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COM 09 - As Sociedades Anônimas I

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DIREITO COMERCIAL 
 09 
As Sociedades 
Anônimas I 
 
 
 
 
 
 Introdução 
 
 
 Noções Gerais 
 
Noções Iniciais: 
As sociedades por ações, cujo capital é dividido em frações representadas por títulos chamados 
ações, são de duas espécies: sociedade anônima e sociedade em comandita por ações. A companhia 
ou sociedade anônima é aquela com o capital dividido em ações e com a responsabilidade dos sócios 
ou acionistas limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas. Desta definição, 
depreende-se as suas principais características: 
a) capital social dividido em ações; 
b) responsabilidade dos sócios limitada ao preço de emissão das ações; 
c) como qualquer outra sociedade comercial, forma-se no mínimo, com dois sócios, aqui 
chamados de acionistas. 
 
Limites da Responsabilidade dos Sócios: 
Enquanto na sociedade por cotas de responsabilidade o limite da responsabilidade dos sócios cotistas 
se estabelece em função do capital social, na sociedade anônima a responsabilidade do acionista se 
restringe não mais ao valor das ações subscritas, mas ao seu preço de emissão. 
 
Caráter Comercial: 
A sociedade anônima, como qualquer outro tipo de sociedade comercial, constitui empresa de fim 
lucrativo, sujeitas às normas de licitude, isto é, de conformidade com a lei, com a ordem pública e 
com os bons costumes. Uma particularidade da sociedade anônima deve ser posta em destaque: 
qualquer que seja seu objeto, mesmo civil, sempre será ela comercial. A comerciabilidade lhe é 
inerente; é da própria essência estrutural da sociedade. Não se concebe, em face da lei, sociedade 
anônima de natureza civil. 
 
 
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É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila por qualquer processo eletrônico ou mecânico. 
Denominação: 
A sociedade será designada por denominação acrescida das palavras “sociedade anônima” ou 
“companhia”, por extenso ou abreviadamente. O emprego da palavra “companhia” é expressamente 
vedado no final da denominação, esclarecimento necessário para evitar que sejam confundidas com 
certas sociedades de pessoas, sobretudo as sociedades em comandita simples. A atual lei dispensa que 
a denominação indique o objeto social, por ser ilusória essa exigência. 
 
A Função Econômica das Sociedades Anônimas: 
A sociedade anônima, com efeito, tornou-se eficaz instrumento do capitalismo, precisamente porque 
permite à poupança popular participar dos grandes empreendimentos, sem que o investidor, modesto 
ou poderoso, se vincule à responsabilidade além da soma investida, e pela possibilidade de a 
qualquer momento, sem dar conta de seu ato a ninguém, negociar livremente os títulos, obtendo 
novamente a liquidez monetária desejada. 
 
 
 Características da Sociedade Anônima 
 
Capital e Responsabilidade: 
Destaca-se que as sociedades anônimas e companhias se apresentam com o capital dividido em ações 
e a responsabilidade dos sócios ou acionistas é limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou 
adquiridas. 
 
Caráter Comercial: 
A Sociedade Anônima é sempre comercial, qualquer que seja seu objeto. 
 
Contrato: 
A sociedade se forma pelo contrato. Assim, duas pessoas, no mínimo devem subscrever todas as 
ações em que se divide o capital social fixado no estatuto. A sociedade anônima atua pelos seus 
órgãos, que estabelecem harmoniosamente, segundo a lei e os estatutos, o equilíbrio de poder dos 
vários grupos e interesses. Os órgãos, sobretudo os de administração, atuam tendo em vista os limites 
fixados em função da declaração do objeto social. 
 
Estatutos: 
Os estatutos não constituem propriamente o contrato. Para a sociedade anônima formar-se são 
necessários vários atos, que se consubstanciam no ato constitutivo, que pode ser elaborado como ata 
de fundação, em decorrência da constituição da sociedade ou de escritura pública. Essa ata é que, 
verdadeiramente, representa o contrato. Os estatutos seriam assim, um elemento do contrato, 
regulamentando não só a formação da sociedade como também traçando as normas segundo as quais 
a sociedade atuará e se desenvolverá. Sem esse ato de constituição, lavrado em ata, escrito particular 
ou público, não se aperfeiçoa o contrato. A simples assinatura do estatuto não serve para vincular 
contratualmente os sócios. 
 
 
 O Objeto Social 
 
O objeto social é o fim comum, ao qual todos os acionistas ou sócios aderem e se vinculam, visando 
à organização de uma atividade para promovê-lo e atingí-lo. Diz o art. 2.° que pode ser considerada 
como objeto da companhia qualquer empresa de fim lucrativo, não contrário à lei, a ordem pública e 
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aos bons costumes. A palavra “empresa” é tomada no seu sentido técnico jurídico: atividade 
organizada, exercida pelo empresário, que no caso é a companhia, destinada a produção e circulação 
de bens ou de serviços. Mas a sociedade anônima é estruturalmente mercantil. Independente de seu 
objeto, é ela uma sociedade comercial. Não existe, pois, a possibilidade de ter a sociedade anônima 
um objeto misto, civil e comercial. Será sempre comercial (art. 2.°, § 1.°). Pode ser objeto da 
companhia a participação em outras sociedades, ainda que não prevista no estatuto. Essa participação 
é facultada como meio de realizar o objeto social, ou para beneficiar-se de incentivos fiscais, 
concedidos pelo governo para estímulo de determinada atividade. Com esse preceito (art. 2.°, § 3.°), 
o legislador facilita e estimula o agrupamento de empresas, segundo tendência da economia moderna. 
 
 
 O Capital Social 
 
A Formação do Capital Social: 
O estatuto da companhia fixará o valor do capital social que deve ser expresso em moeda nacional e 
pode ser constituído de qualquer espécie de bens, móveis ou imóveis, corpóreos e incorpóreos desde 
que suscetíveis de avaliação em dinheiro. A avaliação é feita por três peritos, nomeados em 
assembléia geral dos subscritores, convocada pela imprensa e presidida por um dos fundadores. 
 
 Alteração do Capital Social: 
Predomina-se atualmente a tese da intangilibilidade do capital social na lei, sobretudo em 
consideração ao direito dos credores da companhia. Assim, como em qualquer tipo de sociedade 
comercial, o capital social deverá ser expresso em moeda nacional. O estatuto da companhia, por 
conseqüência, fixará o seu valor, o qual será corrigido anualmente. Na sua formação pode o capital 
compreender qualquer espécie de bens _ móveis ou imóveis, corpóreos ou incorpóreos _ suscetíveis 
de avaliação em dinheiro. A lei exige - e para tanto traça normas específicas já que a sociedade 
envolve interesses de terceiros, e mesmo dos acionistas atuais e futuros - que os valores dos bens que 
irão integralizar. 
 
 
 Espécies de Sociedades Anônimas 
 
Noções Iniciais: 
As sociedades anônimas são classificadas pela lei em duas espécies distintas: a de capital fechado e a 
de capital aberto. A companhia é aberta ou fechada, reza aquele preceito legal, conforme os valores 
mobiliários de sua emissão estejam ou não admitidos à negociação em bolsa ou no mercado de 
balcão. 
 
! Valores mobiliários " São todos os papéis emitidos pelas sociedades anônimas para captação de recursos financeiros no mercado. 
 
Mercado de balcão " É a atividade exercida fora das bolsas, relativas aos valores mobiliários, 
assim consideradas as realizadas com a participação das empresas ou de profissionais que 
tenham por objetivo distribuir aqueles valores. Atuam, no exercício dessa atividade, fora da 
bolsa, no balcão de seus escritórios. 
 
 
Pequena Sociedade Anônima: 
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Embora a lei considere que a sociedade anônima constitua o tipo ideal da grande empresa moderna, 
não deixa de transigir, reconhecendo a existência, entre nós, da pequena sociedade anônima. O art. 
294 facilita a organização de tais sociedades, que serão sempre fechadas, com menos de 20 
acionistas. 
 
A Sociedade Anônima Fechada: 
São formadas por grupos ou de caráter familiar, para a qual são dispensadas várias das exigências 
reservadas às companhias ditas abertas, as quais, convém observar, não se confundem com as atuais 
“sociedades de capital aberto”, que representam mais uma categoria ligada ao direito fiscal, do que 
propriamente ao societário. A sociedade anônima fechada é constituída nitidamente “cum intuitu 
personae”. Sua concepção não se prende exclusivamente à formação do capital desconsiderando a 
qualidade pessoal dos sócios. Caracteriza-se assim pela faculdade de restringir a negociabilidade das 
ações da companhia, na qual os sócios escolhem os seus companheiros, impedindo o ingresso ao 
grupo formado tendo em vista a confiança mútua ou os laços familiares que os prendem. 
 
A Sociedade Anônima Aberta: 
É a sociedade anônima cujos valores mobiliários são negociados mediante oferta pública e cujo 
funcionamento e administração são cercados de maiores cautelas, com vistas a resguardar a economia 
popular. Essa sociedade, com o capital democratizado, para assim ser considerada, esteja admitida à 
negociação em bolsa ou no mercado de balcão. Sem essa admissão não se configura a sociedade 
aberta. A companhia aberta somente será considerada como tal, se os valores mobiliários que ela 
operar estiverem registrados na CVM. É evidente que a CVM só registrará os valores mobiliários 
segundo a atenção a certos requisitos e formalidades por ela determinados. Dessa forma, a 
qualificação dos valores mobiliários, segundo os requisitos de negociação impostos pela CVM, 
determinará o enquadramento da sociedade como sociedade aberta. As outras sociedades que não se 
enquadrarem em tais requisitos serão consideradas sociedades fechadas. 
 
Peculiaridades de Certas Sociedades Anônimas 
 
1) Empresa Comercial Exportadora (Trade Company): 
Essa empresa em nada se difere da sociedade anônima a não ser pelo seu objeto. Ganha essa 
denominação em razão de legislação especial que estimula sua criação, em vista do interesse do 
Estado. 
 
2) Sociedades de Economia Mista: 
Espécie de sociedade anônima, onde os capitais públicos se aliam ao capital particular, para a 
promoção do objeto social de maior interesse público. Claro que essas companhias tem suas 
peculariedades, que lhe asseguram um tratamento específico na lei e no direito. Ao estudarmos o 
desenvolvimento histórico das sociedades anônimas, percebemos que se iniciaram elas como 
sociedades de economia mista. Essa espécie de companhia ressurgiu nos tempos modernos, quando 
os Estados passaram a intervir no terreno econômico, após o longo predomínio das idéias liberais e 
individualistas. As sociedades anônimas de economia mista, como as companhias em geral, podem 
ser abertas ou fechadas. Sendo abertas, estão sujeitas também às normas expedidas pela CVM. Mas 
essas companhias dependem, na sua constituição, de prévia autorização legislativa para sua criação. 
 
Sociedades Anônimas Dependentes de Autorização Governamental: 
A lei brasileira, manteve, mesmo adotando o regime da plena liberdade, concomitamente o sistema 
autorizativo, aplicável a certas sociedades cuja atividade, pela sua importância e gravidade, importa à 
segurança e ao interesse público. 
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1) Sociedades Brasileiras: 
As sociedades brasileiras que, por lei especial, forem dependentes de autorização para funcionar, 
solicitá-la-ão ao Governo Federal, que é o poder competente para cometê-la. Atualmente várias 
empresas, dado o seu objeto social, dependem da autorização do Governo, como, por exemplo, as 
instituições financeiras e as companhias de seguros. Este poderá recusar a autorização pedida se a 
sociedade anônima não satisfazer as condições econômico-financeiro-jurídicas especificadas na lei, 
ou quando sua criação contrariar os interesses da economia nacional. 
 
2) Empresas Estrangeiras: 
As sociedades anônimas determinam-se pela sede de sua administração situada no país e pela sua 
organização, na conformidade da lei brasileira. As sociedades anônimas que assim não se 
constituírem são consideradas estrangeiras, e dependem de autorização do Governo Federal para 
exercer atividade no Brasil, através de suas filiais ou sucursais. 
 
3) Sociedade Anônima Multinacional: 
Não se limitam as sociedades anônimas, muitas vezes, ao âmbito nacional, tendem a 
internacionalizar-se. A sociedade multinacional é sinônimo de sociedade supranacional. Um exemplo 
recente é a Empresa Itaipu, que embora pública, existe uma sede no Brasil e parte no Paraguai. 
Muitas empresas, que até agora eram simplesmente consideradas “estrangeiras”, ou cujas subsidiárias 
tomam a nacionalidade brasileira mas tem seu centro de decisões no exterior, estão sendo 
impropriamente denominadas “sociedades multinacionais”. 
 
 
 A Constituição da Sociedade Anônima 
 
Requisitos para Constituição: 
Assentada a posição que as sociedades em geral se constituem pelo contrato plurilateral, têm-se como 
conseqüência que o direito brasileiro desconhece as sociedades unipessoais. Compreensível, pois, 
que o art. 80 determine que a constituição da companhia dependa do cumprimento de vários 
requisitos, a começar pela subscrição, pelo menos de duas pessoas, de todas as ações em que se 
divide o capital social fixado no estatuto.Mas, para a constituição ainda se exige a realização, como 
entrada, de 10% no mínimo, do preço de emissão das ações subscritas em dinheiro a não ser que a lei 
reclame a realização inicial de maior valor, e o depósito, no Banco do Brasil S/A, ou em outro 
estabelecimento bancário autorizado pela comissão de Valores Mobiliários, da parte do capital 
realizado em dinheiro. Cabe ao fundador efetuar o depósito da entrada, no prazo de cinco dias 
contados do recebimento das quantias, em nome do subscritor e a favor da sociedade em organização. 
Esta só poderá levantá-lo após haver adquirido personalidade jurídica, isto é, quando estiver com 
seus atos constitutivos arquivados no Registro de Comércio. Nos atos e publicações referentes à 
companhia em constituição, sua denominação deverá ser aditada da cláusula “em organização”. 
 
Modalidades de Constituição: 
A sociedade anônima pode formar-se simultaneamente ou sucessivamente. Daí distinguirem-se as 
duas modalidades de criação da sociedade: simultânea e sucessiva. Na constituição simultânea os 
subscritores do capital se reúnem e por instrumento particular, representado pela ata da assembléia 
geral, ou por escritura pública, dão por constituída definitivamente a sociedade. A subscrição do 
capital se procede, nesses casos, particularmente, sem apelo ao público. Na constituição sucessiva, 
em que o capital se forma por apelo público aos subscritores, surge nítida a figura do fundador, que 
se encarrega de liderar a formação da sociedade em etapas sucessivas. 
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Constituição por Subscrição Pública: 
No sistema da lei vigente somente as companhias abertas se podem constituir por subscrição pública. 
O ato de subscrição constitui um negócio jurídico bilateral. Configura um contrato de adesão no qual 
o subscritor, assinalando a lista, boletim ou carta em separado, adere ao contrato, visando à 
constituição da sociedade anônima. A outra parte contratante não é sociedade, pois aindaestá em 
formação, não tendo nascido; o contrato se forma com os fundadores. Encerrada a subscrição de todo 
o capital, os fundadores podem dar os primeiros passos para a constituição da sociedade. Cabe-lhes a 
convocação da assembléia de constituição que deverá promover a avaliação dos bens, se for o caso, e 
deliberar sobre a constituição da companhia. Assim, verificando-se que forma observadas as 
formalidades legais e não havendo oposição de subscritores que representem mais da metade do 
capital social, o presidente declarará constituída a companhia. 
 
Constituição por Subscrição Particular: 
As companhias abertas, que não lançarem subscrição pública, e também as companhias fechadas, 
poderão adotar o sistema de constituição simultânea. A subscrição, nesses casos, será somente 
particular, sem nenhuma publicidade, concitando os subscritores a aderir à constituição. Será feita, 
portanto, no círculo íntimo de amigos ou familiares. A constituição da companhia, assim, pode fazer-
se por deliberação dos subscritores em assembléia geral ou por escritura pública. Todos os 
subscritores, nesse caso, são fundadores. 
 
 
 Os Livros Sociais 
 
Os Livros da Sociedade Anônima: 
A sociedade anônima possui, além dos livros comerciais comuns, próprios do empresário comercial, 
para a escrituração de suas contas, outros livros especiais, que registram a vida social. A companhia 
deve manter além dos livros obrigatórios, os seguintes, revestidos das mesmas formalidades legais, 
como dispõe o art. 100: 
 
1) Os livros de “Registro de Ações Nominativas” e “Registro de Ações Endossáveis”, para inscrição, 
anotação ou averbações de: 
a) nome do acionista e do número das suas ações; 
b) entradas ou prestações do capital realizado; 
c) conversões de ações, de uma em outra forma, espécie ou classe; 
d) resgate, reembolso e amortização das ações, espécie ou classe; 
e) resgate, reembolso e amortização das ações, ou de sua aquisição pela companhia; 
f) mutações operadas pela alienação ou transferência de ações; 
g) penhor, usufruto, fideicomisso, alienação fiduciária em garantia ou de qualquer ônus que 
grave as ações ou obste sua negociação. 
 
2) O livro “Transferência de Ações Nominativas”, para lançamento dos termos de transferência, que 
deverão ser assinados pelo cedente e pelo cessionário ou seus legítimos representantes. 
 
3) O livro de “Registro de Partes Beneficiárias Nominativas” e o de “Transferência de Partes 
Beneficiárias Nominativas”, se tiverem sido emitidos, observando-se em ambos, no que couber nos 
itens 1 e 2. 
 
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4) Os livros de “Registro de Partes Beneficiárias Endossáveis”, de “Registro de Debêntures 
Endossáveis” e “Registro de Bônus de Subscrição Endossáveis”, se tiverem sido emitidos pela 
companhia, observando-se, no que couber, o disposto sobre o livro de “Registro de Ações 
Endossáveis”. 
 
5) O livro de “Atas das Assembléias Gerais”. 
 
6) O livro de “Presença dos Acionistas”. 
 
7) Os livros de “Atas das Reuniões do Conselho de Administração”, se houver, e de “Atas das 
Reuniões da Diretoria”; o livro de “Atas e Pareceres do Conselho Fiscal”. 
 
Escrituração do Agente Emissor e das Ações Escriturais: 
Sabe-se da possibilidade de a companhia atribuir a uma instituição, devidamente autorizada pela 
Comissão de Valores Mobiliários, a tarefa de emitir as ações e manter os seus registros, descartando-
se ela própria dessa organização. O agente emissor se encarrega profissionalmente dessas atribuições. 
Ora, a fim de melhor desempenhar essa atividade, o art. 101 permite que o agente emissor se descarte 
dos livros de registro individuais de valores mobiliários de cada companhia sua cliente, adotando 
registros gerais em escrituração própria. Ainda o art. 102 regula o registro das ações escriturais, pela 
instituição financeira depositária dessa forma de ações. 
 
Exibição dos Livros Sociais: 
O art. 105 refere-se à essa exibição no âmbito das sociedades anônimas. A exibição por inteiro dos 
livros da companhia pode ser ordenada judicialmente sempre que, a requerimento de acionistas que 
representem, pelo menos, 5% do capital social, sejam apontados atos violadores da lei ou do estatuto, 
ou haja fundada suspeita de graves irregularidades praticadas por qualquer dos órgãos da companhia. 
Essa faculdade se insere entre os direitos essenciais dos acionistas, pois constitui o de fiscalizar a 
gestão dos negócios sociais. 
 
 
 As Demonstrações e Resultados Financeiros 
 
Exercício Social: 
O exercício social constitui determinado período que se destaca da vida da sociedade, para 
verificação do resultado econômico e financeiro de sua atividade, para aferição do resultado do fim 
social. Podem ser, dentro do exercício social, levantados balanços semestrais. Em certos países são 
exigidos até trimestralmente. Mas, note-se, o exercício social será sempre, normalmente em nosso 
direito, de um ano. 
 
Demonstrações Financeiras: 
No término de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da 
companhia as seguintes demonstrações financeiras: 
a) balanço patrimonial; 
b) demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; 
c) demonstração do resultado do exercício; 
d) demonstração das origens e aplicação de recursos. 
Esses documentos, recomenda a lei, devem expressar com clareza a situação do patrimônio da 
companhia e as mutações ocorridas no exercício. As demonstrações financeiras constituem, pois, 
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claras peças que deixam retratar a real situação econômico-financeira da sociedade, para informação 
dos seus próprios órgãos, dos acionistas, dos credores e do público em geral. Por isso, serão elas 
complementadas por notas explicativas e outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis 
necessárias para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício. Além disso, as 
demonstrações financeiras registrarão a destinação dos lucros segundo a proposta dos órgãos da 
administração, no pressuposto de sua aprovação pela Assembléia Geral. 
 
Os Resultados Financeiros e o Fim da Sociedade: 
O fim da sociedade comercial é a obtenção de lucro. É comum a confusão do conceito entre fim 
social e objetivo social, mas não existe razão para tanto. O objetivo social, definido de forma precisa 
e completa no estatuto, indica a espécie de atividade produtiva da sociedade; ao passo que o fim 
social é, como se disse, a persecução de lucro. 
 
Lucro: 
O lucro é o sobrevalor que a sociedade pode produzir, como resultado da aplicação do capital e 
outros recursos na atividade produtiva. Lucro de exercício é o que resulta do balanço contábil das 
contas no fim do exercício social. 
 
Lucro Líquido: 
O lucro líquido é o resultado final. Antes, porém, obrigatoriamente, serão deduzidos (descontados) os 
seguintes valores: 
a) o prejuízo acumulado anteriormente; 
b) a provisão para o imposto de renda 
 
Reserva Legal: 
A lei obriga a toda sociedade anônima a reservar uma parte de seu lucro líquido, para constituir uma 
reserva legal (uma espécie de garantia de desenvolvimento e solidez econômica das sociedades 
anônimas) 
 
Dividendos: 
Os dividendos são os pagamentos do lucro líquido (descontada a aplicação em reserva legal) aos 
acionistas. O pagamento de dividendos é facultativo: a assembléia geral pode decidir não dividir o 
lucro líquido, optando, por exemplo, em aplicar todo o lucro no crescimento da empresa. Mas há 
dividendos cujo pagamento é obrigatório: isso ocorre quando o estatuto estabelecer a obrigatoriedade 
do pagamento. 
 
 
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 O Acionista 
 
 
 Noções Gerais 
 
O Acionista e o Controle da Sociedade Anônima: 
Acionista é o sócio da sociedade anônima. O art. 1.° da atual lei refere-se aos “sócios ou acionistas”. 
É elementar que a designação de sócio se apresente genérica, e traduz a idéia da pessoa que se 
associa com outrem, juntando seus cabedais, para constituir a sociedade mercantil, ao passo que 
acionista se aplica especificamente ao membro da sociedade anônima ou companhia. Aderindo à 
sociedade anônima, em sua fundação, como “subscritor”, este transforma-se em acionista tão logo a 
sociedade anônima se constitua, e tenha seus atos arquivados no Tribunal do Comércio. Apresenta-se 
como titular das ações, e é, por isso, a figura central da sociedade anônima. Seu objetivo visa à 
formação da sociedade, como geradora de riqueza, que pode lhe proporcionar dividendos, que 
correspondem às ações que detiver. 
 
 
 Direitos e Obrigações dos Acionistas 
 
Obrigações dos Acionistas: 
A principal obrigação dos acionistas é realizar, nas condições determinadas nos estatutos ou no 
boletim de subscrição, as entradas ou prestações de suas ações. Além disso, tem o sócio, como todo 
membro de uma coletividade constituída e organizada, o dever de lealdade para com a sociedade. A 
lei dedica, de resto, alguns dispositivos para regular as obrigações financeiras do sócios para com a 
sociedade. 
 
Direitos Essenciais dos Acionistas: 
Existem nas sociedades anônimas, a exemplo do que ocorre nas coletividades sociais, certos direitos 
fundamentais, que são impostergáveis. A declaração desses direitos fundamentais ou essenciais está 
enunciada no art. 109, sob a égide do princípio de que nem o estatuto, nem a assembléia geral 
poderão deles privar o acionista. São direitos essenciais dos acionistas: 
 
1) Direito de Participação nos Lucros Sociais: 
Ao estudar a teoria das sociedades comerciais verifica-se que a participação nos lucros constitui o fim 
fundamental e característico delas. É nula a sociedade que estipular que a totalidade dos lucros 
pertença a um só dos sócios, ou em que algum deles seja excluído. 
 
2) Direito de Participar do Acervo Social: 
O segundo direito fundamental do acionista é o direito de participar do acervo social, no caso de 
liquidação da sociedade. A mesma igualdade de tratamento para todos os acionistas da mesma classe 
ou categoria, na distribuição dos lucros, deve presidir ao rateio do acervo líquido que resultar da 
liquidação da sociedade anônima, em caso de dissolução. 
 
3) Direito de Fiscalizar a Gestão dos Negócios Sociais: 
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Constitui também um direito inarredável do acionista, como de resto ocorre em qualquer sociedade 
comercial e para qualquer tipo de sócio, o de fiscalizar a gestão dos negócios sociais, na forma 
prevista em lei. Muito mais imperioso é que esse direito seja especialmente assegurado e regulado 
nas sociedades anônimas em virtude de sua peculiar estrutura jurídica. 
 
4) Direito de Preferência na Subscrição de Ações: 
É dirigido ao antigo acionista, que inverteu cabedais confiando na companhia, sendo justo então que 
tenha preferência na subscrição de novas ações. 
 
5) Direito de Recesso: 
O direito de recesso ou de retirada do acionista, com o pagamento de seus haveres na companhia, nos 
casos previstos em lei, é assegurado como um direito seu fundamental. Não pode ser negado nem 
pelo estatuto nem pela companhia. A lei, no art. 137, assegura ao acionista, discordante de certas 
deliberações da assembléia geral extraordinária, o direito de retirada, além de outras hipóteses 
previstas no decorrer do texto legal. 
 
 
 O Direito de Voto nas Assembléias 
 
Noções Iniciais: 
Como o problema do acionista era primordialmente fortalecer o seu interesse, sem maior 
consideração pela companhia, fácil foi conceber as ações preferenciais, tirando-lhes o direito ao voto. 
Passa-se a aquinhoar o acionista, reforçando-lhes as garantias de renda de suas ações, e se assegura 
uma maior tranqüilidade do controle da sociedade, que contará com menor número de ações com 
voto. Com efeito, o art. 112 da lei dispõe que somente os titulares de ações nominativas, endossáveis 
ou escriturais, poderão exercer o direito de voto. As ações ao portador são despidas do direito de 
voto, que caberá apenas às ações nominativas. 
 
Impedimentos: 
Nem sempre pode o acionista votar. Motivos legais e éticos impedem-no. O acionista, com efeito, 
deve exercer o direito de voto com lealdade, sem descurar do interesse da companhia. Considera-se, 
por isso, abusivo o voto exercido com o fim de causar dano à companhia ou a outros acionistas, ou de 
obter, para si ou para outrem, vantagem a que não faz jus e de que resulte, ou possa resultar, prejuízo 
para a companhia ou outros acionistas. 
 
Acordo de Acionistas: 
Considera-se imoral o negócio feito com a disposição do voto, tanto que é capitulado como crime o 
ato do acionista que, para obter vantagem para si ou para outrem, negociar o voto nas deliberações 
das assembléias gerais. Mas o acordo de acionistas, visando à defesa de seus interesses comuns e 
legítimos, nos quais pactuam votar no mesmo sentido, o que tecnicamente se chama “sindicação de 
ações” não configura o delito. A vantagem ilícita que a lei brasileira pretende coibir consiste no 
proveito, em detrimento da sociedade ou de outrem, que o acerto entre os acionistas possa acarretar. 
 
Suspensão dos Direitos do Acionista: 
A suspensão do exercício de direitos do acionista constitui sanção aplicada pela assembléia geral ao 
acionista que não tem cumprido suas obrigações. A sanção é regulada no art. 120, extensiva ao 
exercício de todos os direitos, e a causa será o não-cumprimento de qualquer obrigação imposta pela 
lei ou pelo estatuto, que prejudique ou perturbe a vida social. Cessa imediatamente a suspensão, tão 
logo seja cumprida a obrigação. 
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O Acionista Minoritário e Majoritário: 
Como hoje, na sociedade moderna, nem todos os acionistas têm direito a voto, o conceito de 
“maioria” se refere ao maior volume das ações com voto. Como a imensa maioria dos acionistas 
detém ações sem voto - podendo no caso da lei brasileira esse número atingir 2/3 do capital social 
somente em ações preferenciais - bem ver que a maioria absoluta da sociedade não tem acesso, 
sequer, às disputas do controle. Além do mais, as ações ao portador não possuindo voto, mas somente 
as nominativas, aquele limite pode acrescer significativamente, e somente um pequeno número de 
ações oferecer voto para a decisão do controle. O controle, por exemplo, da família Rockfeller, na 
Standart Oil of New Jersey, há pouco tempo não atingia sequer a 5% do capital social. Em nosso País 
sociedades anônimas já são controláveis pela detenção de 20% do capital social, e até por muito 
menos, ao passo que as ações se vão dispersando, cada vez mais, nas mãos do público. O que a nossa 
lei, visa, efetivamente, não é apenas à proteção da minoria com direito a voto, mas à imensa maioria 
sem voto, inerme diante da minoria. Procura-se, assim, através de uma série de normas tutelares, 
estabelecer melhor equilíbrio de poderes entre acionistas com voto e acionistas sem voto. A proteção 
dos acionistas, chamados impropriamente de “minoritários”, se faz pelo estado de direito que é 
constituído por variadas normas que definem seus direitos fundamentais ou essenciais. 
 
As Formas de Controle: 
Partindo da observação de que a orientação das atividadesda empresa se encontra em mãos de um 
indivíduo ou grupo que exerce o verdadeiro poder de escolher a diretoria - “controlando” uma 
maioria de votos diretamente ou através de algum artifício legal - ou exerce pressão que determine 
sua escolha, enumeram-se vários tipos de controle: 
 
1) Controle através da participação quase completa é o ideal, para o direito e para a empresa, pois 
demonstra o alto grau de recíproca confiança e colaboração entre os acionistas, tal como se encontra 
na “affectio societatis”, nas sociedades de pessoas. Por isso esse controle se evidencia sobretudo nas 
sociedades fechadas e de família, onde é comum a cessão e coincidência de interesses de todos os 
sócios. 
 
2) O controle pela maioria de acionistas constitui o primeiro passo na dissociação da propriedade do 
controle, e implica na posse de maioria do capital declarado por um acionista ou grupo deles. 
 
3) A terceira forma é o controle através de um mecanismo jurídico. Muitas combinações de 
empresas, como as holdings, podem levar a certos artifícios legais que asseguram o controle a 
algumas empresas. Em nosso País pouco ocorre essa modalidade, pois a lei vigente já proíbe certos 
instrumentos que a lei de outros países admite, como a ação ordinária sem voto e o voto plural. 
 
4) Por fim, temos o controle pela minoria. A dispersão das ações pode ser tal que dificilmente um 
acionista ou grupo de acionistas conseguiria deter a titularidade de ponderável número de ações. É o 
caso do controle das grandes corporações modernas, citando-se vários exemplos de sociedades em 
que o grupo de controle o exerce, embora sua percentagem de ações seja irrisória em relação ao 
vultuoso capital e à dispersão das ações. 
 
 
 
 
 
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 Os Órgãos Sociais 
 
 
 Noções Gerais 
 
Noções Iniciais: 
O funcionamento das sociedades importa certa organização. Essa organização é rudimentar nas 
sociedades de pessoas, nas quais um dos sócios, ou todos eles, desfrutam do poder de direção. Na 
sociedade anônima, porém, o problema da administração social se torna complexo, impondo uma 
melhor distribuição de poderes. A esses centros de poderes da administração da sociedade anônima - 
tomada aqui a administração em seu sentido mais amplo - dá-se doutrinariamente a designação de 
órgãos sociais. Esses órgãos sociais, que integram a direção da sociedade anônima, são estruturados 
de forma democrática. Estão constituídos em três categorias: o órgão de deliberação, que expressa a 
vontade da sociedade; o órgão de execução, que realiza a vontade social; e o órgão de controle, que 
fiscaliza a fiel execução da vontade social. 
 
Administração: 
A administração (gerenciamento) de uma sociedade anônima cabe ao seu Conselho de Administração 
e à Diretoria. Pode, entretanto, o estatuto social determinar que a administração caiba, 
exclusivamente, à diretoria. O conselho de administração é obrigatório nas companhias abertas e nas 
de capital autorizado. Nas demais, só serão criados se os sócios quiserem. 
 
Conselho de Administração e Diretoria: 
Conforme definirem os estatutos, a administração da companhia ficará a cargo do conselho de 
Administração e da Diretoria, ou somente da Diretoria. O conselho de Administração é órgão 
deliberativo colegiado, sendo a representação da Companhia privativa dos diretores. As companhias 
abertas e as de capital autorizado terão, obrigatoriamente conselho de administração. 
 
Diretoria: 
A “diretoria” das Sociedades Anônimas será composta por pelo menos 2 diretores, que são eleitos 
pelo conselho de Administração, o qual também poderá substitui-los a qualquer tempo (se não 
houver conselho de Administração, a eleição dos diretores ou sua destituição será feita pela 
Assembléia Geral. 
Os Diretores é que representarão (falarão por ela, tanto exercitando direitos, como assumindo 
obrigações) a sociedade anônima, caso o estatuto ou o conselho de administração nada disponha 
sobre o assunto. 
 
Composição do Conselho de Administração: 
O conselho de Administração será composto de, no mínimo, três membros, eleitos pela assembléia 
geral e por ela destituíveis a qualquer tempo, devendo o estatuto estabelecer: 
a) o número de diretores, ou o máximo e o mínimo permitido; 
b) o modo de sua substituição; 
c) o prazo de gestão, que não poderá ser superior a três anos, permitida a reeleição; 
d) as atribuições e poderes de cada diretor. 
Os membros do conselho de administração, até o máximo de um terço (1/3), poderão ser eleitos para 
os cargos de diretores. 
 
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Conselho Fiscal 
As sociedades anônimas deverão ter um conselho fiscal, composto de três membros, no mínimo, e 
cinco, no máximo, e igual número de suplentes, acionistas ou não, eleitos pela assembléia geral. 
 
Conselho Consultivo: 
Este órgão é mera faculdade dos acionistas. Se os acionistas quiserem, poderão criar um órgão 
colegiado, composto de pessoas experientes e conhecedoras da atividade, para aconselhar a diretoria 
ou o conselho de administração, na tomada de decisões especiais. Sua criação, portanto, depende dos 
estatutos sociais, ou de deliberação dos acionistas em assembléia geral. Uma vez criado, os membros 
do Conselho Consultivo poderão ser ouvidos em funções técnicas ou no aconselhamento dos 
administradores. 
 
! Os membros do Conselho Consultivo terão as mesmas responsabilidades que todo e qualquer administrador. Responderão, portanto, por seus atos e abusos. 
 
 
 
 
 
 
Transformação, Incorporação, 
Fusão e Cisão das Sociedades Anônimas 
 
 
 Noções Gerais 
 
Transformação: 
A transformação não constitui um instituto exclusivo das Sociedades Anônimas: aplica-se a qualquer 
tipo de sociedade comercial, cujos sócios desejam dar-lhe outra estrutura jurídica. A flexibilidade do 
Direito Comercial permite que a sociedade mercantil, dotada de certa estrutura jurídica, a modifique 
para assumir outro tipo, sem descontinuidade ou alteração de sua personalidade. Através da 
transformação da sociedade torna-se possível, com a modificação do ato constitutivo, imprimir-lhe 
outra tipicidade. O art. 220 define a transformação como a operação pela qual a sociedade passa, 
independentemente da dissolução e liquidação, de um tipo a outro. O conceito legal deixa bem claro 
que a personalidade jurídica continua imutável, não surgindo nova sociedade. É a antiga sociedade 
mantendo a mesma personalidade jurídica, porém com outras vestes. Como pela transformação se 
modifica a estrutura do contrato social, alterando-se sobretudo na responsabilidade dos sócios, a lei 
exige o consentimento unânime destes, para ser ela levada a efeito. Como a transformação se reflete 
na responsabilidade dos sócios, há que se atentar para os direitos dos credores. Declara o art. 222 que 
a transformação não prejudicará, em caso algum, os direitos dos credores. Continuarão eles a 
desfrutar, até o pagamento integral de seus créditos, das mesmas garantias que o tipo anterior da 
sociedade lhes oferecia e assegurava. 
 
Incorporação: 
A incorporação é a operação pela qual uma ou mais sociedades, de tipos iguais ou diferentes, são 
absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações. Na incorporação não surge 
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nova sociedade, pois uma, a incorporadora, absorve outra ou outras sociedades, que se extinguem. 
Essa extinçãoé inexorável, pois o art. 219, II declara extinta a companhia pela incorporação. Subsiste 
pois a incorporadora, acrescida do capital e patrimônio da incorporadora, assumindo aquela o passivo 
da sociedade extinta. 
 
Fusão: 
A fusão é a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades, de tipos iguais ou diferente, para 
formar sociedade nova que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações. Se na incorporação a 
sociedade incorporada se extingue, por ser absorvida pela outra, que permanece, na fusão, as duas ou 
mais sociedades, todas elas objeto da operação, se extinguem. A fusão é, com efeito, conforme o art. 
219, II, causa de extinção das sociedades envolvidas. 
 
Cisão: 
A cisão, na definição do art. 229, é a operação pela qual a companhia transfere parcela do seu 
patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes, extinguindo-se a 
companhia cindida, se houver versão de todo o seu patrimônio, ou dividindo-se o seu capital, se 
parcial a versão. A cisão da sociedade pode assumir vários aspectos, segundo a sua intensidade e 
destino do patrimônio cindido. Pode, por isso, levar ou não à extinção da sociedade. Temos a cisão 
com versão de todo o patrimônio em outras sociedades, quando o patrimônio social se cinde em duas 
ou mais partes, cada uma delas com destino de formar novas sociedades, com a extinção da sociedade 
primitiva. Os outros casos são da versão de parte do patrimônio, quando a sociedade cindida não se 
extingue, mas dá azo a dela se destacarem parte ou partes do seu patrimônio que formarão outra ou 
outras sociedades, ou se vão fundir a outra sociedade já existente. A sociedade que absorver parcela 
do patrimônio da companhia cindida sucede a esta nos direitos e obrigações relacionados no ato da 
cisão, assegurando assim o direito dos credores e terceiros. No caso da cisão com extinção, as 
sociedades que absorverem parcelas do patrimônio líquido transferido sucedem à companhia cindida 
nos direitos e obrigações não relacionados no ato da cisão. A cisão com parcela de patrimônio em 
sociedade já existente obedecerá às disposições sobre a incorporação (art. 227), pois, efetivamente, 
essa parcela da sociedade cindida será incorporada em outra sociedade já existente. 
 
Procedimento: 
A lei estabeleceu um rito para ser seguido na efetivação da incorporação, fusão ou cisão. Embora de 
naturezas diferentes esses institutos seguem uma norma comum de procedimento para levar ao fim 
colimado de forma regular e legal. 
 
O Protocolo: 
Nada mais é do que a planificação, em projeto, das condições em que se vão efetuar a incorporação, 
fusão ou cisão. Essas condições, com efeito, constarão de protocolo firmado pelos órgãos de 
administração ou sócios das sociedades interessadas (art. 224). 
 
A Justificação: 
Além do protocolo, as operações de incorporação, fusão e cisão importam em justificação 
apresentada à deliberação das assembléias gerais ou dos sócios das sociedades interessadas (art. 225). 
 
A Formação do Capital: 
As operações de incorporação, fusão ou cisão somente poderão ser efetuadas nas condições 
formuladas no protocolo, se os peritos nomeados determinarem que o valor do patrimônio ou 
patrimônios líquidos a serem vertidos para a formação do capital social for ao menos, igual ao 
montante do capital a realizar (art. 226). 
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Direito de Retirada do Acionista Dissidente: 
O acionista quando adere à constituição da companhia, ou quando nela ingressa adquirindo ações, 
pode ser movido por interesses peculiares e particulares. Por isso pode opor-se à incorporação, fusão 
e cisão por considerá-la inconveniente à sociedade ou prejudicial aos seus interesses. A lei reconhece 
ao acionista dissidente o direito de recesso (art. 230). 
 
 
 
 
 
 Dissolução e Liquidação das S/A 
 
 
 Dissolução 
 
Dissolve-se a companhia: 
 
1) De Pleno Direito: 
a) pelo término do prazo de duração; 
b) por deliberação da assembléia geral (art. 136, VIII); 
c) nos casos previstos no estatuto; 
d) pela existência de um só acionista, verificada em assembléia geral extraordinária, se o 
mínimo de dois não for reconstituído até a assembléia do ano seguinte, ressalvado o disposto 
no art. 251; 
e) pela extinção na forma da lei que autorizou o funcionamento da companhia. 
 
2) Por Decisão Judicial: 
a) quando anulada a sua constituição, em ação proposta por qualquer acionista; 
b) quando provado que não pode cumprir o seu fim, através de ação proposta por acionistas que 
representem 5% ou mais do capital social; 
c) em caso de falência, na forma prevista na lei própria. 
 
3) Por Decisão de Autoridade Administrativa Competente: 
Nos casos e na forma prevista em lei especial. 
 
 
 Liquidação 
 
Noções Iniciais: 
Liquidação é o meio e o modo pelo qual apuram-se o ativo e o passivo da sociedade, pagando-se aos 
credores. Para proceder à liquidação, deve ser nomeada uma pessoa que será a encarregada de 
proceder a todos os atos, visando à realização da liquidação. Chama-se tal pessoa liquidante. 
 
Deveres do Liquidante: 
São deveres do liquidante: 
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a) arquivar e publicar a ata da assembléia geral ou certidão da sentença, que houver deliberado 
ou decidido a liquidação; 
b) arrecadar todos os bens, livros e documentos da companhia onde quer que estejam; 
c) fazer o imediato levantamento do balanço patrimonial da companhia; 
d) terminar os negócios pendentes da companhia, realizando o ativo e pagando o passivo, bem 
como partilhando entre os acionistas o saldo remanescente; 
e) exigir dos acionistas a integralização de suas ações, isto se o ativo não bastar para o 
pagamento do passivo; 
f) convocar a assembléia geral sempre que for necessário; 
g) confessar a falência da companhia ou pedir concordata quando cabível; 
h) submeter à assembléia geral relatório dos atos e operações da liquidação, bem como suas 
contas finais, tão logo tenha terminado a liquidação. 
 
Procedimento do Liquidante: 
Para realizar a todos tais atos, o liquidante representará a companhia e terá poderes para praticar 
todos os atos necessários à liquidação, podendo até alienar (vender) bens móveis ou imóveis, fazer 
acordos, receber e dar quitação. O liquidante, depois de pagar o passivo e ratear o ativo 
remanescente, deverá convocar a assembléia a aprovação dessas contas. Aprovadas as contas, 
encerra-se a liquidação e a companhia fica extinta. Se algum acionista discordar da liquidação, terá 
30 dias a contar da publicação da ata da assembléia, para promover a ação cabível. O liquidante terá 
as mesmas responsabilidades do administrador e os deveres e responsabilidades dos administradores 
anteriores, fiscais e acionistas, subsistirão até a extinção da companhia. 
 
Partilha: 
Sempre que se procede à liquidação, pode ou não haver um saldo positivo (remanescente do ativo). 
Naturalmente o saldo remanescente pertence aos acionistas e a eles deve ser devolvido. A esta 
operação dá-se o nome de rateio. O rateio do ativo denomina-se partilha. A partilha deve ser feita 
apenas após o pagamento de todos os credores. Poderá ser feita a partilha, mesmo que ainda não 
tenham sido apurados todos os haveres sociais. Nesse caso, o rateio será feito proporcionalmente 
(acionista que tem mais ações, recebe fatia maior). Se ainda existirem haveres a serem apurados, os 
haveres sociais já apurados serão rateados proporcionalmente entre os acionistas. O acionista que se 
achar prejudicado no rateio, poderá provar seu prejuízo e impedir a realização da partilha naquelas 
condições especiais, ou no caso não mais seja possível, poderá exigir indenização dosbeneficiados. 
 
Extinção: 
Dissolvida a sociedade, é procedida a liquidação de seu ativo e passivo, culminando com a partilha 
do saldo entre os sócios. Terminada a liquidação, ocorrerá a definitiva extinção dessa sociedade. 
Também ocorrerá a extinção de uma sociedade, se ela for “incorporada” por uma outra, ou se ela for 
“fundida” com uma outra, ou se ocorrer sua “cisão total”. 
 
 
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 Questões de Concursos 
 
 
01 - (Ministério Público/SP – 81) A assembléia geral das sociedades por ações poderá considerar 
dispensada a publicação dos anúncios necessários à sua convocação quando 
( ) a) a urgência da matéria a ser tratada justificar a sua realização. 
( ) b) houver o comparecimento da totalidade dos acionistas. 
( ) c) estiverem presentes mais de 50% (cinqüenta por cento) dos acionistas. 
( ) d) houver o comparecimento do acionista controlador. 
( ) e) seu objeto for o requerimento de concordata preventiva ou autofalência da companhia. 
 
 
02 - (OAB/SP – 119) O exercício do direito de retirada de sociedade anônima assiste ao acionista 
que discordar 
( ) a) da condução dos negócios sociais. 
( ) b) de qualquer deliberação da assembléia geral. 
( ) c) do critério estabelecido de distribuição de dividendos não obrigatórios. 
( ) d) da alteração do contrato social. 
 
 
03 - (OAB/SP – 119) Relativamente às sociedades anônimas, é incorreto afirmar que 
( ) a) o Conselho de Administração será composto por, no mínimo 5 membros, eleitos pela 
assembléia geral e por ela destituíveis a qualquer tempo. 
( ) b) a diretoria será composta por 2 ou mais diretores, eleitos e destituíveis a qualquer 
tempo pelo Conselho de Administração. 
( ) c) o Conselho Fiscal será composto de, no mínimo 3 e, no máximo, 5 membros, e 
suplentes em igual número, acionistas ou não, eleitos pela assembléia geral. 
( ) d) a administração da companhia competirá, conforme dispuser o estatuto, ao Conselho 
de Administração e à diretoria, ou somente à diretoria. 
 
 
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 Gabarito 
 
 
01.B 02.D 03.A 
 
 
 
 
 
 
 Bibliografia 
 
 
• Curso de Direito Comercial 
 Rubens Requião 
 São Paulo: Editora Saraiva, 1998 
 
• Manual de Direito Comercial 
 Fábio Ulhoa Coelho 
 São Paulo: Editora Saraiva, 2002 
 
 
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