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VALVULOPATIAS VALVULOPATIAS | Fernanda Mendes VALVULOPATIAS o Os aparelhos valvares sofrem alterações em suas estruturas que resultam em estenose ou insuficiência; o INSUFICIÊNCIA → Incapacidade de fechamento; o ESTENOSE → Estreitamento do orifício; OBS: É comum a associação de ambas. INSUFICIÊNCIA AÓRTICA o Incapacidade de fechamento da valva aórtica; o Consequência: — Refluxo de sangue para o VE durante a diástole; o Principais causas: — Doença reumática; — Lues (ou Sífilis); — Aterosclerose; — EI; — Doença primárias das valvas semilunares; o Repercussão hemodinâmica e manifestações clínicas são diretamente proporcionais ao volume de sangue refluído; o Dispneia e outros sintomas indicativos de insuficiência ventricular esquerda; o Angina de peito (por “roubo” do fluxo coronariano); o Exame Físico: — Ictus cordis deslocado para baixo e para esquerda (indicativo de dilatação e hipertrofia de VE); — Sopro diastólico audível em foco aórtico acessório com irradiação para a ponta do coração; — Pressão diferencial aumentada = aumento da PAS (maior volume de sangue ejetado) e redução da PAD (própria lesão da valva); — Daí surge: ▪ Pulso radial amplo e célere (aparece e some com rapidez); ▪ Pulsações visíveis das carótidas; ▪ Oscilações da cabeça acompanhando os batimentos cardíacos (sinal de Musset); ▪ Pulsação na base da língua (sinal de Minervini); ▪ Duplo sopro auscultado à compressão da artéria femoral (sinal de Duroziez); ESTENOSE AÓRTICA o Redução do orifício da valva aórtica; o Principais causas: — Malformação congênita; — Doença reumática; — Degeneração senil; o Manifestações clínicas: — Dependem da hipertrofia ventricular esquerda (coração tenta vencer a obstrução para manter o débito cardíaco); — Manifestações de insuficiência ventricular esquerda; VALVULOPATIAS VALVULOPATIAS | Fernanda Mendes — Angina de peito; — Síncope (vasodilatação periférica “rouba” sangue da circulação cerebral); — Angina de peito e síncope indicam estenose grave; o Exame físico: — Pulso radial de pequena amplitude; — Ictus cordis intenso, deslocado para baixo e para a esquerda (indicativo de hipertrofia de VE); — Frêmito sistólico; — Sopro sistólico de ejeção, rude, em foco aórtico com irradiação pra cima (face lateral direita do pescoço); INSUFICIÊNCIA MITRAL o Fechamento incompleto da valva mitral; o Consequência: — Refluxo de sangue para o átrio esquerdo durante a sístole ventricular; o Principais causas: — Doença reumática; — Prolapso de valva mitral; — IAM; — Cardiomiopatias com grande dilatação de VE; o Manifestações clínicas: dependem da forma de instalação: — No IAM e EI: ▪ Não há tempo para o AE adaptar-se ao maior volume de sangue que passa a receber; ▪ Aumento da pressão intra-atrial e congestão pulmonar. Assim, acontece os seguintes eventos: dispneia intensa e EAP; ▪ Ictus cordis não deslocado, mas de intensidade maior; ▪ Sopro sistólico de regurgitação no foco mitral com irradiação para axila; ▪ B4 → Por contração vigorosa do átrio E; — Na Doença Reumática: ▪ A instalação é gradativa e o átrio se dilata progressivamente; ▪ Pequeno aumento da pressão intra-atrial e pressão venocapilar pouco se altera; ▪ Sinais de congestão pulmonar aparecem muitos anos depois; ▪ Ictus cordis com sinais de dilatação do VE; ▪ Frêmito sistólico em foco mitral; ▪ B3; OBS: A IM está frequentemente associada à EM na etiologia reumática. ESTENOSE MITRAL o Estreitamento do orifício atrioventricular E; o Causa principal: ▪ Doença reumática → Progressão lenta após 10 anos de agressão reumática; o Classificação: De acordo com a área de orifício atrioventricular (valor normal= 5cm2): ▪ EM leve → área > 2,5 cm2: • Paciente assintomático; • Moderado aumento da pressão no AE; • Hiperfonese de B1 no foco mitral; • Sopro diastólico; VALVULOPATIAS VALVULOPATIAS | Fernanda Mendes ▪ EM moderada → área de 1,5cm2: • Dispneia e palpitações aos esforços (por congestão pulmonar); • Hiperfonese de B1 em foco mitral; • Estalido de abertura mitral; • Sopro diastólico com característica de ruflar; ▪ EM grave → área < 1,0cm2: • Dispneia aos mínimos esforços e ao deitar-se; • Dispneia paroxística noturna; • Tosse seca; • Estalido de abertura; INSUFICIÊNCIA TRICÚSPIDE o Incompleto fechado da valva tricúspide; o Consequência: ▪ Regurgitação de sangue para o AD durante a sístole ventricular; o Causa mais frequente: ▪ Dilatação do VD devido à hipertensão pulmonar; o Manifestações clínicas: ▪ Sopro holossistólico em foco tricúspide que aumenta com a inspiração profunda (MANOBRA DE RIBERO-CARVALLO); ▪ Evidência de hipertensão pulmonar: • Cianose nas mãos e rosto; • Abaulamento paraesternal esquerdo (casos graves); • Ictus cordis de pequena intensidade ou ausente (VE está normal); • Frêmito distólico no foco mitral; • Hiperfonese de B1 no foco mitral e de B2 no foco pulmonar, estalido de abertura mitral e sopro ruflar diastólico em foco mitral; PROLAPSO DE VALVA MITRAL o Protusão de uma ou ambas as cúspides valvares para dentro do átrio esquerdo durante a sístole ventricular; o Sintomatologia é variável: ▪ Arritmias e dor precordial (sem característica de dor isquêmica); ▪ Clique mesossistólico na área mitral, podendo ou não estar acompanhado de um sopro mesotelessitólico;
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