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Assistência ao Paciente Politraumatizado 1 🚑 Autor Kaio Alves Couto Graduação Medicina FIP-Guanambi Introdução Trauma se refere à ferida; Envolve traumatismo e um elemento traumatizante; Há transferência não controlada de energia para o organismo; MECÂNICA: térmica, química, hidráulica e/ou nuclear; Trauma é doença, prevenível e potencialmente tratável. Fases do cuidado do trauma Pré-evento; Assist nciaê ao Paciente Politraumatizado → → Assistência ao Paciente Politraumatizado 2 Uso de capacete; Uso de telefone na direção; Álcool; Queda em idosos; Risco para afogamentos; Manutenção da política de educação em saúde; O profissional da saúde deve estar preparado para o que vier; Evento; É o momento que ocorre o trauma; As ações que são tomadas durante essa fase visam minimizar a lesão decorrente do trauma; O uso de EPI's minimizam a potencialidade de lesão dos eventos traumáticos Capacete, cinto de segurança, cadeira para crianças; Pós-evento; Se inicia após o paciente ter absorvido a energia do impacto; As informações coletadas a respeito das fases de pré-impacto e impacto são utilizadas para conduzir as ações pré-hospitalares na fase de pós-impacto; A ameaça a vida pode ser rápida ou lenta dependendo, em parte, das ações tomadas nesta fase pela equipe de resgate. Distribuição das mortes Imediata: Até uma hora: lesões graves, degolação, grandes vasos, TCE; Precoce: Duas horas: TCE, Choque Tardia: Semanas: alterações metabólicas, infecção → Assistência ao Paciente Politraumatizado 3 O bom atendimento evita a mortalidade no segundo e terceiro momento; Abordagem cirúrgica com foco no sangramento + UTI aumentam a probabilidade de sobrevida; O atendimento Tomada de decisão O que eu estou fazendo beneficiará o meu paciente? Ou irá apenas postergar o agravo? Esse benefício supera o risco de atrasar o transporte? O socorrista deve avaliar a cena, realizar manobras salvadoras e preparar para o transporte; Quanto menor o tempo do paciente na cena do acidente melhor (mas sempre deve-se avaliar a clínica do paciente); É sempre necessário contar com um sistema de regulação eficiente O que eu preciso saber? Anatomia; Fisiologia (mecanismo de Frank-Starling e o princípio de Fick) Farmacologia e ações fisiológicas decorrentes; Relação entre os componentes e como uns afeta aos outros. Princípio e Preferências Princípio = deve ser um só para todos; As preferências são do profissional de saúde, mas não devem sobrepor o princípio do atendimento ao paciente politraumatizado; Pensamento Crítico Deve-se levar em consideração os mais diversos elementos da cena e do cuidado ao paciente politraumatizado; E os vieses? Pensar sempre no pior cenário; → Assistência ao Paciente Politraumatizado 4 Em primeiro lugar, não causar dano. Hora de ouro Se refere àquele período crucial para intervenções que podem aumentar a chance de sobrevida de um paciente traumatizado grave. O controle da hemorragia é uma das principais preocupações da equipe devendo fazer reposição volêmica o mais próximo possível do sangue total; Princípios de ouro Segurança dos profissionais; Avaliação da cena; Reconhecer a física do trauma; Avaliação primária para verificar lesões potencialmente fatais; Manejo das vias aéreas e estabilização da cervical; Oferecer O2 se SatO2 para manter maior ou igual a 94%; Controle de hemorragia; Fornecer terapia básica para controle do choque; Estabilização da coluna vertebral; Transporte para pacientes com trauma ou com lesões graves; Garantir a infusão de fluídos intravasculares aquecidos até a instituição; Obter anamnese do paciente e realiza a avaliação secundária Fornecer analesia; Obter comunicação. Politrauma → → → Assistência ao Paciente Politraumatizado 5 São lesões múltipla de diversas naturezas, determinada por agentes mecânicos, podendo comprometer diversos sistemas ou até mesmo a vida. É considerado o paciente/cliente que tiver lesões em dois ou mais sistemas Suporte Avançado de Vida ao Trauma (ATLS) Padronização mundial; Atendimento por prioridades; Cronologia da morte: 1. Hipovolemia; 2. Obstrução das vias aéreas; 3. Perda da capacidade de respirar; 4. Lesão expansiva intracraniana. Tríade da morte Acidose metabólica; Hipotermia; Coagulopatia. Fundamentos básicos de atendimento ao paciente politraumatizado 1. Tratar primeiro a maior ameaça à vida; 2. A falta de diagnóstico indica deve impedir a aplicação do tratamento indicado; 3. A história detalhada não é essencial para iniciar o tratamento do traumatizado. 4. Abordagem organizada por equipe treinada; 5. Estabelecimento de prioridades no tratamento e ressuscitação; → → → → → Assistência ao Paciente Politraumatizado 6 6. Verificação antes do diagnóstico; 7. Exame completo; 8. Após o tratamento inicial, realizar a reavaliação frequente; 9. Monitoramento. Sistematização da Assistência Pré - hospitalar; Intra-hospitalar; Sistema de Regulação ; Utilizado para classificar a gravidade dos problemas ou tipo de ocorrência Método de cores; Vermelho - 0 min Laranja - 10 min; Amarelo - 1h; Verde - 2h; Azul 4h. Precauções básicas Avental, máscara, gorro, luvas, protetores de braço, perna e face. : Sistematização baseada do Suporte Avançado de Vida no Trauma para Médicos (ATLS) e Manobras Avançadas de Suporte ao Trauma e emergências cardiovasculares (MAST) → → Preparaç oa~ pr viaé do material → Triagem →Avaliaç oa~ Prim riaá (XABCDE) Assistência ao Paciente Politraumatizado 7 TODO O PROCEDIMENTO DEVE SER REALIZADO ENTRE 2 E 5 MINUTOS X —> Exsanguinação (sangramento externo); Contenção de hemorragia externa grave Uso de torniquete, deve ser realizado como última opção Quando a pressão direta ou curativo compressivo não apresenta boa resposta; Deve ser utilizado por cerca de 120 a 150 min (no máximo). Sensibilidade isquêmica: Coração, cérebro e pulmão: 4-6 min; Órgãos Abdominais: 45-90 min; Músculo e pele: 4 a 6h A hipovolemia com consequente choque hemorrágico é a principal caus de óbito em pacientes traumatizados; Principais fontes de choque: Lesões intratorácias e intra-abdominais; Fraturas de pelve e fêmur; Lesões penetrantes com cometimento venoso-arterial OBS: TCE não é fonte de choque Essas lesões são agravadas pois a hipovolemia impacta diretamente a fisiologia básica da célula, que é a produção de ATP por meio de O2 + glicose; E para isso se faz necessário o adequado funcionamento do Sistema Respiratório e Cardiovascular; Choque —> perfusão tecidual insuficiente em nível celular, levando ao metabolismo anaeróbio e perda da produção de energia necessária para sustentar a vida; Basicamente é o resultado de um desequilíbrio entre a oferta e a demanda de oxigênio no organismo. → Assistência ao Paciente Politraumatizado 8 Perfusão celular e tipos de choque Hipovolêmico - Sangue; Distributivo - Vasos; Cardiogênico - Coração Conduta: Manutenção das vias aéreas e ventilação apropriada; SatO2: >94%; Manutenção da circulação Reposição volêmica + Vit K. Acesso venoso periférico; Jelco 18 + 1 litro de Ringer lactato + Vit. K (ajuda na cascata de coagulação) Analisar débito urinário; Caso o paciente não responda à fluido terapia: Drogas vasopressoras (noradrenalina é a primera escolha) A —> Vias aéreas e proteção cervical; Vias aéreas e proteção da cervical; Imobilização da cervical; Não conversar com o paciente sem garantir a estabilização da cervical; ABORDAGEM: Apresentar-se - meu nome é... Qual o seu nome? O que aconteceu? Considerar respostas adequadas. Observa a permeabilidade; → Assistência ao Paciente Politraumatizado 9 Presença de secreção; Corpo estranho; Base da língua: paciente inconsciente; Atenção com a coluna; Imobilização da cervical com protetor lateral da cabeça. Avaliação inicial; Hipóxia e obstrução; Observação de alguns sinais; Inspeção da cavidade oral; Sinais sugestivos deobstrução de vias aréreas; Observar queda da língua; Se há sangramento ou secreção, aspirar utilizando cânula rígida; Oferecer O2, independe da SatO2, por máscara facial; Caso não esteja ventilando espontaneamente, deverá aplicar ventilação por pressão positiva através da bolsa-valva-máscara; Avaliar alguns sinais: Agitação motora - sugere hipóxia; Sonolência - sugere hipercabia (aumento de CO2) Cianose - sugere hipóxia Sons anormais (ronscos) - obstrução de faringe; Disfonia - Obstrução de laringe Traumatismo acima da linha clavicular - pode levar a rebaixamento do nível de consciência Proteção do paciente Colar cervical; Assistência ao Paciente Politraumatizado 10 Posicionamento de língua; Chin Lift e Jaw Trust; Cânula de Guedel Somente em pacientes inconscientes - pois há risco de broncoaspiração. B —> Ventilação/respiração/oxigenação Inspeção, palpação, percussão e ausculta do tórax Tórax instável, pneumotórax aberto, Pneumotórax hipertensivo, hemotórax maciço; Avaliação inicial Presença ou ausência de movimentos respiratórios; Frequência respiratória e oximetria de pulso; Padrão respiratório; Cianose periférica; Hipóxia resultante da hipoventilação e/ou hipovolemia acontece antes do atendimento hospitalar; Ruídos respiratórios; Enfisema subcutâneo; Presença de lesões na caixa torácica; As lesões torácicas estão entre as quatro principais causas nos traumatizados; Desvio de traqueia e estase jugular. Toda vítima deve receber O2 via máscara facial 12-15l /min Somente após a remoção de corpos estranhos da cavidade oral e instalação da cânula de Guedel Indicação de Intubação Orotraqueal Indicações: → Assistência ao Paciente Politraumatizado 11 Canulação da via aérea; apneia; Incapacidade de manter a via aérea pérvia; Proteção contra aspiração; Glasgow menor ou igual a 8; TCE; Menor capacidade ventilatória; Inadequação da máscara facial; Intubação Nasotraqueal; Cricrotireoidostomia por punção ou cirúrgica Indicada quando há: Impossibilidade de realizar intubação por via oral ou nasal; Lesões graves de face, sangramento profuso da cavidade oral, fratura em coluna cervical; Lesão da placa cribiforme, edema de glote; Fratura de laringe. Toda vítima grave na SU que necessitar de suporte ventilatório, deve se utilizar a bolsa valva máscara C —> Circulação Hemorragia interna: P- Pele fria, pegajosa, pálida; P- Pulso fraco, fino, rápido; P- Perfusão >2 segundos; H- Hemorragias Observar sinais que sugerem hemorragia internas: → Assistência ao Paciente Politraumatizado 12 Alterações neurológicas; Alterações da respiração; Alteração da diurese; Alteração da PA Conter o sangramento e atentar para os locais com mais risco de choque: Hemitórax: suporta 1,5l de volume de sangue; Abdome: volume total; Pelve: volume total; Fêmur: suporta 1,5l de volume de sangue; TCE não é fonte de choque. Conduta: Reposição volêmica; Jelco 18Fr; Fossa antecubital, femoral, jugulares externas e safena; Acesso femoral: estruturas localizadas na região inguinal no sentido lateral para medial Nervo - Artéria - veia Utiliazar 1000ml + 1:1:1; PAS limite: 90mmHg Hipotensão Permissiva: Válida se o paciente está com hemorragia não controlada e desconhecida. Assistência ao Paciente Politraumatizado 13 Evita a diluição de coáculos formados, acidose metabólica e coagulopatias que podem aumentar o sangramento e comprometer o atendimento A Sonda Vesica de Demora (SVD) é a ferramenta mais fidedigna para avaliar a eficácia da reposição volêmica. Contraindicada para os casos de trauma de uretra Nesses casos pode-se realizar a cistotomia Obs: anúria (urina <100ml) e oligúria (urina entre 100 e 400ml) D —> Neurológico; Rápida avaliação do padrão neurológica deve determinar o nível de consciência e reatividade pupilar Escalar de Coma de Glasgow (ECG) → varia de 1 a 15: Abertura ocular (1 a 4); Resposta motora (1 a 5); Resposta verbal (1 a 6); Resposta pupilar (-2 a 0) E —> Exposição/ Proteção contra hipotermia Retirar as roupas e realizar inspeção OBS: Lembrar de avaliar ventre e dorso durante a passagem do paciente; Prevenir HIPOTERMIA! Causa hipóxia; A manta térmica é método mais eficaz para realizar essa prevenção; → → Assistência ao Paciente Politraumatizado 14 Atentar para o ar condicionado, manter paciente aquecido e aplicar fluidos aquecidos (a 39 ºC). A - Proteger vias aéreas Superiores; B - Ventilar e oxigenar; C - Tratar agressivamente o choque do paciente; E- Proteger hipotermia Deve-se garantir que o paciente está estável hemodinamicamente; caso contrário, continua a AVALIAÇÃO PRIMÁRIA Exames: Exame físico completo e detalhado; Monitorização dos sinais vitais; Aplicação da Escalade Coma de Glasgow continuamente. História AMPLA A - Alergias; M - Medicamentos; P - Passado Mórbido; L - Líquidos/Alimentos ingeridos recentemente (últimas refeições) A - Acontecimentos e condições do local do acidente Monitorização multiparamétrica; →Reanimaç oa~ →Avaliaç oa~ secund riaá →Medidas auxiliares Assistência ao Paciente Politraumatizado 15 Sonda Nasogástrica; → Não realizar em pacientes com sinais de fratura de base de crânio; Sonda Vesical de Demora; Pressão Venosa Central; Gasometria Arterial; Lavado Arterial; Tomografia Computadorizada; Raio X; Ressonância Magnética Unidades de tratamento: Clínica especializada; UTI; CC; Outras Unidades. A decisão de transferir o paciente é MÉDICA; Mas a responsabilidade é de toda a equipe que atendeu; Deve ser efetuada somente após a avaliação primária e o estabelecimento do sinais vitais —> : O atendimento inicial das emergências envolve as etapas de: →Reavaliaç oa~ e monitoraç oa~ cont nuası́ ap só a reanimaç oa~ → Tratamento definitivo RESUMO Assistência ao Paciente Politraumatizado 16 —> Planejamento; —> Triagem; —> Avaliação Primária; —> Avaliação Secundária; —> Reavaliação; —> Tratamento definitivo. Priorização no atendimento na adequada avaliação primária (XABCDE); Estabilização do paciente antes da transferência. Considerações finais: A organização do atendimento às urgências permite que: Pacientes mais graves se beneficiem do menor tempo de resposta; Equipes médicas especializadas se ocupem apenas dos casos mais complexos; Recursos existentes, mesmo escassos, sejam melhor utilizaDos. "O DESTINO DOS FERIDOS EST Á NAS M OSA ~ DOS QUE APLICAM O PRIMEIRO CURATIV O" − Nicholas Senn
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