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CIRURGIA GERAL CLASSIFICAÇÃO o Fechado o Penetrante TRAUMA ABDOMINAL FECHADO O trauma abdominal fechado pode ser associado à fratura da pelve, que leva à perda adicional de grande quantidade de sangue para cavidade abdominal ou retroperitônio, sem sinais externos de hemorragia. Mecanismo: impacto direto, lesão aceleração/ desaceleração Estruturas lesadas: baço > fígado > intestino delgado Conduta: Achados tomográficos: − Pneumoperitonio, retropneumoperitonio (rompeu viscera oca), líquido livre intracavitário sem evidência de lesão de vísceras parenquimatosas → abordagem cirúrgica − Blush arterial em vísceras parenquimatosas (fígado, baço, rins) → embolização HEMATOMAS RETROPERITONEAIS HEMATOMAS EM ZONA I o Estruturas: aorta, veia cava, pâncreas, duodeno, MAS, VMS o Conduta: abordagem cirúrgica HEMATOMAS EM ZONA II o Estruturas: rins, colon ascendente, colon descendente o Conduta: conservador (exceto: instável, exclusão renal, pneumoperitônio, pneumoretroperitônio) HEMATOMAS EM ZONA III o Estruturas: reto, av ilíacas, pelve o Conduta: conservador (exceto: instável, pneumoperitônio, pneumoretroperitônio) CASO CLÍNICO 1 J.H.S.F., sexo masculino, 28 anos Queixa e Duração: Vítima de trauma auto x anteparo HPMA: − Paciente trazido pelo Resgate, com colar cervical e prancha rígida − Vítima de acidente AUTO x ANTEPARO (colisão de Kombi com canteiro central da Marginal Pinheiros), alta velocidade. Vítima era passageiro com cinto de segurança. Motorista envolvido também trazido ao pronto- atendimento, estável. Sem outras vítimas. Dados Locais: Glasgow 15, PA 140x90mmHg, FC 104bpm, FR, SatO2 e intervalo de tempo não relatados. Dor abdominal difusa e incaracterística A − Vias aéreas pérvias, conversando − SatO2 95%aa, 99% com máscara de O2 12L/min CIRURGIA GERAL − Com colar cervical e prancha rígida, sem alterações cervicais B − Expansibilidade bilateral sem alterações, sem crepitações − Som claro pulmonar à percussão − Murmúrios vesiculares presentes, sem ruídos adventícios C − PA 140x90mmHg , FC 76bpm − Bulhas cardíacas rítmicas, normofonéticas, 2T, sem sopros − Abdômen doloroso difusamente à palpação, DB negativa − Pelve estável − Toque retal com esfíncter normotônico, sem espículas ósseas, próstata tópica, sem sangramento − Diurese clara em SVD D − Glasgow 15 − Pupilas isocóricas e fotorreagentes − Sem déficits motores grosseiros E − Impressão do cinto de segurança em região abdominal Hipóteses Diagnósticas: Politrauma; Trauma abdominal fechado estável hemodinamicamente Condutas: Analgesia; Volume (1L de cristalóide); Radiografia convencional de tórax e pelve; TC de abdômen e pelve Exames Complementares: o Radiografias convencionais de tórax e pelve: sem alterações o TC de abdômen e pelve: − líquido livre na cavidade abdominal sem evidência de lesão de víscera parenquimatosa → intestino delgado; bexiga urinária intraperitoneal; mesentério − fratura de coluna lombar por mecanismo de desaceleração → fratura de Chance; grande chance de lesão de víscera oca concomitante Conduta: Abordagem cirúrgica → Laparotomia exploradora; Laparoscopia diagnóstica / exploradora TRAUMA ABDOMINAL PENETRANTE Lesões penetrantes, por definição, causam ruptura da pele, mas os médicos devem se certificar de inspecionar o dorso, região glútea, flanco e parte inferior do tórax além do abdome, particularmente quando há lesão por arma de fogo ou explosivos. Laparotomia imediata: peritonismo, evisceração, instável hemodinamicamente Tipo: ferimento por arma de fogo (FAF), ferimento por arma branca (FAB) ARMA DE FOGO o Mecanismo: trajetória, cavitação, lesão térmica, fragmentação do projétil Orifícios: − Pólvora/ queimadura próxima ao orifício de entrada em tiros de curta distância − Único ou número ímpar: ferimento de raspão ou projétil alojado o Estruturas lesadas: intestino delgado > colon > fígado Conduta: − Instável: laparotomia exploradora − Estável: avaliação do trajeto do projétil Trajeto intracavitário → abordagem cirúrgica ARMA BRANCA o Mecanismo: corte, laceração o Estruturas lesadas: fígado > intestino delgado > diafragma Conduta: − Instável: laporatomia exploradora − Estável: depende da localização CIRURGIA GERAL → Transição toracoabdominal → Abdome anterior → Dorso (e flancos) TRANSIÇÃO TORACOABDOMINAL Limites: − Superior anterior: linha transmamilar / 4° EIC − Superior posterior: linha infraescapular − Inferior: rebordos costais Possíveis lesões: − Torácicas: coração, pulmão, pleura − Abdominais: fígado, baço, rim, duodeno, pâncreas, aorta, cólons − Diafragma Conduta: − Instável: laparotomia exploradora − Estável: tomografia computadorizada/ laparoscopia diagnóstica/ laparotomia exploradora. ABDOMEN ANTERIOR Limites: − Superior: apêndice xifóide e arcos costais − Laterais: linhas axilares anteriores − Inferior: ligamentos inguinais e sínfise púbica Possíveis lesões: − Fígado, baço, intestino delgado, estômago, cólons, aorta Conduta: − Instável: laparotomia exploradora − Estável: exploração do ferimento em centro cirúrgico; • Evisceração ou violação do peritônio → abordagem cirúrgica DORSO (E FLANCOS) Limites: − Superior: apêndice xifóide e arcos costais − Laterais: linhas axilares posteriores (flancos: posterior/ anterior) − Inferior: cristas ilíacas Possíveis lesões: − Estruturas retroperitoneais: rins, pâncreas, duodeno, cólon, aorta − Estruturas abdominais: fígado, baço, intestino delgado, cólon Conduta: − Instável: laparotomia exploradora − Estável: tomografia computadorizada de abdome e pelve; • Penetração da fáscia muscular, retro/pneumoperitônio → abordagem cirúrgica CIRURGIA GERAL CASO CLÍNICO 2 B.M.S., sexo feminino, 19 anos Queixa e Duração: Vítima de ferimento por arma branca em dorso à esquerda há uma hora HPMA: Paciente trazida pela polícia, com colar cervical e prancha rígida. Vítima de ferimento por arma branca (faca de cozinha) após discussão com parceiro. Encontra-se com curativo oclusivo em região dorsal alta à esquerda ao nível da 8a vértebra torácica Dados Locais: Glasgow 15, PA 120x90mmHg, FC 102bpm, FR 18ipm, SatO2 95%aa, intervalo de tempo 1h. Ferimento em região dorsal esquerda ao nível da 8a vértebra torácica com pequeno sangramento, sem saída de demais secreções A − Vias aéreas pérvias, conversando − SatO2 85%aa, 90% com máscara de O2 12L/min − Com colar cervical e prancha rígida, sem alterações cervicais B − Expansibilidade discretamente diminuída à esquerda, enfisema de subcutâneo a esquerda − Som claro pulmonar à percussão − Murmúrios vesiculares presentes, sem ruídos adventícios, diminuídos em hemitórax esquerdo C − PA 70x40mmHg , FC 125bpm − Bulhas cardíacas rítmicas, normofonéticas, 2T, sem sopros − Abdômen discretamente doloroso a palpação de flanco esquerdo, DB negativa − Pelve estável − Toque retal com esfíncter normotônico, sem espículas ósseas, sem sangramento − Toque vaginalsem alterações − Diurese clara em SVD Após punção descompressiva: − Saída de ar sob pressão − SatO2 95% com máscara de O2 12L/min − PA 120x70mmHg, FC 105bpm − Expansibilidade bilateral simétrica − Murmúrios vesiculares presentes, sem ruídos adventícios Drenagem de Tórax: − Saída de ar e pequena quantidade de sangue − Dreno borbulhando e oscilando D − Glasgow 15 − Pupilas isocóricas e fotorreagentes − Sem deficits neurológicos focais E − Orificio único de ferimento por arma branca em região dorsal à esquerda ao nível da 8a vértebra torácica, sem sangramento ativo − Sem demais lesões, sem dor em coluna vertebral Exames Complementares: − Radiografia convencional de tórax / Tomografia computadorizada de tórax − Radiografia convencional de pelve − Tomografia computadorizada de abdomen e pelve − Exames laboratoriais normais, bHCG negativo Radiografia convencional de tórax: Radiografia convencional de pelve: Conduta: Laparoscopia diagnóstica para tratamento de lesão diafragmatica
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