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DOENÇAS INFLAMATÓRIAS INTESTINAIS

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MEDICINA Weslley Jonathan 
 
DOENÇAS INFLAMATÓRIAS INTESTINAIS 
- A doença inflamatória intestinal (DII) é uma condição 
intestinal crônica de mediação imune, sendo a 
DOENÇA DE CROHN (DC) e a RETOCULITE ULCERATIVA 
(RCU) os principais tipos 
- A sua incidência varia em diferentes regiões 
demográficas, sendo mais recorrente: 
1. EUROPA 
2. REINO UNIDO 
3. AMÉRICA DO NORTE 
 
- A mortalidade é mais alta durante os primeiros anos 
da doença, e nas pessoas com a doença de longa 
duração devido ao risco de câncer colônico 
- A faixa etária de inicio para a DC e RCU fica entre 15 
a 30 anos, e um segundo pico ocorre entre os 60 e 80 
anos de idade 
- A razão entre homens e mulheres: 
o RCU = 1:1 
o DC = 1,1 – 1,8 : 1 
 
- A RCU e DC surgem em frequência de 2-4x mais altas 
nas populações judaicas nos EUA, Europa e África do 
Sul → Além disso, é mais prevalente em judeus 
asquenazes 2x maior que os judeus de Israel, 
sefarditas ou asiáticos 
- As áreas urbanas apresentam maior prevalência de 
DII do que áreas rurais, e a população socioeconômica 
mais atingida é a classe mais ALTA 
 
Quanto ao fumo de cigarro: 
o RCU – Risco de 40% maior em fumantes do 
que não fumantes, e para ex-fumantes um 
risco de 1,7 vezes maior que as pessoas que 
nunca fumaram 
o DC – O fumo está associado ao risco duas 
vezes maior 
Quanto aos contraceptivos orais: Se relaciona mais 
com a DC, sendo a probabilidade de 1,4 
Apendicectomia: 
o Fator PROTETOR contra a RCU 
o Risco aumentado para DC → O risco é maior 
logo após a cirurgia e depois diminui, oque 
pode indicar que há um ERRO DIAGNÓSTICO 
Quanto ao histórico familiar: 
o DII é uma doença familiar em 5% a 10% dos 
pacientes 
o No DC dentro das famílias, geralmente há 
concordância nos locais anatômicos e nos 
tipos clínicos 
o Se o paciente apresenta DII, o risco vitalício de 
um parente de 1º GRAU ser afetado é de 10% 
o Quando os dois pais apresentam DII, os filhos 
possui a probabilidade de 36% de ser afetado 
o Gêmeos monozigóticos são 56% concordantes 
para DC, e apenas 6% para RCU 
o Gêmeos dizigóticos são 4% concordantes para 
DC, e não possuem concordância pra RCU 
 
- A predisposição de DII possui de sua associação de 
certas síndromes genéticas, como: 
o Síndrome de Turner 
o Doença de armazenamento de glicogênio 
o Wiskott-Aldrich e doença granulomatosa 
crônica → Distúrbios de imunodeficiência 
grave 
 
ETIOLOGIA E PATOGENIA 
 - Nos indivíduos com predisposição genética, os 
fatores ENDÓGENOS (composição da microbiota) e 
EXÓGENOS (função de barreira das células epiteliais, 
função imune inata e adaptativa) se interagem 
- A interação desses fatores endógenos e exógenos, 
por sua vez, causa um ESTADO CRÔNICO DE FUNÇÃO 
IMUNE DESREGULADA DA MUCOSA → Os fatores 
ambientes específicos como tabagismo, 
enteropatógenos dentre outros, também são 
responsáveis por essa alteração 
- A DII é considerada uma resposta imune 
inapropriada à microbiota comensal endógena no 
instestino, com ou sem componente de 
autoimunidade 
O intestino normal contém grandes quantidades de células 
imunes em um estado crônico denominado de “inflamação 
fisiológica” → Nesse estado, o intestino é impedido de elaborar 
respostas imunes completas à microbiota comensal e antígenos 
da dieta por vias regulatórias potentes (CÉLULAS REGULADORAS 
T FoxP3) 
- Na DII esse processo pode estar desregulado 
 
REGULAÇÃO IMUNE DEFEITUOSA 
- O sistema imune da mucosa normalmente não é 
reativo ao conteúdo luminar devido a uma 
TOLERÂNCIA ORAL → Quando se é ingerido um 
antígeno solúvel por via oral, é induzida uma ausência 
de responsividade antígeno-especifica 
- Os mecanismo envolvidos na tolerância oral inclui: 
o Deleção ou anergia de células T reativas a 
antígenos 
o Indução das células T CD4+ que SUPRIMEM a 
inflamação intestinal → Essas células T CD4+ 
expressam o “Fator de transcrição FoxP3”, e 
secretam anti-inflamatórios (IL- 10 e TFG-
beta) 
- A tolerância oral é responsável pela ausência de 
responsividade imune a antígenos dietéticos e a 
microbiota intestinal, que causa supressão da 
inflamação 
- Na DII a supressão da inflamação é alterada, oque 
ocasiona uma INFLAMAÇÃO DESCONTROLADA 
MEDICINA Weslley Jonathan 
 
- Tanto na RCU quanto na DC, existe uma 
predisposição genética que causa uma via 
inflamatória devido ao reconhecimento e reatividade 
inapropriado do sistema imune inato à microbiota e 
também existe uma via reguladora INADEQUADA 
Essa via reguladora inadequada causa a ativação das 
células TCD4+ na lâmina própria, causando uma secreção 
de quantidades excessivas de citocinas inflamatórias que 
superam a quantidade de citocinas anti-inflamatórias que 
são produzidas 
Algumas das citocinas ativadas atuam ativando macrófagos 
e linfócitos B, enquanto outras atuam indiretamente 
recrutando linfócitos, leucócitos inflamatórios e células 
mononucleares da corrente para o intestino por meio de 
interações com receptores dos leucócitos (receptores de 
guiamento – homing) e do endotélio vascular (adressina) 
 
- Os linfócitos T auxiliares (Thelper) CD4+ que 
promovem a inflamação , e estão associados a colite 
são de três tipos: 
1. Células Th1 – Secretam interferon (IFN) 
2. Células Th2 – Secretam IL-4, IL-5, IL-13 
3. Células Th17 – Secretam IL-17, IL-21 
O uso de anticorpos para bloquear as citocinas 
próinflamatórias, ou bloqueio de moléculas que recrutam 
os leucócitos ou uso citocinas que inibem a inflamação e 
promovem células T reguladores podem ser benéficos para 
os seres humanos com DII 
 
FATORES EXÓGENOS 
- Nos pacientes com DII a própria microbiota intestinal 
tende a ser percebida como um patógeno e uma 
resposta inflamatória é gerada 
- A DII também pode ter uma etiologia infecciosa que 
ainda não foi definida → Espécias de Salmonella, 
Shigella, Campylobacter e Clostridium difficile podem 
desencadear a resposta inflamatória que o sistema 
imune é incapaz de conter 
- São encontradas alterações na microbiota tanto na 
DC quanto na RCU → Agentes que alteram microbiota 
podem causar melhora da DC 
- Os eventos psicossociais e o estresse diário agudo 
também podem aumentar os sintomas da DII como 
dor, disfunção intestinal e sangramento 
 
PATOLOGIA 
RETICULITE ULCERATIVA 
- É uma doença da mucosa, em que habitualmente 
atinge o reto e estende-se proximalmente até atingir 
uma parte do colo ou sua totalidade 
o 40% a 50% dos pacientes apresentam doença 
limitada ao RETO e RETOSSIGMOIDE 
o 30% a 40% dos pacientes a doença se estende 
além do sigmoide, mas sem acometimento 
completo do colo 
o Em 20% dos pacientes ocorre a colite total 
o Quando ocorre colite total, a inflamação 
pode se estender por 2cm a 3cm no íleo 
terminal em 10 a 20% dos pacientes (ILEITE 
POR CONTRACORRENTE) → As alterações da 
inflamação do íleo (ileite) são superficiais e 
discretas, possuindo pouco significado clinico 
A DISSEMINAÇÃO PROXIMAL OCORRE EM 
CONTINUIDADE, SEM ÁREA DE MUCOSA PRESERVADA 
 
Características macroscópicas: 
o As variações na atividade macroscópica pode 
surgir áreas preservadas, mas as biopsias da 
mucosa de aspecto normal se encontram na 
verdade anormais → É importante que se 
obtenha múltiplas biopsias da mucosa que 
aparentemente não está acometida, tanto 
proximal quanto distal, durante a endoscopia 
o O tratamento clinico efetivo pode modificar o 
aspecto da mucosa, de modo que áreas 
preservadas ou até mesmo o colo em sua 
totalidade apresentem aspecto microscópio 
normal 
o INFLAMAÇÃO LEVE: Mucosa fica eritematosa, 
possuindo uma superfície delicadamente 
granulosa que se assemelha auma lixa 
o INFLAMAÇÃO GRAVE: A mucosa apresenta-se 
hemorrágica, edemaciada e ulcerada 
o DOENÇA DE LONGA DURAÇÃO: Podem existir 
pólipos inflamatórios (PSEUDOPOLIPOS) 
como resultado da regeneração epitelial 
 
Durante a remissão, a mucosa pode evidenciar aspecto 
normal, porém nos pacientes com muitos anos de doença 
o colón pode ter aspecto atrófico e indistinto e todo o colo 
fica estreitado e encurtado 
Os pacientes com doença fulminante pode desenvolver 
uma colite tóxica ou megacolo em que a parede intestinal 
se torna mais fina, e a mucosa apresenta-se ulcerada oque 
resulta em perfuração 
MEDICINA Weslley Jonathan 
 
Características microscópicas: 
o Os achados histológicos se correlacionam com 
aspecto endoscópico e evolução clinica da 
doença 
o O processo se limita a MUCOSA e 
SUBMUCOSA SUPERFICIAL, sem acometer as 
camadas mais profundas → EXCETO NA 
DOENÇA FULMINANTE 
o Duas características histológicas sugerem 
cronicidade, e ajudam a diferenciar RCU da 
colite infecciosa e autolimitada aguda: 
1. Alteração da arquitetura das criptas 
→ Criptas podem ser bífidas e seu 
numero reduzido, com uma lacuna 
entre as bases da cripta e a camada 
muscular da mucosa 
2. Pacientes podem apresentar 
plasmócitos basais e múltiplos 
agregados linfoides basais, pode 
haver congestão vascular mucosa, 
com edema e hemorragia focal e 
também infiltrados de células 
inflamatórias → Os neutrófilos 
invadem o epitélio nas criptas, 
originando criptite que envolui para 
abscesso das criptas 
o Alterações ileais em pacientes com ileite por 
contracorrente inclui atrofia vilosa e 
regeneração das criptas com inflamação 
aumentada, aumento da inflamação por 
neutrófilos e mononucleares na lamina 
própria, criptite focal e abcesso das criptas 
 
DOENÇA DE CROHN 
- Pode afetar QUALQUER PARTE do trato 
gastrointestinal da boca ao ânus 
o 30% a 40% dos pacientes exibem apenas a 
doença no intestino delgado 
o 40% a 55% tem o acometimento do intestino 
delgado e grosso 
o 15% a 25% sofrem apenas de colite 
o Em 75% dos pacientes com doença do 
intestino delgado, o íleo terminal é acometido 
em 90% dos casos 
o Fistulas, fissuras e abscessos perirretais e 
estenose anal são presentes em 33% dos 
pacientes, particularmente com 
acometimento do colo 
o Raramente pode acometer também fígado e 
pâncreas 
- A doença de crohn frequentemente poupa o RETO, 
enquanto na RCU este segmento é quase sempre 
acometido 
- A DC é segmentar → Existem áreas que são 
poupadas (saudáveis) entre áreas doentes do 
intestino 
- A DC é um processo TRANSMURAL → Isso significa 
que todas as camadas da parede intestinal pode ser 
afetada, e não apenas a mucosa como acontece com 
a RCU 
 
Características macroscópicas: 
o FORMA LEVE: Apresenta ulcerações aftosas 
ou pequenas e superficiais ao exame 
endoscópico 
o DOENÇA MAIS ATIVA: Ulcerações estreladas 
que se fundem longitudinalmente e 
transversalmente, demarcando ilhas de 
mucosa (normais histologicamente) → 
Aspecto de ESPESSAMENTO que é 
característico da DC no endoscópico e na 
radiografia 
o Pseudopolipos podem ser formados assim 
como na RCU 
- A DC ativa se caracteriza por inflamação focal e 
formação de trajetos fistulosos que desaparecem 
graças a fibrose e estreitamento do intestino 
- A parede intestinal sofre espessamento e se torna 
estreita e fibrótica, resultando em obstruções 
intestinais crônicas e recorrentes 
- Projeções do mesentério espessado circunda o 
intestino (GORDURA RASTEJANTE), e a inflamação da 
serosa e mesentérica facilita o surgimento de 
aderência e formação de fistulas 
 
Características microscópicas: 
o Lesões precoces apresentam ULCERAÇÕES 
AFTOIDES e ABCESSOS DAS CRIPTAS FOCAIS 
com agregados indefinidos de macrófagos 
o Formação de GRANULOMAS SEM CASEAÇÃO 
em TODA PAREDE INTESTINAL devido ao 
agregado de macrófagos 
o Os granulomas podem ser visualizados nos 
linfonodos, mesentério, fígado e pâncreas 
o Os granulomas são elementos 
patognomônico da DC → Porém são 
encontrados raramente na biopsia da 
mucosa! 
o Ressecção cirúrgica revela granulomas em 
metade dos casos 
o Outras características histológicas: Agregados 
linfoides submucosos ou subserosos, longe 
das áreas de ulceração, áreas poupadas 
macroscopicamente e microscopicamente e 
também inflamação transmural com fissuras 
que penetram na parede intestinal e que 
podem formar trajetos fistulosos ou abcessos 
locais 
MEDICINA Weslley Jonathan 
 
 
MANIFESTAÇÃO CLÍNICA 
 
RETOCULITE ULCERATIVA 
 
SINAIS E SINTOMAS 
- Os principais sintomas são: 
o Diarreia (geralmente noturna e/ou pós-
prandial) 
o Sangramento retal – Sangue e muco 
o Tenesmo 
o Eliminação de muco 
o Dor abdominal em cólica 
 
 
- A intensidade dos sintomas se correlaciona com a 
extensão da doença 
- A doença pode se manifestar agudamente, mas 
geralmente os sintomas estão presentes por semanas 
a meses → A diarreia e o sangramento são tão 
intermitentes e leve que os pacientes geralmente 
nem chegam a buscar ajuda médica 
- Os pacientes com PROCTITE eliminam sangue vivo 
ou secreção mucossanguinolente, que pode estar 
misturado com as fezes ou sobre a superfície delas 
- Relatam tenesmo ou urgência com sensação de 
evacuação incompleta e raramente só referem dor 
abdominal 
- Na PROCTITE ou PROCTOSSIGMOIDITE, o transito 
proximal se torna mais lento oque pode gerar a 
constipação nos pacientes com a doença distal 
- A motilidade colonica é alterada pela inflamação 
com o transito rápido através do intestino inflamado 
- Quando a doença se estende para além do reto, o 
sangue costuma estar misturado com fezes e pode ser 
observada diarreia macroscopicamente 
sanguinolenta 
-A dor intensa não é um sintoma muito proeminente, 
mas os pacientes com a doença ativa podem 
experimentar desconforto vago no baixo ventre ou 
ligeira cólica abdominal central → Cólica e dor 
abdominal intensa pode ocorrer nas crises mais 
graves da doença 
 
Outros sintomas na doença moderada a grave: 
o Anorexia 
o Náuseas 
o Vômitos 
o Febre 
o Redução ponderal 
 
Os sinais físicos de proctite inclui: Canal anal 
hipersensível e presença de sangue no exame retal 
Na doença mais extensa: Pacientes apresentam 
hipersensibilidade à palpação direta do colo 
Os pacientes com colite toxica relatam dor intensa e 
sangramento, e os pacientes com megacolo evidencia 
timpanismo hepático → Ambos podem ter sinais de 
peritonite caso tenha ocorrido perfuração 
 
DOENÇA DE CROHN 
 
SINAIS E SINTOMAS 
- Na DC o processo inflamatório evolui para um dos 
dois padrões da doença: 
o Padrão fibroestenótico-obstrutivo 
o Padrão penetrante-fistuloso 
 
ILEOCOLITE: 
o O local mais comum da inflamação é o íleo 
terminal 
o Se manifesta como uma historia crônica de 
dor no quadrante inferior direito e diarreia → 
A manifestação inicial assemelha-se com 
apendicite aguda: massa palpável, febre, 
leucocitose e dor no quadrante inferior 
direito 
o A dor manifesta-se como cólica e é aliviada 
pela defecação 
o Existe habitualmente uma febrícula → Os 
altos picos de febre sugerem formação de 
abcesso INTRA-ABDOMINAL 
o Perda de peso → Manifesta-se como 
consequência de diarreia, anorexia e medo de 
comer 
- Uma MASSA INFLAMATÓRIA pode ser apalpado 
no quadrante inferior direito, sendo constituída 
de: INTESTINO DELGADO INFLAMADO + 
MEDICINA Weslley Jonathan 
 
MESENTÉRIOADERIDO + LINFONODOS 
ABDOMINAIS AUMENTADOS 
- A extensão da massa pode causar obstrução do 
ureter direito ou inflamação vesical, que se 
manifestam por DISÚRIA e FEBRE 
“SINAL DE BARBANTE” é identificado na 
radiografia → Lúmen intestinal estreitado devido 
ao edema, espessamento da parede intestinal e 
fibrose da parede de dentro da massa 
 
Obstrução Intestinal (ilecolite): 
o Nos estágios PRECOCE: Edema e espasmo da 
parede intestinal produz manifestações 
obstrutivas que são intermitentes, com um 
agravamento de dor pós-prandial 
o A inflamação persistente, por longo de vários 
anos, evolui para estreitamento 
fibroestenótico e estenose circunscrita 
o A diarreia diminui e é substituída por 
obstrução intestinal crônica 
o Inflamação e espasmos intestinais ou ainda 
impactação de alimento ocasiona episódios 
agudos de obstrução → Esses episódios 
regridem com líquidos intravenosos e 
descompressão gástrica 
 
Fístulas: 
o A inflamação mais acentuada da região 
ileocecal pode evoluir para espessamento 
parietal localizado, com microperfuração e 
formação de fistulas para o intestino 
adjacente, pele ou bexiga, ou cavidade de 
abcesso no mesentério 
o Fistulas enterovesicais se manifestam como 
disuria ou infecções vesicais recorrentes 
o Fistulas enterocutaneas seguem planos 
teciduais de menor resistência, drenando 
habitualmente por meio de cicatrizes 
cirúrgicas abdominais 
 
JEJUNOILEITE: 
o Doença inflamatória extensa está associada 
perda da superfície digestiva e absortiva, 
oque causa MÁ ABSORÇÃO E ESTEATORREIA 
→ A consequência disso é uma deficiência 
nutricional ocasionada por perdas entéricas 
de proteínas e outros nutrientes 
o Má absorção intestinal pode causar: ANEMIA, 
HIPOALBUMINEMIA, HIPOCALCEMIA, 
HIPOMAGNESEMIA, COAGULOPATIA, E 
HIPEROXALÚRIA COM NEFROLITIASE em 
pacientes com colo intacto 
o Muitos pacientes precisam de ferro oral e 
intravenoso 
o Ocorre faturas vertebrais, causada por 
deficiência de vitamina D, hipocalcemia e uso 
prolongado de glicocorticoides 
o A pelagra secundária à deficiência de niacina 
pode ocorrer na doença extensa do intestino 
delgado, e a má absorção de vitamina B12 
pode resultar em anemia megaloblástica e 
sintomas neurológicos. 
 
Diarreia: 
o Característica da doença ativa 
o Ocorre por três motivos: 
1. Crescimento bacteriano excessivo na estase 
por obstrução ou fistulização 
2. Má absorção de ácidos biliares devido a 
doença no íleo terminal ou após ressecção 
3. Inflamação intestinal com menor absorção 
de água e maior secreção de eletrólitos 
 
COLITE E DOENÇA PERIANAL: 
o Os pacientes com colite apresentam: 
FEBRÍCULA, MAL-ESTAR, DIARREIA, DOR 
ABDOMINAL EM CÓLICA E HEMATOQUEZIA 
o O sangramento macroscópico NÃO é tão 
comum como na RCU e aparece em cerca de 
metade dos pacientes com doença 
exclusivamente colônica → apenas 1 a 2% dos 
pacientes sangram muito 
o A dor é causada pela passagem do material 
fecal pelos segmentos estreitados e 
inflamados do intestino grosso 
o A diarreia é causada por complacência retal 
diminuída 
o Megacolo tóxico é raro, mas pode ser 
observado nos com inflamação acentuada e 
nos com doença de curta duração 
o O estreitamento pode ocorrer no colo em 4 a 
16% dos pacientes e produz obstrução 
intestinal → Quando a endoscopia não 
consegue passa pelo estreitamento da colite 
por crohn, deve ser feita uma ressecção 
cirúrgica 
o A doença colonica pode fistulizar para dentro 
do estomago ou do duodeno, causando 
vômitos fecaloides 
o Quando a doença fistuliza para o intestino 
delgado proximal ou médio, causa má 
absorção devido curto-circuitos” e de 
sobrecrescimento bacteriano 
o Entre mulheres com colite de crohn, 10% tem 
fistula retovaginal 
 
Doença perianal: 
o Afeta cerca de 33% dos pacientes com colite 
de crohn 
MEDICINA Weslley Jonathan 
 
o Manifesta-se por incontinência, grandes 
dilatações hemorroidárias, estreitamento 
anal, fistulas anorretais e abcesso perirretais 
o Nem todos os pacientes com fistula perianal 
tem evidencia endoscópica de inflamação 
colônica 
 
DOENÇA GASTRODUODENAL: 
o Sinais e sintomas da doença do trato GI 
SUPERIOR consiste em: NÁUSEAS, VÔMITOS E 
DOR EPIGÁSTRICA 
o Segunda porção do duodeno é mais 
comumente acometida do que o bulbo 
o Fistulas que acometem estomago ou duodeno 
tem origem no intestino delgado ou grosso, 
não significando necessariamente presença 
de acometimento de trato GI superior 
o Pacientes com DC gastroduodenal avançada 
podem desenvolver obstrução crônica de 
saída gástrica 
 
 
DIAGNÓSTICO DAS DOENÇAS INFLAMATÓRIAS 
INTESTINAIS 
- O diagnóstico é estabelecido após avaliação do 
quadro clinico junto com evidencias endoscópicas, 
laboratoriais, radiográficas e achados 
histopatológicos 
- Na doença de Crohn, todo o trato GI pode ser 
afetado, mas frequentemente o ÍLEO TERMINAL e o 
CÓLON são acometidos → Quadro clinico varia de 
acordo com a região comprometida e do fenótipo 
predominante da doença (INFLAMATÓRIO, 
ESTENOSANTE OU PENETRANTE) 
- A RCU se limita exclusivamente ao acometimento do 
colo 
 
A urgência e possível incontinência estão relacionadas 
com o envolvimento do cólon e do reto, devido a 
distensibilidade retal perdida, enquanto as fezes 
volumosas e sem urgência estão relacionadas com 
intestino delgado 
 
- O quadro clinico que leva a suspeita de uma DII é 
muito variável, podendo inclui vários sintomas: 
o Diarreia crônica 
o Distensão abdominal 
o Anemia 
o Desnutrição 
- Os sintomas variam com o fenótipo predominante 
da doença e extensão da doença: Casos que cursam 
com ESTENOSE do delgado é comum apresentar 
distensão abdominal, enquanto na proctosigmoidite 
ulcerativa é comum observar diarreia sanguinolenta 
misturada com muco 
 
Marcadores inflamatórios incluem: → Esses 
marcadores não são específicos para a DII !!!!! 
o Elevação do PCR → “Proteína C reativa” 
o Elevação de VHS → “Velocidade de 
sedimentação de neutrófilos” 
o Dosagem de calprotectina nas fezes 
 
Anticorpos: 
o ANCA (antineutrophil cytoplasmic antibodies) 
→ RU 
o ASCA (anti-Saccharomyces cerevisiae) → DC 
 
- A analise das fezes inclui: Exame parasitológico, 
cultura e pesquisa pra toxinas A e B do Clostridium 
difficile 
- Pacientes com anemia devem ser investigados 
quanto a deficiência de ferro, folato e vitamina B12 
 
Investigação endoscópica: 
o A partir da clinica, deve ser feita investigação 
endoscópica do cólon em todos os pacientes 
desde que não apresentem CONTRA-
INDICAÇÃO 
o Na DC deve-se também investigar com 
endoscopia digestiva alta, pois pode 
acometer qualquer parte do trato GI, assim 
MEDICINA Weslley Jonathan 
 
como enteroscopia por tomografia ou 
ressonância 
o Os achados endoscópicos na DC inclui: 
Erosões, ulceras aftosas, ulceras profundas, 
sepiginosas, fístulas, padrões de 
descontinuidade ou saltamento 
o Na DC ocorre em 30% dos pacientes 
acometimento PERIANAL → Fístulas, 
estenoses do canal anal, plicomas aberrantes 
e fissuras 
o Na DC: 40% Apresentem ileocolite, 30% 
acometimento exclusivo do delgado e 30% 
exclusivo do cólon 
o Achados da RCUI: Padrão continuo, difuso de 
acometimento, ulcerações rasas que se 
limitam a mucosa 
o COLITE INFLAMATÓRIA INDETERMINADA → 
Quando se tem duvida para diferenciar se é 
crohn ou RCU, devido a achados endoscópicos 
característicos de ambas as doenças 
o Se define como colite inflamatória 
indeterminada quando se tem DUVIDA, e isso 
acontece quando se tem apenas 
comprimento exclusivo do cólon sem 
apresentar fistulas ou doença perianal 
 
- A cápsulaendoscópica é recomendada para avalição 
do intestino delgado → No entanto este método é 
apenas indicado para pacientes sem suspeita de 
ESTENOSE LUMINAL, devido ao risco de a capsula ficar 
retida 
- Enterografia por tomografia computadorizada ou 
por ressonância magnética é um tipo de exame que 
PERMITE a visualização da parede do INTESTINO 
DELGADO com os detalhes do LÚMEN → É 
administrado um contraste venoso e grandes 
quantidades contraste oral que distendem o intestino 
delgado 
 
As alterações incluem: 
o Impregnação da parede 
o Aumento da densidade perientérica 
o Sinal de pente → dilatação segmentar do vasa 
recta envolvendo uma alça intestinal 
 
- A enteroscopia por RM tem vantagem de não 
irradiar paciente, e também de permitir uma 
visualização da extensão da doença no intestino 
delgado e também de diferenciar ESTENOSAS 
FIBRÓTICAS e INFLAMATORIAS 
- Utilização de RM é importante na DC com 
acometimento perianal, mostrando fistulas 
complexas e abcessos locais 
- Exame proctológico sob anestesia é fundamental 
para o diagnóstico e tratamento 
- Enterografia de TC, para o diagnostico de doença de 
crohn, possui uma sensibilidade de 82%, 
especificidade 89% e acurácia 85% 
 
HISTOPATOLOGIA: O único achado patognomônico de 
DC é a presença de GRANULOMA NÃO CASEOSO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MEDICINA Weslley Jonathan 
 
COMPLICAÇÕES E MANIFESTAÇÕES 
EXTRAINTESTINAIS 
- Dentre as complicações da DC, destacam-se: 
Obstrução do delgado (25%-30%), as fistulas em alças 
intestinais, bexiga, vagina, pele e região perineal 
(10%-15%), abscessos e peritonite, podendo ocorrer 
concomitantemente com COLANGITE 
ESCLERANSANTE nas formas vaginais e perineais mais 
graves 
- As manifestações extraintestinais envolvem: 
o Artrite: Artrite enteropática (forma periférica) 
e sacroileíte (com ou sem espondilite, uma 
forma axial da manifestação) 
A primeira melhora com o tratamento da 
inflamação intestinal, pois seus episódios 
refletem períodos de atividade inflamatória da 
doença intestinal, enquanto na segunda, com 
incidência 30 vezes maior em pacientes com RU, 
não há melhora relacionada ao tratamento da 
doença de base, apenas uma diminuição da 
inflamação e da dor. A maioria dos pacientes com 
espondiloartropatia não apresenta sintomas ou 
sinais de inflamação intestinal, porém 
histologicamente há presença de lesões 
inflamatórias em 60% desses casos. 
 
Manifestações hepáticas: Esteatose, pericolangite, 
cirrose e hepatite crônica aguda, complicações no 
trato biliar (COLANGITE ESCLEREROSANTE PRIMÁRIA 
na ru) presença de cálculos biliares na DC 
 
Diagnóstico diferencial: 
o Vários diagnósticos diferenciais devem ser 
considerados como hipóteses nesses 
pacientes, tais como espiroquetoses, 
síndrome inflamatória intestinal pós-
infecção, infecções mistas por Clostridium 
difficile e Campylobacter sp. 
o relação com uso de medicamentos, colite 
alérgica associada a resposta eosinofílica e 
colite microscópica (CM). 
o Principalmente em crianças, antes de se 
diagnosticar retocolite ou Crohn é 
fundamental a investigação de diarreias 
infecciosas e imunológicas 
 
TRATAMENTOS DOENÇA DE CROHN 
CLINICO: 
o O tratamento deve induzir e manter a sua 
remissão com mínimo possível de 
complicações e efeitos colaterais 
o O tratamento consiste em medidas de 
suporte e tratamento medicamentoso 
o Repouso no leito, suporte nutricional com 
terapia enteral e/ou parenteral, 
suplementação vitamínica e suporte 
emocional 
 
 
 
 
MEDICINA Weslley Jonathan 
 
 
 
TRATAMENTO RETICULITE ULCERATIVA 
Medidas gerais: 
o Devem ser empregadas as mesmas medidas 
de suporte para o DC: reposição 
hidroeletrolítica, correção da anemia e 
suporte nutricional, dieta hiperproteica e 
hipercalórica 
o Nutrição parenteral e enteral em casos graves 
e no preparo pré-operatório 
o A hidratação é muito importante, devido a 
diarreia que causa desidratação e 
hipocalemia 
 
Fase aguda: 
o Administração de antibioticoterapia, 
principalmente em casos graves e 
fulminantes: Aminoglicosídeo + metronidazol 
+ ciprofloxacino ou ampicilina 
o Corticoides são indicados na fase AGUDA para 
induzir a remissão da doença, e a dose 
depende gravidade recomendam-se de 40 a 
60 mg/d VO de prednisona, para remissão – 
retirada gradual –, ou hidrocortisona 100 mg 
IV, 3x/d, em casos muito graves – substituição 
por prednisona após 7 a 10 dias. 
o Aqueles que se mostram corticodependentes 
são candidatos a tratamento cirúrgico 
o O uso prolongado de corticoides não ajuda na 
evolução da doença e ocasiona efeitos 
colaterais, como osteoporose, úlcera péptica 
e síndrome de Cushing

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