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INFLAMAÇÃO CRÔNICA

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INFLAMAÇÃO CRÔNICA (Robbins patologia cap3; Bogliolo cap4)
Inflamação de duração prolongada (semanas ou meses) que vem após a
inflamação aguda ou se inicia sem manifestação prévia de reação aguda.
CAUSAS:
- infecções persistentes: patógenos que são difíceis de eliminar provocam
hipersensibilidade tipo IV (tardia), evoluindo da inflamação aguda para a
crônica
- hipersensibilidade;
- exposição prolongada a toxinas.
CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:
- infiltração com células mononucleares: macrófagos, linfócitos e plasmócitos
- destruição tecidual: induzida pelo patógeno ou pelas células inflamatórias
- tentativas de reparo: substituição do tecido danificado por tec. conj a partir da
angiogênese e fibrose.
MEDIADORES DA INFLAMAÇÃO CRÔNICA:
- MACRÓFAGOS: contribuem com a secreção de citocinas e fatores de
crescimento celular, realizam fagocitose e ativam os linfócitos T. São
encontrados no tecido, especialmente no fígado (recebem nome de células
de Kupffer), baço, linfonodos (recebem nome de histiócitos sinusais), SNC
(micróglias) e pulmões (macrófagos alveolares) → essas células compõem
o sistema fagocitário mononuclear.
Ativação dos macrófagos:
- ativados por via clássica→ macrófagos M1: essa via pode ser ativada por
produtos microbianos (endotoxina) reconhecidos por LT e pela citocina
IFN-gama
M1 produzem enzimas lisossômicas, EROs e NO que realizam fagocitose e morte
de patógenos + citocinas IL-1, IL-12 e IL-23 que são pró-inflamatórias
- ativados por via alternativa → macrófagos M2: é induzida por eosinófilos e
por IFN-gama, IL-4, IL-13 e LT.
Sua função é atuar no reparo tecidual secretando fatores de crescimento (TGF-beta)
que estimulam a angiogênese e IL-10 e TGF-beta que são citocinas
anti-inflamatórias
- LINFÓCITOS: quando ativados na inflamação crônica, ela tende a ser mais
grave e persistente, como na inflamação granulomatosa, por exemplo
LTCD4+: promovem e acentuam a inflamação, dividido em 3 tipos:
- TH1: produzem citocina IFN-gama que ativa os macrófagos M1 → importante
na infecção bacteriana e viral
- TH2: secretam IL-4, IL-5 e IL-13, que recrutam eosinófilos responsáveis por
ativar os M2 → importante na infecção por helmintos e alergias
- TH17: secretam IL-17 que induzem secreção de quimiocinas que recrutam
neutrófilos → importante na infecção bacteriana e viral
LB → plasmócitos: produzem anticorpos, mas em inflamações crônicas, essas Ig
não são sempre específicas
Linfócitos acumulados + APCs + plasmócitos = órgãos linfóides terciários → tipo
de organogênese linfóide que pode perpetuar a reação do sistema imune.
- EOSINÓFILOS: atuam em reações parasitárias e alérgicas (mediadas por
IgE); contém grânulos com proteína básica principal → proteína tóxica para
parasitas mas causa lise em células epiteliais, logo, eles são essenciais no
controle de infecções parasitárias mas também contribuem no dano
tecidual.
- MASTÓCITOS: presentes nos tec. conjuntivos e participam de inflamações
crônicas e agudas, nas reações crônicas, eles secretam citocinas que
promovem inflamações
- NEUTRÓFILOS: os patógenos persistentes + macrófagos ativados + LT
induzem a maior produção dessas células, que auxiliam na fagocitose.
INFLAMAÇÃO GRANULOMATOSA: é uma forma de inflamação crônica que ocorre
quando há acúmulo de macrófagos ativos nos LT, sendo associada a necrose
central. A formação de granulomas ocorre quando o patógeno está persistente,
ativando em maior quantidade os LT e macrófagos, que podem levar a lesões
teciduais.
Os macrófagos podem desenvolver maior quantidade de citoplasma e se parecer
com células epiteliais → células epitelióides
Quando essas células epitelióides se fundem, há formação de células gigantes
multinucleares.
- GRANULOMAS DE CORPOS ESTRANHOS: formados por corpos estranhos
inertes na ausência de respostas imunes dos LT e ficam ao redor de
estruturas que sejam grandes o suficiente para impedir a fagocitose por um
único macrófago, não estimulando resposta inflamatória ou imunológica.
As células epitelióides e gigantes são depositadas nessas regiões do corpo
estranho.
- GRANULOMAS IMUNES: causados por uma variedade de agentes que
induzem resposta imunológica por LT, produzindo granulomas quando o
patógeno é persistente ou em casos de autoantígenos. Ocorre maior
liberação de citocinas IL-4 e IFN-gama, que ativam mais macrófagos e
transformam as células epitelióides em células gigantes.

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