flora 
natural dos cães. 
Hemorrágico puro: epistaxe, ocasionado 
por: trauma ou corpo estranho que lesa 
epitélio de cavidade nasal que é muito 
vascularidade, a neoplasia também pode 
gerar hemorragia, geralmente começa 
hemorrágico unilateral e passa a ser 
bilateral, pela invasão do tumor na narina 
contralateral. Outra causa é distúrbio de 
coagulação (animais com hemoparasitose; 
hepatopatia grave) e infecção fúngica 
(incidência baixa no Brasil). 
 Doenças da cavidade nasal em 
cães 
Neoplasia nasal: pode observar assimetria 
de narina e maior esforço inspiratório. 
Neoplasias exsudativas podem levar a 
secreção nasal (não é o primeiro sintoma). 
Rinite inflamatória imunomediada (rinite 
linfoplasmocitária canina): corrimento 
nasal de ordem crônica, que perdura por 
mais de 2 meses. 
Doença periodontal: a infecção causa uma 
fístula entre o alvéolo dentário e a 
cavidade nasal, apresentando corrimento 
purulento unilateral. É importante fazer a 
observação de gengiva e palato – aumento 
da região nasal coincide com o dente que 
está inflamado. 
 
 Infecção do trato respiratório 
superior dos felinos (rinotraqueite 
felina ou complexo respiratório 
felino) 
Infecção da cavidade nasal, podendo 
acometer infecção traqueal ou ainda 
pulmonar, sendo essa última mais rara. 
Etiologia: herpesvírus felino (80-90%), 
calicivírus felino (80-90%), bordetella 
bronchiseptica (mesma que causa a 
traqueite nos cães), chlamydophila felis 
 Calicivírus pode apresentar ulcera 
oral. 
 Herpesvírus felino pode apresentar 
ulcera de córnea. 
Animal apresenta espirro, pode apresentar 
tosse, mas principalmente corrimento 
nasal bilateral e ocular ocasionado por 
qualquer um dos agentes. Inicia-se com 
coloração translucida e de 3-5 dias começa 
a apresentar a forma mucopurulenta. 
Muito comum em animais 
imunossuprimidos ou em gatis e locais de 
aglomeração de animais. Normalmente 
animais que vivem aglomerados, podem 
estar acometidos por mais de 1 agente, 
quando não identificado os agentes, 
classifica-se como infecção do trato 
respiratório superior dos felinos. Em 
animais adultos que apresentam a 
síndrome, deve-se pesquisar uma causa 
que esteja causando a imunossupressão. O 
tratamento é conservador e não se 
modifica muito entre os agentes. 
Transmissão: contato com gatos infectados 
e portadores. É transmitido pelo espirro de 
animais infectados. 
 Manifestações clínicas: 
Aguda (mais comum) que perdura por 5 a 
7 dias, que é o curso da doença. 
 Espirros 
 Secreção nasal serosa ou 
mucopurulenta 
 Conjuntivite e secreção ocular 
 Hipersalivação 
 Anorexia 
 Desidratação 
 Febre: acontece quando tem 
acometimento sistêmico e não 
local. 
 HVF (herpesvírus felino) causa a 
úlcera de córnea (dendritica); 
aborto; morte neonatal. 
 
 CVF (calicivírus felino) causa a 
úlcera na cavidade oral, gengivite, 
pneumonia intersticial leve, 
poliartrite - durante a infecção 
causa complexo antígeno 
/anticorpo sendo depositado nas 
articulações (animal apresenta 
claudicação que é autolimitante) 
 
 Bordetella pode causar a tosse e 
pneumonia dependendo da 
imunidade do animal. 
 Chlamydophila pode causar 
conjuntivite severa e quemose 
(inflamação da conjuntiva). 
 
Crônica: gatos portadores assintomáticos 
que ao cair a imunidade tem recidiva da 
sintomatologia. 
 
Fonte: Greene, 2012 
 Diagnóstico: 
Histórico (imunodeprimido; que vive 
em aglomerado) e achados clínicos 
Isolamento patógeno: Swap e PCR da 
cavidade nasal ou da secreção. 
 Tratamento: 
Maioria dos gatos: auto limitante que 
perdura até 7 dias. Realiza-se 
tratamento suporte: 
 Hidratação 
 Nutrição 
 Remover exsudatos: gaze 
umedecida com soro 
fisiológico para limpeza de 
secreção nasal e oral, evitar 
usar algodão (pode ficar fios de 
algodão em cavidade nasal e 
oral). 
 Lavagem da cavidade nasal por 
formaçãode grumos 
ressecados de secreção 
(âmbito hospitalar). Necessário 
sedação leve (ex:gabapentina): 
utiliza-se seringa de 3-5 ml em 
decúbito external, instilando 
na narina. Em decúbito lateral 
pode acontecer falsa via 
deslocando pra trato 
respiratório superior. Realizar a 
lavagem até sair somente soro, 
o conteúdo nasal saíra na 
narina contralateral. 
 Vaporização com soro 
fisiológico – em casa: colocar o 
gato dentro da caixinha de 
transporte e deixar por 15 a 20 
min ou deixar o gato durante o 
banho quente dentro do 
banheiro, que o vapor 
umidifica o ar e melhora a 
congestão. 
 Descongestionantes tópicos 
pediátricos: fenilefrina 0,25% 1 
gt/narina/3ds – utilizado 
somente quando a vaporização 
não responde. 
 É contraindicado a utilização 
de umidificador de ar, pois 
favorece a proliferação de 
fungos no ambiente pela alta 
umidade. 
 Antibioticoterapia: infecções 
secundárias - passou de 7 dias 
e continua tendo febre e 
secreção mucopurulenta. 
Doxiciclina 5 mg/kg/ 12-12 ou 10 mg/kg a 
cada 24 horas: bolus de água após a 
medicação, pois o comprimido pode parar 
no esôfago, sendo absorvido ali, desta 
forma o pH ácido do medicamento pode 
levar a estenose esofágica e o animal 
apresentar regurgitação. Durante 7 dias. Se 
for mycoplasma o tratamento é de 21 a 28 
dias com doxiciclina. 
Ampicilina 22mg/kg/ IV 8-8hrs, usado em 
âmbito hospitalar, caso não for efetivo com 
as outras opções de antibióticos. Não tem 
boa absorção oral para gatos 
Amoxicilina c/ clavulanato: 22 mg/kg/8-8 
hrs, durante 7 dias. 
Azitromicina 5-10 mg/kg/24-24 horas 
durantes 3 dias e depois a cada 72 horas. 
Prevenção: 
 Evitar aglomeração 
 Separar em grupos de 
susceptibilidade 
 Limpeza e desinfecção com água 
sanitária 
 Ventilação e umidade adequadas 
de ambiente 
 Evitar situações que induzem 
imunossupressão 
 Vacinação 
Filhotes: 8-10 semanas de idade (1°dose), 
reforço a cada 3-4 semanas, mais duas 
vezes. Total de 3 doses. 
Adulto: faz a primeira dose e depois de 3-4 
semanas a 2° dose. 
Apenas após 1 mês da cura clínica de gatos 
que foram infectados, se pode realizar a 
vacinar. 
 Quarentena (10 dias) de animais 
adotados que vão ter contato com 
outros gatos. 
 
 Deformidade nasal 
Causas: neoplasias e pólipos (crescimento 
celular benigno). 
Tumores malignos (maior clínica): Em 
gatos, carcinoma de células escamosas 
relacionado a incidência de raios 
ultraviolentas em áreas sem pigmentações 
(cavidade nasal e ponta de orelha). Em 
cães, são comuns adenocarcinomas, 
fibrocarcinoma e carcinomas de células 
indiferenciadas. Os pitbulls de pelagem 
branca também são acometidos por 
carcinoma de células escamosas, porém 
em menor ocorrência em comparação com 
os gatos. Prognóstico ruim para tumores 
malignos – de 4 a 6 meses. 
 
Sinais clínicos: secreção nasal uni ou 
bilateral, obstrução nasal, deformação 
facial, aumento do volume da face, 
ulcerações e erosões nas narinas, orelhas e 
face. 
Lesões em gatos não pigmentados, 
suspeitar de esporotricose. 
Em cães, lesões em plano nasal, pode-se 
suspeitar de TVT. 
Diagnóstico: 
 Radiografia 
 Rinoscopia (prioridade): permite 
ver a estrutura: neoplasia, pólipo 
ou corpo estranho, além disso 
permite realizar a biópsia 
 Biópsia 
Tratamento: 
Excisão cirúrgica com margem cirúrgica 
(pode retirar a maxila): a sobrevida dos 
animais que realizam ou não a cirurgia é a 
mesma - em torno de 6 meses à 2 anos. 
Radioterapia (prioridade), aumenta a 
sobrevida com qualidade (aumento em 
torno de 1 ano). 
Quimioterapia – pouca absorção em sitio 
de cavidade nasal (pouco responsivo): 
tumor pode infiltrar e chegar no SNC, 
apresentando sintomas de síndrome 
cortical – andar compulsivo, compressão 
de cabeça, convulsão. Com o uso da 
lomustina (quimioterápico) consegue 
reduzir um pouco do tamanho tumoral no 
SNC, porém o que está na cavidade nasal 
não tem resposta. 
Eletroquimioterapia beira leito: responde 
bem. 
Geralmente quando tem 
comprometimento grave de cavidade nasal 
causando angustia respiratória, os tutores 
optam pela eutanásia. 
 Síndrome das vias aéreas dos 
braquicefálicos 
Acometimento maior em cães: bulldog 
francês, pug, shih-tzu 
Em gatos: persa 
Conjunto de alteração anatomopatológica 
do sistema respiratório superior levando a: 
 Narinas estenóticas 
 Prolongamento de palato mole 
 Colapso de laringe 
 Hipoplasia traqueal (mais comum 
em bulldog) 
Sinais clínicos: 
 Esforços respiratórios, que pioram 
em dias quentes, pois eles realizam 
troca de calor pela respiração. 
 Estertores 
 Sons respiratórios altos 
 Cianose 
 Síncope 
Tratamento: 
 Reduzir esforços em crises: 
 Sedativo (butorfanol: 
aumenta amplitude 
respiratória, diminuindo 
esforço) 
 Dias quentes: refrigerar o 
animal com tolhas geladas/ 
compressa de gelo/ ar 
condicionado. 
 Correção cirúrgica (abertura de 
narina ou redução de palato mole, 
depende do caso). 
 Glicocorticoides quando apresenta 
edema em região laríngea, durante 
3 dias no máximo.

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