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Aluno: Fellipe Besighini Valles Matrícula: 20161107887 Prof.ª: Larissa Botelho NPJ Penal Quinta 10h Peça 11 Prof.ª Larissa Botelho Túlio, nascido em 01/01/1996, primário, começa a namorar Joaquina, jovem que recém completou 15 anos. Logo após o início do namoro, ainda muito apaixonado, é surpreendido pela informação de que Joaquina estaria grávida de seu ex-namorado, o adolescente João, com quem mantivera relações sexuais. Joaquina demonstra toda a sua preocupação com a reação de seus pais diante desta gravidez quando tão jovem e, em desespero, solicita ajuda de Túlio para realizar um aborto. Diante disso, no dia 03/01/2014, em Porto Alegre, Túlio adquire remédio abortivo cuja venda era proibida sem prescrição médica e o entrega para a namorada, que, de imediato, passa a fazer uso dele. Joaquina, então, expele algo não identificado pela vagina, que ela acredita ser o feto. Os pais presenciam os fatos e levam a filha imediatamente ao hospital; em seguida, comparecem à Delegacia e narram o ocorrido. No hospital, foi informado pelos médicos que, na verdade, Joaquina possuía um cisto, mas nunca estivera grávida, e o que fora expelido não era um feto. Após investigação, no dia 20/01/2014, Túlio vem a ser denunciado pelo crime do Art. 126, caput, c/c. o Art. 14, inciso II, ambos do Código Penal, perante o juízo do Tribunal do Júri da Comarca de Porto Alegre/RS, não sendo oferecido qualquer instituto despenalizador, apesar do reclamo defensivo. A inicial acusatória foi recebida em 22/01/2014. Durante a instrução da primeira fase do procedimento especial, são ouvidas as testemunhas e Joaquina, assim como interrogado o réu, todos confirmando o ocorrido. As partes apresentaram alegações finais orais, e o juiz determinou a conclusão do feito para decisão. Antes de ser proferida decisão, mas após manifestação das partes em alegações finais, foram juntados aos autos o boletim de atendimento médico de Joaquina, no qual consta a informação de que ela não estivera grávida no momento dos fatos, a Folha de Antecedentes Criminais de Túlio sem outras anotações e um exame de corpo de delito, que indicava que o remédio utilizado não causara lesões na adolescente. Com a juntada da documentação, de imediato, sem a adoção de qualquer medida, o magistrado proferiu decisão de pronúncia nos termos da denúncia, sendo publicada na mesma data, qual seja, 18 de junho de 2018, segunda-feira, ocasião em que as partes foram intimadas. Considerando apenas as informações narradas, na condição de advogado(a) de Túlio, redija a peça jurídica cabível, diferente de habeas corpus, apresentando todas as teses jurídicas pertinentes. A peça deverá ser datada no último dia do prazo para interposição, considerando-se que todos os dias de segunda a sexta-feira são úteis em todo o país. Aluno: Fellipe Besighini Valles Matrícula: 20161107887 Prof.ª: Larissa Botelho NPJ Penal Quinta 10h EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE PORTO ALEGRE/RS. Processo n º... TÚLIO, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, por seu procurador infra-assinado, com procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, interpor: RECURSO EM SENTIDO ESTRITO com base no artigo 581, IV, do Código de Processo Penal. Por oportuno, requer seja recebido o recurso e procedido o juízo de retratação, nos termos do artigo 589 do Código de Processo Penal. Caso mantida a decisão, requer os autos sejam submetidos, já com as inclusas razões, ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul. Nestes termos, Pede deferimento. Rio Grande do Sul, 25/06/2018. Advogado... OAB... Aluno: Fellipe Besighini Valles Matrícula: 20161107887 Prof.ª: Larissa Botelho NPJ Penal Quinta 10h EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Recorrente: Túlio Recorrido: Ministério Público. Autos n º... RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO COLÊNDA CÂMARA, DOUTOS JULGADORES I - DOS FATOS O recorrente foi pronunciado por tentativa de aborto, conforme artigo 126, caput, c/c artigo 14, II, ambos do código penal, vez que comprara remédio abortivo a fim de que sua namorada fizesse uso. Na audiência de instrução foram ouvidas as testemunhas e Joaquina, assim como interrogado o réu, todos confirmando o ocorrido. As partes apresentaram alegações finais orais, e o juiz determinou a conclusão do feito proferindo, após, decisão de pronúncia, sendo as partes intimadas da decisão em 18/06/2018. II - DAS PRELIMINARES a) DA PRESCRIÇÃO Considerando que o réu foi pronunciado com fundamento no artigo 126 c/c 14, II do CP, a pena máxima para este delito seria de 04 anos que, com base no artigo 109, IV do CP, prescreveria em 08 anos. Todavia, o réu, na data dos fatos, era menor de 21 anos, já que nasceu em 01/01/1996, e os fatos foram praticados em 03/01/14, ocasião em que o prazo prescricional será diminuído pela metade, conforme artigo 115 do CP, sendo, pois, de 04 anos. À vista disso, uma vez que entre a data do recebimento da denúncia, 22/01/2014 e a decisão confirmatória de pronúncia, 18/06/2018, passaram-se mais de quatro anos. Desta forma, a extinção da punibilidade do réu deve ser extinta, conforme artigo Aluno: Fellipe Besighini Valles Matrícula: 20161107887 Prof.ª: Larissa Botelho NPJ Penal Quinta 10h 107, IV do Código de Processo Penal. Não restando responsabilidade jurídico penal a ser imputada ao recorrente. b) DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO Não foi cedido ao réu o instituto despenalizador, mesmo que a defesa técnica tenha arguido. Em razão disso, insta trazer à baila o artigo 89 da lei 9.099/95, que garante a suspensão condicional do processo, já que a pena mínima prevista para o delito imputado ao acusado não excede a um ano. Ademais, o acusado é primário e preenche os requisitos do artigo 77 do CP. Em razão disso, não óbice para a aplicação do referido instituto legal. c) DA NULIDADE Após as alegações finais das partes, foi juntado aos autos documento de atestado médico, folhas de antecedentes criminais do réu, bem como o exame de corpo de delito e, de imediato, o magistrado proferiu decisão de pronúncia. Ora, há explícita violação ao artigo 5º, LV, da CRFB, que assegura o princípio do contraditório e ampla defesa com os meios e recursos a ela inerentes, ocasião em que não foi observada. Em razão disso, requer o reconhecimento da nulidade conforme artigo 564, IV, do CPP, uma vez que o contraditório constitui elemento essencial do ato, devendo este ser refeito. II - DO MÉRITO a) DO CRIME IMPOSSÍVEL O recorrente foi denunciado com incurso nas sanções previstas dos artigos 126, caput c/c artigo 14, II, ambos do CP, acusado de comprar substância abortiva a fim de que sua namorada fizesse uso. Supostamente, com a intenção de matar o feto, sendo após, pronunciado nestes termos. Entretanto, houve informação da equipe médico hospitalar que, na verdade, a namorada do recorrente nunca esteve grávida, e que apenas possuía um cisto que fora expelido para fora. Logo, não se tratava de um feto. Diante desse argumento que fundamenta a tese do crime impossível por ineficácia absoluta do objeto, não há que se falar em tentativa de aborto, vez que inexistia bem jurídico a ser Aluno: Fellipe Besighini Valles Matrícula: 20161107887 Prof.ª: Larissa Botelho NPJ Penal Quinta 10h tutelado. Portanto, de acordo com o artigo 17 do Código Penal, a conduta do réu é atípica, não incidindo a responsabilização pela tentativa, merecendo o mesmo ser absolvido com fulcro no artigo 415, III do Código de Processo Penal. III - DOS PEDIDOS Ante o exposto, requer seja reformada a decisão com o provimento do recurso, a fim de que: a) sejadeclarada extinta a punibilidade do réu, conforme artigo 107, IV, do CP; b) seja declarada a nulidade pelo não oferecimento da suspensão condicional do processo, em observância ao artigo 89 da lei 9.099/95; c) seja reconhecida a nulidade da decisão de pronúncia, posto que violado o contraditório e ampla defesa, previstos no artigo 5º, LV da CRFB/88; d) seja o réu absolvido, com fulcro no artigo 415, III, do CP; e) seja o réu impronunciado. Nestes Termos Pede o deferimento Rio Grande do Sul, 25 de junho de 2018. Advogado OAB
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