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MEDICINA Weslley Jonathan DOENÇAS INFLAMATÓRIAS INTESTINAIS - A doença inflamatória intestinal (DII) é uma condição intestinal crônica de mediação imune, sendo a DOENÇA DE CROHN (DC) e a RETOCULITE ULCERATIVA (RCU) os principais tipos - A sua incidência varia em diferentes regiões demográficas, sendo mais recorrente: 1. EUROPA 2. REINO UNIDO 3. AMÉRICA DO NORTE - A mortalidade é mais alta durante os primeiros anos da doença, e nas pessoas com a doença de longa duração devido ao risco de câncer colônico - A faixa etária de inicio para a DC e RCU fica entre 15 a 30 anos, e um segundo pico ocorre entre os 60 e 80 anos de idade - A razão entre homens e mulheres: o RCU = 1:1 o DC = 1,1 – 1,8 : 1 - A RCU e DC surgem em frequência de 2-4x mais altas nas populações judaicas nos EUA, Europa e África do Sul → Além disso, é mais prevalente em judeus asquenazes 2x maior que os judeus de Israel, sefarditas ou asiáticos - As áreas urbanas apresentam maior prevalência de DII do que áreas rurais, e a população socioeconômica mais atingida é a classe mais ALTA Quanto ao fumo de cigarro: o RCU – Risco de 40% maior em fumantes do que não fumantes, e para ex-fumantes um risco de 1,7 vezes maior que as pessoas que nunca fumaram o DC – O fumo está associado ao risco duas vezes maior Quanto aos contraceptivos orais: Se relaciona mais com a DC, sendo a probabilidade de 1,4 Apendicectomia: o Fator PROTETOR contra a RCU o Risco aumentado para DC → O risco é maior logo após a cirurgia e depois diminui, oque pode indicar que há um ERRO DIAGNÓSTICO Quanto ao histórico familiar: o DII é uma doença familiar em 5% a 10% dos pacientes o No DC dentro das famílias, geralmente há concordância nos locais anatômicos e nos tipos clínicos o Se o paciente apresenta DII, o risco vitalício de um parente de 1º GRAU ser afetado é de 10% o Quando os dois pais apresentam DII, os filhos possui a probabilidade de 36% de ser afetado o Gêmeos monozigóticos são 56% concordantes para DC, e apenas 6% para RCU o Gêmeos dizigóticos são 4% concordantes para DC, e não possuem concordância pra RCU - A predisposição de DII possui de sua associação de certas síndromes genéticas, como: o Síndrome de Turner o Doença de armazenamento de glicogênio o Wiskott-Aldrich e doença granulomatosa crônica → Distúrbios de imunodeficiência grave ETIOLOGIA E PATOGENIA - Nos indivíduos com predisposição genética, os fatores ENDÓGENOS (composição da microbiota) e EXÓGENOS (função de barreira das células epiteliais, função imune inata e adaptativa) se interagem - A interação desses fatores endógenos e exógenos, por sua vez, causa um ESTADO CRÔNICO DE FUNÇÃO IMUNE DESREGULADA DA MUCOSA → Os fatores ambientes específicos como tabagismo, enteropatógenos dentre outros, também são responsáveis por essa alteração - A DII é considerada uma resposta imune inapropriada à microbiota comensal endógena no instestino, com ou sem componente de autoimunidade O intestino normal contém grandes quantidades de células imunes em um estado crônico denominado de “inflamação fisiológica” → Nesse estado, o intestino é impedido de elaborar respostas imunes completas à microbiota comensal e antígenos da dieta por vias regulatórias potentes (CÉLULAS REGULADORAS T FoxP3) - Na DII esse processo pode estar desregulado REGULAÇÃO IMUNE DEFEITUOSA - O sistema imune da mucosa normalmente não é reativo ao conteúdo luminar devido a uma TOLERÂNCIA ORAL → Quando se é ingerido um antígeno solúvel por via oral, é induzida uma ausência de responsividade antígeno-especifica - Os mecanismo envolvidos na tolerância oral inclui: o Deleção ou anergia de células T reativas a antígenos o Indução das células T CD4+ que SUPRIMEM a inflamação intestinal → Essas células T CD4+ expressam o “Fator de transcrição FoxP3”, e secretam anti-inflamatórios (IL- 10 e TFG- beta) - A tolerância oral é responsável pela ausência de responsividade imune a antígenos dietéticos e a microbiota intestinal, que causa supressão da inflamação - Na DII a supressão da inflamação é alterada, oque ocasiona uma INFLAMAÇÃO DESCONTROLADA MEDICINA Weslley Jonathan - Tanto na RCU quanto na DC, existe uma predisposição genética que causa uma via inflamatória devido ao reconhecimento e reatividade inapropriado do sistema imune inato à microbiota e também existe uma via reguladora INADEQUADA Essa via reguladora inadequada causa a ativação das células TCD4+ na lâmina própria, causando uma secreção de quantidades excessivas de citocinas inflamatórias que superam a quantidade de citocinas anti-inflamatórias que são produzidas Algumas das citocinas ativadas atuam ativando macrófagos e linfócitos B, enquanto outras atuam indiretamente recrutando linfócitos, leucócitos inflamatórios e células mononucleares da corrente para o intestino por meio de interações com receptores dos leucócitos (receptores de guiamento – homing) e do endotélio vascular (adressina) - Os linfócitos T auxiliares (Thelper) CD4+ que promovem a inflamação , e estão associados a colite são de três tipos: 1. Células Th1 – Secretam interferon (IFN) 2. Células Th2 – Secretam IL-4, IL-5, IL-13 3. Células Th17 – Secretam IL-17, IL-21 O uso de anticorpos para bloquear as citocinas próinflamatórias, ou bloqueio de moléculas que recrutam os leucócitos ou uso citocinas que inibem a inflamação e promovem células T reguladores podem ser benéficos para os seres humanos com DII FATORES EXÓGENOS - Nos pacientes com DII a própria microbiota intestinal tende a ser percebida como um patógeno e uma resposta inflamatória é gerada - A DII também pode ter uma etiologia infecciosa que ainda não foi definida → Espécias de Salmonella, Shigella, Campylobacter e Clostridium difficile podem desencadear a resposta inflamatória que o sistema imune é incapaz de conter - São encontradas alterações na microbiota tanto na DC quanto na RCU → Agentes que alteram microbiota podem causar melhora da DC - Os eventos psicossociais e o estresse diário agudo também podem aumentar os sintomas da DII como dor, disfunção intestinal e sangramento PATOLOGIA RETICULITE ULCERATIVA - É uma doença da mucosa, em que habitualmente atinge o reto e estende-se proximalmente até atingir uma parte do colo ou sua totalidade o 40% a 50% dos pacientes apresentam doença limitada ao RETO e RETOSSIGMOIDE o 30% a 40% dos pacientes a doença se estende além do sigmoide, mas sem acometimento completo do colo o Em 20% dos pacientes ocorre a colite total o Quando ocorre colite total, a inflamação pode se estender por 2cm a 3cm no íleo terminal em 10 a 20% dos pacientes (ILEITE POR CONTRACORRENTE) → As alterações da inflamação do íleo (ileite) são superficiais e discretas, possuindo pouco significado clinico A DISSEMINAÇÃO PROXIMAL OCORRE EM CONTINUIDADE, SEM ÁREA DE MUCOSA PRESERVADA Características macroscópicas: o As variações na atividade macroscópica pode surgir áreas preservadas, mas as biopsias da mucosa de aspecto normal se encontram na verdade anormais → É importante que se obtenha múltiplas biopsias da mucosa que aparentemente não está acometida, tanto proximal quanto distal, durante a endoscopia o O tratamento clinico efetivo pode modificar o aspecto da mucosa, de modo que áreas preservadas ou até mesmo o colo em sua totalidade apresentem aspecto microscópio normal o INFLAMAÇÃO LEVE: Mucosa fica eritematosa, possuindo uma superfície delicadamente granulosa que se assemelha auma lixa o INFLAMAÇÃO GRAVE: A mucosa apresenta-se hemorrágica, edemaciada e ulcerada o DOENÇA DE LONGA DURAÇÃO: Podem existir pólipos inflamatórios (PSEUDOPOLIPOS) como resultado da regeneração epitelial Durante a remissão, a mucosa pode evidenciar aspecto normal, porém nos pacientes com muitos anos de doença o colón pode ter aspecto atrófico e indistinto e todo o colo fica estreitado e encurtado Os pacientes com doença fulminante pode desenvolver uma colite tóxica ou megacolo em que a parede intestinal se torna mais fina, e a mucosa apresenta-se ulcerada oque resulta em perfuração MEDICINA Weslley Jonathan Características microscópicas: o Os achados histológicos se correlacionam com aspecto endoscópico e evolução clinica da doença o O processo se limita a MUCOSA e SUBMUCOSA SUPERFICIAL, sem acometer as camadas mais profundas → EXCETO NA DOENÇA FULMINANTE o Duas características histológicas sugerem cronicidade, e ajudam a diferenciar RCU da colite infecciosa e autolimitada aguda: 1. Alteração da arquitetura das criptas → Criptas podem ser bífidas e seu numero reduzido, com uma lacuna entre as bases da cripta e a camada muscular da mucosa 2. Pacientes podem apresentar plasmócitos basais e múltiplos agregados linfoides basais, pode haver congestão vascular mucosa, com edema e hemorragia focal e também infiltrados de células inflamatórias → Os neutrófilos invadem o epitélio nas criptas, originando criptite que envolui para abscesso das criptas o Alterações ileais em pacientes com ileite por contracorrente inclui atrofia vilosa e regeneração das criptas com inflamação aumentada, aumento da inflamação por neutrófilos e mononucleares na lamina própria, criptite focal e abcesso das criptas DOENÇA DE CROHN - Pode afetar QUALQUER PARTE do trato gastrointestinal da boca ao ânus o 30% a 40% dos pacientes exibem apenas a doença no intestino delgado o 40% a 55% tem o acometimento do intestino delgado e grosso o 15% a 25% sofrem apenas de colite o Em 75% dos pacientes com doença do intestino delgado, o íleo terminal é acometido em 90% dos casos o Fistulas, fissuras e abscessos perirretais e estenose anal são presentes em 33% dos pacientes, particularmente com acometimento do colo o Raramente pode acometer também fígado e pâncreas - A doença de crohn frequentemente poupa o RETO, enquanto na RCU este segmento é quase sempre acometido - A DC é segmentar → Existem áreas que são poupadas (saudáveis) entre áreas doentes do intestino - A DC é um processo TRANSMURAL → Isso significa que todas as camadas da parede intestinal pode ser afetada, e não apenas a mucosa como acontece com a RCU Características macroscópicas: o FORMA LEVE: Apresenta ulcerações aftosas ou pequenas e superficiais ao exame endoscópico o DOENÇA MAIS ATIVA: Ulcerações estreladas que se fundem longitudinalmente e transversalmente, demarcando ilhas de mucosa (normais histologicamente) → Aspecto de ESPESSAMENTO que é característico da DC no endoscópico e na radiografia o Pseudopolipos podem ser formados assim como na RCU - A DC ativa se caracteriza por inflamação focal e formação de trajetos fistulosos que desaparecem graças a fibrose e estreitamento do intestino - A parede intestinal sofre espessamento e se torna estreita e fibrótica, resultando em obstruções intestinais crônicas e recorrentes - Projeções do mesentério espessado circunda o intestino (GORDURA RASTEJANTE), e a inflamação da serosa e mesentérica facilita o surgimento de aderência e formação de fistulas Características microscópicas: o Lesões precoces apresentam ULCERAÇÕES AFTOIDES e ABCESSOS DAS CRIPTAS FOCAIS com agregados indefinidos de macrófagos o Formação de GRANULOMAS SEM CASEAÇÃO em TODA PAREDE INTESTINAL devido ao agregado de macrófagos o Os granulomas podem ser visualizados nos linfonodos, mesentério, fígado e pâncreas o Os granulomas são elementos patognomônico da DC → Porém são encontrados raramente na biopsia da mucosa! o Ressecção cirúrgica revela granulomas em metade dos casos o Outras características histológicas: Agregados linfoides submucosos ou subserosos, longe das áreas de ulceração, áreas poupadas macroscopicamente e microscopicamente e também inflamação transmural com fissuras que penetram na parede intestinal e que podem formar trajetos fistulosos ou abcessos locais MEDICINA Weslley Jonathan MANIFESTAÇÃO CLÍNICA RETOCULITE ULCERATIVA SINAIS E SINTOMAS - Os principais sintomas são: o Diarreia (geralmente noturna e/ou pós- prandial) o Sangramento retal – Sangue e muco o Tenesmo o Eliminação de muco o Dor abdominal em cólica - A intensidade dos sintomas se correlaciona com a extensão da doença - A doença pode se manifestar agudamente, mas geralmente os sintomas estão presentes por semanas a meses → A diarreia e o sangramento são tão intermitentes e leve que os pacientes geralmente nem chegam a buscar ajuda médica - Os pacientes com PROCTITE eliminam sangue vivo ou secreção mucossanguinolente, que pode estar misturado com as fezes ou sobre a superfície delas - Relatam tenesmo ou urgência com sensação de evacuação incompleta e raramente só referem dor abdominal - Na PROCTITE ou PROCTOSSIGMOIDITE, o transito proximal se torna mais lento oque pode gerar a constipação nos pacientes com a doença distal - A motilidade colonica é alterada pela inflamação com o transito rápido através do intestino inflamado - Quando a doença se estende para além do reto, o sangue costuma estar misturado com fezes e pode ser observada diarreia macroscopicamente sanguinolenta -A dor intensa não é um sintoma muito proeminente, mas os pacientes com a doença ativa podem experimentar desconforto vago no baixo ventre ou ligeira cólica abdominal central → Cólica e dor abdominal intensa pode ocorrer nas crises mais graves da doença Outros sintomas na doença moderada a grave: o Anorexia o Náuseas o Vômitos o Febre o Redução ponderal Os sinais físicos de proctite inclui: Canal anal hipersensível e presença de sangue no exame retal Na doença mais extensa: Pacientes apresentam hipersensibilidade à palpação direta do colo Os pacientes com colite toxica relatam dor intensa e sangramento, e os pacientes com megacolo evidencia timpanismo hepático → Ambos podem ter sinais de peritonite caso tenha ocorrido perfuração DOENÇA DE CROHN SINAIS E SINTOMAS - Na DC o processo inflamatório evolui para um dos dois padrões da doença: o Padrão fibroestenótico-obstrutivo o Padrão penetrante-fistuloso ILEOCOLITE: o O local mais comum da inflamação é o íleo terminal o Se manifesta como uma historia crônica de dor no quadrante inferior direito e diarreia → A manifestação inicial assemelha-se com apendicite aguda: massa palpável, febre, leucocitose e dor no quadrante inferior direito o A dor manifesta-se como cólica e é aliviada pela defecação o Existe habitualmente uma febrícula → Os altos picos de febre sugerem formação de abcesso INTRA-ABDOMINAL o Perda de peso → Manifesta-se como consequência de diarreia, anorexia e medo de comer - Uma MASSA INFLAMATÓRIA pode ser apalpado no quadrante inferior direito, sendo constituída de: INTESTINO DELGADO INFLAMADO + MEDICINA Weslley Jonathan MESENTÉRIOADERIDO + LINFONODOS ABDOMINAIS AUMENTADOS - A extensão da massa pode causar obstrução do ureter direito ou inflamação vesical, que se manifestam por DISÚRIA e FEBRE “SINAL DE BARBANTE” é identificado na radiografia → Lúmen intestinal estreitado devido ao edema, espessamento da parede intestinal e fibrose da parede de dentro da massa Obstrução Intestinal (ilecolite): o Nos estágios PRECOCE: Edema e espasmo da parede intestinal produz manifestações obstrutivas que são intermitentes, com um agravamento de dor pós-prandial o A inflamação persistente, por longo de vários anos, evolui para estreitamento fibroestenótico e estenose circunscrita o A diarreia diminui e é substituída por obstrução intestinal crônica o Inflamação e espasmos intestinais ou ainda impactação de alimento ocasiona episódios agudos de obstrução → Esses episódios regridem com líquidos intravenosos e descompressão gástrica Fístulas: o A inflamação mais acentuada da região ileocecal pode evoluir para espessamento parietal localizado, com microperfuração e formação de fistulas para o intestino adjacente, pele ou bexiga, ou cavidade de abcesso no mesentério o Fistulas enterovesicais se manifestam como disuria ou infecções vesicais recorrentes o Fistulas enterocutaneas seguem planos teciduais de menor resistência, drenando habitualmente por meio de cicatrizes cirúrgicas abdominais JEJUNOILEITE: o Doença inflamatória extensa está associada perda da superfície digestiva e absortiva, oque causa MÁ ABSORÇÃO E ESTEATORREIA → A consequência disso é uma deficiência nutricional ocasionada por perdas entéricas de proteínas e outros nutrientes o Má absorção intestinal pode causar: ANEMIA, HIPOALBUMINEMIA, HIPOCALCEMIA, HIPOMAGNESEMIA, COAGULOPATIA, E HIPEROXALÚRIA COM NEFROLITIASE em pacientes com colo intacto o Muitos pacientes precisam de ferro oral e intravenoso o Ocorre faturas vertebrais, causada por deficiência de vitamina D, hipocalcemia e uso prolongado de glicocorticoides o A pelagra secundária à deficiência de niacina pode ocorrer na doença extensa do intestino delgado, e a má absorção de vitamina B12 pode resultar em anemia megaloblástica e sintomas neurológicos. Diarreia: o Característica da doença ativa o Ocorre por três motivos: 1. Crescimento bacteriano excessivo na estase por obstrução ou fistulização 2. Má absorção de ácidos biliares devido a doença no íleo terminal ou após ressecção 3. Inflamação intestinal com menor absorção de água e maior secreção de eletrólitos COLITE E DOENÇA PERIANAL: o Os pacientes com colite apresentam: FEBRÍCULA, MAL-ESTAR, DIARREIA, DOR ABDOMINAL EM CÓLICA E HEMATOQUEZIA o O sangramento macroscópico NÃO é tão comum como na RCU e aparece em cerca de metade dos pacientes com doença exclusivamente colônica → apenas 1 a 2% dos pacientes sangram muito o A dor é causada pela passagem do material fecal pelos segmentos estreitados e inflamados do intestino grosso o A diarreia é causada por complacência retal diminuída o Megacolo tóxico é raro, mas pode ser observado nos com inflamação acentuada e nos com doença de curta duração o O estreitamento pode ocorrer no colo em 4 a 16% dos pacientes e produz obstrução intestinal → Quando a endoscopia não consegue passa pelo estreitamento da colite por crohn, deve ser feita uma ressecção cirúrgica o A doença colonica pode fistulizar para dentro do estomago ou do duodeno, causando vômitos fecaloides o Quando a doença fistuliza para o intestino delgado proximal ou médio, causa má absorção devido curto-circuitos” e de sobrecrescimento bacteriano o Entre mulheres com colite de crohn, 10% tem fistula retovaginal Doença perianal: o Afeta cerca de 33% dos pacientes com colite de crohn MEDICINA Weslley Jonathan o Manifesta-se por incontinência, grandes dilatações hemorroidárias, estreitamento anal, fistulas anorretais e abcesso perirretais o Nem todos os pacientes com fistula perianal tem evidencia endoscópica de inflamação colônica DOENÇA GASTRODUODENAL: o Sinais e sintomas da doença do trato GI SUPERIOR consiste em: NÁUSEAS, VÔMITOS E DOR EPIGÁSTRICA o Segunda porção do duodeno é mais comumente acometida do que o bulbo o Fistulas que acometem estomago ou duodeno tem origem no intestino delgado ou grosso, não significando necessariamente presença de acometimento de trato GI superior o Pacientes com DC gastroduodenal avançada podem desenvolver obstrução crônica de saída gástrica DIAGNÓSTICO DAS DOENÇAS INFLAMATÓRIAS INTESTINAIS - O diagnóstico é estabelecido após avaliação do quadro clinico junto com evidencias endoscópicas, laboratoriais, radiográficas e achados histopatológicos - Na doença de Crohn, todo o trato GI pode ser afetado, mas frequentemente o ÍLEO TERMINAL e o CÓLON são acometidos → Quadro clinico varia de acordo com a região comprometida e do fenótipo predominante da doença (INFLAMATÓRIO, ESTENOSANTE OU PENETRANTE) - A RCU se limita exclusivamente ao acometimento do colo A urgência e possível incontinência estão relacionadas com o envolvimento do cólon e do reto, devido a distensibilidade retal perdida, enquanto as fezes volumosas e sem urgência estão relacionadas com intestino delgado - O quadro clinico que leva a suspeita de uma DII é muito variável, podendo inclui vários sintomas: o Diarreia crônica o Distensão abdominal o Anemia o Desnutrição - Os sintomas variam com o fenótipo predominante da doença e extensão da doença: Casos que cursam com ESTENOSE do delgado é comum apresentar distensão abdominal, enquanto na proctosigmoidite ulcerativa é comum observar diarreia sanguinolenta misturada com muco Marcadores inflamatórios incluem: → Esses marcadores não são específicos para a DII !!!!! o Elevação do PCR → “Proteína C reativa” o Elevação de VHS → “Velocidade de sedimentação de neutrófilos” o Dosagem de calprotectina nas fezes Anticorpos: o ANCA (antineutrophil cytoplasmic antibodies) → RU o ASCA (anti-Saccharomyces cerevisiae) → DC - A analise das fezes inclui: Exame parasitológico, cultura e pesquisa pra toxinas A e B do Clostridium difficile - Pacientes com anemia devem ser investigados quanto a deficiência de ferro, folato e vitamina B12 Investigação endoscópica: o A partir da clinica, deve ser feita investigação endoscópica do cólon em todos os pacientes desde que não apresentem CONTRA- INDICAÇÃO o Na DC deve-se também investigar com endoscopia digestiva alta, pois pode acometer qualquer parte do trato GI, assim MEDICINA Weslley Jonathan como enteroscopia por tomografia ou ressonância o Os achados endoscópicos na DC inclui: Erosões, ulceras aftosas, ulceras profundas, sepiginosas, fístulas, padrões de descontinuidade ou saltamento o Na DC ocorre em 30% dos pacientes acometimento PERIANAL → Fístulas, estenoses do canal anal, plicomas aberrantes e fissuras o Na DC: 40% Apresentem ileocolite, 30% acometimento exclusivo do delgado e 30% exclusivo do cólon o Achados da RCUI: Padrão continuo, difuso de acometimento, ulcerações rasas que se limitam a mucosa o COLITE INFLAMATÓRIA INDETERMINADA → Quando se tem duvida para diferenciar se é crohn ou RCU, devido a achados endoscópicos característicos de ambas as doenças o Se define como colite inflamatória indeterminada quando se tem DUVIDA, e isso acontece quando se tem apenas comprimento exclusivo do cólon sem apresentar fistulas ou doença perianal - A cápsulaendoscópica é recomendada para avalição do intestino delgado → No entanto este método é apenas indicado para pacientes sem suspeita de ESTENOSE LUMINAL, devido ao risco de a capsula ficar retida - Enterografia por tomografia computadorizada ou por ressonância magnética é um tipo de exame que PERMITE a visualização da parede do INTESTINO DELGADO com os detalhes do LÚMEN → É administrado um contraste venoso e grandes quantidades contraste oral que distendem o intestino delgado As alterações incluem: o Impregnação da parede o Aumento da densidade perientérica o Sinal de pente → dilatação segmentar do vasa recta envolvendo uma alça intestinal - A enteroscopia por RM tem vantagem de não irradiar paciente, e também de permitir uma visualização da extensão da doença no intestino delgado e também de diferenciar ESTENOSAS FIBRÓTICAS e INFLAMATORIAS - Utilização de RM é importante na DC com acometimento perianal, mostrando fistulas complexas e abcessos locais - Exame proctológico sob anestesia é fundamental para o diagnóstico e tratamento - Enterografia de TC, para o diagnostico de doença de crohn, possui uma sensibilidade de 82%, especificidade 89% e acurácia 85% HISTOPATOLOGIA: O único achado patognomônico de DC é a presença de GRANULOMA NÃO CASEOSO MEDICINA Weslley Jonathan COMPLICAÇÕES E MANIFESTAÇÕES EXTRAINTESTINAIS - Dentre as complicações da DC, destacam-se: Obstrução do delgado (25%-30%), as fistulas em alças intestinais, bexiga, vagina, pele e região perineal (10%-15%), abscessos e peritonite, podendo ocorrer concomitantemente com COLANGITE ESCLERANSANTE nas formas vaginais e perineais mais graves - As manifestações extraintestinais envolvem: o Artrite: Artrite enteropática (forma periférica) e sacroileíte (com ou sem espondilite, uma forma axial da manifestação) A primeira melhora com o tratamento da inflamação intestinal, pois seus episódios refletem períodos de atividade inflamatória da doença intestinal, enquanto na segunda, com incidência 30 vezes maior em pacientes com RU, não há melhora relacionada ao tratamento da doença de base, apenas uma diminuição da inflamação e da dor. A maioria dos pacientes com espondiloartropatia não apresenta sintomas ou sinais de inflamação intestinal, porém histologicamente há presença de lesões inflamatórias em 60% desses casos. Manifestações hepáticas: Esteatose, pericolangite, cirrose e hepatite crônica aguda, complicações no trato biliar (COLANGITE ESCLEREROSANTE PRIMÁRIA na ru) presença de cálculos biliares na DC Diagnóstico diferencial: o Vários diagnósticos diferenciais devem ser considerados como hipóteses nesses pacientes, tais como espiroquetoses, síndrome inflamatória intestinal pós- infecção, infecções mistas por Clostridium difficile e Campylobacter sp. o relação com uso de medicamentos, colite alérgica associada a resposta eosinofílica e colite microscópica (CM). o Principalmente em crianças, antes de se diagnosticar retocolite ou Crohn é fundamental a investigação de diarreias infecciosas e imunológicas TRATAMENTOS DOENÇA DE CROHN CLINICO: o O tratamento deve induzir e manter a sua remissão com mínimo possível de complicações e efeitos colaterais o O tratamento consiste em medidas de suporte e tratamento medicamentoso o Repouso no leito, suporte nutricional com terapia enteral e/ou parenteral, suplementação vitamínica e suporte emocional MEDICINA Weslley Jonathan TRATAMENTO RETICULITE ULCERATIVA Medidas gerais: o Devem ser empregadas as mesmas medidas de suporte para o DC: reposição hidroeletrolítica, correção da anemia e suporte nutricional, dieta hiperproteica e hipercalórica o Nutrição parenteral e enteral em casos graves e no preparo pré-operatório o A hidratação é muito importante, devido a diarreia que causa desidratação e hipocalemia Fase aguda: o Administração de antibioticoterapia, principalmente em casos graves e fulminantes: Aminoglicosídeo + metronidazol + ciprofloxacino ou ampicilina o Corticoides são indicados na fase AGUDA para induzir a remissão da doença, e a dose depende gravidade recomendam-se de 40 a 60 mg/d VO de prednisona, para remissão – retirada gradual –, ou hidrocortisona 100 mg IV, 3x/d, em casos muito graves – substituição por prednisona após 7 a 10 dias. o Aqueles que se mostram corticodependentes são candidatos a tratamento cirúrgico o O uso prolongado de corticoides não ajuda na evolução da doença e ocasiona efeitos colaterais, como osteoporose, úlcera péptica e síndrome de Cushing
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